E por falar em disquinhos (compactos) que os DJ’s adoram, aqui temos uma raridade, João Luiz, com “Super mulher” e “Sambarê”, duas joinhas do funk brazuca 70 que hoje em dia fazem o maior sucesso nas pistas e festas. João Luiz, para os que não sabem é um cantor e compositor que surgiu na época da Jovem Guarda. Gravou vários discos, muitos desses, compactos e sempre trazendo alguma música de sucesso. Foi ‘apadrinhado’ por João Araújo, presidente da Som Livre e pai de Cazuza. Trabalhou também na televisão como ator em novelas e fotonovelas. Acrescentou ao seu nome artístico o sobrenme Wildner e ao que consta, passou a fazer shows em transatlânticos. Em uma próxima oportunidade traremos um de seus lps. Por hora e mais uma vez, vamos com…
Eis que hoje apresentamos um lp que há tempos já devia ter sido postado, mas por diferentes razões acabou ficando para hoje. Aqui temos Odair José, cantor e compositor que fez muito sucesso nos anos 70, dentro de uma linha romântico-popular, também chamada brega. Odair José é autor de pérolas como “Vou tirar você desse lugar”, “Pare de tomar a pírula”, “Cadê você” e outras mais. Sucessos que marcaram sua carreira e também o seu público. Porém, em 1977 ele faz um disco totalmente fora do seu comum, um trabalho que de uma certa forma lhe deu dor de cabeça, para não dizer mais… “O Filho de José e Maria”, uma criação ousada, com um tema específico que faz cada faixa ser uma sequencia de grande história. O projeto inicial de Odair era para um disco duplo, com 24 musicas. A proposta do álbum era para a Philips que recusou. Acabou então saíndo pela RCA Victor, mas como um disco simples, o que de certa forma picotou a obra, ficando de fora mais da metade das músicas. Ainda assim o disco foi lançado e para quem leu a ficha técnica na contracapa, vê-se logo que é algo diferente e acima de tudo de qualidade, com um time de músicos de primeiríssima (o Azymuth).Só que naquela época não, o disco foi um grande fracasso, pois além de tirá-lo do público popular romântico, também atiçou a Igreja Católica por conta do tema que remete a história de Cristo no mundo atual. Uma visão cristã que ia contra ao que pregava a Igreja. Acabou sendo excomungado e também por conta disso, viu em declínio sua carreira. Porém, justiça seja feita,muitos anos depois, o lp foi redescoberto, virou coisa ainda mais rara e mereceu uma reedição há poucos anos atrás. Se tornou uma obra ‘cult’, nas discotecas de colecionadores de vinil.
Temos para hoje este lp lançado pela RCA, em 1969. Trata-se de um trabalho cuja a intenção era de aproximar a juventude da música popular moderna, de até então. E no caso, o que temos é um repertório romântico com músicas de Antônio Carlos Jobim, Carlos Lyra, Baden Powell, Luiz Bonfá, Vinícius e outros da chamada geração Bossa Nova. É um disco bem bacana que traz como intérpretes jovens talentos da época: Marília Barbosa, José Ricardo e Victor Hugo, cantores revelação nos anos 60. Há ainda Antôno Lúcio declamando poema de Vinícius de Moraes, que dá nome ao disco.
hoje é dia de amor – marilia barbosa
brigas nunca mais – josé ricardo
eu e vocÊ – victor hugo
deve ser amor – marília barbosa
só tinha de ser com você – victor hugo
tem dó – marilia barbosa
esse seu olhar – só em teus braços – josé ricardo e marilia barbosa
Mais uma banda de rock para o nosso toque musical. Desta vez, temos o Intelligence, um grupo de hard rock que nasceu nos States, liderado pelo guitarrista Claudio Celso. O grupo estava em São Paulo para fazer um show de apresentação para um produtor da RCA Victor, buscando o lançamento de um lp. Até então o grupo era formado por Cláudio Celso, o baixista Pedro Infantozzi, seu irmão Albino Infantozzi e um vocalista americano. Mas foi na passagem de som, onde por acaso estava no comando o vocalista do Tutti-Frutti, o versátil Simbas, que a coisa tomou outro rumo. Simbas, no ajuste do som, cantou algumas coisas com o grupo o que acabou impressionando o produtor. Este, por sua vez, condicionou a produção do disco, desde que Simbas assumisse os vocais. E assim acabou acontecendo. Em 1986 era lançado então o Intelligence. Um disco bem produzido, um quarteto afinado e sob os cuidados de uma grande gravadora. Conseguiram emplacar pelo menos um sucesso, a excelente, “Manhê”, um hard empolgante que hoje em dia já se tornou um clássico. Excelente banda, mas que infelizmente ficou apenas neste disco.
Na colcha de retalhos que já demonstra ser setembro, temos para hoje este disco da banda de rock carioca Black Future. Foi o disco de estréia deste grupo carioca que fazia uma mistura de elementos do pós punk com rock experimental e até samba. “Eu sou o Rio” foi um lp produzido por Thoma Pappon, da banda Fellini, que também participa em algumas faixas. Da mesma forma, tem também as participações especiais de figurinhas de peso do rock/pop nacional como Edgar Scandurra, Paulo Miklos, Chacal, Edu K e outros… É, sem dúvida, um disco da melhor qualidade, das coisas boas produzidas no rock/pop nacional nos anos 80.
Fechando nosso mês de agosto com o grande Luiz Gonzaga neste lp de 10 polegadas, lançado pela RCA Victor, em 1957. Um pequeno, mas rico mostruário da música nordestina através de seu mais legítimo representante. São oito temas clássicos, quase todos de sua autoria com Humberto Teixeira e Zé Dantas.
Hoje e mais uma vez temos o prazer de apresentar Trio Nagô, grupo vocal vindo do Ceará, formado por Evaldo Gouveia, Epaminondas de Souza e Mário Alves e quem fez muito sucesso nos anos 50, nas rádios e casas noturnas onde se apresentavam. Também excursionaram pela America do Sul e Europa. Gravaram diversos discos, sendo este o primeiro lp pelo selo da RCA Victor. As músicas contidas neste álbum foram também lançadas em discos de 78 rpm. Neste disco temos uma seleção muito boa, com temas de sucessos que agradam em cheio…
Não faz nem um mês que postamos aqui um disco do Zé Maria e seu conjunto. A coisa é tão boa de se ouvir que tivemos que pedir mais uma dose. E desta vez vamos com o lp, lançado pela RCA Victor, em 1965, um trabalho deliciosamente interessante com muito samba. balanço e suingue. Olha só o repertório…
Hoje temos “Em Tempo de Samba”, lp de estréia de Erlon Chaves na RCA Victor. Disco dos mais bacanas, recheado de clássicos e uma orquestra que parece um festival, explosiva e ao mesmo tempo na medida. Erlon Chaves era mesmo fenomenal…
Nesses dias de aniversário do Toque Musical, quem faz a trilha aqui são as mulheres e não só cantoras, compositoras e intérpretes, também as instrumentistas. E nesta, vamos hoje trazendo a maravilhosa Rosinha de Valença em um disco que soa até um pouco diferente entre outros que ela gravou. “Ipanema Beat” tem suas singularidades… Ao contrário dos demais, aqui ela deixou de lado o violão acústico e abraçou a “Belinha”, sua guitarra elétrica Gibson. Se reuniu com outros músicos internacionais formando o grupo Ipanema Beat e gravou em Johnnesburg, na Africa do Sul. O disco foi lançado no Brasil em 1970 e traz um repertório, por certo, também internacional com uma pegada bem jazzistica, uma sonoridade bem sessentista onde se destaca os teclados do músico Ducan Mackay, a la Brian Auger. Instrumental gostoso de se ouvir da primeira a última faixa. Bão demais, eu garanto! 🙂
Depois de uma Luisa portuguesa, que tal uma Luiza brasileira? Por certo, não há o que comparar, até mesmo porque uma é com S e outra é com Z. Na verdade, são coisas bem distintas, gêneros diferentes, cada uma em seu lugar. Aproveitamos mesmo foi só para dar ter um gancho…
Esta é Luiza, cantora mineira e se não estamos enganados, de Belo Horizonte… Há pouco tempo atrás publicamos aqui um outro disco dela, um compacto. E agora vamos com o lp, também mencionado na postagem anterior. Replicando… Luiza, que surgiu nos anos 60 como uma revelação da Bossa Nova. Gravou em 64 este seu primeiro e único lp, um disco hoje consagrado, raro e que só a alguns anos atrás recebeu uma reedição em cd. O que fez o disco ser especial, além de sua belíssima voz e estampa foi o fato de ter sido nele que aparece uma primeira parceria de Dori Caummi e Edu Lobo. O disco é recheado de compositores bossanovistas e dele participam vários, entre esses, Milton Nascimento e Wagner Tiso, em início de carreira. Para dourar mais a coisa, temos também a participação, arranjos e regências do maestro Moacir Santos. Daí se vê que Luiza estava com a bola toda. Embora vivendo intensamente as transformações musicais da época, tendo seu apartamento sempre bem frequentado por outros artistas, assim como Nara Leão, em seu apartamento, Luiza acabou seguindo carreira no magistério, se tornando professora, casou e foi ser dona de casa…
Hoje, vamos de compacto. Um disquinho importante na carreira da cantora Vanusa. Este foi o seu primeiro disco, lançado pela RCA Victor, em 1967, período que a cantora e compositora se revelou no movimento da Jovem Guarda. Aqui temos ela com seu primeiro sucesso, “Pra nunca mais chorar”, música de Carlos Imperial e Eduardo Araújo. Eis aí um compacto bem raro, que não aparece nem mesmo em algumas de suas discografias.
Aqui temos o maestro Zaccarias e seu Quarteto Excelsior, formado por Fats Elpídio (piano), Luiz Marinho (contrabaixo), Plínio (bateria) e Maurílio (piston), no quarto volume da série “Coquetel Dançante”. Disco lançado pela RCA Victor no início dos anos 60, trazendo num repertório dançante com temas nacionais e internacionais. Sucessos da época com predominância para sambas e boleros.
Hoje nosso encontro é com Dalva Barbosa, uma excelente cantora de samba canção que atuou no final dos anos 50 e início dos anos 60. Foi descoberta pelo compositor Airton Montenegro cantando em Ipanema, em apresentações no Ankito’s Bar, uma boate de propriedade do inesquecível humorista Ankito. Ela também atuava em outras casas como o Arpège, Pigalle, Au Bon Gourmet e outras. Gravou em 1961 seu primeiro disco, um compacto triplo (com três musicas de cada lado), pelo obscuro selo Ritmos, onde interpreta não apenas sambas, mas também bolero e rumba. Depois foi contratada pela RCA Victor onde ganhou mais projeção. Este foi seu primeiro lp, um trabalho totalmente voltado para o samba, assim como os outros poucos discos que viria ainda a gravar tanto na RCA quanto na Polydor. Estranhamente, não há na internet quase nenhuma informação sobre esta artista. Existem apenas algumas referências a ela que no juntar de tudo foi só isso que encontramos, infelizmente. “É Samba” é mesmo um disco com suas qualidades, autêntico, em ritmo sincopado, ao estilo Miltinho. A gente escuta com prazer ‘de cabo a rabo’. Confiram no GTM…
Mais uma curiosidade musical para o nosso costumeiro toque 🙂 Temos desta vez um lp lançado no final dos anos 50 pela RCA Victor, “É hora de rock’n’roll”. The Selvis é o nome do suposto grupo que na verdade era um conjunto de estúdio da gravadora e segundo contam trazia o saxofonista Bolão. A RCA Victor chegou a lançar mais um ou dois discos de rock usando este nome, o sugestivo The Selvis.
Aqui desfilam doze grandes sucesso dos primeiros rock’n’roll em uma brilhante e empolgante interpretação do The Selvis
Este é um disco que já postamos aqui em outras eras, porém vale a pena uma reprise, até porque as informações não estavam lá muito corretas. Luizinho e Seus Dinamites foi um dos mais ‘quentes’ grupos de rock brasileiro. Seu líder foi um dos guitarristas pioneiros do rock nacional que embalou muitos bailes no Rio de Janeiro. Os Dinamites era formado, além de Luizinho (guitarra e vocalista), por Jair (guitarra base), José Antônio (baixo) e Carlinhos (bateria) e Euclides (que também tocou com The Pop’s). Originalmente, o lp foi lançado em 1964 pela RCA Victor, mas para a felicidade do fãs e colecionadores, foi relançado em edição limitada por uma loja de disco de São Paulo, a Bruno Discos, merecendo inclusive uma logomarca encima da arte da RCA Victor. Raridade pura que muita gente ainda não conhece e que já não se encontra mais por aí. Interessou? Confira no GTM, completo!
Já tivemos aqui no nosso Toque Musical, por várias vezes, o excelente grupo vocal Titulares do Ritmo. Conjunto que iniciou sua trajetória ainda nos anos 40, em Belo Horizonte. Era um sexteto de músicos cantores cegos que se conheceram e se formaram no Instituto São Rafael. Ganharam destaque logo que começaram a se apresentar em emissoras de rádio da cidade. Logo já estariam ecoando nos grandes centros e sendo contratados para atuarem em São Paulo. De lá ganharam o Brasil inteiro por conta da qualidade de seus arranjos vocais. Gravaram diversos discos ainda no tempo das bolachas de 78 rpm. Depois, esses mesmos sucessos foram relançados em lps de 10 e 12 polegadas e também vieram outros discos e trabalhos lançados por outras gravadoras. Aqui, temos eles em um disco dedicado ao samba, lançado em 1961 pela RCA Victor, acompanhados pela Orquestra e arranjos do maestro Francisco Moraes. Um belo trabalho que vale a pena redescobri. Confiram no GTM.
Olha aí, mais obscuro objeto de desejo dos colecionadores e apaixonados pela Jovem Guarda. Aqui temos Sissi, artista que eu também não me recordo e ao ouvir o disquinho tive a impressão que fosse a cantora Silvinha, mas em nenhum momento há referencias sobre isso na biografia da cantora. Por outra, não achei nenhuma informação sobre esta cantora, Sissi. Mais um mistério do nosso mundinho fonográfico, aqui no Toque Musical. Enquanto não aparece mais informações, vamos pelo menos ouvir o que a garota tem para a gente ouvir…
Olha aí mais um disquinho de sete polegadas para conhecer, reconhecer e relembrar. Entre os mais diversos grupos de música jovem daqueles anos 60, aqui temos mais um, eternizado neste compacto que agora apresentamos. Tom & Jerry, dupla que pelo que visto e ouvido, só gravou este disquinho, pela RCA Victor. Com produção de Ramalho Neto e direção artística de Fred Jorge, a dupla se destaca entre outras do gênero, mas também como essas, não passaram das ‘jukebox’ daqueles tempos. Na contracapa, como se pode ver, há um texto de apresentação da dupla. Disquinho legal, podem conferir…
Mais uma curiosidade em compactos para a alegria de vocês. Como sabemos, esses disquinhos de 7 polegadas foram criados para lançarem pelas gravadoras um determinado artista, uma pequena amostra musical do que poderia vir a ser um ‘long play’. Conforme a aceitação das músicas no compacto, este viria a se tornar um lp. Muitos artistas e projetos acabaram ficando mesmo, apenas no compacto. Isso, óbvio, me refiro a indústria fonográfica musical, as grandes gravadoras e selos. Os discos compactos também atenderiam a outras funções de áudio, num tempo em que esse mundo ainda era analógico (cursos de línguas, poesias, propagandas, experimentos sonoros alternativos, registros pessoais e inclusive produções musicais independentes)
Aqui, por exemplo, temos este compacto simples lançado pela RCA Victor, em 1968, trazendo Wagner, um cantor romântico da Jovem Guarda, ao estilo de Wanderley Cardoso. Até procuramos informações sobre o artista, mas apenas por este nome tão genérico, ou mesmo associando ao nome das músicas, não foram suficiente… Daí, só nos resta postar e aguardar alguém que saiba quem foi este Wagner. Por hora, vamos apenas ouvir…
Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Eis aqui um disquinho gostoso de se ouvir e mais ainda, convida a gente a cantar. Não é exatamente um disco de ‘karaokê’, ou um playback para acompanhar, embora o título seja bem sugestivo. O que temos aqui é uma seleção de sambas, no qual o grande Jacob do Bandolim nos presenteia, trazendo músicas que naquele início dos anos 60 já eram clássicos do samba. Aqui, esta seleção de sambas aparecem em forma de pot pourri. Achei por bem manter sem separar, fazendo isso apenas nas pausas longas e dessa maneira temos então apenas três faixas, ok? Disco realmente maravilhoso e raro entre o que se encontra desse grande instrumentista brasileiro. Confiram no GTM…
Olá, amigos cultos e ocultos! Pra não dizer que não falei de São João, olha só o que temos para hoje. Por certo, ainda seguimos com a fogueira acesa, então o melhor é mesmo aproveitar… Temos aqui São João na Roça, lp de 10 polegadas, do grande Luiz Gonzaga, imperdível. E mais uma vez, com as devidas informações na contracapa. Confiram tudo….
Olá, amigos cultos e ocultos! Seguimos já quase finalizando o mês de maio, temos para hoje e mais uma vez, aqui no Toque Musical, o grande maestro Zaccarias e sua orquestra, em disco lançado pela RCA Victor, em 1955. Este é, sem dúvida, um dos discos dele, em dez polegadas, que eu mais aprecio. E isso se deve ao fato de ser um disco de samba. Oito pérolas orquestradas que fariam ainda hoje ambientação e entretenimento em qualquer reunião, seja em casa ou em algum barzinho. Não sei porque, me remeteu as agitações dos bares e cafés no Mercado Novo, de Belo Horizonte. Com certeza é o tipo de música que cairia bem nesse ambiente, tanto pelas manhãs de domingo, quanto nas noites de quinta, sexta e sábado. Quem conhece o local sabe do que eu estou falando…
Olá, caríssimos amigos cultos e ocultos! Temos hoje aqui em nosso toque musical o cantor Wilson Miranda, um artista paulista que se destacou nas décadas de 60 e 70. Iniciou ainda nos anos 50, como ‘crooner’ em conjuntos e orquestras, gravando vários discos de 78 rpm. Seu repertório passeia por diferentes estilos e gêneros, indo da baladas, do rock’n’nroll, dos ritmos caribenhos, ao samba, à bossa e também ao pop da Jovem Guarda. Entre um disco aqui e outro ali, a partir dos anos 70 passa também a trabalhar como produtor para os mais diferentes artistas. Aqui temos dele, “Todos os meus passos”, disco lançado em 1971 pela RCA Victor. Um trabalho que define bem as qualidades deste artista e seus caminhos pela música. Repertório variado feito para agradar gregos e troianos 🙂
Fala ae… amigos cultos e ocultos! Depois do carnaval, me perdi completamente com tantos outros afazeres. É aquela velha história da falta de tempo. Sim, estou sem tempo até para ouvir música. Mas não posso deixar a coisa se acumular, assim, o jeito é recorrer aos velhos ‘arquivos de gaveta’, aquilo que recebo de vocês e guardo exatamente para esses momentos.
Então, temos aqui o Hélio Matheus, cantor e compositor carioca em seu primeiro lp, “Matheus Segundo Matheus”, que pelo título tem-se a impressão de que este foi seu segundo disco, mas creio que isso se deve ao fato de que antes ele já havia lançado um compacto, em 1969. Hélio Matheus começou a carreira tocando em boates do Rio e São Paulo. Sua música foi gravada por diversos artistas e inicialmente por Vanusa que defendeu no FIC, de 1969, seu primeiro sucesso, “Comunicação”, também gravada por Elis Regina. Ao longo de sua carreira gravou apenas três discos, mas sempre se dedicou a compor para diferentes artistas da MPB.
Em “Matheus segundo Matheus ele veio muito bem assessorado, tendo um time de músicos de peso, como a turma do Azymuth e Zé Rodrix. Teve neste disco músicas usadas como temas de novelas da Globo, o que lhe garantiu um certo sucesso. Sua música tem muita semelhança com a de outros artistas do chamado ‘samba-rock’, o swing de Luis Wagner, Wando e porque não dizer, até Jorge Ben. Faleceu em 2017, por conta de uma pneumonia. Vítima do alcoolismo, passou seus últimos anos de vida em albergues e no Retiro dos Artistas.
Boa hora, amigos cultos e ocultos! Dentro do nosso espírito de curiosidades, estou trazendo hoje para vocês um disco que talvez poucos conheçam. Eu também, só vim a conhecer há pouco mais de um ano, quando este lp chegou em minhas mãos e mais exatamente, no meu toca discos. Trata-se do maranhense, Antenor Monturil, um nome mais conhecido em rodas de choro e pagode no norte e centro oeste do país, nos anos 70 e 80. Monturil foi um violonista e compositor maranhense. Gravou apenas este disco, em 1987 pelo selo RCA Victor.
Envolto em um misterioso desaparecimento há 26 anos, em Goiânia, seu corpo nunca foi encontrado. Era também advogado, amigo de políticos e militares. Frequentava a Granja do Torto, onde tocava para militares, na época do general Figueiredo. Também era amigo de José Sarney, de quem musicou o poema “Marimbondos de Fogo” e deu nome a este disco. Por aí, a gente já tem uma ideia… Como dizia o velho ditado, “diga-me com quem andas e te direi quem és”. Mas, Monturil, além de advogado, tinha seu lado artístico, uma sensibilidade musical que atraia também os artistas e isso se vê pelos envolvidos nessa sua primeira e única produção. Participam do disco diversos artistas, como se pode ver acentuado na capa, nomes nacionalmente conhecidos como o mestre Baden Powell, os cantores Francisco Carlos “El Broto” e Renato Castelo e as cantoras Márcia e Marília Barbosa. A ilustração da capa é uma pintura do artista plástico goiano, Siron Franco e na contracapa Monturil é muito bem apresentando em textos pelo Sarney, então Presidente da República e também pelos acadêmicos Herberto Sales e Joaquim Campelo Marques. Vale a pena conhecer…
Boa hora, caros amigos cultos e ocultos! Novamente, marcando presença em nosso Toque Musical, temos hoje o “Poético”, disco da cantora Maria Creuza, lançado pela RCA Victor em 1982. Está aí um disco que vale a pena ouvir com carinho, pois, além de termos uma grande intérprete, uma cantora excepcional, temos também um repertório que é mesmo uma poesia, ou melhor dizendo, várias poesias… Neste álbum, Maria Creuza retoma sua história com as composições do grande poeta, Vinícius de Moraes e seus parceiros. Temos aqui um repertório maravilhoso, que por certo todos nós já conhecemos e que mais uma vez nos encanta na voz dessa baiana. Confiram no GTM…
Bom dia, boa hora…, caros amigos cultos e ocultos! Aqui temos hoje a presença do grande Orlando Silva em um relançamento dos anos 80, o disco “Relíquias Brasileiras – Vol. 1”, produzido pela Rádio América, de Belo Horizonte. Nessa época, a emissora mineira apresentava um programa com este nome, “Relíquias Brasileiras”, no qual trazia semanalmente uma série de músicas e artistas da época em que os discos eram ainda de 78 rpm, grandes destaques que marcaram a chamada “Era de Ouro do Rádio no Brasil”, nos anos 30, 40 e 50. Acredito que o programa ainda continue no ar, pois até 2019 ele era apresentado aos sábados a noite, com reprise no domingo, também a noite.
“Relíquias Brasileiras” acabou gerando um apanhado de boa parte da discografia de Orlando Silva, sendo lançados vários volumes na sequência deste. A produção inicial foi bem modesta e para tanto, neste primeiro volume, saiu com o selo da RCA Victor, pois os fonogramas eram todos dessa gravadora. Creio que esta foi a primeira reedição em discos de 12 polegadas, reunindo as primeiras gravações do cantor. A partir dessa época outras produtoras e editoras passaram a reeditar esse tipo de material, como foi o caso da Revivendo Músicas, que gerou um dos maiores catálogos nessa linha.
Neste volume 1, temos uma série de gravações, discos de Orlando Silva lançados ainda em sua primeira fase, ou seja, os anos 30. São doze músicas, entre sambas, valsas e marcha. Muitas dessas músicas, inclusive que já foram a presentadas aqui em nossa série exclusiva, a coleção Grand Record Brazil para discos em 78 rpm, pelo nosso saudoso Samuca (Samuel Machado Filho). De quebra e como bônus, incluímos também nesses arquivos um raro jingle comercial da Brahma, com o nosso “cantor das multidões”. Confiram, no GTM…
Bom dia, caríssimos amigos cultos e ocultos! Eis aqui um outro disco que teria servido perfeitamente como uma homenagem a minha mãe, no último dia 5, quando então ela fazia aniversário. Ela tinha um gosto eclético para música e também gostava muito da autêntica música sertaneja. No álbum que apresento hoje temos uma série de músicas que faziam parte do seu repertório, músicas que conheci e aprendi com ela. Eita, saudade!
Aqui temos uma coletânea de peso, uma seleção com 50 músicas sertanejas de sucesso. Gravações originais extraídas de discos lançados pela própria gravadora, a RCA Victor, ao longo de toda a sua história no Brasil. A Victor foi uma das primeiras e grandes gravadoras a investir no gênero da música rural e isso a gente já viu aqui, inclusive na série Suplementos (discos de divulgação), dos quais chegamos até a postar alguns. “Meio Século de Música Sertaneja” é um condensado dos mais interessantes, onde se pode ouvir músicas e artistas que hoje são difíceis de encontrar, principalmente porque muitos deles só chegaram a ser lançados até então em discos de 78 rpm. Por certo, não se trata de uma seleção definitiva da autêntica música sertaneja, bem porque não foi apenas a RCA quem a muito divulgou. Mas temos aqui verdadeiras pérolas, que não podem ser jamais esquecidas. Pena que agora o ‘agro’ é pop e de sertanejo o que se tem hoje é apenas saudade. Mas este álbum duplo aqui a gente não pode deixar passar batido. Confiram no GTM…
cabocla teresa – raul torres e florêncio
o menino da porteira – luizinho e limeira
saudade de matão – mariano da silva e serrinha
canta moçada – tonico e tinoco
boneca cobiçada – palmeira e biá
não beba mais não – duo ciriema
divino espírito santo – torrinha e canhotinho
vinte anos – nenete e dorinho
saudades de ouro preto – alvarenga e ranchinho
festa na roça -mario zan
saudade da minha terra – belmote e amaraí
o milagre do ladrão – zilo e zalo
passarinho de peito amarelo – tibagi e miltinho
flor do cafezal – cascatinha e inhana
mágoa de boiadeiro – pedro bento e zé da estrada
apartamento 37 – leo canhoto e robertinho
nossa união – caçula e marinheiro
chitãozinho e xororó – zé do rancho e zé do pinho
beijinho doce – brazão e brazãozinho
coração apaixonado – silveira e barrinha
não me abandones – irmãs galvão
meu fracasso – tião carreiro e carreirinho
rio de lágrimas – tavares e zé negrão
chico mulato – raul torres e florencio
promessa do batistinha – sulino e marrueiro
pingo d’agua – raul torres e florencio
pombinha mensageira – belmonte e amaraí
mais uma lição – duo ciriema
disco voador – palmeira e biá
viola cabocla – tonico e tinoco
noite fria – tibagi e miltinho
chalana – mari zan
conselho de amigo – nenete e dorinho
meu velho pai – leo canhoto e robertinho
tchau amor – zé tapera e teodoro
no colo da noite – zé do rancho e zé do pinho
joão de barro – brazão e brazãozinho
mula preta – raul torres e florêncio
amanheci em teu s braços – pedro bento e zé da estrada