Octacílio Amaral – S. Excia. O Violão (1968)

Mais uma boa curiosidade fonomusical temos hoje. Trazemos o violonista gaúcho Octacílio Amaral em seu primeiro lp, “S. Excia. O Violão. Um disco da melhor qualidade e que por certo merece o nosso toque musical. A seleção do repertório, bem variada, reforça a versatilidade deste músico. Como ele mesmo nos atenta, duas faixas chamam bem a atenção: “Apanhei-te cavaquinho”, que pela primeira vez foi gravado em violão e dedilhado, sem palheta. Ficou bem diferente. Outra é a faixa “Praça 11”, onde Octacílio dá um verdadeiro show tirando efeitos únicos em seu violão. Muito bom, vale a pena conferir…
 
praça 11
evocação nº1
mis noches sin ti
baião
um fandanto em bagé
la cumparsita
morena boca de ouro
la morena de mi copla
recuerdos de ti
apanhei-te cavaquinho
granada
samba de uma nota só – meditação
 
 
 
 
 

A Turma Do Bom Balanço (1966)

Hoje é dia 17 de julho. Pessoalmente, não gosto muito desse número não, pois, mesmo sem querer nos remete a uma besta, talvez até mais nociva que a 666. Porém, 17 é também a idade do nosso blog Toque Musical que se completa agora no dia 30 de julho. Estamos fazendo 17 anos e eu que não acreditava que chegaríamos a 7, estamos aí deixando para trás muitos outros blogs que como o TM ajudaram a desenterrar a fonografia brasileira. Muito por conta desse número, não estamos fazendo festa, mas continuamos embalando a festa dentro de cada um que nos visita, nossos amigos cultos e ocultos, como dizíamos antigamente. E nessa, vamos trazendo muitos títulos/discos que se tornaram órfãos desses outros falecidos blogs musicais. 
Aqui temos um lp que é realmente uma joinha, superestimado, diga-se de passagem, principalmente por conta de especuladores, vendedores de discos que chegam ao desplante de oferecer um exemplar com este por mais de 4 mil reais (por certo, deve ser um disco de ouro, ou coisa assim). A Turma do Bom Balanço é mesmo um disco bacana por conta de um time de músicos de primeiríssima linha, como se pode ver no texto de contracapa e também pelo fino repertório que não deixa nada a desejar. É uma raridade? Sim. Mas só dois tipos de gente pagaria esse valor, colecionadores vaidosos endinheirados, ou endinheirados vaidosos que se acham colecionadores. Tem nêgo pagando caro só para sair bem na foto em suas redes sociais. Mas tá valendo…
 
abandono
essa favela que eu amo
fora do tempo
mar amar
bom balanço
você
garota moderna
vai de vez
gente
preciso aprender a ser só
juca bobão
 
 
 

Siluca – Forró De Branco (1964)

Esticando um pouco mais esse nosso forró junino, aqui temos Siluca, cantor e compositor cearense que curiosamente acabou fazendo seu sucesso no Pará. Lançou este que foi o seu primeiro lp, pelo selo Mocambo, em 1964. Um disco, como indica na capa, com forró, rojão, arrasta-pé, baião, marcha e xote. Tudo composição autoral, perfeito para se ouvir nessa ocasião e mais… 🙂
 
forró de branco
pé quebrado
ver o peso
tião tião
linda baroneza
caquinho de mãe
forró do rela bucho
minha matutinha
pai zé negreiro
forró da rozilda
eu fui preso
 
 
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Coral Do Carmo Do Recife – Música Do Brasil (1968) 

Hoje temos o Coral do Carmo do Recife, um grupo musical tradicional de Pernambuco. Fundado no final dos anos 40 por iniciativa de um frade carmelita que buscava trazer de volta a música sacra às igrejas do Recife. Chamava-se então, Schola Cantorum N. S. do Carmo. Ao longo do tempo este coral foi se destacando e se tornando conhecido nacionalmente, formado apenas por vozes masculinas, passaram a dedicar um repertório a música sacra e também folclórica. A partir de 1962 mudaram para Coral do Carmo do Recife. Este lp, gravado pela Mocambo, é um registro da qualidade musical deste grupo que existe até os dias de hoje.
 
se esta rua fosse minha
yemanjá
balada sertaneja
sua majestade o nenem
chuá chuá
apolonio o gago
rapsódia
côco do engenho novo
prece
bolinha de cambará
serenata suburbana
paiaço de circo
 
 
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Valéria – O Travesti (1965)

Olha aí, mais uma curiosidade fonográfica dos anos 60, mais um disquinho da Mocambo, desta vez apostando na figura de Valéria, também chamada de Divina Valéria, personagem incorporado por Walter Fernandez Gonzalez, na época um performista, que atuava em boates e teatros do Rio de Janeiro. Atuou ao lado de outras artistas do gênero, como Rogéria. Também trabalhou na Europa nos anos 70. Na música, gravou apenas este compacto, em 1965 e um cd em 2020. Ao que consta, continua ativa na cena LGBTQI+ participando de show e eventos.
Neste compacto, como se pode ver temos Valéria, o travesti, numa seleção de sambas famosos em ‘pot pourri’ e fechando com a marcha rancho de João Roberto Kelly e Chico Anísio, “Rancho da Praça Onze”. Aproveitem, pois essa ainda não chegou no Youtube 😉
 
na cadência do samba
acender as velas
vou andar por aí
a felicidade
opinião
o sol nascerá
a fonte secou
leilão
rancho da praça onze
 
 
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Zakiel’ 60 (1967)

Nesta semana eu vou tentar facilitar a minha vida e de quebra alegrar a de vocês com uma série variada de compactos que já havia digitalizado recentemente. Curiosidades que caem como uma luva em nossa proposta de ouvir com outros olhos.
Aqui temos Zakiel’ 60. Um disquinho compacto que chama atenção. Psicodelia pura, pelo menos na capa. Curiosidade que não pode faltar na discoteca de todo amante da Jovem Guarda. Zakiel’ 60 é um grupo um tanto obscuro. Não consegui achar nenhuma informação sobre eles. A expectativa é grande, mas a realidade não vai além do comum, entre tantos grupos jovens que se aventuraram naqueles anos 60. Tudo se espelhando em Beatles, inclusive temos até uma versão para “Eleanor Rigby”. A outra faixa/face, autoral, peca pela caricatura vocal, que não chamaria muita atenção se não fosse tão desafinada. Mas, está valendo, faz parte e dentro de um contexto, a gente escuta mesmo com outros olhos 😉
 
eleanor rigby
eu, viver só, não sei
 
 
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Madrigal E Conjunto De Flautas Doce Da UBA – Música Da Renascença (1963)

thomas morley – fire fire my heart
john dowland – come again sweet love doth now invite
georg forster – ho lieber hans versorg dein gans
francis pilkington – lullaby
john dowland – lachrimae tristes
christopher tye – in nomine crye
john dowland lachrimae antiquae
guillame dufay – alma redemptoris mater
jakob arcadelt – voi ve n’ andat al cielo
kaspar othmayr – ein beurich tanz
heinrich finck sauff aus und mach nit lang
anônimo espanhol – ay luna que reluces
anônimo espanhol – tu dulce canto silvia me ha traydo
ginés de morata – como por alto mar tempestuoso
claudio monteverdi – si ch’ io vorei morire
 
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Banda do 14. RI – Sucessos Em Ritmo De Dobrado (1961)

Boa hora, amigos cultos e ocultos! Seguimos em nossa jornada musical trazendo mais uma curiosidade, “Sucessos em Ritmo de Dobrado”, com a Banda do 14º R. I.. Me recordo que este tipo de disco era muito comum nos anos 60, por certo, influência dos governos militares que impunham essas marchas e dobrados para ecoarem para além dos muros dos quartéis. Nas escolas e celebrações cívico-militares não dava outra e a gente saía em marcha, enfileirados… aquilo quando não era uma folia, era uma tortura. Tempo em que as Forças Armadas deitavam e rolavam no Leite Moça. E de uma certa forma, eu não duvido que essas produções fossem impostas para serem sempre tocadas nas rádios. Mas eu não quero lembrar disso não. Fiquemos apenas na música, nos dez sucessos populares aqui apresentados em forma de dobrado. Confiram no GTM…
 
cidade maravilhosa
danúbio azul
praça onze
jambalaya
evocação nº1
são paulo coração do brasil
evocação nº3
natureza bela
a vassourinha
me dá um dinheiro aí
 
 
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Gilvan Chaves – Compacto (1959)

Boa hora, amigos cultos e ocultos! Dentro dessa nossa mostra de discos compactos, trago desta vez um outro raríssimo exemplar e de um artista também raro. E quando digo raro, quero dizer, um artista que se destaca em seu universo musical pela qualidade, beleza e simplicidade de sua música, também raro porque, mesmo hoje em dia pouco se fala dele. Estou, por certo, me referindo ao grande artista pernambucano, Gilvan Chaves, músico, cantor, compositor e um ferrenho divulgador da cultura nordestina. Era considerado o Dorival Caymmi de Pernambuco, pois sua música traz as mesmas semelhanças, tanto pelo estilo quanto pelo temas explorados em suas canções. Gravou uma dezena de discos, obras hoje raras, difíceis de encontrar ou absurdamente caros quando os achamos num Discogs ou Mercado Livre. Felizmente, para nossa sorte, existem aqueles que não deixam a peteca cair e neste caso, a obra de Gilvan Chaves foi resgatada, digitalizada pelo Cacai Nunes, músico e produtor do blog/site Acervo Origens. E consequentemente, claro, já foi compartilhada, tanto em seu site como também no Youtube. Aqui no Toque Musical, por estranho que pareça, nunca postamos nada deste artista, assim e agora, temos esta oportunidade através deste compacto duplo, lançado pelo selo Rosenblit/Mocambo. Este foi um dos primeiros compactos lançados por aqui, quando este formato começou a ser fabricado e produzido no Brasil. É interessante notar que os discos de 7 polegadas surgiram no intuito de serem promocionais, ou seja, discos feitos para divulgar uma determinada música, um possível sucesso. E nesta, eles também foram pensados para serem usados em máquinas, as charmosas Jukebox, por isso traziam um furo maior no seu centro e inicialmente eram, como este, discos de 45 rpm. O primeiro compacto de 33 rpm aqui no Brasil nós já o apresentamos no Toque Musical, foi um disquinho lançado de forma independente pelo compositor mineiro Pacífico Mascarenhas chamado “Carlos Hamilton Canta Para Os Namorados”. Bom, mas isso é outra história. Vamos curtir aqui o Gilvan Chaves…
 
pregões do recife
quem viu
oiá do meio dia
casamento aprissiguido 
 
 
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José Luciano – Outros Sambas (1956)

Boa hora, caros amigos cultos e ocultos! Tenho feito postagens aqui, as vezes, sem verificar se já havia ou não publicado anteriormente. Hoje aconteceu isso, postei um Dorival Caymmi achando que ainda não havia por aqui. Ledo engano… Depois de quase quatro mil discos, fica difícil lembrar de cabeça e principalmente quanto nem todas as postagens estão realmente indexadas. Assim sendo e devido a re-postagem do Caymmi, vou colocando aqui mais um disco para este dia. Ainda de gaveta, tenho aqui mais um disco do pianista José Luciano, um artista que nos últimos tempos apareceu por aqui já umas duas vezes. Que seja esta a terceira 🙂 E desta vez com o lp “Outros Sambas”, lançado em 1956 pelo selo Mocambo. Temos neste oito clássicos da nossa música popular ao ritmo do piano personalíssimo do cearense José Luciano. Confiram no GTM…
 
algodão
nunca
ponto final
isto é brasil
terra seca
um cantinho e você
nova ilusão
exaltação a bahia
 
 

José Luciano Vol. 2 (1956)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Há três meses atrás eu postei aqui o primeiro lp do pianista cearense José Luciano. Como já estava mesmo a mão, ou na ‘gaveta’, esperando um novo momento, porque não postá-lo de uma vez? Aqui então segue este segundo lançamento pelo selo Mocambo, o volume 2 trazendo “oito de suas melodias favoritas”, conforme salienta o texto de contracapa. Um repertório eclético e muito gostoso de ouvir. O que pega são os chiados e fritação, coisa que infelizmente eu não consegui amenizar. Enfim, fica valendo este até segunda ordem…
 
mambo em espanha
rio antigo
helli, bluebird
sob os céus de paris
tenderly
passarinhando
canta brasil
perdão
 
 
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José Luciano E Seu Piano – Sambas (1955)

Amigos cultos e ocultos, cá estamos, ainda na dobradinha, alternando discos de dez e doze polegadas. Hoje é dia dos pequenos. E aqui temos este lp do pianista e compositor José Luciano. Vindo do Ceará, de uma tradicional família de Fortaleza, iniciou os estudos de piano ainda na infância, Na adolescência  veio morar no Rio de Janeiro, onde se encontrou totalmente com a música. Tocou no rádio e na televisão e também em boates. Acompanhou os mais diversos artistas e seu piano está presente em muitos discos famosos. Já tivemos a oportunidade de postar aqui um outro disco dele, de 1957, pelo selo Copacabana. Neste lp “Sambas”, lançado em 55 pelo selo Mocambo, nosso artista nos apresenta um repertório de oito seletos sambas, clássicos, que sempre é bom reviver. Confiram no GTM…
 
nem eu 
de cigarro em cigarro
palpite infeliz
copacabana
carinhoso
feitiço da vila
risque
aquarela do brasil
 

Ronaldo Lupo – Varietée… Variedades (1956)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Ah! Nada como uma manhã fria e ensolarada, um céu azul e uma bike esperando seu dono para sair por aí. Mas antes disso, vou  logo deixando aqui o toque musical dessa quinta feira.
Como podemos ver, temos aqui um raríssimo lp de 10 polegadas do “cancioneiro galante do Brasil”, o cantor, compositor, ator, produtor e cineasta, Ronaldo Lupo. Já tivemos a oportunidade de apresentá-lo aqui no Toque Musical, dentro da série Grand Record Brazil, só para discos de 78 rpm. Agora nós o trazemos de volta neste lp lançado pelo selo Mocambo, em 1956. Acredito que este disco seja uma seleção das gravações que fez nesta época para o selo pernambucano, de discos inicialmente lançados em 78 rpm. Como sabemos, a partir dos anos 50, surgem os discos de 33 rpm aqui no Brasil, os primeiros ‘long plays’, se é que podemos dizer assim, de dez polegadas e que traziam geralmente e no máximo quatro faixas de cada lado. Disquinhos charmosos que agora estão voltando a serem procurados por conta do colecionismo. Vamos então conferir mais este…
 
mile rococó
sem ti
dançando com lágrimas nos olhos
vocÊ nasceu pra mim
suave melodia
bambu-lê-lê
j’attendral
fim de semana em paquetá
 
 
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Jair Pimentel – E Sua Bossa Em Chorinhos E Boleros (1966)

Bom tarde a todos, amigos cultos e ocultos! Atendendo aos pedidos de nosso público cativo, temos para hoje um pouco de choros e boleros. E nesse quesito, nada melhor que este disco do multi-instrumentista pernambucano Jair Pimentel, um mestre no clarinete, sax e outros instrumentos de sopro. Aqui temos dele este que foi o segundo lp gravado por ele para a fábrica de discos Rosenblit. Antes, porém, se não me engano, ele havia gravado em 1960, também pela Rosenblit/Mocambo um outro disco, inclusive com o mesmo nome e a mesma capa deste, porém era um disco de 10 polegadas e o repertório é outro. Neste, temos uma seleção onde metade da músicas são de sua autoria, entre choros e boleros. Os arranjos e orquestração são do maestro Nelson Ferreira. Não deixem de conferir…
 
saudades de alagoas
adilia neuza
minha vida é um pagode
sonhando com você
o preço de uma vida
minha vida é você
estrellita
recordar é sofrer
vivo na solidão
agustin lara o inesquecível
 
 
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João Roberto Kelly E Os Garotos Da Bossa (1961)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje temos aqui um disco raro, difícil de encontrar, porém muito badalado, João Roberto Kelly e os Garotos da Bossa. Lançado em 1961 pelo selo Mocambo, este foi o primeiro disco gravado por João Roberto Kelly. Pianista, compositor, autor de grande sambas e marchinhas, músicas até hoje na memória do povo. Iniciou sua carreira musicando um espetáculo de Geysa Boscoli e Leon Eliachar, no final dos anos 50. Suas músicas fizeram sucesso na voz de grandes intérpretes e logo de início já havia emplacado músicas como “Boato”, “Brotinho Bossa Nova”… Músicas essas que estão presentes neste lp. Disco bacana, gostoso de se ouvir. Quem não conhece, a oportunidade é essa… Confiram no GTM
 
samba do teleco-teco
não sou atleta
porque foi que eu voltei
dor de contovelo
samba da cabrocha
passaporte pra titia
chega de lero lero (é teleco-teco que eu quero)
boato
brotinho bossa nova
consolo de otário
figurinha de boite
tempos modernos
 
 
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Claudette Soares (1965)

Boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! Aqui um autêntico compacto, Claudette Soares em dois momentos de seu disco de 1965 pela Rosenblit/Mocambo: “A Resposta”, de Durval Ferreira e Pedro Camargo e “Chuva”, de Marcos e Paulo Sergio Valle. A capa deste compacto é diferente do lp e acho que tem mais charme, mais condizente com o conteúdo.
 
a resposta
chuva
 
 
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Clóvis Pereira – Velhos Sucessos Em Bossa Nova (1963)

Boa noite a todos, amigos cultos e ocultos! Aqui vai mais um disco bacana para se encaixar nessa mostra de fim de ano. Tenho para vocês “Velhos Sucessos em Bossa Nova”, lp do maestro e pianista Clóvis Pereira, disco lançado em 1963 pelo selo Mocambo, da Rosenblit. 
Eu estava buscando mais informações sobre este disco quando me deparei com um texto do jornalista José Teles, achei tão completo que tomo a liberdade de reproduzi-lo aqui:
“…estreia em disco do maestro Clóvis Pereira, com um time formado por craques do instrumental pernambucano, recriando sucessos de décadas anteriores, em roupagem bossa nova. Na época, depois dos intérpretes de BN, quase tudo na cola de João Gilberto, a onda eram os combos de samba jazz. Clóvis Pereira foi além, e formou uma orquestra de bossa nova, com instrumentação inovadora, com um naipe de saxes, dois trompetes, um trombone, celo, contrabaixo, percussão, violões, e ele, o maestro no piano. Talvez o desnecessário neste disco é o “velhos sucessos”, até porque João Gilberto, no LP que modernizou a música popular brasileira, interpreta quatro Ary Barroso, Dorival Caymmi, Marino Pinto e Zé da Zilda, duas das canções, estão neste LP de Clóvis Pereira, Aos Pés da Cruz, e Morena Boca de Ouro. O repertório do LP vai de Sinhô (Gosto que me enrosco), a João de Barro, Noel Rosa, Ary Barroso, e Ataulfo Alves, o menos conhecido Waldemar Gomes e Afonso. Teixeira, do então ainda recente sucesso Nega (gravado por Jorge Veiga em 1958). Se o repertório é impecável, o que dizer dos músicos que Clóvis arregimentou? Sivuca toca um dos três violões, o trombonista é o também compositor Senô (autor de, entre outras, Duda no Frevo), os quatro saxes são de Valderedo (soprano), Ivanildo (alto), Maurício (barítono), e Duda (tenor). Assim como estes, os demais, Miro, Zezinho, Chagas, são tudo cobra criada, de talento calejado em orquestras de baile e de frevo, ou nos estúdios da Rozenblit, então no auge. Os arranjos são todos muito bons. Amélia, por exemplo, começa com um uníssono de saxes. O maestro Duda mostra seu lado Stan Getz, dialogando com o sax de Ivanildo, na abertura do álbum, com Não me diga adeus (Paquito/Soberano), mais para o jazz West Coast (o que mais influenciou os bossa novistas).
Fim de Semana em Paquetá (João de Barros/Alberto Ribeiro) tem um toque de Stan Kenton, com a cozinha de contrabaixo, bateria e ritmistas (como se chamavam então percussionistas) firmes e discretos, enquanto saxes e trompetes se revezam nos improvisos. 54 anos depois ete álbum não perdeu o frescor, é daqueles trabalhos aos quais o tempo não causa danos, pelos contrário os torna ainda melhores.”
 
não me diga adeus
fim de semana em paquetá
madalena
morena boca de ouro
no rancho fundo
helena, helena
gosto que me enrosco
fita amarela
o orvalho vem caindo
aos pés da cruz
nêga
amélia

 

 
 

 

Carmélia Alves – Vamos Dancar Bossa Nova (1964)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Segue o toque musical do dia… Hoje temos a presença da ilustre cantora Carmélia Alves, também mostrando que é boa de bossa, num lp que é pura Bossa Nova. “Vamos dançar bossa nova” foi um disco lançado pelo selo Mocambo, da fábrica pernambucana Rosenblit, em 1964. O disco traz uma série musical de sucessos que permeiam o universo da chamada Bossa Nova. Carmélia é realmente uma grande cantora e desfila com desenvoltura nesse repertório impecável. Não deixem de conferir…
 
o samba brasileiro
quem quiser encontrar o amor
rede de mangueira
eu preciso de você
samba de uma nota só
você e eu
na cadência do samba
valsa de uma cidade
só danço samba
o barquinho
deixa a nega gingar
corcovado
 
 
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The Brazilian Boss (1966)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Vez por outra, além dos tradicionais ‘arquivos de gaveta’ e colaborações de todo tipo, tenho apresentado aqui a herança do Sintonia Musikal, do amigo Chico. Infelizmente o blog dele fechou as portas e acabou deixando muita gente ‘a ver navios’. O Toque Musical, na sua incansável existência tem buscado resgatar o que por lá já foi publicado. Inclusive, porque muitos dos discos que foram postados no SM são muitas vezes os mesmos discos do acervo TM. Assim, considerando a qualidade dos arquivos do SM e também para facilitar a nossa labuta na hora da digitalização, preferimos apenas usar os arquivos que já estão prontos. Eventualmente fazemos algumas correções, trocamos o áudio ou mesmo as imagens. O importante, como já dizia Paulo César Pinheiro, é que a nossa emoção sobreviva. Então, aqui temos este delicioso instrumental, a la Jovem Guarda, The Brazilian Boss, lançado em 1966 pelo selo Mocambo. Por certo, trata-se de um conjunto de ocasião, ou seja um grupo musical criado para dar corpo ao disco e seu repertório. Embora, em 1968 tenha sido lançado um outro disco do The Brazilian Boss, não se sabe ao certo quem eram os seus músicos. Eu imagino que por ser um disco da Mocambo, talvez os artistas sejam do ‘cast’ da gravadora, músicos de estúdio, que geralmente não são citados nas ficha técnicas. Independente disso, temos aqui um disquinho curioso e que muito irá agradar aos amantes da Jovem Guarda. Confiram…

les cornichons

a volta

juanita banana

brincadeira de esconder

oi ti daro dipiu

é papo firme

mexericos da candinha

pobre menina

mamãe passou açúcar em mim

les marionettes

escreva uma carta de amor

a tartaruga

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Gallo E Seu Conjunto – Em 4 Tempos (1959)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje estamos apresentando o pianista Fernando Gallo e seu conjunto, em LP editado pela Mocambo, do Recife, em 1959. Este trabalho segue a linha dançante em voga na época, apresentando uma seleção de sucessos da ocasião, tais como “O apito no samba”, “Mocinho bonito”, “Charmaine”, “Tudo ou nada” e “Camponês alegre”.  Enfim, um repertório que transmite bem a época, feito sob medida para ouvir e dançar. Não encontrei nenhuma informação biográfica sobre Fernando Gallo, mas este “Em quatro tempos” vale muito a pena, e é digno merecedor de nossa postagem de hoje.

samba do teleco-teco
mocinho bonito
apito no samba
mi nuovo ritmo
puente de pedra
camponê alegre
noites cruéis]melodia d’amore
tudo ou nada
charmaine
so in love
on the street where you live


*Texto de Samuel Machado Filho

Eladir Porto E Oquestra Típica De Romeu Fossati – Tangos Sempre Tangos (1959)

Os amantes do tango certamente irão se deliciar com o álbum que o Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos. Lançado pela Mocambo em 1960, o disco reúne seis tangos cantados, em versão, interpretados pela cantora Eladir Porto, e outros seis instrumentais, na execução da Orquestra Típica de Romeu Fossati, que também acompanha Eladir em suas faixas. Nascida em Santos, litoral paulista, em 15 de outubro de 1917 (não há informações quanto a data e local de falecimento), Eladir Maria da Silva Porto iniciou sua carreira após vencer um concurso de beleza, estreando em 1936 na Rádio Cajuti, do Rio. Em disco, estreou na Victor, com duas músicas para o carnaval de 1942: a marchinha “Salomé” e o samba “Comprei uma baiana”. Essa era a base de seu repertório inicialmente, ou seja, sambas e marchinhas, e nessa época (era o Estado Novo de Getúlio Vargas) Eladir era presença constante em eventos no Palácio do Catete. Atuou em várias outras rádios até viajar para a Argentina, onde residiu alguns anos, o que acabaria por fazê-la mudar seu repertório, especializando-se em tangos. Voltou ao Brasil em 1950, e foi contratada pela Rádio Nacional. Neste disco, ela canta seis versões de tangos bastante conhecidos, já lançadas anteriormente em 78 rpm: “Silêncio”, “Cantando”, “Noite de Reis”, “Lencinho querido”, “Tarde chuvosa” e “Quero ver-te uma vez mais”, todas com o acompanhamento da Típica de Romeu Fossati. Esta, por sua vez, executa instrumentalmente “Una lágrima tuya”, “Sentimento gaúcho”, “Dora”, “Gricel”, “Caminito” e “El amañecer”. Em suma, um cardápio sob medida para quem gosta de tango, através do álbum que o TM nos oferece hoje. 

silencio 
una lagrima tuya
cantando
sentimento gaúcho
noite de reis
dora
lencinho querido
gricel
tarde chuvosa
camininto
quero ver-te uma vez mais
el amañecer



*Texto de Samuel Machado Filho