Carlos Lacerda – O Governador Do Teclado interpreta Djalma Ferreira (1961)

Olás, caríssimos amigos cultos e ocultos! Mais uma vez marquei bobeira… creio que foi por conta da pressa, cometi um engano, no mínimo engraçado. Confundi o maestro baiano Carlos Alberto Freitas de Lacerda com o político Carlos Lacerda. E isso se deu, confesso, pela minha total ignorância musical que não procurou checar a história do disco e nem me toquei para a existência do músico baiano. Mas, antes tarde do que nunca, vamos aqui fazendo as correções, graças ao amigo Salvador Lacerda Falcão, que atenciosamente me fez essa observação.
Então, aqui temos o Carlos Lacerda baiano, pianista, compositor, maestro e arranjador. Atuou na fase áurea do rádio na Bahia, pela Rádio Sociedade da Bahia. Foi diretor musical da gravadora JS (Jorge Santos) e também da TV Itapoan. Conforme o texto do excelente blog TempoMusica, este foi o primeiro lp do maestro baiano que, coincidentemente, tendo o mesmo nome do governador da Guanabara, acabaram criando essa associação entre o músico e o político. Uma galhofa, por certo. Mas convenhamos, se o disco não vendeu muito, isso se deve a essa infeliz associação. Por essa, os dois Carlos chegaram até a se encontrar, mas convenhamos, de semelhança, só mesmo no nome e aquele óculos típico dos anos 60. Se fez bem para o político, com certeza, não foi a melhor escolha para o músico. Mas isso em nada afeta a reputação deste grande maestro baiano. Salve a Bahia!
“O Governador do Teclado” interpreta neste seu primeiro disco obras de outro grande músico, o internacional Djalma Ferreira, o qual já apresentamos aqui vários de seus discos. A capa deste lp é de uma reedição, se fosse a original, eu não teria trocado as bolas, pois nela consta um texto de Canio Ganeff falando sobre o músico e também traz seu retrato. Enfim, acho que está corrigido o texto de apresentação. De acordo, Salvador? 🙂
 
recado
lamento
samba do drink
devaneio
murmúrio
casa da loló
confissão
volta
samba do perroquet
fala amor
choro sim
cheiro de saudade
 
 
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De Castro – Toca E Você Dança (1962)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Pensei que seria tranquilo manter as postagens diárias e mais ainda nesse período de carnaval, mas esqueci de dizer que eu também sou folião e daí, quem diz que eu consigo achar tempo nessa loucura para postar alguma coisa…?  Bom… a gente tarda, mas não falha…
Segue aqui um disco bacana, herança deixada pelo Chico e seu saudoso Sintonia Musikal, De Castro e seu conjunto, no álbum lançado em 1962, através do selo Masterplay. Estamos falando aqui do grande instrumentista Heitor Avena de Castro, que neste disco aparece apenas como “De Castro”, em outros com Avena de Castro e também em dupla com o pianista João Peixoto Primo na série ‘Som Ambiente’ como Avena e Primo. Avena era um mestre da cítara e na sua época era talvez um dos únicos músicos a tocar esse instrumento, principalmente na execução de gêneros tão incomuns para um instrumento de origem austríaca. Ainda hoje, poucos são os que se aventuram, aqui no Brasil, a tocar esse instrumento. E neste disco, de 62, Avena dá um show de talento, tocando exclusivamente sambas, numa batida até então diferente e inovadora chamada Bossa Nova. Taí, um disco que agrada gregos e troianos. Confiram essa belezinha no GTM.

é luxo só
palpite infeliz
não vou pra brasília
se acaso você chegasse
tentação
se você soubesse
esse seu olhar
sorriu pra mim
e daí?
saudade fez um samba
brigas nunca mais