Papete – Voz Dos Arvoredos (1992)

Depois de uns três ou quatro discos de Papete, que tal mais um? 🙂 Taí, um artista que gostamos muito e sempre que possível, dá por aqui seu toque musical. Aqui temos dele uma produção independente que acabou sendo incorporada ao selo Discos Marcus Pereira, que nessa altura estava nas mãos da distribuidora ABW, que chegou a relançar em cd vários discos desse lendário selo nacional.
Papete foi um artista maranhense que muito se destacou no cenário da música popular regional. Gravou uns 17 discos, além de coletâneas que saíram ao longo desse tempo. Infelizmente, perdemos ele em 2016, aos 68 anos, vítima de um tumor na próstata.
“Voz dos arvoredos” foi seu oitavo disco, gravado em 1992, nos antigos estúdios da Copacabana, de forma independente. Um trabalho com nove faixas, carregado de um regionalismo fiel.
 
voz dos arvoredos
pequena danada
só de brincadeira
quintal de crioula – tocanco boieiro – carro vai virar
jadna
filhos da precisão
balanço das águas
lua diamante
maraca curumim
 

Gente Nova Nº1 (1974)

Coisa rara de se ver (e também ouvir) são as poucas produções em 7 polegadas do selo Discos Marcus Pereira. Aqui temos um que até pouco tempo eu nem sabia que existia (colaboração do amigo Fares). Creio que esses disquinhos não chegaram a mais que uma dezena de títulos. E se não me engano também, todos são compactos duplos, ou seja, com mais de duas músicas. Neste, “Gente Nova Nº1”, como a própria capa indica, traz os novos compositores participantes da I Feira Estudantil do Som, promovida pela TV Bandeirantes, de São Paulo. Uma espécie de festival para novos talentos que aconteceu em 1974. E também pelo que se pode notar, deve haver um segundo ou mais compacto da série “Gente Nova”, afinal este é o número 1 🙂
 
canto corrigido – hélio braz
samba branco – eduardo veronezi
nada na cabeça – jozil
só tinha besta no nome – josé dominicone e francisco neves
 
 
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Dilermando Pinheiro – Batuque Na Palhinha (1977)

Um disco que pensei já termos postado, só agora verifico que não. Que bom, então, chegou sua hora…
Aqui temos e mais uma vez em nosso Toque Musical, o cantor, compositor e sambista Dilermando Pinheiro, figura das mais importantes na música popular brasileira, lembrado sempre como parceiro de Cyro Monteiro em dupla, primeiro no final dos anos 30 (Dupla Onze, por conta da magreza dos dois artistas) e depois um reencontro nos anos 60, quando voltaram a se apresentar a convite do jornalista Sérgio Cabral e de onde nasceu o lp “Telecoteco Opus 1”, de 1966, disco este que já postamos aqui. Agora, segue o “Batuque na palhinha”, produzido por Marcus Vinicius e seu memorável selo Discos Marcus Pereira, lançado dois anos após a morte prematura do artista, trazendo alguns de seus maiores sucessos.
 
lulu de madame
teu olhar me inspirou
tragédia na lapa
ando cheio de conversa
falsa baiana
espanador da lua
não precisa pagar
madureira não
beija-me
disse me disse
tentativa de suicídio
gebe gebe
 

Quinteto Armorial – Aralume (1976)

Olá, amigos cultos e ocultos! Tem sempre uns discos que eu fico querendo postar e nesse vai e vem acabo deixando passar. Aqui o “Aralume”, outro maravilhoso lp do Quinteto Armorial. Lançado em 1976, pelo selo Marcus Pereira. Um disco, para mim, fundamental em uma discoteca de música brasileira.  Na verdade, todos os quatro discos lançado pelo grupo é genial. 
O Quinteto Armorial foi um grupo de música instrumental formado no Recife, no início dos anos 70. Sua proposta era criar um trabalho o qual fundia elementos da música de câmara erudita com as raízes populares do nordeste e também medievais de origens portuguesas 
Aqui no Toque Musical eu bem que achava que já havia postado todos, mas me enganei. Creio que não o fiz por conta de que, em outro momento, era figurinha fácil, que se encontrava em outros blogs. Hoje nem os blogs se encontram mais. Só mesmo aqui no nosso tradicional espaço de curiosidades fonomusicais. Confiram no GTM…
 
lancinante
improviso
o homem da vaca e o poder da fortuna
abertura
a preguiça
a troca dos bichos
ironia ao rico
aralume
reisado
guerreiro
ponteado
chamada e marcha caminheira
 
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Osvaldinho Da Cuica E Grupo Vai Vai – Vamos Sambar (1974)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Para quem ainda não se ligou na parada, estamos com problemas, com este nosso site. Parece que fomos invadidos por algum tipo de hacker. E se foi, não sei bem o motivo, talvez apenas o velho ‘espírito de porco’. Vai saber…? Mas, enfim, caso este site saia do ar, procure pela versão blogspot, que na verdade é também a nossa galeria de postagens 🙂
Bom, dando sequencia a nossa missão, enquanto for possível, temos para hoje mais um disco do importante selo Discos Marcus Pereira. Aqui um lp lançado em 1974 apresentando ao grande público o genial ritmista Osvaldinho da Cuíca, acompanhado pelo grupo Vai Vai. Este foi o primeiro disco gravado por ele. Um lp de samba que realmente dá gosto. E Osvaldinho mostra que é mesmo um mestre chegando a tirar notas, a tocar com a cuíca, algo realmente espetacular. E ainda dizem que em São Paulo não tem samba. O samba está onde tem um sambista… Disco bacanérrimo! Não deixem de conferir…
 
vai vai 
moro na roça
tudo se transformou
tá assim de mulher e tá chegando mais
cozinha
que beleza
exaltação ao salgueiro
vendaval
risoleta
festa dos deuses afro-brasileiros
partido alto na cozinha
 

Cantata Pra Alagamar (1978)

Boa noite a todos, amigos cultos e ocultos! Inicialmente, quero agradecer ao pessoal da loja de discos Acervos, em Belo Horizonte, que gentilmente e vez por outra me emprestam discos, como este que hoje apresento a vocês. O mesmo vale para a Discoteca Pública e também o meu bom amigo Fáres. É graças a essa turminha que temos aqui no Toque Musical um leque tão variado de discos. Não esquecendo também outros tantos amigos que nos enviam seus arquivos digitalizados. O que não nos falta é disco, falta somente o tempo para nos dedicar mais.
Então, aqui temos um disco do selo Marcus Pereira. Entre os tantos que foram publicados, este talvez seja um dos mais raro e isso se deve ao fato de seu conteúdo, que é mais documental do que propriamente um disco musical e creio que a temática a qual o lp se trata traz também um fator político que para muitos não é interessante. Daí, vemos que se trata de um disco o qual foi produzido em pequena escala e portanto de edição ainda mais limitada que outros disco do selo Marcus Pereira.
Nos anos 70, centenas de camponeses se concentraram em frete ao palácio do Governo da Paraíba, para protestar, durante a visita do então presidente da República, o general Ernesto Geisel a João Pessoa. Eram representantes de centenas de famílias de lavradores que estavam sendo ameaçadas de despejo das terras onde trabalhavam há mais de 30 anos, na região conhecida como Grande Alagamar, no interior do Estado. Naquela época o governo federal estava implantando as usinas de cana de açúcar para a produção de álcool combustível. A área das fazendas onde moravam e trabalhavam esses agricultores como arrendatários foram passadas/vendidas a investidores que buscavam transforma as áreas em plantações de cana de açúcar. Isso gerou muito conflito com violência, tendo inclusive a intervenção da Igreja em favor dos camponeses…
Este lp nos conta essa história em forma de uma cantata com música e regência de José Alberto Kaplan e texto de Waldemar José Solha. Taí um disco cuja mensagem cabe bem nos dias de hoje, onde esse (des)governo, por trás de muita cortina de fumaça, vem passando a sua boiada, destruindo reservas em favor dos grandes pecuaristas.
 
cantata pra alagamar
 
 
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Frevo Ao Vivo (1975)

Olá, amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós… Aqui vai mais um disco o qual teríamos a resenha do companheiro Samuca. Infelizmente ainda não podemos contar com ele, mas estamos daqui com o pensamento positivo, fé em Deus que logo nosso amigo vai sair dessa… :
Seguimos então trazendo um disco do selo Marcus Pereira, sinônimo de excelência no ‘mapeamento’ da cultura musical popular brasileira. É sempre bom divulgar discos dessa produtora/gravadora. E aqui temos um disco de frevo, vibrante, gravado ao vivo… Uma produção do Quinteto Violado, com participação da Orquestra de Frevos do Recife e dos artistas e grupos, Zélia Barbosa, Ray Miranda, Gildo Moreno, Coro de Batutas de São José, Limosine 99 e Cordas Vocais. O evento de resgate do maracatú, do frevo, aconteceu em 1974, no Teatro Santa Isabel, na cidade do Recife. Este disco é um registro deste espetáculo histórico, tão importante para a nossa cultura popular. Quem ainda não conhece, pode conferir no GTM…
 
abertura – orquestra de frevos do recife
último dia – orquestra de frevos do recife
frevança – cordas vocais
história de um diabo… – ray miranda
freio a óleo – orquestra de frevos do recife
reminiscência II – coro dos batutas de são josé
pitombeiras – ray miranda
pinga fogo – zélia barbosa
solavanco – limosine 99
casá, casá – gildo moreno
come dorme – gildo moreno
cobrinha no gramado – gildo moreno
duda no frevo – orquestra de frevos do recife
rei de angola – ray miranda
frevo ao vivo – cordas vocais
relembrando o norte – orquestra de frevos do recife
 
 
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Teatro União E Olho Vivo – Bumba Meu Queixada (1978)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Temos atrasado nossas postagens por conta de alguns problemas técnicos e uma suposta invasão de ‘hacker’ aqui em nossa filial o que acabou nos gerando muita dor de cabeça… Mas, enfim, estamos seguindo…
Hoje temos aqui um disco do selo Marcus Pereira lançado em 1978. Trata-se do Teatro União e Olho Vivo, grupo de teatro de rua formado na década de 70, em São Paulo e ao que nos consta ainda em atividade, sendo hoje em dia uma das mais tradicionais e antigas companhia não profissional de teatro popular no Brasil. O grupo, desde a sua formação, tem por objetivo apresentar-se em comunidades carentes da periferia de São Paulo, levando a este público um conteúdo de valorização da expressão popular através da música, do circo, do folclore, cordel, teatro de revista, o futebol, samba e tantos outros temas explorados por eles ao longo deste tempo. Este disco registra um pouco disso. É uma amostragem sonora musical incluindo obras do espetáculo “Bumba Meu Queixada”. Participam do disco também o violonista Adauto Santos e o Marcus Vinicius, também compositor e diretor artístico desta gravadora. É, sem dúvida, um disco dos mais interessantes e que vale a pena conhecer. Em seu conteúdo há mais informações sobre este trabalho. Confiram no GTM…
 
viva meu boi
pot pourri do bumba
frevo do caboclo do arco
testamento do boi
bumba meu queixada
hino do teatro união e olho vivo
parque arco-íris
oi mané
império de belmote
çai çai açaiê
em busca de uma nova flor (gaivota)
 
 
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Clovis Pereira, Orquestra E Coral Da UFPB – Grande Missa Nordestina (1979)

Boa noite a todos amigos cultos e ocultos! Como todos devem saber, o blog Toque Musical tem duas versões, uma no Blogspot e outra no WordPress. Temos também uma terceira janela, também pelo Blogspot direcionado apenas para as nossas produções exclusivas, que são as diferentes coletâneas que aqui criamos. Pois bem, mesmo com a ajuda de alguns colaboradores e parceiros, ainda assim estou com dificuldades para manter em dia nosso toques musicais. Não é só a habitual falta de tempo, mas também alguns problemas técnicos e invasão ao site, que acabam comendo nossos dias. Daí a razão de nossos atrasos naquilo que deveria ser diário. Porém, como sempre digo, tardamos mas não faltamos 😉
Muito bem, aqui vai o disco do dia, um exemplar para quem gostar de música sacra. Temos aqui a Grande Missa Nordestina, obra composta pelo pernambucano Clóvis Pereira, um dos mais importantes compositores nordestinos. Músico talentoso, pianista, arranjador e regente. É compositor de frevos, maracatus e caboclinhos e também de obras eruditas para coro e orquestra e de peças como esta que hoje apresentamos, um disco do memorável selo Marcus Pereira, gravado em 1978. Aqui temos Clóvis Pereira regendo a Orquestra e coral da Universidade Federal da Paraíba. 
Os detalhes sobre este disco estão todos na contracapa, dessa forma o que mais tenho a acrescentar é apenas, podem conferir no GTM…
 
kyrie
glória
credo
sanctus
agnus dei
 
 
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Abel Ferreira – Sax E Clarineta (1976)

Boa noite, companheiros, amigos cultos e ocultos! Em outras épocas e nessa altura do mês de julho nós aqui do Toque Musical já estaríamos em festa comemorando nosso aniversário. Mas, confesso, a cada ano tudo isso vai deixando de fazer sentido. Tá tudo tão ruim nesse mundo e neste Brasil que eu ando bem desanimado. Além do mais muita coisa mudou ao longo de todo esse tempo. Até mesmo a interação direta através de comentários nós temos mais. Porém, seguimos em frente…
Hoje eu trago um disco que há muito eu queria ter postado aqui. Aliás, os discos do selo Marcus Pereira são bem a cara do Toque Musical. Já trouxemos vários aqui e desta vez temos o “Brasil, Sax e Clarineta”, mais um disco do clarinetista mineiro, Abel Ferreira. Este é um disco que dispensa maiores apresentações, pois além de já ter sido bem divulgado em outras fontes, trás também a ficha completa na contracapa. Um autêntico disco de chorinho com um repertório clássico e recheado de bambas do Choro. Disco, claro, que não poderia faltar por aqui 🙂 Confiram no GTM…

corta jaca
sorriso de cristal
machucando
rapaziada do brás
chorando baixinho
andré de sapato novo
cochichando
sai da frente
haroldo no choro
luar de coromandel
saxofone porque choras
alma brasileira
 

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