Conjunto Âmbar – Ritmos Latino-Americanos (1959) 

Vamos desta vez com um disco que chama a atenção já pela capa. Bonita, né? Aqui temos o que foi a segunda produção do selo Arpège, criando pelo músico, ‘bandleader’ e também empresário, o grande Waldir Calmon. Nos anos 50 ele foi também empresário, homem da noite e dono da famosa boate Arpège, onde se apresentava com seu conjunto e também dava espaço para outros cantores e grupos. Entre esses, havia o Conjunto Ambar formado por músicos vindos do Uruguai. Naquela época os ritmos latinos, boleros, mambos, merengues e outros eram a ‘coqueluche’ do momento e na boate Arpège faziam muito sucesso. Waldir Calmon também tinha um selo e chegou a lançar vários discos por sua etiqueta que também chamava Arpège. Este, como disse, foi o segundo disco lançado pelo selo. Vale a pena conhecer…
 
la empaliza
ave maria lola
apambichao
my little one
pecadora
el montuno favorito
balada triste
la barca
loca ilusion
noche de ronda
duerme
quizas.. quizas… quizas…
 
 
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Daisy Guastini (1959)

Mais uma boa curiosidade fonomusical, um raro compacto do selo Arpège, produção artística do grande Waldir Calmon que também empresariava uma famosa casa noturna do mesmo nome, no Rio de Janeiro. Do selo Arpège eu pensava que, como Djalma Ferreira e seu selo Drink, Calmon só tivesse editado seus próprios trabalhos. Mas aqui, como se pode ver, temos este raro exemplar em sete polegadas, ainda em 45 rpm, trazendo a cantora Daisy Guastini. Para muitos, uma cantora pouco conhecida, ainda mais nos dias de hoje. Ela já apareceu aqui em uma série da nossa coletânea exclusiva Grand Record Brazil, mas até onde sei, ela não gravou muita coisa. Paulista, mudou-se ainda jovem para Belo Horizonte onde iniciou sua carreira artística, inicialmente como garota propaganda. Trabalhou no rádio e na televisão mineira, onde também chegou a comandar programas locais de entrevistas e também como cantora. Cantou na famosa orquestra do maestro Delé, em diversos clubes e casas noturnas. No final dos anos 50 ela já se projetava para além das montanhas de Minas, atuando com destaque em casas noturnas de São Paulo e Rio de Janeiro. E foi numa dessas que ela também cruzou com Waldir Calmon, por certo, também cantou na boate e daí nasceu seu primeiro disco, este compacto duplo, onde aparece logo de entrada o samba/bossa “O que tinha de ser” (no disco como “Porque tinha de ser”), composição até então inédita de Jobim e Vinicius. Também se destaca outra famosa de Tom, “Esquecendo você”. As outras duas faixas são os samba-canção, “Noite triste sem ninguém”, de Fred Chateubriant e Vinicius de Carvalho e “Basta a luz da lua”, do maestro mineiro Delé (José Bráz de Andrade) que também não deixam nada a desejar. Confiram essa raridade no GTM…
 
porque tinha de ser
noite triste sem ninguém
esquecendo você
basta a luz da lua
 
 
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