Ricardo Vilas – Locomotiva (1985)

Seguindo em nossa colcha de retalhos fonográficos e complementando nosso acervo de curiosidades fonomusicais, temos desta vez o lp “Locomotiva”, do cantor, compositor e instrumentista Ricardo Vilas. Já postamos outros discos com ele, cuja trajetória artística vem desde os anos 60. Se destaca como integrante do quarteto vocal Momentoquatro, no qual também faziam parte Zé Rodrix, Maurício Maestro e David Tygel. Nesta época, Ricardo também era estudante de Psicologia e foi preso por conta da sua atuação política contra o regime militar. Se livrou da prisão por fazer parte do grupo que foi liberado em troca do embaixador americano Charles Elbrick que havia sido sequestrado por um grupo da luta armada. Foi então exilado na França, onde viveu por quase dez anos e ainda hoje mantém um vínculo muito forte com aquele país. Formou dupla com a cantora Teca Calazans com quem trabalhou até o início dos anos 80. “Locomotiva” foi seu primeiro disco solo, lançado de forma independente. Um trabalho totalmente autoral, exceto pela faixa “Expresso 2222”, de Gilberto Gil. 
 
cordão de prata
novo romântico
flor de lã
fruto generoso
feiticeira
expresso 2222
nuvem
locomotiva
a formiga
paradorxal
os astronautas
 

Teca Calazans e Ricardo Vilas – Eu Não Sou Dois (1981)

E aqui mais um dia, mais um momento de toque musical aos amigos cultos e ocultos. Hoje o nosso ouvido está ligado numa dupla muito legal, Teca Calazans e Ricardo Vilas. Os dois atuaram juntos por mais de uma década, quando então moravam na França e por lá gravaram seus primeiros discos. Com a Anistia, eles acabaram retornando ao Brasil onde juntos gravaram outros quatro discos. Teca Calazans é uma artista capixaba, criada no Recife e podemos até dizer afrancesada, pois me parece que acabou voltando a morar na Europa. Ela iniciou carreira nos anos 60, cantora, compositora e também atriz. Gravou seu primeiro disco, um compacto, em 67 e até o início dos anos 70 trabalho como atriz no teatro e televisão, seguindo depois para a França onde começou o trabalho com Ricardo Vilas. Este, é outro artista que também iniciou carreira nos anos 60, sendo um dos integrantes do grupo Momento 4, ao lado de Zé Rodrix, Maurício Maestro e David Tygel. Ricardo Vilas era também militante político e talvez seja mais conhecido como um dos presos políticos da ditadura militar que foi trocado pelo embaixador americano Charles Burke, sequestrado pelo pessoal da Dissidência Comunista da Guanabara e Aliança Libertadora Nacional, em 1969. Ricardo seguiu então para a França e junto com Teca construíram uma carreira de sucesso, gravando uns quatro ou cinco discos por lá. Voltaram ao Brasil no início dos anos 80 e gravaram mais dois discos, sendo este “Eu não sou dois” o primeiro. Um trabalho bem bacana, praticamente quase todo autoral e com participações de uma dezena de músicos/artistas de primeira linha (nem vou listar). É um álbum já bem rodado em tantos outros tempos e em tantos outros blogs, mas é aqui que ele se eterniza, hehehe… Confiram no GTM.

gabriel
doce planeta
a cidade de jota e gê
desencontro
na mata
o errado somos eu
limoeiro
raiz
pássaro sem asa
eu não sou dois
tempo instável
a última vez
 
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