S.O.S. – Band It (1974)

Aqui temos um disco interessante lançado na primeira metade dos anos 70 no qual temos a ‘gerência’ por conta do grande Orlando Silveira, músico que começou a atuar profissionalmente ainda na década de 40, na Radio Tupi de São Paulo. Era também compositor, tocava cavaquinho e acordeom. Fez parte de grupos famosos como o Regional de Canhoto. Passou boa parte de sua vida profissional na gravadora Odeon, onde fez muitos arranjos para diferentes discos e artistas deste selo. Esteve na Odeon por vinte anos. Trabalhou com diversos outros artistas ao longo de sua carreia até o início dos anos 90 quando veio a falecer, ainda com 68 anos. Entre os muitos trabalhos que fez, gravou discos como este, “Band It” com um apelo moderno, seguindo as tendências musicais da época. Neste lp participam, de maneira quase anônima, artistas como o grupo The Fevers e Gerson King Combo. E é talvez muito por conta dessa pegada funk, black music que o disco hoje se tornou uma peça estimada entre colecionadores e dj’s, vendido a preço de ouro como se fosse o supra-sumo das maravilhas. Por certo, o disco é bem legal e tem lá suas qualidades. Seu exotismo e interesse para os gringos está nessas versões e arranjos desconcertantes de sucessos internacionais. E cabe ainda um sucesso carnavalesco, “Quem sabe sabe”, de J. Sandoval e Carvalhinho, transformado em um samba funk, ou algo assim.
 
kohoutec
me and you
goddess of love
shangri-la
quasars
concerto pour une voix
pretty flower
big splash
our love dream
the age of love
long long time
quem sabe sabe
 
 
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Vários – Dance Com Os Ases (1959)

Que tal iniciar 2021 dançando? Pois é esta a proposta do álbum que o TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos. O disco chama-se “Dance com os ases”, foi lançado pela Odeon em 1959, e reúne doze músicos, à frente de suas orquestras e conjuntos (Gaya, Luiz Arruda Paes, Oswaldo Borba, Astor Silva, Mário Gennari Filho, Luiz Arruda Paes etc.), executando um repertório variado, de músicas nacionais e internacionais. O cardápio deste disco nos oferece, sem dúvida alguma, o melhor do que havia em música de dança na época: samba, samba-canção, bolero, fox, mambolero (no caso, “Singapura”, composto por Quincas e executado por ele e Os Copacabana) e até mesmo um maxixe, “Ao pé da letra”, concebido e executado pelo acordeonista Mário Gennari Filho. Como se pode observar, é um disco de excelente qualidade técnica e artística, reunindo ases diversos, sendo, por isso, mais um digno merecedor de nosso Toque Musical. E aí, dá-me o prazer desta contradança?
 
l’ederai  –  oswaldo borba e sua orquestra
la goualante du pauvre jean  –  gaya e sua orquestra
sábado em copacabana – astor e sua orquestra
my special angel – hector lagna fietta e sua orquestra
maria – luiz arruda paes e sua orquestra
singapura – quincas e os copacabana
o relógio do vovô – conjunto melвdico norberto baldauf
eclipse – irany e seu conjunto
blue moon – orlando silveira e seu conjunto
o paito no samba – steve bernard e seu conjunto
dora me disse – sexteto rex
ao pé da letra – mаrio gennari filho e seu conjunto
 
 
*Texto de Samuel Machado Filho