Irio De Paula – Saudade Do Brasil (1981)

Hoje e mais uma vez temos aqui um artista que poucos devem conhecer ou lembrar, o violonista e compositor Irio de Paula. Relembrando nossa apresentação em um outro post que há tempos fizemos aqui no Toque Musical, Irio de Paula foi um renomado guitarrista de jazz europeu. Tocou com inúmeros e não menos famosos músicos de várias partes do mundo. Tem em seu currículo discográfico mais de 60 trabalhos, praticamente quase tudo lançado só lá fora. Nos anos 70 esteve na Europa acompanhado a cantora Elza Soares e por lá ficou, estabelecendo residência na Italia por 45 anos. Faleceu no Rio de Janeiro, cidade natal, em 2017, aos 78 anos.
Entre seus muitos discos, apareceu este aqui, arquivo enviado por amigos deste lp do artista, lançado na Itália, em 1981. O álbum se chama “Saudade do Brasil” e claro, traz um repertório com algumas das mais emblemáticas músicas brasileiras, reconhecidas internacionalmente e que refletem bem essa saudade, principalmente para um músico brasileiro como foi Irio de Paula. Confiram no GTM…
 
deve ser amor
ponteio
rosa morena
nordeste
odeon
upa negrinho
tudo se transformou
samba em prelúdio
sambou sambou
eva
a felicidade
 
 
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José Jorge Letria – Folhetango (1974)

Boa hora, meus nobres amigos cultos e ocultos! Seguindo, aqui vai mais um José… E em se tratando de um português, não é um José qualquer. Como tantos outros portugueses artistas, José Jorge Letria é antes de tudo um destacado jornalista, poeta e escritor português que também, durante os anos 70 foi um ativo cantor de intervenção, ou cantor de protesto, como se fala aqui no Brasil. Letria atuou na música, em discos, de 1968 a 81. Tem uma dezena de discos gravados, sendo este um deles, um compacto, de 1974. No encarte há um texto do artista apresentando as músicas e ao mesmo tempo justificando naquele ano não ter gravado um lp. Aqui temos um tango jocoso e um rhythm and blues que não fica muito distante… Confiram no GTM.
 
folhetango
contra corrente
 
 

Carlos Cavalheiro – A Boca do Lobo (1975)

Bom dia, meus amigos cultos e ocultos! Cada vez que mexo em meus arquivos encontro mais discos da música portuguesa. Por hora, vou postando apenas os discos cujos arquivos estão completos, com capa e selo. A media em que eu for completando, eu vou publicando, oque não quer dizer necessariamente que isso vai ser por agora. Fiquem tranquilos, há sempre uma nova oportunidade para uma nova mostra e talvez, na próxima, seja a vez dos lps 🙂 Por hora e agora, vamos nos disquinhos…
Aqui temos Carlos Cavalheiro, músico que foi vocalista do grupo de rock progressivo Xarhanga. Creio que já apresentamos ele aqui no Toque Musical em outra mostra mais antiga, juntamente com outro português, Júlio Pereira, no lp “Bota Fora”. Aqui temos ele neste compacto de 1975, trazendo como destaque a música “A boca do lobo”, de Sérgio Godinho, a qual ficou em segundo lugar no Festival da Canção de 1975. Confiram no GTM…
 
a boca do lobo
liberdade económica
 
 
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Branco De Oliveira – Grafonola (1974)

Boa hora, amigos cultos e ocultos! Foi começar a postar esses disquinhos ‘singles’ para me aparecerem mais. Acho que tenho munição para até o fim do mês. Será que vale a pena encarar? Estou pensando em continuar, tem muita coisa interessante para se conhecer na música portuguesa e vamos perceber que também temos muito em comum além da língua.
E eis que temos para hoje este compacto do cantor Branco de Oliveira, lançado em 1974. Um disquinho curioso, como cabe a esses portugueses. Acho que neste caso eu não saberia nem definir as músicas deste compacto. Nosso artista também não está tão disponível na rede e as informações são escassas. Ao que consta foi um artista que se destacou na música portuguesa nos anos 60 e 70. Começou tocando rock, foi ‘crooner’ em orquestras e conjuntos profissionais. Foi dono de restaurante e se destacou também na televisão. Gravou vários discos e em sua própria editora e selo musical, a Metro-Som que existe até hoje, sendo a mais antiga de Portugal. Confiram nosso artista no GTM…
 
grafonola
cantar ao cantor
 
 

Green Windows (1974)

Boa tarde, caros amigos cultos e ocultos! Vamos aqui, na sequência, trazendo mais um compacto, desta vez com o Green Windows, um grupo, que conforme o próprio texto de contracapa informa era um projeto do Quarteto 1111 acompanhado por quatro vozes femininas, que por acaso eram as namoradas e esposas dos rapazes da banda. GreenWindows foi então um grupo vocal português cantando em inglês, em busca de um vôo internacional. Aqui temos uma gravação de 1973, antes de irem para Londres, onde gravariam as mesmas músicas em inglês. Este disquinho foi lançado no Brasil em 1974, quando então o grupo já fazia um relativo sucesso para além de Portugal.
Encontrei em um blog (Portugal Através do Mundo) uma postagem sobre o Green Windows que irá complementar bem o que já temos por aqui, inclusive no texto de contracapa, que por certo não corresponde ao disquinho que temos. Lembrando que “Twenty years” e “The story of a man”, são os títulos em inglês para “Vinte anos” e “Uma nova manira de encarar o mundo”, músicas de José Cid e Tozé Brito. Confiram no GTM… 
 
vinte anos
uma nova maneira de encarar o mundo
 
 
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Fernando Tordo – Cavalo A Solta (1971)

Boa hora, amigos cultos e ocultos, seja antes ou seja agora! (só pra rimar, hehehe…) E vamos nós nos disquinhos compactos portugueses. Desta vez apresentando Fernando Tordo, outro dos mais destacados e polêmicos artistas portugueses, dono de um extensa discografia. Morou no Brasil por uns quatro anos e também gravou disco por aqui. “Cavalo à solta” foi uma das suas primeiras composições com o poeta José Carlos Ary dos Santos e concorreu ao VIII Grande Prêmio TV da Canção Portuguesa e aqui está juntamente com outra composição dos dois, “Aconteceu na primavera”. Confiram no GTM…
 
cavalo à solta
aconteceu na primavera
 
 
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Duarte Mendes – Adolescente (1971)

Um bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Seguindo em nosso mostra portuguesa (com certeza), temos desta vez a presença de Duarte Mendes, mais um artista de destaque na música portuguesa dos anos 70. Ao que consta, José Henrique Duarte Mendes foi um dos chamados “capitães de abril’, por conta da sua participação na Revolução de 25 de abril, de 1974, também conhecida como “Revolução dos Cravos”. Duarte Mendes era um militar, parte do grupo dos capitães que se revoltaram contra a ditadura portuguesa. Na música, gravou vários discos, principalmente compactos e participou também dos festivais, muito comuns naquela época. Este é um dos seus discos mais conhecidos e traz duas canções, sendo “Adolescente” uma da músicas que concorreu ao VIII Grande Premio da TV Portuguesa, em 1971. Eis aqui um disquinho com um leve frescor de bossa nova, principalmente nesta canção. Confiram o ‘single’ no GTM…
 
adolescente
dar e cantar
 
 
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Hugo Maia De Loureiro – Canção De Madrugar (1969)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Hoje temos em nosso encontro este compacto simples do cantor português, Hugo Maia de Loureiro, um artista que segundo consta, teve uma carreira curta, pelo menos em disco. Se tornou conhecido em programa da RTP, o Zip Zip, onde se apresentavam diversos artistas da época e o qual se tornaria um selo, editando assim, principalmente em discos compactos, os seus artistas. Como vocês já devem ter percebido, outros dos disquinhos que postamos aqui são deste selo. Aqui, no presente compacto, temos Hugo Maia de Loureiro interpretando duas canções de José Carlos Ary dos Santos e Nuno Nazareth Fernandes, “Canção de madrugar” e “Canção de amanhecer”, sendo a primeira, defendida pelo cantor em um festival. Se tornaria uma música bem popular em Portugal. Confiram no GTM…
 
canção de madrugar
canção de amanhecer
 
 
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Manuel Freire – Pedra Filosofal (1970)

Bom dia e em boa hora, amigos cultos e ocultos! Em tempos de ameaças ao estado democrático, na eminência de uma tentativa de ditadura por parte de uma direita burra que deu palanque a um imbecil, qualquer manifestação contrária a tudo isso é uma bandeira de resistência. E aqui, como já sabem, a esperança corre pela esquerda. Embora toda vez que faço alguma menção a política sofro alguma retaliação por parte de gente que está aqui só para vigiar, vou continuar levantando bandeiras de nossos ideais libertários. Ditadura, o caralho! Se pregam a máxima de “liberdade de expressão”, então que seja válida tanto para Chico quanto para Francisco, ok?
Então, temos aqui um precioso disquinho do compositor português Manuel Freire que eternizou musicando o poema “Pedra filosofal” do poeta António Gedeão, originalmente publicado em 1956, se tornando em uma espécie de hino de resistência contra a ditadura portuguesa. E, por certo, reflete também para outros países que enfrentaram e enfrentam regimes militares totalitários. Pelas informações colhidas na internet, Manuel Freire tem uma longa trajetória musical, gravando vários discos, sendo “Pedra Filosofal” uma constante de destaque em sua obra. Confiram no GTM…
 
pedra filosofal
menina dos olhos tristes
 
 
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Tonicha – Menina Do Alto Da Serra (1971)

Boa hora, caríssimos amigos cultos e ocultos! Aqui mais um disquinho, um compacto de cantores portugueses. Desta vez um disco de 1971 trazendo a cantora Tonicha, uma artista bem popular em Portugal. Tem em sua carreira uma dezena de discos gravados e ao que consta, ainda continua atuante.
Este compacto traz duas canções de Nuno Nazareth e Ary dos Santos, sendo que “Menina do alta da serra” foi a música classificada e defendida por Tonicha, no festival Eurovisão e no qual alcançou o nono lugar. Confiram no GTM….
 
menina do alto da serra
mulher
 
 
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Simone De Oliveira – Chorar E Cantar (1967)

Bom dia, meus caros amigos cultos e ocultos! Conforme eu havia dito, estarei nas próximas postagens trazendo alguns discos da música popular portuguesa. São em sua maioria discos compactos, singles, muito comuns naquela época e diferente dos nacionais que por aqui nem sempre caprichavam nas capinhas. As capas de compactos europeus são sempre bacaninhas, laminadas, bem acabadas e geralmente atraentes. E acho que foi muito por conta disso que resolvi trazê-los para um toque musical. Procurei também separar bem as coisas… Nada contra, mas aqui não vai ter fado. Afinal nem só de fado vive a música popular portuguesa e vamos ver isso.
Para começar, temos aqui um raro exemplar, até mesmo em Portugal deste interessante compacto trazendo a cantora Simone de Oliveira. Simone esteve no Brasil, em 1966, no primeiro Festival Internacional da Canção defendendo a canção de seu país. E foi nesta oportunidade que conheceu vários artistas brasileiros e no caso aqui, a compositora Vera Brasil. Coincidentemente, há poucos dias atrás eu postei aqui um disco sobre a obra de Sivan Castelo Neto, que era o pai de Vera Brasil. E neste disquinho, um compacto duplo, a cantora Simone de Oliveira interpreta quatro composições de Vera, sendo duas delas com seu pai Sivan e uma com Adilson Godoy. Como se pode ver, na contracapa há um texto de apresentação, de Vera Brasil no qual ela comenta esse encontro da cantora portuguesa com a música brasileira. O disco foi gravado em Portugal quase um ano depois deste festival. Bem interessante. Vale a pena conhecer e conferir 🙂
 
renascendo
canto de partir
chorar e cantar
tema para sonata
 
 
 
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Yma Sumac – Voice Of The Xtabay (1951)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! E segue o barco… Aqui vamos com um disquinho estrangeiro e por certo, dos mais interessantes. Temos desta vez o primeiro disco de Yma Sumac, a lendária cantora peruana que nos anos 50 foi sucesso internacional por conta de seu surpreendente alcance vocal, que ia de baixo-barítono a soprano ultra ligeiro, ou seja, ia do grava ao agudo como poucos cantores de opera. Aliás, segundo contam, ela os superava. Cantou também diversas árias de óperas quando esteve na Itália. Aqui no Brasil ela já era conhecida desde a década de 40. No texto de contracapa deste lp de 10 polegadas há uma citação extraída do jornal O Globo, em 1944:“Yma Sumac sensibilidade artística domina todo o Brasil com sua voz mágica e divina os problemas do nosso mundo moderno são esquecidos através do magnetismo deste dom fabuloso, que nos vem descendente direto de Atahualpa, o último rei Inca”. Este disco fez mesmo um grande sucesso. Foi produzido por Les Baxter, assim como as composições, em parceria com Moisés Vivanco, compositor peruano e marido de Sumac, O álbum entrou em várias paradas da Billboard logo que foi lançado. Algumas das canções também vieram a ser usadas em um filme, “Segredo dos Incas”.”Voice Of The Xtabay” mereceu vários relançamentos e podemos dizer que surpreende até hoje. Confiram no GTM…
 
virgin of the sun god
high andes
chant of the chosen maidens
earthquake
dance of the moon festival
dance of the winds
monkeys
lure of the unknown love
 
 
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Josephine Baker – Encores Américaines (1951)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! E aqui continuamos nossa dobradinha 10-12 polegadas, não esquecendo da inclusão de alguns títulos/artistas internacionais que de alguma forma se relacionam com o Brasil. Então, aqui vai um disquinho de dez polegadas dos mais interessantes, um lp lançado pelo selo Columbia, em 1951. Trata-se, claro, de um disco importado, edição americana e nossa artista é a fabulosa Josephine Baker, dançarina e cantora, nascida nos Estados Unidos, mas que foi morar na França, país onde que ela adotou de coração, se tornando uma cidadã francesa. Foi lá que ela conquistou a glória e fez seu nome. Era conhecida como “Vênus Negra”, uma verdadeira sensação de Paris. Sua história é um filme e creio que até já o fizeram. Não vou entrar em detalhes pois a coisa fica longa. Quem se interessar em saber mais sobre ela encontra com facilidade um rico material de pesquisa pela internet e vale a pena…
“Encores Américaines” é uma seleção musical de temas exclusivamente americanos, gravados por ela, creio, no pós-guerra e no qual aparecem também a música latina e aqui, em especial, uma versão da “Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, conhecida internacionalmente apenas como “Brazil”. 
Vamos conferir este disco no GTM? 😉
 
nuits de miami
afraid to dream
partir sur un bateu tout blanc
brazil
 besame mucho
the loveliness of you
j’ai un message pour toi
i’m fellin’ like a million
 
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Astor Piazzolla Y Su Orquesta – Pulsacion (1972)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Continuo seguindo o que disse há algumas postagens atrás, vez por outra estarei postando também algum artista/disco internacional que eu ache pertinente, seja pela relação com a música brasileira, ou comigo mesmo, ou seja, com meu gosto pessoal, hehehe…
E falando em gosto pessoal, eis aqui um disco dos que eu gosto muito e que por certo muita gente também gosta, o argentino Astor Piazzolla e sua orquestra, em um lp marcante, “Pulsacion”, que mereceu uma edição brasileira através do selo Som Livre, lançado em 1972. Por certo, foi um disco que ajudou muito a divulgação do genial ‘bandonionista’ aqui no Brasil, pois o selo Som Livre, nesta época, fazia chamada de lançamento pela televisão, no caso a Rede Globo, que era a dona do selo. E sem dúvida, ter a vitrine da Globo naquela época era sucesso garantido. Entre os muitos lançamentos da Som Livre, este foi um dos internacionais que me fez descobrir a música deste argentino. “Pulsacion” é um trabalho genial, marcado pela modernidade criativa deste grande artista. “Pulsación” é também a trilha musical para um filme de mesmo nome do diretor  Carlos Páez Vilaró. Vamos conferir? 🙂
 
pulsación nº1
pulsación nº2
pulsación nº3
pulsación nº4
fuga y misterio
contramilonga a la funerala
allegreto tangabile
tocata rea
tangata del alba
 
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Miguelito Valdés E Os Afro Cubanos De Machito – Música Dos Trópicos (1949)

Olá, amiguinhos cultos e ocultos, cá estou eu com mais um disco de artistas estrangeiros e em especial, um lp da chamada ‘latin music’, ou ainda e mais próximo de nós, música cubana. Eu sei que há alguns aqui que até arrepiam quando se menciona Cuba. Para esses, tudo relacionado a Cuba é coisa de comunista, de esquerdista e aqui, porque não, de ‘petista’. Não sei se levo para o lado da piada ou da ignorância mesmo… 
Mas, voltemos a música, que é disco que a gente gosta! E como não gostar de Miguelito Valdés e os Afro Cubanos de Machito? Se não conhece, a hora é agora. A música cubana sempre influenciou a nossa música brasileira e portanto muito tem em comum. E este disquinho de dez polegadas de Miguelito Valdés e Os Afro-Cubanos de Machito é um bom exemplo. Lançado originalmente em 1949, creio que aqui no Brasil ele chegou no início dos anos 50, quando também por aqui chegavam e também passavam a serem fabricados os primeiros discos de microssulcos, esses maravilhosos álbuns de 33 rpm, em dez polegadas. Aqui temos o cantor e compositor cubano Miguelito Valdés um dos grandes nomes da cena cubana dos anos 40 e 50, ao lado do grupo de Machito (Francisco Raúl Grillo), os Afro-Cubanos, no qual também se destaca outro grande músico cubano, o trompetista Mario Bauzá. Na contracapa há um texto de apresentação sobre a música cubana e esses seus artistas. No arquivo inclui também a capa original. O repertório é, sem dúvida, dos mais agradáveis. Confiram na íntegra lá no GTM…
 
enlloró
yo saludá
tabú
la rumba soy yo
guadalajara
letargo
ecó
botellero (el comprador de botellas)
 
 

Stanley Black – Noites Tropicais (1959)

Olá, amigos cultos e ocultos! Começando mais uma semana neste mês de agosto e vamos nós com os discos internacionais. Desta vez temos aqui um ‘long play’ com o maestro e pianista inglês Stanley Black, um dos mais populares ‘band leader’ dos anos 40 e 50. E essa sua popularidade se deve muito ao seu contato e aproximação com a música latina, a qual lhe serviu de base para muitos de seus discos. Aqui temos um lp, originalmente lançado lá fora, em 1959 e cujo o título era, na verdade, “Cuban Moonlight”. A capa é praticamente a mesma, só mudou o título. E isso, por certo, se deve ao fato de que neste repertório, embora sejam ritmos latinos americanos, nem tudo que está nele é cubano. E nessa é que me apoio e legitimo essa postagem, pois temos aqui, por exemplo, “Os quindins de Yayá”, composição famosa de nosso Ary Barroso. Creio que só por essa já vale, mas no geral, o disco é muito bom e também muito bem gravado, sendo aqui no Brasil um dos primeiros álbuns em som estereofônico. Acredito que essa versão brasileira tenha sido lançada por aqui em 1960 ou 61. De qualquer forma, mantenho a data da edição original, que nos serve de referência. Confiram no GTM…
 
vereda tropical
majorca
siboney
ay ay ay
el truco de pernambuco
olhos verdes
rumba matumba
stars in your eyes
os quindins de yaya
the moon was yellow
nostalgia
hold me close tonight
perfidia
frenesi
 
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La Joven Guardia Canta Roque Narvaja (1982)

Buenas noches, amigos cultos e ocultos! Como se vê, janeiro é mesmo sortido e hoje, mais uma vez, continuamos em nossa saga, trazendo música para se ouvir com outros olhos. Esta postagem vai, em especial, para o meu amigo culto Fáres, um fã incondicional da Jovem Guarda, Beatles e tudo que de bom rolou naqueles anos 60. Nosso encontro é com uma dos mais populares grupos de nossos hermanos argentinos, La Joven Guardia, um dos pioneiros grupos de rock surgidos por lá. Fizeram muito sucesso com músicas como  “El extraño del pelo largo” e “La extraña de las botas rosas”, além de outras tantas, músicas essas que estão reunidas nesta coletânea, lançada na Argentina, nos anos 80. A propósito, Roque Narvaja era a guitarra e a voz da banda e aqui neste lp se contempla exatamente o primeiro período de sua formação. La Joven Guardia esteve atuante de 1967 a 78 com diferentes formações. Pelo que sei, houve um reencontro em 2015, com direito a show na Flórida (EUA), onde um dos membros da formação original, o tecladista Félix Pando se radicou. Outra curiosidade vem do nome deste grupo. Eu sempre achei que fosse um nome influenciado pelo movimento da nossa Jovem Guarda, mas não tem nada a ver. O nome vem de um romance do escritor soviético Aleksandr Fadeyev. O La Joven Guardia, ao contrário de seus vizinhos brasileiros da Jovem Guarda era um grupo engajado com as questões políticas e chegaram a ter problemas por conta disso, mas provaram ser menos alienados que a turma de cá, que também fazia rock. Aliás, é bom que se diga, os argentinos tiveram mais liberdade para se expressar no rock do que os brasileiros. Basta ver a quantidade de bandas que dão de dez a zero nas daqui (exceto os Mutantes, que no caso é ‘hors-concurs’, hehehe…) Enfim, é isso aí… Vamos conferir esta coletânea no GTM 😉
 
el extraño del pelo largo
el comprador de amaneceres
motores de pastel
otoño
vuelvo a casa
pensar que no pensaba enamorame
la reina de la canción
la extraña de las botas rosas
despues de la tormenta
soy igual que los demas
profecia
la muerte del extraño
 
 
 
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Yukiaki Taguchi – Enka Em São Paulo (1977)

Boa noite a todos os amigos cultos e ocultos! Mais uma vez, vão aqui os nossos votos de um feliz ano novo, que superemos toda essa crise e que nos venha a vacina! Como dizia a música do Belchior: “ano passado eu morri, mas este ano eu não morro…” Viva a vida!
Para começar o ano temos aqui um disco diferente, um lp, como se pode ver, de um artista estrangeiro. Na verdade um artista japonês, olha só que interessante… Como todos devem saber, eventualmente publicamos também artistas/discos estrangeiros, numa forma de ampliar nossas sensações e nossa curiosidade fonomusical. Melhor ainda quando de alguma forma há uma relação com o Brasil, ou a brasilidade. Temos aqui um disco de produção independente, apresentando o cantor japonês Yukiaki Taguchi. Este lp, ao que parece, foi gravado em São Paulo, uma produção não comercial e certamente uma edição limitada, voltada para a comunidade nipônica no Brasil. Pelo texto em português, do próprio artista, este é um disco onde ele nos apresenta o “Enka” que é o estilo tradicional da música popular japonesa, algo que lembra bem a música pós Jovem Guarda, aquele jeitão romântico, um tanto brega, diga-se de passagem. Yukiaki Taguchi, conforme texto veio para o Brasil em 1968. Embora o texto de contracapa seja em japonês, entende-se que ele já tinha no Japão uma carreira artística.
Como temos um grupo grande de amigos ocultos japoneses sempre por aqui, creio que este lp pode ser, também para eles, interessante, não é mesmo? Começamos então 2021! 
 
kuchinashi no hana
shinobi goi
kamomemach minatomachi
toshiue no hito
kita kôro
sakariba blues
onna no yume
minatomachi namidamachi wakareemachi
onna ho iji
kiri no defune
sassoriza no onna
kushiro no yoru
 
 
 
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Duo Ouro Negro – O Melhor Do Duo Ouro Negro (1974)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Eu estava planejando desde a semana passada uma mostra com discos de artistas internacionais cujos os discos tem alguma relação com o Brasil. Mas foram tantos os acontecimentos que a coisa embolou. Mesmo assim vamos, despretensiosamente, publicando eles aqui, sem compromisso, ok?
Hoje trago para vocês o Duo Negro, um grupo surgido nos anos 50, em Angola, formado por Raúl Indipwo e Milo MacMahon. A carreira começou a decolar depois que foram para Portugal, atuado em casas noturnas. Gravaram seus dois primeiros discos em 1959, contando com a colaboração do brasileiro Sivuca e seu conjunto, que na época estavam em Portugal. Desde então passaram a gravar com mais regularidade, lançando vários discos. Sua música, inicialmente, centrava-se no folclore angolano, de várias etnias e línguas. Porém, ao longo dos anos 60 passaram também a gravar versões de sucessos internacionais como Beatles, Charles Aznavour e também músicas de artistas brasileiros, como é o caso de Luiz Vieira, Adoniran Barbosa e Bob Nelson, que aqui aparecem nesta coletânea, onde podemos encontrar alguns de seus maiores sucessos. E sucesso foi o que não faltou para eles, se tornaram artistas renomados, se apresentaram por vários países europeus e também na América. Nosso Sivuca até voltaria a gravar com eles no final dos anos 60. Durante os anos 70 também tiveram boa atuação. O grupo chegou ao fim nos meados dos anos 80, com a morte de Milo MacMahon. O Duo Ouro Negro foi um dos mais expressivos grupos de Angola e Portugal, sendo ainda hoje muita coisa reeditada. Neste lp temos, por certo, uma síntese perfeita dos melhores momentos da dupla e aqui estão incluídas três músicas brasileiras, como disse anteriormente, Adoniran Barbosa com seu “Trem das Onze”; Luiz Vieira e seu “Menino de Braçanã” e o cowboy Bob Nelson com “Valsa do Vaqueiro”. Então, quem ainda não conhece, vale a pena conferir…
 
maria rita
au revouir sylvie
kurickutela
vou indo por aí
menino de braçanã
trem das onze
nostalgia
iliza gomara saiá
valsa do vaqueiro
muxima
minha mulata
garota
cavaleiro solitário
serenata do adeus
 
 
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Carlos Do Carmo (1972)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Fugindo um pouco do habitual, tenho para hoje um disco estrangeiro. Como todos devem saber, vez por outra eu gosto de postar aqui discos e artistas internacionais. Antes eu o fazia atento ao fato de ter o disco alguma ligação com o Brasil. Hoje em dia não me preocupo mais com isso, cheguei até a criar na ‘semana temática’ um espaço para discos internacionais. Assim, eventualmente, teremos sempre alguma surpresa. E para o momento, trago a vocês um cantor português, o fadista Carlos do Carmo, um artista da ‘terrinha’ que iniciou sua carreira no início dos anos 60. Seu pai era proprietário de uma das mais importantes casa de fado de Lisboa, O Faia. Ao tomar a gerência da casa, após a morte do pai, Carlos passa também a cantar para os clientes e amigos. Tomou gosto pela coisa e a partir de 64 assume de vez a carreira artística. Como cantor recebeu inúmeros prêmios, gravou dezenas de discos e ao que consta, continua ativo como cantor. Neste lp que agora apresento, temos o artista indo além do tradicional fado. Aqui encontramos um repertório de música popular, onde ele canta canções românticas, mas também há espaço para o velho e bom fado. Ele vem acompanhado pela orquestra do maestro Jorge Costa Pinto. Ora, pois, pois… Confira agora e não deixem pra depois. Tá no GTM, ok? 😉

ferro velho
aurora boreal
canção de madrugar
soneto XIV
dizer que sim a vida
amor total
canoas do tejo
partir e morrer um pouco
o fruto da vida
canção grata
não digam ao fado
fado dos sonhos

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Pop Five Music Incorporated – A Peça (1969)

Salve, salve… amigos cultos e ocultos! Em nossa última postagem eu trouxe para vocês uma banda portuguesa de rock. Acho que vou mandar outra, mais um disco dos manos portugueses. Este disco aqui foi também um presente do filhote que esteve ano passado em Portugal. Entre tantos que eu listei ele me veio com esse, uma reedição limitada de uma banda chamada Pop Five Music Incorporated, que eu não conhecia. Quer dizer, não conhecia a banda, pois as músicas verdadeiros clássicos, quase de domínio público, kkk… Na verdade a PFMI foi uma banda praticamente calcada em covers, como muitas que tivemos aqui no Brasil. O grupo teve fama na ‘terrinha’ e ainda hoje é lembrado por muitos fãs. Confiram no GTM…

overture
jesus alegria dos homens
blackbird
to love somebody
proud mary
medicated god
mess around
hush
c’mon down to my boat
fire
sour milk sea
can i get witnes
 


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Banda 4 – Baby You Got Me (1968)

Boa noite, amigos cultos e ocultos. Aproveitando a ‘leva’ dos compactos, vou postando aqui um disquinho de uma banda de rock português. Um compacto duplo que já passou pelas minhas mãos e mais exatamente no meu tocadiscos. Há uns 8 anos atrás, herdei um lote de discos de uma amiga, cujo o irmão morou muitos anos no Porto. Ele, por lá faleceu e ela trouxe suas coisas de volta para o Brasil. Me doou uma coleção a qual guardei apenas alguns selecionados lps. Haviam também compactos, entre eles este do grupo Banda 4. Por falta de atenção, acho que não cheguei a ouvir o disco direito e acabei passando ele para um sujeito, o qual hoje eu me arrependo, tanto pelo disco como também para quem vendi (quase de graça). Só fui me tocar do erro que fiz algum tempo depois, ouvindo uma gravação digital. Não sei porque, me apaixonei pela faixa que dá título ao compacto, “Baby You Got Me”, me lembra muito Beatles (inevitável…). Embora portugueses, o Banda 4 cantava principalmente em inglês. Nunca pensei em postar este disco aqui, até porque eu não o tinha mais. Porém, hoje, na leva dos compactos, como disse… Achei que seria bacana tê-lo em nossa ‘vitrine’. Do pouco que sei sobre o grupo, parece, só gravaram este disquinho. Confiram no GTM.

baby you got me
gotta start lovin’ you
walkin’ on the beach
o ribeiro


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Scott Walker – Maria Bethania – Compacto (1973)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Procurando sempre fazer jus a nossa máxima de que aqui se escuta música com outros olhos, eu hoje estou trazendo um disquinho diferente, um compacto de um artista internacional. Como todos sabem, o Toque Musical está focado na música brasileira, ou por outra, na música feita por brasileiros. Porém, eventualmente, buscamos ir além. Já criei aqui até as semanas temáticas, onde publico também discos estrangeiros, mas sempre relacionados a alguma coisa de Brasil. Desta vez, temos este compacto, lançado pela Philips, em 1973, do emblemático cantor americano Scott Walker, que infelizmente faleceu em março deste ano. Walker era um cantor, compositor e letrista. Iniciou sua carreira nos anos 60. Fez muito sucesso no trio The Walker Brothers, um grupo vocal onde ele era a voz principal. Embora se chamasse Walker Brothers eles não eram irmãos. Fizeram mais sucesso na Inglaterra. Mas ainda nos anos 60 Scott Walker partia para uma bem sucedida carreira solo. Dono de uma voz aveludada e única, influenciou artistas como David Bowie e Brian Ferry. Seus quatro primeiros discos são considerandos verdadeiras obras de arte. Já nos anos 70 passou por uma fase de ostracismo, gravando apenas para cumprir contrato com gravadoras. Foi nesta fase que lançou, em 1973, o disco “Any Day Now”, no qual está a música “Maria Bethania”, de Caetano Veloso. Acredito que o lp nunca tenha saído no Brasil, mas o compacto sim, trazendo a canção de Caetano e a faixa que dá título ao disco. Sua versão para “Maria Bethania” não difere muito da original, principalmente no arranjo. Na verdade, acho que as coisas não se casaram muito bem. Walker nesta época não estava em sua melhor fase como intérprete e aquele vozerão ficou meio apagado. Mesmo assim,  não deixa de ser uma interpretação bacana, curiosa mesmo, para nós brasileiros. Apenas para completar a trajetória deste artista, em sua última fase musical entrou numa outra ‘vibe’, fazendo trabalhos mais experimentais e conceituais, discos realmente para quem escuta música com outros olhos (e ouvidos). Confiram esse toque no GTM. O prazo, como sabem, é limitado 😉

maria bethânia
any day now