Arquivo da tag: Exclusivos do Toque Musical
O Samba No Carnaval 1 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 155 (2020)
201 Sucessos Musicais Escolhidos – Exclusivo Toque Musical (2021)
Choveu De Amor – Uma Coletânea Apaixonada (2021)
Caetano Gal & João – Chega De Saudade Na TV Tupi 71 (2021)
Aldir Blanc – Coletânea Toque Musical (2020)
Boa noite, meus caríssimos amigos cultos e ocultos. Tempos difíceis os que vivemos, heim? Dias de tristezas e incertezas. A cada momento uma notícia ruim e de ontem para hoje não foi diferente. Estou chocado com a morte do Flávio Migliaccio e não menos triste com a passagem do Aldir Blanc. Aos poucos a turma toda vai nos deixando. Tudo passa, não é mesmo?
Hoje o nosso dia não podia ser outro senão homenagear a figura de Aldir Blanc, um dos maiores e mais importantes compositores da nossa Música Popular Brasileira. Infelizmente falecido no dia de ontem. Perdemos um dos autores de clássicos inesquecíveis, cantados por tantos outros grandes artistas e intérpretes. Pensei em postar algum de seus discos, porém me pareceu mais marcante criar para hoje esta coletânea. Uma seleção de composições de Aldir Blanc, cantadas por ele próprio. Boa parte da músicas fazem parte do disco (cd) “Vida Noturna”, de 2005, mas há outras coisas bem interessantes. Aqui, como de costume criei essa seleção exclusiva e com capinha. São vinte e duas músicas cantadas por ele e de abertura uma apresentação do artista feita por Dorival Caymmi. Nossa homenagem ao genial Aldir Blanc.
.
O Samba No Carnaval 2 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 156 (2020)
E aqui estamos com mais uma edição do Grand Record Brazil, a de número 156, apresentando mais sambas que fizeram sucesso nos carnavais. Abrindo esta seleção, temos o Trio de Ouro, em sua formação original (Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas), interpretando “Lá em Mangueira”, do carnaval de 1943 (que caiu em março), assinado pelo próprio Herivelto em parceria com Heitor dos Prazeres. Gravação Odeon de 15 de outubro de 42, uma quinta-feira, lançada dois meses antes da folia, em janeiro, sob número de disco 12242-A, matriz 7095. Na faixa 2, temos Linda Batista cantando “Enlouqueci”, um dos campeões do carnaval de 1948, de autoria de Luiz Soberano, Waldomiro Pereira e João Salle. Gravação RCA Victor de 16 de outubro de 47, outra quinta-feira, lançada ainda em dezembro sob número 80-0559-A, matriz S-078798. Na faixa 3, Luiz Barbosa, acompanhado pelos Reis do Ritmo, interpreta “Bebida, mulher e orgia”, do carnaval de 1937, assinado por Luiz Pimentel, Aniz Murad e Manoel Rabaça. Gravação Victor de 20 de novembro de 36, uma sexta-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34128-B, matriz 80264. Por sinal, um dos derradeiros registros de Luiz Barbosa, que faleceria prematuramente, em 1938, aos 28 anos de idade, consumido pela boemia e pela decorrente tuberculose. Na faixa 4, Carlos Galhardo, acompanhado pelos Diabos do Céu (que não eram mais os integrantes da orquestra formada por Pixinguinha), interpreta “Largo da Lapa”, do carnaval de 1943, assinado por Wilson Batista e Marino Pinto. Gravação Victor de 12 de agosto de 42, uma quarta-feira, lançada ainda em outubro sob número 80-0007-A, matriz S-052596. Na faixa 5, a dupla Joel (de Almeida) e Gaúcho, “os irmãos gêmeos da voz”, nos oferece “Primeira escola”, também do carnaval de 1943, assinado pelo próprio Joel em parceria com Pereira Mattos. Gravação Odeon de 26 de outubro de 42, uma segunda-feira, lançada ainda em dezembro sob número 12234-B, matriz 7118. Na faixa 6, Aracy de Almeida, a dama da Central e do Encantado, interpreta “Meu amor foi-se embora”, de Germano Augusto e Francisco Augusto. Gravação Victor de 14 de dezembro de 1938, uma quarta-feira, ao que parece destinada ao carnaval do ano seguinte, mas que só sairia em junho de 39 com o número 34445-B, matriz 80967. Na faixa 7, Alcides Gerardi canta “Rei dos reis”, do carnaval de 1950, assinado por Bibi e Fernando Martins. Gravação Odeon de 24 de outubro de 49, uma segunda-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 12972-A, matriz 8569. Na faixa 8, Jayme Brito canta “O primeiro beijo”, do carnaval de 1940, assinado pela dupla Haroldo Lobo-Mílton de Oliveira. Gravação Odeon de 25 de setembro de 39, outra segunda-feira, lançada ainda em dezembro sob número 11794-B, matriz 6203. Na faixa 9 temos o maior sucesso do cantor Roberto Paiva, o clássico “O trem atrasou”, de Paquito, Estanislau Silva e Artur Vilarinho, um dos campeões do carnaval de 1941. O memorando da Central de que fala a letra era um papel que atestava o atraso do trem, fornecido pela ferrovia aos trabalhadores para que pudessem se justificar perante o patrão. Gravação Victor de 26 de novembro de 40, uma terça-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 34704-B, matriz 52061. Na faixa 10, volta Luiz Barbosa, desta vez interpretando “Cadê o toucinho?”, do carnaval de 1937, assinado por Nássara e Antônio Almeida. Gravação Victor de 24 de novembro de 36, outra terça-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 34137-A, matriz 80267. Na faixa 11, Patrício Teixeira canta “Vou ali mas volto já”, do carnaval de 1940, assinado por Haroldo Lobo e Alcebíades “Bide” Barcellos. Gravação Victor de 14 de novembro de 39, outra terça-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 34556-B, matriz 33273. Para finalizar, Sílvio Caldas, o “caboclinho querido”, interpreta “Teu riso tem”, do carnaval de 1938 (que caiu em março), assinado por Roberto Martins e Wilson Batista. Gravação Odeon de 8 de junho de 37, mais uma terça-feira, lançada um mês antes da folia, em fevereiro, com o número 11574-B, matriz 5596. Enfim, este é mais um volume do GRB dedicado ao carnaval. Até a próxima!
*Texto de Samuel Machado Filho
Elis Regina – Ao Vivo E Internacional (2020)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aproveitando para ocupar o tempo (nunca pensei que diria isso), eu hoje resolvi produzir um disco virtual, seguindo os moldes de tantos outros que criei, com exclusividade para o nosso Toque Musical. Já faz tempo que eu não apresentava algo assim, além da coleção Grand Record Brazil, de 78 rpm, que este ano voltou para a alegria de seus apreciadores. Estou trazendo para vocês o áudio editado e devidamente separado de duas distintas apresentações ao vivo da nossa querida e saudosa Elis Regina. Trata-se da apresentação da cantora em Portugal, em 1978, em show realizado no Teatro Villaret, de Lisboa e de quebra, outra apresentação dela, mais antiga, na televisão francesa, em 1968. Esses áudios hoje em dia já devem ser do conhecimento de todos, pois além de já ter sido publicado em outros blogs e sites, também pode ser ouvido no YouTube. Mas eis que eu achei de transformar tudo isso numa pseuda produção fonográfica, pois sei que muitos gostam dessa brincadeira e tem gente que até imprime as capinhas e monta tudo num cd. E aqui, a gente procura fazer tudo no capricho. No arquivo que vocês podem buscar no GTM, irão encontrar o pacote completo, com todos os encartes e capa que permitem a impressão em papel com qualidade. Então, temos aqui esta apresentação de Elis Regina no tradicional teatro lisboeta Villaret, em 1978. Um show memorável onde poderemos ouvir músicas que marcaram os anos 70 e hoje são verdadeiros clássicos da nossa MPB. Na sequência, temos um registro de Elis em apresentação na televisão francesa, Paris, 1968, outro memorável momento. Neste último áudio eu preferi não fazer cortes, mantendo a sequencia (quase) linear do programa. A qualidade dos registros não é lá grande coisa, mas aqui também, procurei dar uma melhorada no áudio e assim chegando no resultado que vocês poderão conferir no GTM. Espero que esteja no agrado.
O Samba No Carnaval 1 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 155 (2020)
E o carnaval continua no Grand Record Brazil, em sua edição número 155. Nesta e na próxima edição, apresentaremos sambas que fizeram sucesso na folia de Momo. Abrindo este volume, Linda Batista interpreta “Me deixe em paz”, de Monsueto e Ayrton Amorim, aliás o primeiro sucesso de Monsueto como compositor e um dos campeões do carnaval de 1952. Gravação RCA Victor de 6 de agosto de 51, uma segunda feira, lançada ainda em outubro sob número de disco 80-0825-A, matriz S-093017. Em seguida, Francisco Alves canta “Izaura”, de Herivelto Martins e Roberto Roberti, sucesso do carnaval de 1945. Gravação Odeon de 13 de novembro de 44, outra segunda-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 12530-A, matriz 7700. O Rei da Voz também interpretou a composição no filme “Pif-paf”, da Cinédia. Na faixa 3, Gilberto Alves canta “Chorar pra quê?”, de Pereira Matos e Oldemar Magalhães, do carnaval de 1948. Gravação RCA Victor de 13 de setembro de 47, um sábado, lançada ainda em novembro com o número 80-0549-B, matriz S-078781. Em seguida, duas faixas com Carlos Galhardo, “o cantor que dispensa adjetivos”. A primeira é “Você não é…”, de Benedito Lacerda e Darcy de Oliveira, do carnaval de 1937. Gravação Odeon de 31 de outubro de 36, outro sábado, lançada ainda em dezembro com o número 11421-B, matriz 5432. A outra é “Comício em Mangueira”, de Wilson Batista e Germano Augusto, do chamado “carnaval da vitória”, o de 1946, assim chamado por ter sido o primeiro após o fim da Segunda Guerra Mundial. Gravação Victor de 18 de outubro de 45, uma quinta-feira, lançada ainda em dezembro sob número 80-0360-B, matriz S-078321. Na faixa 6, volta Francisco Alves, desta vez cantando “Uma apresentação”, da dupla Paquito-Romeu Gentil, sucesso do carnaval de 1949. Gravação Odeon de 29 de novembro de 48, uma segunda-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 12908-A, matriz 8458. Na faixa 7, Orlando Silva, “o cantor das multidões”, interpreta “Orgia” (o título é uma gíria então corrente para designar baile ou samba), de Waldemar Costa e Valdomiro Braga, do carnaval de 1936, acompanhado pela orquestra Diabos do Céu, de Pixinguinha. Gravação Victor de 18 de dezembro de 35, uma quarta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 34006-A, matriz 80056. Em seguida, J. B. de Carvalho “o batuqueiro famoso”, canta “Partiu… para onde não sei”, de Henrique Mesquita e Felisberto Martins, do carnaval de 1941. Gravação Odeon de 17 de outubro de 40, uma quinta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 11946-B, matriz 6481. Na faixa 9, Risadinha interpreta “Meu primeiro amor”, de J. Piedade, Sebastião Gomes e Oswaldo Silva, do carnaval de 1951. Gravação Odeon de 5 de outubro de 50, uma quinta-feira, lançada ainda em dezembro sob número 13068-B, matriz 8809. Na faixa 10, Dircinha Batista canta “Entrego a Deus”, do carnaval de 1949, de autoria da dupla Haroldo Lobo-Mílton de Oliveira, por sinal responsável por muitos êxitos na folia de Momo. Gravação Odeon, feita em pleno dia de Finados de 48 (2 de novembro, uma terça-feira), e lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 12911-B, matriz 8462. Para finalizar, Francisco Alves interpreta outro sucesso do carnaval de 1949: “Maior é Deus”, de Felisberto & Fernando Martins. Gravação Odeon, feita na mesma sessão de “Uma apresentação” e lançada no lado B do mesmo disco, matriz 8459. E, no próximo volume, apresentaremos mais sambas de sucesso nos carnavais.
*Texto de Samuel Machado Filho
Cantores No Carnaval – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 154 (2020)
O Grand Record Brazil chega ao seu volume 154. E, como os dois anteriores, dedicado ao carnaval, trazendo 15 faixas raras nas vozes de intérpretes masculinos. Iniciando esta seleção, duas faixas com Francisco Alves, “o rei da voz”, ambas sucessos do carnaval de 1936, e com acompanhamento dos Diabos do Céu, de Pixinguinha. A primeira é a marchinha “A.M.E.I.”, de Nássara e Eratóstenes Frazão, cujos primeiros compassos estão calcados na ária “E lucevan le stelle”, da ópera “Tosca”, de Giacomo Puccini, composta em 1900. Gravação Victor de 7 de janeiro de 1936, uma terça-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, com o número 34033-B, matriz 80078. Chico Alves também cantou a música no filme “Alô, alô, carnaval”, da Cinédia. Na mesma sessão de estúdio, Chico gravou o “samba tristonho” “Comprei uma fantasia de Pierrô”, de Lamartine Babo e Alberto Ribeiro. A Victor o lançou, também em fevereiro de 36, sob número 34024-B, matriz 80079. Na faixa 3, Carlos Galhardo, “o cantor que dispensa adjetivos”, apresenta a marchinha “Girassol”, do carnaval de 1952, de autoria de Haroldo Lobo, Mílton de Oliveira e Wilson Frade. Gravação RCA Victor de 6 de setembro de 51, uma quinta-feira, lançada ainda em dezembro sob número 80-0844-A, matriz S-093062. Em seguida, duas faixas com Orlando Silva, “o cantor das multidões”. A primeira é a marchinha “Lero-lero”, de Benedito Lacerda e Eratóstenes Frazão, sucesso no carnaval de 1942, e com participação especial de Dalva de Oliveira, não creditada no selo original. Gravação Victor de 7 de outubro de 41, uma terça-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34841-A, matriz S-052381. Em seguida, Orlando interpreta a marchinha “Carioca”, de Arlindo Marques Jr., Roberto Roberti e Eratóstenes Frazão, do carnaval de 1940. Também gravação Victor, esta de 24 de outubro de 39, uma terça-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34536-A, matriz 33242. Na faixa 6, temos Nélson Gonçalves com o samba “Sabiá de Mangueira”, sucesso no carnaval de 1944, de autoria de Benedito Lacerda e Eratóstenes Frazão. Gravação Victor de 6 de outubro de 43, uma quarta-feira, lançada ainda em dezembro com o número 80-0134-A, matriz S-052842. Na faixa 7, Nuno Roland interpreta o samba “Seja o que Deus quiser”, de Mário Morais e Vadico, do carnaval de 1938. Gravação Odeon de 3 de outubro de 37, um domingo (!), lançada ainda em dezembro sob número 11546-A, matriz 5681. Na faixa 8, temos o primeiro grande sucesso de Jorge Veiga, “o caricaturista do samba”. É “Iracema”, samba de Raul Marques e Otolindo Lopes, gravação Odeon de 3 de fevereiro de 1944, uma quinta-feira, só lançada após o carnaval, em março, sob número 12428-B, matriz 7482. Na faixa 9, Gastão Formenti, acompanhado pelos Diabos do Céu, interpreta a marchinha “Coração na boca”, do carnaval de 1936, de exclusiva autoria de Oswaldo Santiago. Gravação Victor de 3 de dezembro de 35, uma terça-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 34004-A, matriz 80028. Na faixa 10, Almirante, “a maior patente do rádio”, interpreta a marchinha “O cantar do galo”, do carnaval de 1938, de autoria de Benedito Lacerda e Darcy de Oliveira. Gravação Odeon de 25 de novembro de 37, uma quinta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 11562-B, matriz 5713. Na faixa 11, volta Orlando Silva, desta vez cantando a marchinha “A voz do povo”, de Francisco Malfitano e Eratóstenes Frazão, do carnaval de 1941. Gravação Victor de 10 de dezembro de 40, uma terça-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, sob número 34712-B, matriz 52071. Na faixa 12, temos o primeiro grande sucesso do cantor Albertinho Fortuna, que mais tarde se especializaria em música romântica, especialmente tangos: é a “Marcha dos gafanhotos”, de Roberto Martins e Eratóstenes Frazão, merecido êxito no carnaval de 1947. Gravação RCA Victor de 22 de outubro de 46, uma terça-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 80-0489-A, matriz S-078631. Na faixa 13, volta Carlos Galhardo, desta vez apresentando o maior sucesso do carnaval de 1941: uma valsa! Por sinal, muito bem feita e divertida. É “Nós queremos uma valsa”, de Nássara e Eratóstenes Frazão, que Galhardo também interpretou no filme “Vamos cantar”, da Pan-América Filmes. Gravação Victor de 21 de dezembro de 40, um sábado (!), lançada bem em cima da folia, em fevereiro, sob número 34708-A, matriz 52089. Na faixa 14, volta Almirante, agora com o samba “Criança, toma juízo”, do carnaval de 1935 (que caiu em março), de autoria do flautista Benedito Lacerda (que também faz o acompanhamento com seu regional) em parceria com Russo do Pandeiro. Gravação Victor de 6 de dezembro de 34, uma quinta-feira, lançada dois meses antes da folia, em janeiro, sob número 33890-B, matriz 79798. E, para finalizar, Sílvio Caldas apresenta outro samba de sucesso do carnaval de 1935, “Eu sonhei”, com a respeitável assinatura de Ary Barroso. Gravação Odeon de 9 de novembro de 34, uma sexta-feira, lançada ainda em dezembro sob número 11178-B, matriz 4944. E nos próximos volumes teremos muito mais carnaval. Até lá!
*Texto de Samuel Machado Filho
Carnaval parte D – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 153 (2020)
E aqui está novamente o Grand Record Brazil, edição de número 153, apresentando mais uma coletânea de marchinhas dos bons tempos em gravações raras. Abrindo esta seleção, temos Francisco Alves, “o rei da voz”, interpretando “Maria Rosa”, de exclusiva autoria de Nássara, com versos surrealistas, aproveitando um compasso da canção “Rose Marie”, da opereta homônima do checo Rudolf Friml. Foi tão grande seu sucesso no carnaval de 1934, que foi dado o apelido de Maria Rosa a uma tabela de aumento de vencimentos dos funcionários dos Correios e Telégrafos, que teimava em não aparecer… Gravação Odeon de 5 de dezembro de 33, uma terça-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 11087-B, matriz 4761. Na faixa 2, Dircinha Batista, acompanhada pelos Diabos do Céu, de Pixinguinha, interpreta “Muito riso e pouco siso”, da folia de 1936, assinada por uma dupla campeã de carnavais, João de Barro (Braguinha) e Alberto Ribeiro. Gravação Victor de 15 de janeiro de 36, uma quarta-feira, lançada bem em cima do carnaval, em fevereiro, sob número 34030-A, matriz 80086. Na faixa 3, Jayme Brito interpreta “Abre alas”, de J. Piedade e Jorge Faraj, sucesso do carnaval de 1940 que cita o clássico “Ó abre alas”, de Chiquinha Gonzaga. Gravação Odeon de 25 de setembro de 39, uma segunda-feira, lançada ainda em dezembro com o número 11794-A, matriz 6204. Na faixa 4, Odete Amaral, acompanhada pelos Diabos do Céu, interpreta “Colibri”, de Ary Barroso, sucesso do carnaval de 1937. Gravação Victor de novembro de 36, feita numa sexta-feira 13 (!)e lançada ainda em dezembro com o número 34120-B, matriz 80255. Na faixa 5, volta Dircinha Batista, desta vez cantando “Oh! Tirolesa”, de Haroldo Lobo e Oswaldo Martins, do carnaval de 1949. Gravação Odeon de 4 de novembro de 48, uma quinta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 12899-A, matriz 8439. Na faixa 6, Jararaca apresenta “Flauta de bambu”, de Nássara e Sá Roris, do carnaval de 1939. Gravação Odeon de 29 de novembro de 38, uma terça-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, sob número 11691-A, matriz 5979. Na faixa 7, volta Odete Amaral, junto com os Diabos do Céu, desta vez cantando “Ali Babá”, de Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr., do carnaval de 1938. Gravação Victor de 25 de agosto de 37, uma quarta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 34269-B, matriz 80599. Na faixa 8, Patrício Teixeira interpreta “Caiu o pano da cuíca”, sucesso do carnaval de 1939, de autoria de outra dupla de muitos êxitos na folia de Momo, Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira. Gravação Victor de 25 de novembro de 38, uma sexta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 34404-A, matriz 80944. Na faixa 9, volta Francisco Alves, desta vez acompanhado pelos Diabos do Céu, interpretando “Cadência”, “marcha-caricatura” de Nássara e Lamartine Babo sobre motivos da opereta “Valência”, do espanhol José Padilla. Gravação Victor de 23 de dezembro de 35, uma segunda-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 34024-A, matriz 80067. Na faixa 10, temos novamente Dircinha Batista, agora cantando “Acredite quem quiser”, de Nássara e Eratóstenes Frazão, do carnaval de 1940. Gravação Odeon de 7 de dezembro de 39, uma quinta-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, sob número 11828-A, matriz 6296. Em seguida, temos duas faixas com J. B. de Carvalho. A primeira é “Pó de mico”, dos campeoníssimos Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira, do carnaval de 1941. Gravação Odeon de 31 de outubro de 40, uma quinta-feira, lançada ainda em dezembro sob número 11931-A, matriz 6496. E na faixa seguinte, Carvalho interpreta “Americana”, do carnaval de 1939, de autoria de Roberto Roberti, Nássara e Arlindo Marques Jr., que se esconderam sob o pseudônimo de Tio Sam (!). Gravação Victor de 27 de setembro de 38, uma terça-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34392-B, matriz 80907. Na faixa 13, Aurora Miranda, irmã de Cármen, e João Petra de Barros interpretam juntos “O tempo passa”, de Custódio Mesquita e Paulo Orlando, da folia de 1935, que caiu em março. Gravação Odeon de 22 de outubro de 34, uma segunda-feira, lançada em janeiro de 35 sob número 11191-A, matriz 4937. Para finalizar, temos Luiz Barbosa, acompanhado pelos Diabos do Céu, interpretando mais um sucesso do carnaval de 1936: “Oh oh não”, de Antônio Almeida e Alfredo Godinho, aproveitando jingle da Drogaria Sul Americana, do Rio. Gravação Victor de 15 de janeiro de 36, uma quarta-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, com o número 34029-A, matriz 80084. E no próximo volume, traremos ainda mais sucessos carnavalescos. Até lá!
*Texto de Samuel Machado Filho
Carnaval – Parte C – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 152 (2020)
Ó abre alas que o Grand Record Brazil quer passar! Neste volume, o de número 152, estamos iniciando uma série dedicada ao carnaval, trazendo de volta muitas gravações hoje raras, todas elas de marchas ou marchinhas. Abrindo esta seleção, temos “Lá vai ela”, do carnaval de 1937, de autoria de Jararaca e Vicente Paiva, interpretada pelo próprio Jararaca, acompanhado de sue conjunto. Gravação Odeon de 12 de dezembro de 36 (um sábado!), lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 11449-B, matriz 5498. Em seguida, temos Dircinha Batista, então na plenitude de seus treze anos de idade, interpretando “Pirata”, da parceria João de Barro (Braguinha)-Alberto Ribeiro, acompanhada pela orquestra Diabos do Céu, de Pixinguinha, sucesso no carnaval de 1936. Gravação Victor de 15 de janeiro desse ano, uma quarta-feira, lançada em cima da folia, em fevereiro, com o número 34030-B, matriz 80087. Dircinha também cantou a música, vestida de pirata, no filme “Alô, alô, carnaval”, da Cinédia. Na faixa 3, Nélson Gonçalves interpreta outro sucesso, este do carnaval de 1950: “Serpentina”, de Haroldo Lobo e David Nasser. Gravação RCA Victor de 9 de outubro de 49 (um domingo!), lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 80-0630-A, matriz S-078948. Na faixa 4, volta Dircinha Batista, desta vez cantando “Na casa do seu Thomaz”, sucesso do carnaval de 1939, de autoria de J. Cascata e Nássara. Gravação Odeon de 24 de novembro de 38, uma quinta-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, sob número 11689-A, matriz 5977. Na faixa 5, Odete Amaral, “a voz tropical do Brasil”, interpreta “Pavãozinho dourado”, de Roberto Cunha (jogador de futebol que participou da Copa do Mundo de 1938), que obteve boa aceitação na folia de 1940. Gravação Victor de 24 de outubro de 39, uma terça-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34537-A, matriz 33199. Na faixa 6, Mário Reis, acompanhado pelos Diabos do Céu, interpreta “Linda Mimi”, composição de João de Barro (Braguinha)sem parceiro, que Mário também cantou no filme “Estudantes”. Gravação Victor de 26 de junho de 1935, uma quarta-feira, lançada em agosto do mesmo ano com o número 33957-B, matriz 79942. Seu sucesso chegaria ao carnaval de 1936. Na faixa 7, Newton Teixeira, o inspirado compositor de “A deusa da minha rua” e “Malmequer”, entre outras, canta, acompanhado pelo regional do flautista Benedito Lacerda, “Quando eu for bem velhinho”, sucesso do carnaval de 1940, de autoria de Lupicínio Rodrigues (que não fazia apenas sambas-canções e também era de carnaval) e Felisberto Martins. Gravação Odeon de 30 de novembro de 39, uma quinta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 11822-A, matriz 6284. Em seguida, temos a presença de Patrício Teixeira, cantor, violonista e também professor de violão, em duas faixas. Primeiramente, “Diabo sem rabo”, de Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira, do carnaval de 1938, que teve problemas com a censura na época, e motivou uma segunda gravação (matriz 80678-3), com letra menos explícita que a desta primeira versão, gravada na Victor em 4 de janeiro de 38, uma terça-feira, e lançada bem em cima da folia, em fevereiro, com o número 34289-A, matriz 80678-1. No acompanhamento, a orquestra Diabos do Céu, de Pixinguinha. Patrício ainda canta “Pele vermelha”, também de Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira, do carnaval de 1940. Gravação também da Victor, de 9 de outubro de 39, uma segunda-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34528-A, matriz 33177. Cyro Monteiro, “o cantor das mil e uma fãs”, aqui comparece com “Morena brasileira”, de Nélson Trigueiro e Miguel Lima, do carnaval de 1941. Gravação Victor de 14 de novembro de 40, uma quinta-feira, lançada ainda em dezembro sob número 34691-B, matriz 52050. Sílvio Caldas, “o caboclinho querido”, interpreta “Seu Gaspar”, de Hervê Cordovil sem parceiro, do carnaval de 1938, acompanhado por Napoleão Tavares e seus Soldados Musicais. Gravação Odeon de 13 de dezembro de 37, uma segunda-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, com o número 11574-A, matriz 5734. Na faixa 12, volta Nélson Gonçalves, desta vez cantando “Princesa de Bagdá”, sucesso do carnaval de 1948, e, assim como “Serpentina”, também de Haroldo Lobo e David Nasser. Gravação RCA Victor de 27 de outubro de 47, uma segunda-feira, lançada ainda em dezembro com o número 80-0560-A, matriz S-078804. Aracy de Almeida, a dama da Central (e do Encantado), vem em seguida, interpretando “Papagaio”, de J. Piedade e Sá Roris, do carnaval de 1940. Gravação Victor de 20 de outubro de 39, uma sexta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 34539-A, matriz 33196. Para finalizar, temos Joel e Gaúcho, “os irmãos gêmeos da voz”, apresentando “Mulata (Rainha do meu carnaval)”, de Hildebrando Pereira Matos e Felisberto Martins, acompanhados por Abel e sua Orquestra, do carnaval de 1946 (que caiu em março). Gravação Odeon de 17 de dezembro de 45, lançada um mês antes da folia, em fevereiro, com o número 12666-A, matriz 7965 (há uma reedição posterior, com o número 12977-A). No próximo volume, teremos mais marchinhas de carnaval dos bons tempos. Até lá!
*Texto de Samuel Machado Filho
Eles Cantam Antonio Carlos Jobim – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 151 (2019)
Estamos de volta com o Grand Record Brazil, agora em seu volume 151. Na edição anterior, apresentamos composições da fase pré-Bossa Nova de Antônio Carlos Jobim (aliás, Tom Jobim) interpretadas por cantoras da época. Neste volume, apresentamos outras músicas pré-bossanovistas do mestre, agora com intérpretes masculinos. Abrindo esta seleção, Roberto Paiva interpreta um samba da parceria de Jobim com Vinícius de Moraes, “Eu e o meu amor”, que fez parte da peça teatral “Orfeu da Conceição” e foi lançado em novembro de 1956 pela Odeon, no LP de dez polegadas com seus melhores momentos. Paiva canta ainda, neste volume, outras três músicas de Jobim e Vinícius, extraídas desse mesmo LP: os sambas “Lamento no morro” (faixa 4)e “Mulher, sempre mulher” (faixa 5), e, por fim, um clássico do samba-canção na faixa 9: o belíssimo “Se todos fossem iguais a você”, sucesso permanente regravado inúmeras vezes. Na faixa 2, Ernâni Filho, cantor carioca que começara no Cassino da Urca, em 1938, e era muito considerado por Ary Barroso, interpreta outro samba-canção, “Faz uma semana”, de Jobim em parceria com o baterista Juquinha Stockler. Foi lançado pela Sinter em junho de 1953, sob número 00-00.236-B, matriz S-517. O lado A, matriz S-516, está na faixa 8: o samba-canção “Pensando em você”, de Jobim sem parceiro. Ambas as músicas, com suporte orquestral de Lírio Panicalli, também sairiam no LP de dez polegadas “Pensando em você”. A faixa 3 é simplesmente a primeira composição gravada de Antônio Carlos Jobim, em parceria com Newton Mendonça: outro samba-canção com acompanhamento orquestral de Lírio Panicalli, “Incerteza”, na voz de Mauricy Moura. É também gravação Sinter, lançada em abril de 1953 sob número 00-00.217-A, matriz S-463. Na faixa 6, Dick Farney, um dos mais importantes precursores da Bossa Nova, interpreta “Outra vez”, de Jobim sem parceiro, com acompanhamento orquestral de Alexandre Gnattali, irmão de Radamés. Gravação Continental de 7 de junho de 1954, uma segunda-feira, lançada entre esse mês e julho do mesmo ano sob número 16969-A, matriz C-3357. Na faixa 7, o trombonista Raul de Barros, acompanhado de seu conjunto, sola o samba “Pé grande”, parceria de Jobim com Armando Cavalcanti, em gravação Odeon de 12 de julho de 1956, uma quinta-feira, lançada em outubro seguinte com o número 14101-A, matriz 11226. Exatamente na sexta-feira 13, seguinte, acompanhado pela orquestra de Severino Filho, Bill Farr, gravou este mesmo samba com letra de Paulo Soledade e o título mudado para “Sonho desfeito”. É a faixa 10 deste volume, que, curiosamente, seria lançada pela Continental antes da instrumental de Raul de Barros (agosto-setembro de 1956), sob número 17330-B, matriz C-3853. Na faixa 11, um clássico da MPB: “Tereza da praia”, parceria de Jobim com Billy Blanco, gravado em dueto por Dick Farney e Lúcio Alves (que o público então supunha inimigos pessoais, mas na verdade sempre foram muito amigos) no mesmo dia de “Outra vez” (segunda-feira, 7 de junho de 1954) e lançado pela Continental no mesmo suplemento, com o número 16994-A, matriz C-3401. O nome Tereza foi dado por causa da mulher de Tom Jobim, que também está ao piano com seu conjunto no acompanhamento. Para encerrar com chave de ouro este volume, a “Sinfonia do Rio de Janeiro (A montanha, o sol, o mar)”, prosseguimento natural da parceria Jobim-Billy Blanco. É uma “sinfonia popular em tempo de samba”, gravada na Continental e lançada em dezembro de 1954, em LP de dez polegadas. Com suporte orquestral de Radamés Gnattali, a gravação reuniu um time de intérpretes da pesada: Dick Farney, Os Cariocas, Gilberto Milfont, Elizeth Cardoso, Lúcio Alves, Dóris Monteiro, Emilinha Borba, Nora Ney e Jorge Goulart. É um encerramento à altura desta retrospectiva que o GRB faz da obra pré-Bossa Nova de Antônio Carlos Jobim, ou simplesmente Tom Jobim, compositor, arranjador, maestro e pianista que ficará para sempre na história da música popular brasileira!
Elas Cantam Antonio Carlos Jobim – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 150 (2019)
Para alegria de nossos amigos cultos e ocultos, o Grand Record Brazil, “braço de cera” do Toque Musical, reunindo gravações em 78 rpm, está de volta. Neste volume, que é o de número 150, apresentamos composições do mestre Antônio Carlos Jobim, aliás Tom Jobim (Rio de Janeiro, 25/1/1927-Nova York, EUA, 8/12/1994), todas de sua fase pré-bossanovista, interpretadas por grandes cantoras da década de 1950. Abrindo este volume, Ângela Maria, então no auge da carreira, interpreta, acompanhada por Betinho e seu conjunto, a toada “A chuva caiu”, parceria de Jobim com o violonista Luiz Bonfá. Um grande sucesso lançado pela Copacabana em abril de 1956, em disco número 5540-A, matriz M-1387. Em seguida, outra parceria de Tom Jobim com Luiz Bonfá, o samba-canção “Engano”, na voz de Dóris Monteiro. Gravação Continental de 10 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em março seguinte com o número 17262-B, matriz C-3765. A faixa 3 nos apresenta outro samba-canção, este da parceria Jobim-Newton Mendonça. É o clássico “Foi a noite”, inesquecível criação de Sílvia Telles, acompanhada por orquestra dirigida pelo próprio Tom Jobim. Gravação Odeon de 7 de junho de 1956, uma quinta-feira, lançada em agosto seguinte sob número 14077-A, matriz 11183. Sucesso regravado inúmeras vezes. Da mesma parceria, também com Sílvia Telles, novamente acompanhada por Tom Jobim e sua orquestra, é a faixa seguinte, o samba “Luar e batucada”. Gravação Odeon de 14 de dezembro de 1956, uma sexta-feira, lançada em fevereiro de 57 com o número 14168-B, matriz 11468. Na faixa 5, Nora Ney, cuja interpretação intimista antecipava uma das características da Bossa Nova, canta “O que vai ser de mim?”, samba-canção de Jobim sem parceiro, acompanhada pelo conjunto de Radamés “Vero” Gnattali. Gravação Continental, extraída do primeiro LP de Nora, o dez polegadas “Canta Nora Ney”. Na faixa 6, temos Dora Lopes, que também foi expressiva compositora, interpretando “Samba não é brinquedo”, da parceria Jobim-Luiz Bonfá, com acompanhamento do conjunto do próprio Bonfá. Gravação Continental de 24 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em julho-agosto seguintes sob número 17311-A, matriz C-3773. Na faixa 7, volta Dóris Monteiro, desta vez interpretando “Se é por falta de adeus”, primeira das três composições da parceria Tom Jobim-Dolores Duran (as outras foram “Por causa de você” e “Estrada do sol”). Gravação Continental de 6 de maio de 1955, uma sexta-feira, lançada em outubro do mesmo ano sob número 17159-A, matriz C-3622. Na faixa 8, Cláudia Morena (pseudônimo de Aldina Soares da Silva) interpreta o samba-canção “Só saudade”, da parceria “Newtom” (Newton Mendonça e Jobim). É o lado A do segundo disco da cantora, o Odeon 14113, gravado em 31 de maio de 1956, uma quinta-feira, e lançado em novembro do mesmo ano, matriz 11312. Na faixa 9, volta Nora Ney, com acompanhamento orquestral de Radamés “Vero” Gnattali, interpretando “Solidão”, samba-canção da parceria Jobim-Alcides Fernandes. Gravação Continental de 21 de maio de 1954, uma sexta-feira, lançada em julho do mesmo ano sob número 16968-B, matriz C-3378. Na faixa 10, Dalva de Oliveira, a “rainha da voz”, interpreta “Teu castigo”, outro samba-canção de Jobim (que também faz o acompanhamento orquestral) em parceria com Newton Mendonça. Gravação Odeon de 8 de dezembro de 1955, uma quinta-feira, lançada em junho de 56 sob número 14026-A, matriz 10890. Para encerrar, temos Gilda de Barros, interpretando “Vem viver ao meu lado”, samba-canção da parceria Jobim (que novamente rege o acompanhamento orquestral)-Alcides Fernandes. Gravação Odeon de 3 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em abril seguinte com o número 14007-B, matriz 10980. E, no próximo volume, apresentaremos músicas de Tom Jobim nas vozes de intérpretes masculinos.
*Texto de Samuel Machado Filho
Tito Madi, Juca Chaves, Jonas Silva E Baden Powell – Seleção 78 RPM Do Toque Musical (2011)
O Gran Record Brazil chega à sua terceira edição, e apresenta relíquias do final da década de 1950, começo da de 60, que certamente se constituem em autênticos presentes de Papai Noel para colecionadores. Para começar, um nome que dispensa qualquer tipo de apresentação: Chaiki Madi, aliás Tito Madi, paulista de Pirajuí. E ele abrilhanta a terceira edição do GRB com seu 78 rpm de estreia na gravadora Colúmbia, futura Sony Music, lançado ao apagar das luzes de 1959 (certamente em dezembro) com o número 3101, já emplacando dois sucessos estrondosos, com orquestração e regência de Lírio Panicalli (Queluz, SP, 1906-Niterói, RJ, 1984), autêntica fera do setor. Abrindo o disco, matriz CBO-2172, uma joia inspiradíssima de Luiz Antônio: “Menina-moça”, que fez parte da trilha sonora do filme “Matemática, zero… amor dez”, comédia dirigida por Carlos Hugo Christensen, filmada em cores (Agfacolor) e estrelada por Alberto Ruschel e Suzana Freire, tendo também no elenco Jayme Costa, Agildo Ribeiro, Heloísa Helena (não confundir com a política fundadora do PSOL), entre outros. E “Menina-moça” era o tema principal da película, cuja trilha sonora também saiu em LP pela Colúmbia (apenas o lado A foi disponibilizado em blogs). Teve inúmeras gravações, mas a melhor continua sendo a de Tito Madi. O lado B, gravado oito matrizes depois (CBO-2180) é outro carro-chefe do autor de “Chove lá fora”, mais um produto de sua inspiração: o belo samba “Carinho e amor”, outra pérola imperdível do cancioneiro romântico, e também regravada inúmeras vezes, inclusive pelo próprio Tito. “Carinho e amor” também fez do parte do LP de mesmo nome, que Tito dividiu com o pianista José Ribamar, e foi o primeiro álbum brasileiro da Colúmbia gravado em estéreo (esse sim esta inteiro nos blogs!). Em seguida, iremos nos encontrar com o “menestrel do Brasil”, Juca Chaves. Ele estreou em disco na Chantecler, em outubro de 1959, com dois sambas de sua autoria: “Nós, os gatos…” e “Chapéu de palha com peninha preta”. Apenas três meses depois, em janeiro de 1960, e já por outra gravadora, a RGE de José Scatena, foi para as lojas o segundo 78 do humorista, estampando no selo o número 10206, e com arranjo e regência do italiano Enrico Simonetti, então um dos maestros de plantão na gravadora. A matriz RGO-1440, no lado A, apresenta uma divertida gozação do “Juquinha” com o então chefe da nação Juscelino Kubitschek de Oliveira, a hoje clássica “Presidente bossa nova”, não faltando referências a seu característico sorriso, a suas viagens aéreas constantes, à nova capital que seria inaugurada em abril daquele ano (Brasília) e às aulas de violão que JK tinha com Dilermando Reis. Com a mesma mordacidade, o lado B, matriz RGO-1441, é o choro “Tô duro”, crítica clara à situação de miséria que vivia (e ainda vive) boa parte de nossa população. Aliás, era uma época de inflação galopante, que estava perto de 40% ao ano (diante disso, inflação de 6% ou 7% ao ano como a atual não é nada…). Ambas as músicas também constaram do primeiro LP do humorista, “As duas faces de Juca Chaves”. Outra preciosidade é o segundo e último 78 rpm do cantor Jonas Silva, sobre o qual não há informações disponíveis. Ele estreou em 1955 na Mocambo, com os sambas “Andorinha” e “Eu gosto de você”, e – um mistério! – só fez o segundo 78 seis anos mais tarde. Ele saiu pela Philips em julho de 1960, com o número P61068H e a vantagem de ser inquebrável, prensado em vinil! No lado A, uma das mais conhecidas composições de Tito Madi, o samba “Saudade querida”, hit absoluto naquele ano, gravado por inúmeros intérpretes e, claro, pelo próprio Tito. No lado B, outro samba, “Complicação”, dos mesmos Chico Feitosa e Ronaldo Bôscoli que nos deram, nesse mesmo ano, o samba-canção “Fim de noite”, na voz de Alaíde Costa. É a única gravação desta preciosidade, ao menos em 78 rpm, e o acompanhamento no selo diz apenas que é por conjunto. Para finalizar, temos o genial violonista Baden Powell de Aquino (Varre-Sai, RJ, 1937-Rio de Janeiro, 2000) em mais um bolachão inquebrável da Philips, com o número P61103H, lançado em julho de 1961. Abrindo o disco, uma “Lição de Baião” assinada por Jadir de Castro e Daniel Marechal. E o curioso é que o baião na época andava meio esquecido, com a bossa nova no apogeu, mas ainda com um público fiel ao gênero, particularmente a colônia nordestina, que sempre existiu nos grandes centros urbanos, São Paulo em especial. A letra é cantada por coral masculino, e começa até em francès! O lado B nos traz o belo samba instrumental “Do jeito que a vida quer”, assinado por nada mais nada menos do que o cearense de Fortaleza Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia, mais conhecido como Ed Lincoln. Ambas as músicas do 78 que encerra este volume do GRB saíram depois no segundo LP de Baden Powell, intitulado “Um violão na madrugada”. Enfim, oito joias imperdíveis para colecionadores. Não percam!