Hoje, temos para vocês mais um disco do grupo Flor de Cactus. Digo mais um porque este é o terceiro disco deles que postamos aqui e também é o terceiro da carreira, lançado pela RCA, em 1982. Neste e mais uma vez, o grupo demonstra toda sua identidade, num disco com um repertório bacana, como vocês poderão conferir no Grupo do Toque Musical. Além das composições autorais há também músicas de Gilberto Gil, Alceu Valença, Vinicius Cantuaria, Petrucio Maia e Carlos Pita. Como nos discos anteriores a produção é de Leno. Confiram…
Entre os diversos discos que andei digitalizando para um amigo, havia entre eles este compacto de uma dupla, Zezé e Simões, supostamente, músicos paranaenses, pois o disquinho foi gravado em um estúdio em Curitiba. Me chamou a atenção por ser algo que até então eu não conhecia. Produção independente, música rural de boa qualidade (não confundir com sertanejo) que vale a pena conhecer. Infelizmente, não achei nada a respeito dessa produção e seus autores. Mas fica aqui registrado. Afinal, só mesmo no Toque Musical pode haver tanta diversidade e surpresas. Não é mesmo?
Há discos que na hora da escolha para postagem, eu as vezes o faço apenas pela capa, pela estampa. Me chamam a atenção, me pedem para ilustrar o nosso Toque Musical. É mais ou menos o caso deste disco aqui. Capa só em duas cores, mas que dá um show em termos de uma composição em artes gráficas. Acho linda e faz o nosso espaço ficar ainda mais bonito, não acham?
Pois bem, temos aqui Waldemar Szpilman, músico polonês que veio para o Brasil em 1925. Conforme já nos descreveu sobre ele, nosso saudoso amigo Samuca, em outro disco que já postamos aqui, Spilman tinha uma sólida carreira musical como violonista e também tocava saxofone e clarineta. Era compositor e também foi regente de orquestra. Atuou em casas noturnas e também em bailes, onde era muito requisitado. Também integrou a Orquestra Sinfônica Brasileira e foi programador da Rádio MEC. Segundo contam, era primo do pianista Wladyslaw Szpilman, retratado no filme “O pianista”, de Roman Polaski. Em 1956 a Continental lançava seu primeiro disco, uma bolacha de 78 rpm contendo as músicas “Penthouse mambo” e “Samba em fantasia”. No mesmo ano sairia então este lp, de 10 polegadas com mais seis músicas, completando assim este disco dançante, com samba, fox, bolero e mambo.
Na pressa, em busca de um compacto, acabei achando, por acaso, esta raridade aqui… Alguém me mandou os arquivos deste disquinho há algum tempo atrás. Pena que as imagens da capa estão em baixíssima qualidade. Como se vê, trata-se da trilha original do filme Boca de Ouro, de Nelson Pereira dos Santos, história adaptada da peça de Nelson Rodrigues, de 1963. O filme é estrelado por Jece Valadão, Daniel Filho e Odete Lara. A trilha é do compositor e maestro Remo Usai, que também era dono do pequeno selo San Remo. Bem legal, vale a pena ouvir e também ver o filme, claro! 🙂
Passa o Carnaval, mas inevitavelmente ainda ecoa o espírito da coisa nesses velhos discos que a gente insiste em postar 🙂 Eis aqui um autêntico sambista carnavalesco, Risadinha, artista que já apresentamos aqui em diferentes postagens. Agora trazemos ele em um lp completo, lançado pelo selo Continental, no final de 1958. Título, hoje, curioso, “As Bombas de 1958”. Mas naquela época ‘bomba’ era uma gíria e aqui se refere ao estouro nas paradas de sucesso. Depois, acho que ganhou um cunho pejorativo, passou a ser referencia de coisa ruim (claro, não há bomba boa). Mas no caso do nosso disco aqui seria uma injustiça dizer isso. O que temos é uma seleção de músicas que fizeram sucesso naquele ano, não apenas sambas, mas tudo no final bem temperado, na interpretação inconfundível de Risadinha
O carnaval acabou, mas a marchinha continua… Vamos aqui fazendo a transição dos dois momentos quentes deste fevereiro, o Carnaval e a manifestação política do dia 25, patriotários apanhando de torcida organizada, com participação especial da polícia distribuindo cassetada. Vai ser loco…
E para fazer a transição, que tal uma marchinha politica, um jingles da campanha do excêntrico Jânio Quadros? É claro que a curiosidade aqui também está no suporte fonográfico. Ao invés de um disco de vinil, um cartão de papel plastificado. E como se vê, com um furo no meio. Pode ser colocado em um tocadiscos, em rotação 78 e equivale a um disco compacto. Só toca do lado da face do Jânio. A qualidade do som é um tanto sofrível, mas para o que era feito estava de bom tamanho.
Este cartão fonográfico foi criado no intuito de arrecadar dinheiro para a campanha a Presidência em 1960. Custava 35 cruzeiros e certamente, naquela época não venderam muitos considerando o imediatismo da coisa e a questão partidária. Pois, o tempo passou, aquilo que custou tão barato, hoje vale um bom dinheiro se trombar com um colecionador certo 🙂
Mais uma curiosidade carnavalesca. Desta vez temos aqui uma seleção de cantores-humoristas interpretando 16 marchinhas. Músicas de carnaval, naturalmente, são bem humoradas e neste lp, da Copacabana, lançado para o carnaval de 1961 a ideia era colocar nesta série de marchinhas as vozes de diferentes artistas do riso, seja do circo, do teatro, do rádio, cinema ou televisão. Entre as músicas escolhidas, ressalta o texto, apenas a música “O bom menino”, sucesso do palhaço Carequinha, foi adaptada para marcha. Participam do disco artistas que hoje poucos hão de lembrar, figuras como Carequinha, Arrelia e Pimentinha, Zé Pinguinha, Seu Ouvelindo, Fuzarca e Torresmo, Moacyr Franco e Izabel Camargo.
Para não haver enganos, aqui vai um outro disco de carnaval com o mesmo título, “Carnaval no Rio”, da postagem anterior. Por certo deve haver outros com o mesmo nome, mas o que muda é o ano, a gravadora e claro, os artistas e repertório. No caso aqui, temos uma seleção carnavalesca de 1960, lançada pela Continental e assim como a Todamerica e outras, ela reúne alguns artistas de seu ‘cast’ para apresentar a seleção daquele ano. Nesse, temos uma seleção muito boa com diversos e alguns raros artistas por aqui…
No embalo carnavalesco vamos agora trazendo este raro 10 polegadas, lançado em 1956, pelo selo Todamerica. Por certo, um disco para fazer frente ao carnaval daquele ano e apresentando seu leque musical com diferentes artistas de seu ‘cast’. Uma seleção com sambas e marchas de sucesso daqueles carnavais que já não existem mais…
Na pausa entre os bloquinhos, aqui em Beagá, aproveito para postar mais um disquinho de embalar o carnaval. Aqui temos este compacto de 1981, registrando o famoso grupo de afoxé Filhos de Gandhi, coisa que só mesmo o baiano tem condição de criar, principalmente se a coisa passa pela música ou dança. Eles são mesmo bastante criativos. E no caso deste grupo, uma tradição que se inicia no final dos anos 40. A história do grupo é grande e pode ser facilmente encontrada pelo Google. Porém, registros como este se limitam a pequenas produções e nem sempre estão acessíveis, ou ficam depois de passarem por aqui, por exemplo… De volta, lá vem outro bloco…
Bom, Carnaval taí… E buscando manter o clima e traçar a trilha, vamos aqui numa overdose musical carnavalesca da melhor qualidade, diga-se logo de entrada. Me lembrei desse velho box lançado pela Abril Cultural, simplesmente uma maravilha em seis volumes traçando a trajetória da música no carnaval desde 1870 até 1966, ano em que a coleção foi lançada. A apresentação das músicas seguem uma ordem cronológica e dos seis discos, cada dois cabe a um diferente maestro. No caso, seguindo essa ordem temos Rogério Duprat, Portinho e Waldemiro Lenke, três grandes maestros que dão aqui o seu recado com orquestra de metais e coro misto.
Uma coisa que chama a atenção é a qualidade da gravação desses discos. Gravação em mono, mas espetacular, dá gosto de ouvir em vinil. Outra coisa interessante de notar é que boa parte desse clássico repertório, hoje em dia, está ‘cancelado’, ou seja, são músicas cujas letras são consideradas politicamente incorretas, música com conotação jocosa de cunho sexual, racista, machista, fascista, homofóbico e tantos outros… Eu, de cá, só observo a radicalização dos dois lados. Acho que é a primeira vez que fico encima do muro. Não briguem comigo, vou continuar amando e cantando esses cancelados.
Quinta feira, já anunciando a chegada do Carnaval 2024. Temos então para o dia um compactozinho bem bacana pra gente conhecer e curtir. É carnaval, então vamos abrindo com uma verdadeira escola de samba, no caso aqui uma das grandes, a Acadêmicos do Salgueiro, no ano 1969. Embora não tenha vencido o carnaval daquele ano (ficou em 8º), emplacou para sempre seu samba enredo, “Bahia de todos os deuses”, que se tornou um clássico, regravado por outros vários artistas como Jair Rodrigues, Elza Soares e Neguinho da Beija-Flor. Neste compacto simples, lançado pelo selo carioca Castelinho tem também o samba-hino, “Salgueiro querido”. Confiram no GTM…
Não faz muito tempo, eu postei aqui um disco do músico paraense, Guilherme Coutinho. E por conta da política do momento, não fiz nenhum texto de apresentação, considerando o texto de contracapa já explicativo. Tinha adotado essa máxima, muito por conta de achar que ninguém dava muita bola para o que escrevemos aqui. Mas sei que estou enganado, há muitos atentos e interessados, mesmo quando o texto tá fraco. Por certo e na pior das hipóteses damos o norte… 🙂
Mas voltando ao Guilherme Coutinho, para os que não sabem, foi um músico paraense que atuou durante os anos 60 e 70. Pianista, arranjador e compositor, gravou poucos, mas excelentes discos. Hoje em dia pura raridade, difíceis de encontrar. Creio que nada chegou a ser relançado, nem mesmo em cd. O que postamos anteriormente foi seu primeiro disco. Somente quatro anos depois viria a lançar este outro, o “Procura-se”, pela Chantecler. Disco bacana, com uma pegada bem estilizada, um pop ‘brazuca’ refinado com leves pitadas ‘jazzística’. Recomendo…
Uma das grandes cantoras brasileiras, para mim, está entre as cinco primeiras de sua geração. Mas gosto mais por conta do seu timbre, sua voz, sempre cai bem. E isso se deve muito ao repertório, seleto, sempre muito bem escolhido por ela, Nana Caymmi. Este raro compacto da antiga RGE nos traz quatro momentos da cantora interpretando músicas que ela defendeu no III Festival da Música Popular Brasileira. Uma joinha que vale a pena ter na coleção.
Eis aqui um disco que na época de seu lançamento pode ter passado batido para muita gente. E isso, penso eu, se deve a capa que ilustra uma cena muito ambígua. Num rápido passar de olhos, principalmente numa estante de loja, a capa nos faz imaginar que se trata de alguma coletânea romântica. Não há nenhuma evidência além das iniciais do artista. E se não parar e conferir direito, a taça quebrada, o vinho derramado e o que seria GC, não chega a levantar o disco da caixa e olhar curiosamente sua contracapa. E ainda, se não tomar o trabalho de ler e ficar apenas a observar o rapaz bonito estampado sem o reconhecer, ainda assim é capaz de achar que se trata de algum Julio Iglesias nacional. Certamente, não é nada disso, trata-se apenas da minha suposição. GC é Gerson Conrad, músico paulista que ganhou fama ao lado de João Ricardo e Ney Matogrosso, quando juntos formaram um dos mais importantes grupos da música popular brasileira, o sensacional Secos & Molhados. Depois que o grupo acabou, cada um seguiu seu caminho. GC foi o primeiro álbum solo, lançado em 1981 pelo selo Continental. Antes, ele já havia lançado um outro lp pela Som Livre com a cantora e atriz Zezé Motta. Neste lp de 81 todas as músicas são de sua autoria em parceria com o letrista Paulinho Mendonça. O que reforça minha ideia da capa ‘ambígua’ está também no fato de que este disco foi relançado em cd com uma outra capa e com o título de uma das canções, “Rosto Marcado”. Direto! Desta vez acertaram a coisa. Sem querer desfazer da arte da capa, acho que do cd ficou mais adequada. Ou não? 🙂 Independente da capa, o conteúdo é o que importa. Vamos a ele…
Seguindo… Aqui vai outro compacto, mais uma produção independente e também um disquinho bem raro que até então não se via e nem se ouvia por ‘aquis’ 🙂 Mas logo alguém vai publicar no Youtube, senão o próprio autor. Estamos falando aqui de Carlos Mendes em seu primeiro disco, ou melhor, este compacto que serviria para anunciar um futuro lp. Carlos Mendes é um cantor e compositor santista, filho de Gilberto Mendes, considerado um dos maiores compositores eruditos da música de vanguarda brasileira. Este compacto simples, lançado de forma independente traz duas de suas composições, com direito a um texto de apresentação de Caetano Veloso. Ao que parece, ele em seguida só gravou um lp, o “Imã”. Criou um canal no Youtube onde fala de música, de seu pai Gilberto Mendes e outros compositores eruditos brasileiros.
Mais uma boa curiosidade do mundo ‘fonomusical’. Um disco que é parte do Projeto Radamés Gnattali, criado em 1986, que tinha como meta “ganhar circulação junto à escolas de música e músicos principiantes, atuando como um estímulo ao interesse pelas formas de orquestração brasileira e por gravações em playback, possibilitando que esses músicos possam tocar junto…”
Este projeto rendeu quatro volumes entre os anos de 1986 e 89. Um disco de músicos para músicos. Ou ainda melhor, uma coleção. Este é o primeiro. E seguem as notas explicativas:
“No início de cada face do disco você ouvirá a nota Lá que servirá de referência para a afinação do seu instrumento. Ouça com atenção cada música fazendo leitura silenciosa simultânea da partitura que acompanha o lp. Você perceberá que há partes na gravação sem o solo. Anote isso na sua partitura, pois estes são os momentos em que você deverá dar a sua ‘canja’…”
Bem legal, isso, né? Vamos aí com o primeiro volume.
Aqui um outro compacto que já espera há tempos para ser postado, o primeiro disco da cantora e compositora Alzira Espíndola. Na verdade, este foi o compacto lançado de forma independente, em 1983. Seu primeiro lp (já publicado aqui) viria somente quatro anos depois, trazendo, duas composições deste compacto duplo, que já nasceu sendo uma raridade.
Há tempos eu não ouvi o Luiz Américo, também conhecido como o ‘filho da véia’, muito por conta da canção que ele fez em parceria com Braguinha, dedicada a sua mãe. Segundo o próprio artista a música nasceu de um momento inusitado, quando ele encontra a mãe fumando um charuto e só então percebe que ela estava incorporada por um caboclo, o que o inspirou a escrever este samba que foi um dos seus maiores sucessos. Outro fato curioso deste disco, também envolve sua mãe. Uma das canções que iria entrar no disco, feita também para a sua ela, acabou sendo censurada, oque o obrigou a trocar por outra. Essa por sua vez seria então seu grande sucesso, “Camisa 10”, de autoria de Luis Wagner e Hélio Matheus. O lp, “Meu Mengo”, foi lançado em 1977 pelo selo Rosicler, da Chantecler e além desses dois grandes sucessos há outros, que elevaram o cantor e compositor ao estrelato.
Fechando o mês, aqui vai mais um compacto. Desta vez temos o grupo Pendulum, conjunto formado aqui nas Minas Gerais. Não sei se continuam na ativa, mas o Pedulum era um conjunto de bailes formado ainda nos anos 70. Gravaram alguns compactos, mas eu mesmo só conheço dois, sendo este um deles, lançado em 1985 pela RCA. Há poucas informações sobre eles na internet, juntando com a minha habitual falta de tempo, ficamos (por hora) sem muito a acrescentar. Mas quem sabe num próximo disco a gente completa isso, né? 🙂
Seguimos nesse alternado, desta vez com um lp. E que disco bacana, diga-se de passagem… Aqui temos dois grandes instrumentistas, Luiz Bonfá e Fafá Lemos. Um encontro musical da melhor qualidade, momento em que Fafá Lemos assinava com a Odeon, permitindo assim esse encontro musical. Para completar, eles vem acompanhados por Ed Lincoln no contrabaixo e Hugo Lander na bateria. O repertório é dos mais agradáveis, entre sambas e ‘standards’ da música americana. Só clássicos…
Olha aí mais um compactozinho das antigas. Este sim, um dos primeiros, ainda no padrão internacional de 45 rpm e com o furo central adaptável para jukebox e radiolas. Outra curiosidade deste compacto é que ele faz aqui o papel de um lp de 10 polegadas. Creio que era um momento onde dois formatos se consagram, o lp de 12 polegadas e o disco compacto, de 7. A produção das bolachas de 78 rpm já sendo reduzida. No caso aqui, temos um compacto pensado para jukebox, para momentos dançantes, privilegiando um estilo, o ‘charleston’ (musica de cabaré americano, se é que se pode dizer assim). E no caso aqui o que temos é uma seleção de uns 15 minutos de cada lado, um ‘medley’ com uma seleção de 12 temas da música americana.
Steve Bernard nós já o apresentamos aqui no Toque Musical algumas vezes, organista romeno que veio para o Brasil na década de 50. Tocou nas famosas boates do Rio e São Paulo. Acompanhou conjuntos, orquestras e cantores. Lançou um dezena de discos pela Sinter, RCA, Victor, Polydor, Continental e Odeon.
Hoje temos aqui um disco de coletânea de gravadora, ou seja, uma seleção com artistas de seu ‘cast’. Discos como este serviam para promover seus artistas. Ao invés de criar um compacto para cada artista, fazia-se esse tipo de seleção. O interessante é que nessas costumavam vir artistas ainda inéditos, que muitas vezes nem chegaram a gravar algum disco, era a oportunidade. E oportunidade é também para nós, ainda encontrar um lp como este da Polydor, lançado em 1968 e trazendo um pouco de seus artistas, em especial aqueles que agradavam a um público mais jovem. Temos aqui, como se pode ver logo a baixo na listagem, artistas consagrados, entre outros que não tiveram a mesma sorte, seja de público ou mesmo no disco. Isso faz com que “Musika Jovem” se torne um lp curioso, de interesse de muita gente. 🙂
Seguimos nossas postagens alternando entre compactos e lps. Nesta postagem trazemos de volta o lendário conjunto de baile, talvez um dos maiores e melhores que já existiu nos bons tempos em que conjunto de baile era quase uma orquestra, um time completo de músicos profissionais, o conjunto Supersom T. A.. Não foi por acaso que esse super grupo, além de se apresentar semanalmente em bailes e casas de shows, também gravou alguns bons discos. O Supersom T. A. foi criado pelo maestro Enrico Simoneti, em sociedade com um dos músicos e cantor do conjunto, o Nilo (de Souza Melo) que é quem tocava o barco, era uma espécie de ‘bandleader’. O conjunto era mesmo muito bom e passeava com classe por todos os gêneros musicais. Nessa onda de redescobertas fonomusicais, o Supersom T. A. se tornou objeto de interesse, principalmente dos DJ’s gringos (que enxergam a mpb com outros olhos) e por consequência, despertou os daqui também, afinal os daqui só passam a dar valor depois de chancelados internacionalmente, ou indicados por algum Ed Motta ou coisa assim…
Há tempos não postamos nada do selo Paladium. Creio que muito por conta de um projeto que eu pensava criar sobre MGL/Paladium/Bemol, mas esse nunca foi para frente e acabou parado. Assim sendo, o melhor é mesmo continuar publicando por aqui, até porque (realmente) não existe lugar mais adquado que este nosso sítio, o Toque Musical.
Temos então mais um ‘fake’ artístico, uma convencional produção fonográfica dos anos 60 lançada pela Paladium, possivelmente em 1967. Este disco faz parte de um pacote, um box com outros tantos lps que a gravadora vendia a domicílio. Era uma caixa com gêneros sortidos trazendo boleros, tangos, orquestras, instrumental pop e outras coisas possíveis de editar sem muito problema com os direitos autorais. Aliás, naqueles tempos o controle era quase inexistente, a coisa ia da cópia descarada ao plágio sem pudor. Fonogramas como esses eram intercambiados entre pequenas gravadoras/editoras, lançavam lá suas coletâneas, contratando músicos diversos para executarem, com outros arranjos, músicas de sucessos, já bem conhecidas do público. E pra fechar o pacote com uma cara original, criavam nomes de artistas fictícios, como é o caso aqui dos Tremendões, um nome bem sugestivo para um repertório de música jovem da época.
Coisa rara de se ver (e também ouvir) são as poucas produções em 7 polegadas do selo Discos Marcus Pereira. Aqui temos um que até pouco tempo eu nem sabia que existia (colaboração do amigo Fares). Creio que esses disquinhos não chegaram a mais que uma dezena de títulos. E se não me engano também, todos são compactos duplos, ou seja, com mais de duas músicas. Neste, “Gente Nova Nº1”, como a própria capa indica, traz os novos compositores participantes da I Feira Estudantil do Som, promovida pela TV Bandeirantes, de São Paulo. Uma espécie de festival para novos talentos que aconteceu em 1974. E também pelo que se pode notar, deve haver um segundo ou mais compacto da série “Gente Nova”, afinal este é o número 1 🙂
canto corrigido – hélio braz
samba branco – eduardo veronezi
nada na cabeça – jozil
só tinha besta no nome – josé dominicone e francisco neves
De coletânea também se vive. E vamos nós, trazendo agora uma original do selo Elenco. Aqui temos “Kaleidoscópio”, uma seleção com doze canções extraídas de diferentes discos/artistas dessa gravadora. Este, na verdade, é o segundo volume, o número 2. O primeiro eu vou ficar devendo, publicarei numa próxima oportunidade. Teria sido bom se a Elenco tivesse lançado essa coletânea em álbum duplo, seria bacana, pois como sabemos, o cast dessa gravadora era impecável. Será que alguém tem a lista completa do que foi produzido pela Elenco? Taí uma coisa que eu queria saber…
Eis aqui um disco que merece a nossa atenção. Desta vez estamos trazendo um 10 polegadas. Um dos primeiros discos realmente de vinil, flexível e como no próprio selo indica, ‘inquebrável’, porém, o último suspiro desse formato e rotação, pois já no início dos anos 60, ainda era muito comum discos e vitrolas em 78 rpm por aqui.
Mas, o que queremos destacar é bem mais que isso. Inclusive, essas mesmas gravações já foram apresentadas aqui em uma outra postagem, dentro da mostra “Grand Record Brazil – Seleção de 78 RPM do Toque Musical”, pelo nosso saudoso Samuca. Mesmo assim, vale a pena esta postagem por ser tratar de um disco bastante raro e que merece este post solo. Segue um trecho da postagem, o número 3 da série GRB escrita pelo Samuel Machado Filho, sobre esta ‘bolacha moderna’:
… outra preciosidade é o segundo e último 78 rpm do cantor Jonas Silva, sobre o qual não há informações disponíveis. Ele estreou em 1955 na Mocambo, com os sambas “Andorinha” e “Eu gosto de você”, e – um mistério! – só fez o segundo 78 seis anos mais tarde. Ele saiu pela Philips em julho de 1960, com o número P61068H e a vantagem de ser inquebrável, prensado em vinil! No lado A, uma das mais conhecidas composições de Tito Madi, o samba “Saudade querida”, hit absoluto naquele ano, gravado por inúmeros intérpretes e, claro, pelo próprio Tito. No lado B, outro samba, “Complicação”, dos mesmos Chico Feitosa e Ronaldo Bôscoli que nos deram, nesse mesmo ano, o samba-canção “Fim de noite”, na voz de Alaíde Costa. É a única gravação desta preciosidade, ao menos em 78 rpm, e o acompanhamento no selo diz apenas que é por conjunto.
Começamos a semana trazendo de volta os ‘long plays’. Por certo, ainda não esgotamos nossas postagens de compactos, esses também continuam alternando dentro da nossa vontade e necessidade. Por hora, vamos com este lp lançado em 1960, pela Odeon. Temos aqui e mais uma vez no Toque Musical o instrumentista Avena de Castro numa seleção de sucessos dançantes, nacionais e internacionais, bem comum naquela época, com arranjos e regido por Leo Peracchi e Lindolfo Gaya. Avena de Castro foi um citarista que adaptou a cítara para a música popular, fazendo muito sucesso e despertando novos entusiastas para o instrumento.
E como é domingo… Continuamos… Desta vez trazendo outra curiosidade, Chucho Martinez, possivelmente um artista estrangeiro, mexicano talvez (Chucho Martinez Gil?), em compacto, pelo selo Fermata. O que nos traz a este compacto duplo, possivelmente de 1964, é a sua produção. Certamente gravado aqui mesmo no Brasil e o que deixa isso muito claro é o fato de termos no disquinho duas composições da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorin, “Oferenda” e “Que queres tu de mim” em versões feitas por Chucho Martinez. Outro detalhe importante é que o artista vem acompanhado pelo Trio Cristal e orquestração do maestro Daniel Salinas. (estou quase achando que não tem nada de mexicano aqui, só uruguaios). Para os amantes do bolero, eis aqui um pratinho cheio…