Seguindo aqui em nossas postagens, temos agora um badalo lp que deve ter ganhado mais notoriedade nos tempos atuais do que na época de seu lançamento. Um disco realmente singular na qualidade dos músicos, do repertório e de seu assumido ar de mistério. Trata-se de uma super produção da Audio Fidelity (do Brasil), um selo da lendária gravadora americana Audio Fidelity Records, pioneira na produção dos discos estereofônicos. Atuou também com um escritório aqui no Brasil, lançando diversos discos, geralmente orquestras, gravações originais em hi-fi e estéreo. Nesta produção, ainda na boa fase da Bossa Nova, temos “Os Intocáveis”, um sugestivo título que remete, inicialmente, a uma série famosa na televisão, mas conforme o texto da contracapa, o nome se deve ao fato de serem intocáveis os nomes dos músicos presentes nas gravações, por conta de serem músicos de outras gravadoras e terem lá seus contratos que não permitiam esse tipo de enlace. Contudo, isso era comum entre gravadoras e artistas que usavam de subterfúgios, como nomes falsos, ou como aqui, nomes não citados. O fato é que mesmo envolto em mistério, em segredos de gravadoras, este é realmente um discaço! Pela qualidade das gravações eu diria que Os Intocáveis foi gravado fora do Brasil e por certo, com músicos brasileiros. Quem ainda não ouviu, eu recomento…
Seguindo em nosso toque musical, temos desta vez um dos grandes instrumentistas brasileiros, o talentoso Zeca do Trombone, músico que infelizmente nos deixou ano passado e por certo, fechando mais um ciclo da boa música popular brasileira, na qual ele esteve presente acompanhando grandes nomes da nossa música como Milton Nascimento, Alcione, Tim Maia, Elis Regina, Simonal e muitos outros. Foram mais de 50 anos de carreira. Seu sopro está presente em muitos discos memoráveis e de diferentes artistas. Contudo, também gravou uns três ou quatro álbuns solo, sendo este, “Rota-mar” o primeiro. Um trabalho bacana, mesclado de samba, soul, funk’… disco que agrada logo de cara.
Estou quase para chamar este mês de postagem de ‘momento surpresa’, ou, ‘pra gregos e troianos’. Tá uma salada mista, não é mesmo? Mas é bom é assim mesmo, quando menos se espera, aparece algo diferente… Desta vez, vamos com um lp bastante festejado, para não dizer redescoberto, principalmente para a turma de colecionadores exibicionistas, aqueles que compram discos (preferencialmente originais) celebrados pela crítica especializada. Mas eu até entendo e no caso aqui, chego a bater palmas, afinal, estamos falando agora do Brazilian Octopus, um conjunto formado por feras e que sem dúvida, merece toda a atenção. Creio que nem precisamos fazer as apresentações, pois está tudo aí. Disco badalado e também bem divulgado em outras sítios e blogs (se é que ainda resiste algum). Inclusive é um desses discos que mereceu uma reedição, afinal, quem não quer ter essa joinha em sua coleção?
Lançado em 1969, pelo selo Fermata, o Brazilian Octopus foi um conjunto de um disco só. Não por conta de na época ter vendido pouco, mas creio que mais por ser formado por diversos e talentosos músicos que não caberiam apenas num momento. A história é boa e vale replicar aqui, em texto escrito por Carlos Calado. Quem ainda não leu ou não sabe da história, veja aqui…
Imagine reunir numa mesma banda músicos de orientações tão diversas, como o bruxo dos mil instrumentos Hermeto Pascoal, o herói da guitarra pós-tropicalista Lanny Gordin, o bossanovista Cido Bianchi (ex-pianista do Jongo Trio e do Milton Banana Trio), o violonista Olmir Alemão Stocker (autor de O Caderninho, hit da geração jovem guarda) e o jazzista Nilson da Matta (contrabaixista que hoje vive nos EUA). Esse encontro inusitado aconteceu mesmo, mais exatamente em 1968. Marca um capítulo pouco conhecido da história da nossa música instrumental, intitulado Brazilian Octopus, e resultou num álbum homônimo que hoje é disputado por colecionadores. “Sem dúvida, o grupo mais estranho surgido na música brasileira”, comenta Marcelo Dolabela, em seu dicionário ABZ do Rock Brasileiro (ed. Estrela do Sul, 1987). “Naquela época, não pensávamos em grana, só queríamos tocar. Foi uma experiência maravilhosa”, recorda Cido Bianchi, hoje também maestro e arranjador. O Brazilian Octopus foi formado em São Paulo, no início de 1968, por iniciativa de Lívio Rangan, o todo-poderoso diretor de eventos da Rhodia – empresa da área têxtil que produzia arrojados shows-desfiles para promover seus produtos. “O Lívio gostava muito de mim. Chegou a dizer que ia me transformar em um novo Sérgio Mendes”, conta o músico paulista, encarregado por Rangan de coordenar o grupo. Por sinal, o Brazilian Octopus já nasceu com uma regalia incomum no mercado musical da época: um contrato de trabalho por um ano, que incluía três meses de ensaios pagos. Da primeira formação, além de Bianchi (piano e órgão), Lanny (guitarra) e Alemão (violão e guitarra), participavam também Douglas de Oliveira (bateria), João Carlos Pegoraro (vibrafone), Carlos Alberto Alcântara (sax tenor e flauta), Cazé (sax alto) e Matias (contrabaixo). Na época, esses mesmos músicos gravaram um disco com o saxofonista japonês Sadao Watanabe, que não chegou a ser lançado no Brasil. Rangan formou o Brazilian Octopus para executar ao vivo a trilha sonora do Momento 68, o mais ambicioso dos espetáculos institucionais da Rhodia produzidos até então no país. Com direção musical do maestro Rogério Duprat e direção cênica de Ademar Guerra, esse show-desfile tinha os atores Raul Cortês e Walmor Chagas encabeçando o elenco, ao lado dos cantores Gilberto Gil, Caetano Veloso, Eliana Pitman e do bailarino Lennie Dale. Os textos eram assinados por Millôr Fernandes. “Eu me fantasiei de leão várias vezes naqueles desfiles da Rhodia. O grupo todo se vestia de bicho e tocava dentro de uma jaula”, lembra Hermeto, que veio a substituir Cazé, alguns meses depois, junto com Nilson da Matta, que assumiu o contrabaixo. Apesar de suas trajetórias diversas, quase todos os integrantes do grupo já se conheciam da noite paulistana, especialmente da boate Stardust (dirigida pelo pai de Lanny), onde Hermeto, Bianchi e Alemão tocavam com freqüência. “Lembro bem de que estava ensaiando com o Brazilian Octopus, quando recebemos a notícia de que o Wes Montgomery havia falecido dois dias antes”, conta Alemão, referindo-se ao lendário guitarrista de jazz norte-americano, que morreu em 15 de junho de 1968. “Como sempre, aconteciam aquelas briguinhas”, conta o saxofonista Carlos Alberto (hoje integrante da big band que acompanha Wilson Simoninha), lembrando que a “incompatibilidade de idéias” era freqüente nos ensaios do grupo, especialmente na hora de decidir o repertório. Não foi diferente quando, após alguns meses de ensaio, o diretor de eventos da Rhodia propôs ao octeto a gravação de um disco. “A idéia do Lívio Rangan era que a gente incluísse no repertório algumas músicas mais comerciais, para tocar no rádio”, recorda Alemão, encarregado por ele de contactar compositores com os quais já havia trabalhado. “Consegui várias músicas inéditas, que o Cido Bianchi, interessado apenas em tocar jazz, recusou. Uma delas era País Tropical, do Jorge Ben”, alfineta o violonista. “Mesmo quando tínhamos que tocar músicas italianas e francesas do repertório da Rhodia, nós não brincávamos, tocávamos sempre bonito. Esse trabalho influenciou muita coisa que eu faço até hoje. É por isso que eu acho que a música é universal. Todo mundo tem influência de todo mundo”, diz Hermeto, que assumiu a tarefa de coordenar os arranjos coletivos, depois de alguns desentendimentos entre os músicos. Ele compôs também dois temas, que aparecem entre as 12 faixas do hoje raríssimo LP Brazilian Octopus (editado pela Fermata, em 1969): Rhodosando e Chayê, fusões de música pop com o ritmo cubano do chá-chá-chá. “Para compor essas músicas, inspirei-me nas modelos e nos rapazes que desfilavam para a Rhodia. Eu era músico da noite naquela época e já tocava de tudo”, lembra o compositor alagoano. Outros integrantes do grupo também contribuíram com composições próprias: Alemão (Canção Latina, parceria original com Vitor Martins, que já tinha conquistado o segundo lugar no Festival Internacional da Canção do México), Pegoraro (a jazzística Summerhill) e Lanny (a singela O Pássaro). A gravação desta última, por sinal, acabou provocando um bate-boca no estúdio entre Hermeto e os técnicos de som. “Como essa música tinha uma linha melódica repetitiva, ele escreveu um contracanto tocado por duas flautas, para variar um pouco. Só que, na hora da mixagem, o contracanto tinha sumido da gravação. O Hermeto ficou tão bravo que queria pegar o técnico”, diverte-se o saxofonista Carlos Alberto, lembrando também que o bruxo de Lagoa da Canoa não aparece na capa do disco porque não pôde comparecer à sessão de fotos. Um funcionário da agência de propaganda Standard, que gerenciava a conta da Rhodia, foi fotografado ao piano. Assim como um velhinho, um cachorro e uma criança, que não tinham nada a ver com a gravação mas aparecem na capa. A sessão de fotos foi realizada num terreno descampado, cuja aridez lembrava a superfície da Lua – referência à então badalada corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética. Produzido por Mário Albanese e Fausto Canova, o álbum do Brazilian Octopus inclui ainda arranjos das conhecidas Casa Forte (de Edu Lobo), Pavane (Gabriel Fauré), Canção de Fim de Tarde (dos bossa-novistas Walter Santos e Thereza Souza), Gosto de Ser Como Sou e Gamboa (ambas de Mário Albanese e Ciro Pereira), que exploravam uma característica sonoridade produzida pelas flautas com o vibrafone, o órgão e as guitarras. “Nunca recebemos um tostão por esse disco. Parece que ele foi lançado na Europa, onde fez até um certo sucesso”, diz Carlos Alberto, lembrando que os integrantes do Brazilian Octopus chegaram a procurar a diretoria da Fermata, para tirar satisfações sobre a vendagem do álbum. Em vez de cheques, receberam apenas elogios e um convite para gravar outro disco. Como imaginaram que não receberiam nada novamente, recusaram. Terminou ali o inusitado octeto. Três décadas depois , Hermeto Pascoal não se surpreende, nem mesmo se incomoda, ao saber que cópias domésticas do único álbum do Brazilian Octopus vêm circulando no formato CD, em São Paulo. “Se a gravadora não se interessa em fazer o CD, essas pessoas têm que copiar mesmo. É o único jeito que o público tem de ouvir a nossa música”, referenda um dos pais dessa raridade da MPB instrumental dos anos 60.
Agora, um disco de carnaval… Álbum lançado pela Chantecler e seu selo Rosicler, em 1974, apresentando uma série com diversos cantores do seu ‘cast’ para o carnaval de 1975. Este era para ter entrado na programação de fevereiro, mas como as coisas por aqui andam meio bagunçadas, vamos assim mesmo. Como já dizia o poeta, ‘o importante é que a nossa emoção sobreviva’. E emoção é o que não pode faltar, inclusive em músicas de carnaval, quando o carnaval era carnaval. Hoje é tudo politicamente muito chato…
Voltando aos pioneiros da guitarra elétrica, hoje temos o genial Bola 7, músico que ganhou espaço e fama internacional, principalmente a partir dos anos 60 quando se mudou de vez para os Estados Unidos, seguindo uma sólida carreira como instrumentista ligado ao jazz. Já postamos outro disco dele aqui, creio que o primeiro, lançado em 57 pela Odeon. Agora, temos ele de novo, ainda nos anos 50, acompanhado por quatro trombones, num repertório bem ao estilo da época, voltado para os dançantes.
Repito aqui o texto de apresentação do artista que fizemos no disco anterior…
Djalma Andrade, mais conhecido como Bola Sete. Violonista prodígio, iniciou sua carreira nos anos 40. Trabalhou ao lado de Ary Barroso por alguns anos no Programa “Trem da Alegria”. Formou logo em seguida seu conjunto, tendo como cantora Dolores Duran. Nos anos 50 excursionou pela América Latina e também esteve na Europa, se apresentando na Espanha com sua orquestra. Já era um músico destacado e internacional. Entre os diversos artistas brasileiros que debandaram para os ‘states’, Bola Sete foi um deles. Seguindo os passos de Luiz Bonfá e Laurindo de Almeida nos anos 50, o violonista foi também em busca do estrelato. Participou da noite de estreia da Bossa Nova, no Carnegie Hall, com o seu trio formado por Tião Neto no baixo e Chico Batera na percussão. Depois de algumas apresentações na terra do Tio Sam, ele acabou sendo contratado como artista exclusivo da rede de hotéis Sheareton, onde trabalhou durante uns três anos. Tocou com feras do jazz como, Dizzie Gillespie e Vince Guaraldi. Era considerado por muitos como o precursor do chamado ‘Latin Jazz’. Gravou por lá uma dezena de discos, dos quais poucos chegaram ao Brasil. Como adotou os Estados Unidos como sua morada, acabou se tornando esquecido em seu pais natal. Morreu na California em 1987.
Olha só os contrastes… Saindo do brega, vamos para um outro lado musical romântico, classudo, como cabia a todas as produções do selo Festa, que inicialmente era voltado apenas para registros de escritores e poetas. Poucos foram os discos dedicados à música. Na contracapa se pode ver dois outros lançamentos musicais, o lendário “Canção do Amor Demais”, com Elizeth Cardoso e “Mestres do Barroco Mineiro”, dois álbuns já apresentados aqui.
Agora temos esse belo e raro disco com Nicolino Cópia, mais conhecido com Copinha, clarinetista, flautista e saxofonista de origem italiana, nascido em São Paulo. Foi um dos mais importantes instrumentistas brasileiros, atuando por mais de 60 anos e em centenas de discos. Acompanhou os mais diversos artistas em gravações e apresentações, em shows, rádio e televisão. Este foi seu primeiro disco solo em 12 polegadas, acompanhado por seu conjunto. E nele temos um repertório bacana, bem variado, com temas nacionais e internacionais…
Que tal mais um brega romântico? Hehehe.. Desta vez temos o Júlio Cesar que fez sucesso com versões populares internacionais. Neste compacto de 1978 ele nos ‘brinda’ com duas das canções que entrariam no seu primeiro lp cuja a capa é a mesma do compacto. A balada romântica “Tu” foi lançada inicialmente em 1976. Ainda hoje é sucesso e um clássico do brega romântico…
Nossas postagens estão um verdadeiro ‘drops sortido’, atirando para todos os lados, agradando gregos e troianos. E desta vez temos aqui Betinho e seu conjunto (Alberto Borges de Barros), um dos pioneiros da guitarra elétrica e por conta disso, associado ao rock’n’roll, o que em parte não deixa de ser uma verdade, pois foi também um dos primeiros a ecoar o ‘balanço’ por aqui. Já tivemos a oportunidade de apresentar outros discos dele no Toque Musical. Agora trazemos este que foi seu primeiro lp, em 10 polegadas, disco este que não passa de uma junção de outros discos anteriores lançados pelo artista ainda em bolachas de 78 rpm, como duas música, como era de costume. Neste, o que temos é uma seleção de baião, mambo, choro e fox, ritmos de sucesso naqueles tempos. Vale conferir no GTM…
A vez do brega… do popular… E aqui, porque não dizer, da curiosidade. Afinal, como entender o brega sem realmente conhecê-lo? Então, temos nesta postagem um compacto do Ismael Carlos, figura que eu só vi uma vez, no programa do Bolinha 🙂 mas sei que ele fez sucesso na década de 80 e lançou alguns discos. Neste compacto temos duas músicas que embalaram o gosto popular tornando-se grandes sucessos, hoje, clássicos do autêntico brega-romântico…
Seguindo, hoje nosso encontro é com o baião, o baião gaúcho, já ouviram falar? Não, claro, isso é só uma brincadeira. Isso é apenas para mostrar a abrangência do baião. Aqui temos o gaúcho Ubirajara Silva, instrumentista (literalmente) de mão cheia, tocava sanfona, acordeon, bandoneon e outros teclados. Neste disco lançado pelo selo Musidisc, em 1955, temos uma visão bem interessantes do baião, numa série composta por Ubirajara e Glaciliano Silva. Vale a pena conhecer 😉
Hoje, temos para vocês este compacto, lançado pelo Rosenblit, através de seu selo AU – Artistas Unidos de uma cantora paulista, de descendência árabe, chamada Denise Kaláfe. Produzida, segundo contam pelo multinstrumentista e produtor Arnaldo Saccomani, que também toca nessas gravações. Segundo contam, D. Kaláfe e A Turma faziam sucesso na capital paulista como uma banda, tendo a frente a cantora Denise que tinha um estilo muito original e moderno de se apresentar. Um repertório também modernos interpretando música pop internacional. Parece que chegou a lançar um dois disquinhos, os compactos, sendo este de 1967 o primeiro com dois grandes sucessos da época…
Postei há pouco tempo atrás o volume 1, do Projeto Radamés Gnattali – “Dê uma canja”. Prometi que votaríamos com pelo menos o segundo volume e aqui está ele. Então, conforme nos apresenta Hermínio Bello de Carvalho, “pegue seu instrumento, afine-o pelo sinal emitido na primeira faixa do disco. E aí, deixe a emoção a solta. Dê uma ‘canja’, tocando o melhor da MPB, na companhia dos nossos melhores músicos. Pegue a partitura, se exercite na cifras. Sinta-se um integrante dessa orquestra que, a qualquer hora, está disposta a tocar com você.” 😉
Uma rara curiosidade temos hoje para vocês, Luiz Delfino e Os Esquilos Cantores. Segundo nos informa o saudoso Samuca em um comentário no Youtube, no canal do colecionador Luciano Hortêncio, esta gravação foi lançada em 1959, originalmente em disco de 78 rpm pela Odeon, que no ano seguinte relançaria no formato 7 polegadas (BZA 1026). Trata-se de um versão de “Christmas don’t be late”, de Ross Bagdasarian, criador de “David Seville and the Chipmunks”, em 1958 e que logo seria transformado em “Alvin e Os Esquilos”, uma franquia de sucesso que também virou desenho animado e foi também explorado com sucesso como programa na televisão americana. Aliás, um sucesso que acabou chegando aqui no Brasil, tendo o ator Luiz Delfino como o protagonista ao lado dos ‘esquilos’. Delfino, para os que não sabem começou no rádio, foi casado com a cantora Marlene, atuou também em muitos filmes e se popularizou na televisão em programas de humor, novelas e mini séries. Esta versão gravada por ele foi também lançada em Portugal pelo selo Parlophone. Como não existe uma capa para o disquinho, nós aqui procuramos fazer a embalagem de maneira que o produto ficasse mais atraente. Confiram no GTM 😉
Mais uma boa raridade que há tempos estamos para postar aqui no nosso Toque Musical. Mais uma vez marcando presença, Paulinho e seu conjunto e nesta trazendo, “Um passeio musical”, numa seleção de músicas do compositor mineiro Pacífico Mascarenhas. Este é um disco muito raro e que talvez muita gente não conheça, pois foi lançado através do obscuro selo Guarani, sendo possivelmente seu primeiro e único lançamento (não me recordo de outro disco com este selo). Somente há alguns anos atrás veio a ser relançado em cd, por iniciativa do produtor cultural Marcelo Froes e seu excelente selo/editora Discobertas. O lp original é hoje quase impossível de encontrar, só mesmo por sorte, em algum sebo da vida, ou através do Discogs, pagando caro na mão de gringo esperto 😉
Voltando aqui com mais um compacto. Desta vez, um dos muitos disquinhos que o tecladista da Jovem Guarda gravou pela CBS, onde era músico contratado da gravadora. Lafayette tocou em mais de 50 discos da Jovem Guarda, principalmente nos de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Já falamos dele aqui em outras postagens. Lafayette teve também um série de discos lançadas pela CBS, chamada “Lafayette Apresenta Os Sucessos”. Este compacto é uma amostra de um desses lps que faziam muito sucesso em 1967 e nele encontramos dois sucessos internacionais…
Outro artista que também gostamos muito e já postamos dele vários discos é o mineiro Luiz Claudio, cantor, compositor, que agora aqui retorna em seu primeiro lp de 10 polegadas. “Encontro com Luiz Claudio” foi lançado pelo selo Columbia, em 1956. O ‘long play’ de oito faixas traz uma série de músicas lançadas antes, em discos de 78 rpm.
Depois de uns três ou quatro discos de Papete, que tal mais um? 🙂 Taí, um artista que gostamos muito e sempre que possível, dá por aqui seu toque musical. Aqui temos dele uma produção independente que acabou sendo incorporada ao selo Discos Marcus Pereira, que nessa altura estava nas mãos da distribuidora ABW, que chegou a relançar em cd vários discos desse lendário selo nacional.
Papete foi um artista maranhense que muito se destacou no cenário da música popular regional. Gravou uns 17 discos, além de coletâneas que saíram ao longo desse tempo. Infelizmente, perdemos ele em 2016, aos 68 anos, vítima de um tumor na próstata.
“Voz dos arvoredos” foi seu oitavo disco, gravado em 1992, nos antigos estúdios da Copacabana, de forma independente. Um trabalho com nove faixas, carregado de um regionalismo fiel.
voz dos arvoredos
pequena danada
só de brincadeira
quintal de crioula – tocanco boieiro – carro vai virar
Checando aqui nossas postagens ao longo desses 17 anos de blog, percebo que até então, nunca publicamos este compacto maravilhoso e raro, da peça “Morte e Vida Severina, inspirada na obra poética de João Cabral de Melo Neto. Já havíamos postado aqui a trilha da peça em lp, lançado em 1966 e também a trilha na versão para o cinema, de 1977. Na ocasião, cheguei a comentar também sobre este compacto de 65 e creio que até inclui ele de bônus numa dessas publicações. Mas agora, aproveitando que ainda estamos no revezamento 7 por 12 polegadas, vamos dar a este disquinho o destaque que merece. Taí um compacto que eu não dispenso, me tornei um aficionado, já tenho oito exemplares e sempre que encontro algum outro eu tô comprando. Não há uma razão específica para essa loucura, mas já que não dão a devida importância, eu vou é tirar ele de circulação (maldades especulativas). É que eu tenho uma relação sentimental forte com este disco, desde de criança quando ainda nem sabia do que nele se tratava.
Enfim, este compacto traz trechos musicais do espetáculo encenado pelo grupo teatral do TUCA, quando então foi apresentado no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, em 1965.
Temos para hoje, Pachequinho e sua orquestra. Um maestro e bandleader bem comentado por aqui. Na época atuando pela Polydor com o pseudônimo de Don Pacheco, lançou alguns discos. Este é o primeiro, lançado em 1959, já na onda do HiFi, um falso estéreo trazendo um repertório misto, nacional e internacional, onde o pianista e sua orquestra passeiam por diferentes ritmos dançantes da época…
Hoje estive ouvindo este disquinho compacto do guitarrista e compositor mineiro Geninho Lima. Já postamos dele um lp, em outro momento e eu nem me lembrava. O músico esteve muito atuante naqueles anos 80 aqui em Minas. Produziu muita coisa, gravou vários discos solo, inclusive este compacto simples que não sabemos precisar bem a data. Geninho é filho da famosa cantora lírica mineira Wanda Werneck. Ele tem um canal no Youtube com alguns clipes. Parece que montou uma loja para compra e venda de equipamentos musicais. Mas seus discos continuam circulando nas lojinhas e bancas de discos aqui de Belo Horizonte.
Seguindo em nossa colcha de retalhos fonográficos e complementando nosso acervo de curiosidades fonomusicais, temos desta vez o lp “Locomotiva”, do cantor, compositor e instrumentista Ricardo Vilas. Já postamos outros discos com ele, cuja trajetória artística vem desde os anos 60. Se destaca como integrante do quarteto vocal Momentoquatro, no qual também faziam parte Zé Rodrix, Maurício Maestro e David Tygel. Nesta época, Ricardo também era estudante de Psicologia e foi preso por conta da sua atuação política contra o regime militar. Se livrou da prisão por fazer parte do grupo que foi liberado em troca do embaixador americano Charles Elbrick que havia sido sequestrado por um grupo da luta armada. Foi então exilado na França, onde viveu por quase dez anos e ainda hoje mantém um vínculo muito forte com aquele país. Formou dupla com a cantora Teca Calazans com quem trabalhou até o início dos anos 80. “Locomotiva” foi seu primeiro disco solo, lançado de forma independente. Um trabalho totalmente autoral, exceto pela faixa “Expresso 2222”, de Gilberto Gil.
Ainda vamos neste rodízio fonomusical alternando entre um lp e um compacto. Em breve, abriremos também para os cd’s, afinal, como já dissemos outras vezes, muita produção musical a partir dos anos 90 foi órfã do vinil, não tiveram a oportunidade de serem verdadeiramente um álbum, um lp…
Mas deixemos de conversa e vamos logo apresentando o disquinho de hoje, um compacto duplo, o primeiro disco da cantora Silvinha. Disco este que já sinalizava para o primeiro lp, que viria em seguida, graças ao sucesso deste 7 polegadas que tem…
Já tivemos aqui a oportunidade de falar sobre os selos e gravadoras de ‘segunda linha’, as pequenas e obscuras editoras fonomusicais. Eram essas as responsáveis pelo lançamento de discos vendidos por correspondência, a domicílio, os boxes de gêneros sortidos, trazendo sucessos de velhas orquestras populares. Por vezes, tinham também seus artistas contratados com nomes inventados, cantando ou tocando versões de músicas de sucesso. Muitos desses artistas trabalhavam de forma anônima, apenas fornecendo seus talentos, outros eram amadores e por aí vai… Essas gravadoras/editoras trabalhavam com esse material, lapidando, transformando e até mesmo negociando fonogramas entre elas mesmas, como acontecia com Coledisc, Paladium, Codil… E é justamente uma produção da Codil, através de seu selo Ritmos, que apresentamos agora. Este arquivo/disco me foi enviado há tempos atrás, buscavam informações sobre o conjunto que está tocando, o Razão 7. Se procurarem na internet não irão encontrar muita coisa além de gente vendendo o lp como se fosse uma incrível raridade. Raro ele é, divertido também, mas não vai além da curiosidade e dos anseios de alguns jd’s. “Razão 7” é algo que, suponho, gerou apenas um disco. Pegaram um conjunto amador com sete artistas, um repertório ‘jovial’ curtido em Jovem Guarda. Qual o nome para o conjunto? Razão 7. Tem razão! 🙂
Em outros tempos tínhamos aqui o famosos ‘discos de gaveta’, aqueles que ficam reservados para cobrir qualquer lacuna, ou por outra, qualquer postagem. Na falta de tempo ou de algo melhor o jeito era apelar para aquele arquivos prontos. Hoje eu estou fazendo algo parecido. Semana começa puxada e o tempo tá curto. Então, vamos aí curtir este compacto que é quase promocional da gravadora, a Continental. Digo isso porque é um compacto simples, feito para promover duas músicas de carnaval, o samba, “Amor, amor” cantada por Aroldo Santos e a marchinha maliciosa “Oritimbó com Benedito Nunes. Dois sucessos para gente relembrar,,,
Hoje e mais uma vez temos aqui um artista que poucos devem conhecer ou lembrar, o violonista e compositor Irio de Paula. Relembrando nossa apresentação em um outro post que há tempos fizemos aqui no Toque Musical, Irio de Paula foi um renomado guitarrista de jazz europeu. Tocou com inúmeros e não menos famosos músicos de várias partes do mundo. Tem em seu currículo discográfico mais de 60 trabalhos, praticamente quase tudo lançado só lá fora. Nos anos 70 esteve na Europa acompanhado a cantora Elza Soares e por lá ficou, estabelecendo residência na Italia por 45 anos. Faleceu no Rio de Janeiro, cidade natal, em 2017, aos 78 anos.
Entre seus muitos discos, apareceu este aqui, arquivo enviado por amigos deste lp do artista, lançado na Itália, em 1981. O álbum se chama “Saudade do Brasil” e claro, traz um repertório com algumas das mais emblemáticas músicas brasileiras, reconhecidas internacionalmente e que refletem bem essa saudade, principalmente para um músico brasileiro como foi Irio de Paula. Confiram no GTM…
Temos para hoje mais uma curiosidade fonográfica e por certo, até então, uma raridade que não iremos encontrar em outro lugar a não ser aqui mesmo, no Toque Musical. Este é um daqueles discos ficou esquecido no baú das coisas descartadas num porão. Como a capa já mostra, trata-se de um compacto com a trilha de uma peça musical de Oscar Hammerstein, baseada na famosa “Noviça Rebelde”, de Richard Rodgers. A peça traz versões musicais feitas por Billy Blanco. Foi montada em 1965, no Teatro Castro Alves, com direção de Sérgio de Oliveira. Inicialmente com Teresa Cristina como a noviça rebelde, que seria substituída por Norma Suely, que na verdade é quem aparece na foto da capa deste disco.
Infelizmente, o disquinho que temos apresenta muitos arranhões que compromete um pouco a audição. Mas ainda assim vale a pena ouvir e conhecer. Caso apareça outro disco deste em melhor estado terei o prazer de trocar por um novo arquivo. Por hora, ficamos assim, ok?
dó ré mi – tereza cristina e os filhos do barão von trapp
Bom, então como prometido, aqui temos um lp do Trio Ternura. Na verdade, o seu primeiro lp, lançado logo em seguida após o sucesso do compacto, o qual foi o que postamos aqui anteriormente. O Trio Ternura, como sabemos, foi um trio vocal formado pelos irmãos Jhusara, Jurema e Robson. Participaram da Jovem Guarda nos programas do rei Roberto Carlos. Se destacaram cantando versões da música pop americana, mas fariam sucesso a partir de 68 quando já era conhecidos nacionalmente graças aos programas de televisão. Este que foi o primeiro lp seria o último pelo selo de Nilo Sérgio. Em 1970 já eram artistas da CBS. Um dos momentos mais importantes do trio foi quando acompanharam Tony Tornado, no Festival Internacional da Canção, defendendo a canção BR-3, música de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar. A história do Trio Ternura ainda tem outras passagens e discos gravados até que em 1974 eles se transformam em quinteto, o Quinteto Ternura. Já no final dos anos 70 o grupo infelizmente se desfez.
Há tempos atrás alguém me enviou os arquivos deste curioso e raro compacto com a cantora Dalva de Oliveira, disquinho este que até então eu não conhecia. Trata-se de um lançamento promovido por uma antiga e famosa loja de departamento, a Radiolux (tipo Mappin, Mesbla, Casas Bahia…), que existia em Belém do Pará, comemorando os 350 anos da cidade, naquele ano de 1966. Segundo contam, a composição principal do disquinho, “Parabéns Belém”, é uma homenagem à cidade, de autoria dos proprietários das Lojas Radiolux. Certamente, a produção foi limitada e assim poucos devem ter ouvido ou conhecer essa raridade. O compacto simples foi gravado por Dalva de Oliveira quando atuava pelo selo Odeon, em 1966. Nesta época, Dalva ainda se recuperava do terrível acidente de transito que vitimou quatro pessoas, sendo que ela também se machucou bastante. Ela retomaria a carreira e ao público de verdade, no início dos anos 70. Portanto, este compacto, para a grande maioria de nós, era até então um trabalho obscuro. Para os que não conhecem, confiram no GTM…
Outro disco que eu achava já ter postado aqui no Toque Musical era este, “Viva o samba”, do Dilermando Pinheiro. Um clássico dos anos 50, já em 12 polegadas, lançado pelo selo Audiola, da Musidisc. Difícil encontrar um exemplar deste em bom estado. Básico em qualquer discoteca da música popular brasileira. Aliás, eu diria que o melhor mesmo seria ter todos os discos onde aparece esse sambista. Gosto à beça! E você? 🙂
Estive observando que nosso Toque Musical quase nada postou ao longo do tempo coisas do Trio Ternura. Na verdade, nunca chegamos a postar um disco, o que é de se estranhar, afinal são quase vinte anos de blog e o Trio Ternura fez parte da história da música popular brasileira e por certo, não poderiam ficar fora da nossa lista. Então, aqui vamos com um grande sucesso, o segundo compacto, do trio vocal formado pelos irmãos Jussara, Jurema e Robson. Neste disquinho temos duas canções, “Palavras inúteis” e “Nem um talvez”, sendo essa segunda um grande sucesso da época, o que acabou levando o trio ao primeiro lp, que viria em seguida, em 1968.
Para compensar a falta, ou a demora em postar coisas desse trio, prometo que ainda nesta semana a gente traz o lp, ok? Confiram no GTM…