*Texto de Samuel Machado Filho
Almondegas (1979)
*Texto de Samuel Machado Filho
O Toque Musical põe hoje em foco um dos principais mestres de capoeira da história: Vicente Ferreira Pastinha, o Mestre Pastinha, através de seu único LP, lançado pela Philips em 1969. Mestre Pastinha nasceu em 5 de abril de 1889 na Rua do Tijolo, em Salvador, Bahia, filho do comerciante espanhol José Señor Pastinha e da ex-escrava baiana Eugênia Maria de Carvalho. Foi apresentado à capoeira, segundo ele próprio, por pura sorte. Quando tinha em torno de dez anos, em consequência de uma arenga de garotos, da qual sempre saía perdendo, conheceu Benedito, preto africano que se tornaria seu mestre. Tornou-se discípulo de Benedito e passou a frequentar sua casa todos os dias. Além das técnicas de capoeira, aprendeu também a mandinga. Benedito lhe ensinou tudo que sabia. E foi no ensino da capoeira que Mestre Pastinha se distinguiu durante décadas. Foi o maior propagador da Capoeira Angola, modalidade “tradicional” do esporte no Brasil. Em 1902, Pastinha entrou para a escola de aprendizes marinheiros, onde passou oito anos de sua vida. Na Marinha, praticou esgrima e aprendeu a tocar violão. Ao mesmo tempo, ensinava capoeira a seus companheiros. Em 1910, Mestre Pastinha começou a ministrar aulas de capoeira às escondidas na sua própria casa, pois a prática havia sido proibida e quem contrariasse as regras poderia ir para a cadeia. Trabalhou ainda como pintor, pedreiro e entregador de jornais, entre muitas outras ocupações. Em 1941, fundou a segunda escola de capoeira legalizada pelo governo baiano, o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), no Largo do Pelourinho, em Salvador, onde hoje é um restaurante do Senac. Entre seus alunos estão mestres como João Grande, João Pequeno, Boca Rica, Curió e Bola Sete, entre muitos outros que ainda estão em plena atividade. Sua escola ganhou notoriedade com o tempo, frequentada por personalidades como Jorge Amado, Mário Cravo e Carybé, e cantada por Caetano Veloso em seu disco “Transa”, de 1972. Em 1966, integrou a comitiva brasileira do primeiro Festival de Arte Negra, no Senegal, onde foi um dos destaques do evento, tendo também recebido a Ordem do Mérito Cultural. Contra a violência, o Mestre Pastinha transformou a capoeira em arte. Apesar da fama, ele terminou seus dias esquecido. Expulso do Pelourinho pela prefeitura, em 1971, sofreu dois AVCs seguidos, que o deixaram cego e indefeso. Embora cego, não deixava de acompanhar seus alunos. O Mestre Pastinha faleceu em 13 de novembro de 1981, aos 92 anos, em sua Salvador natal, mas continua vivo nas cantigas, nas rodas e no jogo de capoeira. É o que comprova o disco que o TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos.
*Texto de Samuel Machado Filho
Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical vem trazer para vocês hoje o único álbum do Outro Bando da Lua, uma edição independente de 1981. Quase nada se sabe a respeito deste grupo, mas, ao ouvir o disco, podemos constatar que é um bom trabalho de MPB, com onze faixas. A curiosidade aqui fica por conta da presença, na flauta, de Chiquinho Brandão, também ator de teatro, cinema e televisão, morto prematuramente em acidente automobilístico, aos 39 anos, em 4 de junho de 1991. No mais, um álbum interessante e raro, merecedor de mais esta postagem de nosso TM.
*Texto de Samuel Machado Filho
Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical está trazendo hoje para vocês mais um álbum de música instrumental brasileira da melhor qualidade. Desta vez, apresentamos a Banda Paulistana, com “Luzes da noite”, lançado pela Eldorado em 1984, fruto da união de dois amigos músicos: o guitarrista e compositor Cândido Serra (que assina todas as oito faixas do disco) e o baixista Nico Assumpção. Cândido começou a tocar em 1975, na noite paulistana. Entre 1976 e 1981, foi professor do CLAM, escola de música do Zimbo Trio. Alguns de seus alunos: André Christovam, Ulisses Rocha, Nuno Mindelis e Rui Saleme. Tocou ao lado de nomes importantes como Eliane Elias, Lô Borges, Cláudio Celso, Duda Neves e Michel Freidenson. No final da década de 1970 fundou, juntamente com André Gereissati e Rui Saleme, o lendário Grupo D’Alma, com quem grava seu primeiro álbum, “A quem interessar possa”, apontado pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como o melhor disco instrumental de 1981. Durante sua trajetória musical, participou de importantes eventos, como os Festivais de Jazz de Montreux, São Paulo e Águas Claras. Passou uma temporada em Nova York, onde trabalhou com vários músicos, entre eles o pianista Robert Damper, e depois formou a Banda Paulistana, com quem gravou o presente álbum, do qual participam, além de Nico Assumpção, o baterista Carlos Bala, os saxofonistas Roberto Sion e Mané Silveira, e os tecladistas Paulo Calazans e Mário Bofa. Gente de primeiro time, como poderemos constatar ouvindo este trabalho que o TM nos oferece.
*Texto de Samuel Machado Filho
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Devido as dificuldades, em todos os aspectos, de manutenção do Toque Musical, estou passando a tarefa para outras pessoas além do amigo Samuca que muito tem nos ajudado com suas resenhas. De agora em diante, conto com mais dois colaboradores que ficarão por conta das publicações. Eu, continuo na produção, mas em especial nas escolhas do que será postado. Encerramos de vez o atendimento para reposição de links. Esses serão repostos a critério dos administradores. Caso, alguém tenha interesse em arquivos/discos que não estão no GTM poderão solicitar, dessa vez, um pacote com até 10 títulos. o envio será exclusivo, sendo enviado diretamente ao e-mail do solicitante. Para tanto, estamos solicitando um pequena ajuda de custos. Creio que assim podemos manter a continuidade de nossos trabalhos. Contamos com a compreensão e colaboração de todos. O Toque Musical não pode parar.
Hoje, temos, mais uma vez, o grupo Os Carbonos. Aqui já postamos outros discos da banda e hoje trazemos o que seria o seu primeiro, lançado em 1967 pela Discos Beverly. Neste lp temos como destaque Mário Bruno, que na verdade, nada mais era que o tecladista da própria banda, mas que aqui aparece como um pretenso cantor de hits italianos. Os Carbonos atuaram nas décadas de 60 e 70. Também, seus membros, gravaram discos com outros nomes. Eram peritos na arte do que internacionalmente é chamado de ‘cover’. Para os amantes da música italiana, eis aí uma boa pedida. Confiram no GTM!
Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical traz para vocês hoje o primeiro (e ao que parece único) álbum-solo do baiano Jorge Alfredo, lançado pela Copacabana em 1979. Conforme o pouco que se sabe a seu respeito, ele foi um dos primeiros artistas brasileiros a misturar elementos do reggae jamaicano com os ritmos baianos. É o que transparece nas onze faixas deste disco, feito um ano antes de ele fazer parceria com Chico Evangelista, com muito de pegada rock e batidas sertanejas, trazendo também letras de poesia e sensibilidade extremas. Segundo comentário que li no YouTube, “é um disco tão raro que parece que nem foi lançado”. Portanto, é mais uma raridade que o TM tem a grata satisfação de oferecer. Confiram…
*Texto Samuel Machado Filho
O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos um disco-solo de Otacílio Batista Patriota, cantador, violeiro e poeta repentista, lançado pela CBS em 1982. Otacílio nasceu na Vila Umburanas, em São José do Egito, sertão pernambucano do alto Pajeú, a 26 de setembro de 1923. Filho de Raimundo Joaquim Patriota e Severina Guedes Patriota, ambos paraibanos, Otacílio participou pela primeira vez de uma cantoria em 1940, durante uma festa de reis em sua cidade natal. Daquele dia em diante, nunca mais abandonaria a vida de poeta popular. Em mais de meio século de repentes, participou de cantorias com celebridades como o cego Aderaldo e outros. Conquistou vários festivais de cantadores realizados nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo. Uma de suas músicas de sucesso é “Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor”, composta em parceria com Zé Ramalho (não por acaso, o produtor deste disco), gravada pela cantora Amelinha para o álbum de mesmo nome e depois regravada pelo próprio Zé Ramalho. Conhecido nacionalmente por seus versos impressionantes – sempre feitos de improviso – e pelas inúmeras letras que compôs para vários intérpretes na MPB, Otacílio Batista também era conhecido como “A Voz do Uirapuru” e fez dupla com nomes lendários, como Pinto do Monteiro, Lourival Batista, Oliveira de Panelas e Pedro Bandeira. Publicou inúmeros folhetos de cordel e vários livros, entre os quais destacam-se “Poemas que o povo pede”, “Rir até cair de costas” e “Poema e canções”. Otacílio morreu a 5 de agosto de 2003, em João Pessoa, Paraíba, aos 79 anos de idade, e este disco é um verdadeiro documento da arte do repente. É ouvir e conferir.
a origem do homem
apelo ao papa
martelo alagoano
eu vi brasília de perto
os cabras de lampião
cigarra do meu sertão
o poeta
beira mar dos peixes
doze horas doze dias doze meses doze anos
martelo agalopado
amor de preta
neste brasil de mãe preta e pai joão
*Texto de Samuel Machado Filho
Este é o terceiro álbum do cantor Jessé (Niterói, RJ, 25/4/1952-Ourinhos, SP, 29/3/1993) que o Toque Musical oferece a seus amigos cultos e ocultos. Desta vez, o disco é “Todos os palcos”, cronologicamente o sexto álbum de carreira do saudoso intérprete, lançado pela RGE de sempre em 1985. Aqui, Jessé mantém a qualidade e a competência que sempre caracterizaram seus trabalhos em disco, apresentando composições dele mesmo (“Colo de serpentes” e “Blues solidão”, ambas em parceria com Elifas Andreato), Renato Teixeira (“Lua, lua, lua”), Piska (“Gaivota dourada” e “Tempo de paz”), Accioly Neto (“Segredos”, “OVNI” e a ecológica “Amar… zônia”) e da dupla César Rossini-Gil Gerson (“Ravinas”). Temos ainda a faixa-título, “Todos os palcos”, de autoria de Miltinho e Magro, do MPB-4, com participação especial do grupo. Agora, é ouvir mais este trabalho de Jessé, e, mais uma vez, lamentar seu trágico e prematuro falecimento em desastre automobilístico.
*Texto de Samuel Machado Filho
Um pouco da mais autêntica música folclórica portuguesa. É o que o Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos nesta postagem. Trata-se do álbum “Viras & bailaricos”, na interpretação do coral da Casa dos Poveiros, do Rio de Janeiro. O disco saiu originalmente em 1962, pela Philips, e foi reeditado em 1978. O vira é uma das danças mais antigas de Portugal, e seu nome deriva do verbo virar, uma referência a um de seus movimentos mais característicos. As origens do vira, que alguns situam no ternário da valsa oitocentista e outros buscam mais atrás, no fandango, parecem ser de remota idade, como defendeu o musicólogo e compositor, Sampayo Ribeiro, que as coloca antes do século XVI. Tomaz Ribas considera o vira uma das mais antigas danças populares portuguesas, salientando que o teatrólogo Gil Vicente já fazia referência a ele na peça “Nau d’amores” , onde o dava como uma dança do Minho. São vários os tipos de viras conhecidos, entre eles o “vira antigo”, o “vira das sortes”, o “vira poveiro”, o “vira batido” e o “vira valseado”. Neste disco, estão reunidos os números mais populares do Rancho Folclórico da Casa dos Poveiros, tais como “O mar enrola na areia”, “Póvoa de Varzim”, “Dá cá um beijo” e “Corridinho”. É uma bela amostra do folclore musical português, que o TM põe agora ao nosso alcance.
*Texto de Samuel Machado Filho
Pianista, compositor, arranjador e produtor musical, Eumir Deodato de Almeida nasceu no Rio de Janeiro em 22 de junho de 1943. Participou da bossa nova e da efervescência do samba jazz no início da década de 1960, estabelecendo-se como requisitado arranjador. Em 1964, reuniu vários nomes famosos do samba jazz, como Geraldo Vespar, Wilson das Neves, Dom Um Romão e Ivan Conti (o baterista Mamão) para formar o grupo Os Catedráticos, com quem lança quatro LPs, inclusive este que o Toque Musical traz para seus amigos cultos e ocultos, editado pela Equipe em 1966. Em 1967, radicou-se nos EUA, onde trabalharia com diversos nomes de relevo da música mundial, como Aretha Franklin, Wes Montgomery e Frank Sinatra. Na década seguinte, conseguiu gravar e lançar seus discos internacionalmente, obtendo sucesso também como intérprete, com uma versão da introdução do poema sinfônico “Also sprach Zarathustra”, de Richard Strauss. Trabalhou em quase 500 discos, escreveu trilhas sonoras para vários filmes e recebeu diversos prêmios, entre eles 16 discos de platina e um Grammy, sendo considerado uma personalidade internacional no mercado norte-americano de música. Neste quarto álbum dos Catedráticos, temos músicas bastante conhecidas em ritmo de samba jazz, tais como “Ai que saudade da Amélia”, “Samba de verão” e “Tristeza”, grande sucesso de carnaval em 1966. É mais uma raridade que o TM apresenta com a satisfação de sempre.
*Texto de Samuel Machado Filho
Sérgio Roberto Serafim, ou Serginho Meriti, que o Toque Musical põe hoje em foco, é sinônimo de samba. É carioca de Madureira, nascido em primeiro de outubro de 1958, mas foi criado em São João do Meriti, na Baixada Fluminense, onde tomou gosto pela música. O pai, gaúcho, era violonista e boêmio, e a mãe era cantora e compositora de hinos religiosos. Como compositor, tem mais de 370 músicas, gravadas por nomes do porte de Alcione, Bebeto, Neguinho da Beija-Flor, Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho. Este último é criador de inúmeras composições de Meriti, entre elas “Deixa a vida me levar”, que se tornou o hino do pentacampeonato mundial de futebol conquistado pelo Brasil, em 2002. Pois o TM apresenta hoje para seus amigos cultos e ocultos o primeiro LP de Serginho como intérprete, “Bons momentos”. Lançado pela Polygram em 1981, tem apenas oito faixas, e nessa ocasião ele estava incursionando pelo suingue à maneira de Jorge Ben Jor. Aliás duas músicas que fez em parceria com Bebeto, e também gravadas por ele, estão neste disco: “Mona Lisa” e “Batalha maravilhosa”. Em suma, um trabalho que documenta o início de uma carreira bastante promissora. Ouçam e confirmem.
*Texto de Samuel Machado Filho
O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos mais um álbum de Cauby Peixoto (Niterói, RJ, 10/2/1931-São Paulo, 15/5/2016), um dos maiores e mais versáteis cantores de nossa música popular. É “Só sucessos”, gravado ao vivo no extinto restaurante Inverno & Verão, de São Paulo, em janeiro de 1986. Falar das qualidades de Cauby é absolutamente desnecessário, e este disco o apresenta em sua melhor forma, em hits como “Força estranha”, “Sangrando”, “Nunca” e a inevitável “Conceição”. Sem sombra de dúvida, Cauby ficou para sempre na memória de todos aqueles que apreciam a arte de cantar no que ela tem de melhor e mais expressivo. É ouvir este disco e comprovar.
*Texto de Samuel Machado Filho
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Olá amigos cultos e ocultos! Aqui estamos novamente, entre falhas e atrasos, porém sempre vivo. Hoje trago para vocês um disco muito bacana de um dos grandes nomes da música gaúcha. Pianista, maestro, arranjador e compositor, Geraldo Flach é considerado o maior nome da música instrumental no Sul do país. Dono de um estilo muito pessoal, mistura elementos do folclore e da música urbana com uma concepção altamente jazzística, repleta de brasilidade. Geraldo tem músicas gravadas por Elis Regina, Emilio Santiago, Taiguara e Borghettinho, entre outros, somando ao seu currículo trilhas para cinema, ballet e especiais para televisão. Atuou no Brasil e no exterior com o seu quarteto ou em parceria com outros artistas de renome nacional e internacional. Até onde eu sei, gravou uns cinco discos, sendo este, “Alma”, seu primeiro lp, lançado em 1981. Um trabalho realmente envolvente. Confiram no GTM.
choro da alma
reencontro
parceira
fantasma
momento
vilarejo
último adeus
piano baião
solitude
c e b (duas meninas)
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Cantor dos melhores que nossa música popular já teve, Jessé volta a bater ponto aqui no Toque Musical. Desta vez, apresentamos “O sorriso ao pé da escada”, quarto álbum de carreira do cantor e primeiro dele gravado ao vivo, no Teatro Tuca de Guarulhos, Grande São Paulo, editado em 1983 pela RGE, com capa assinada por Elifas Andreato, também responsável pela criação e direção geral do espetáculo. Neste disco, Jessé está em sua melhor forma, apresentando sucessos de seu repertório (“Porto solidão”, “Voa liberdade”, “Solidão de amigos”) e de outros cantores, com direito até a uma homenagem a Elis Regina, ouvindo-se um pequeno trecho de “O bêbado e a equilibrista”, com ela mesma. Um trabalho primoroso, parte do precioso legado do inesquecível Jessé, tão prematuramente desaparecido, e merecedor de mais esta postagem do TM.
*Texto de Samuel Machado Filho
Um pouco da melhor música instrumental brasileira é oferecido hoje pelo Toque Musical a seus amigos cultos e ocultos. Trata-se do único LP do Grupo Acaru, intitulado “Aqualouco” e lançado em 1981, de forma independente, com distribuição da Fermata. O grupo era formado por Ruriá Duprat (teclados), Turquinho Alves (bateria), Marco Bosco (percussão) e José Pienasola (baixo elétrico). Este trabalho tem oito faixas, quase todas de Ruriá Duprat e uma de Marco Bosco, “Perdido no seringal”, que encerra o disco, com direito a improvisações sobre tema de Moacyr Santos. Entre os músicos convidados está o trombonista Bocato, sempre notável presença. Maestro, compositor e tecladista, nascido em 1959, o carioca Ruriá Duprat vem de uma família de musicistas. É sobrinho inclusive do maestro Rogério Duprat e fundador da Banda Sonora Produções Artísticas. Estudou no Berklee College of Music ao ser contemplado com uma bolsa de estudos integral pelo renomado maestro e produtor norte-americano Quincy Jones. Já trabalhou com alguns dos maiores artistas nacionais e internacionais, e teve suas composições e arranjos executados por inúmeras orquestras no Brasil e no exterior. Fez ainda a trilha sonora de 18 filmes de longa metragem, 23 curtas e mais de mil fonogramas publicitários, além de vários trabalhos para CDs e DVDs. Enfim, uma credencial de peso para este disco do Grupo Acaru, mais uma raridade que o TM orgulha-se em oferecer.
*Texto de Samuel Machado Filho
Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Hoje temos um disco que só viria a ser conhecido graças a internet e em especial aos blogs de compartilhamento musical. Por certo, muita coisa do mundo fonográfico só foi ressuscitado por conta desse resgate e talvez nos dias atuais sejam mais conhecidos do que em sua época. A banda Perfume Azul do Sol é um exemplo clássico do obscurantismo que agora vem a tona. Depois de bem divulgado nos blogs e sites de música nos últimos dez anos, ele finalmente recebeu uma segunda edição, também tímida, que creio eu, não chegou a 500 cópias. Segundo contam, “Nascimento”, embora bem produzido e lançado por uma grande gravadora, não passou de 120 cópias, as quais foram apenas distribuídas entre amigos. A banda também não durou muito, talvez somente o tempo de gravarem esse trabalho. O disco apresenta boas composições, passeando num misto de rock e mpb bem comum às bandas daquele período. Boas pitadas de guitarra para disfarçar um vocal que funcionaria melhor se fosse mpb. A banda ainda conta com a participação de Pedro Baldanza, do Som Nosso de Cada Dia e também Daniel Salinas, dando assistências musical nos metais e flauta. Taí, um disco que embora já bem rodado ainda faltava bater o ponto por aqui. Confira o cheiro no GTM. 😉
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Bom dia, amigos cultos e ocultos! Somando nossas fileiras, eu hoje trago para vocês o “Samba Jeca”, um disco muito interessante, lançado no início da década de 60, bem no auge da Bossa Nova. A ideia, concebida pela produção da RCA Victor tinha como figura central o grande Chiquinho do Acordeon que recrutou um excelente grupo de instrumentistas, formando assim o Conjunto Bossa Jeca. Conforme informa o texto da contracapa, trata-se de um trabalho que buscava mesclar o samba a música sertaneja, uma espécie de fusão entre o samba e o calango, misturando ritmos, criando assim um disco com resultados surpreendentes. E não é para menos, afinal, quem está por trás de tudo isso é outro fera, o multi-instrumentista Zé Menezes, quem também tocou e cuidou dos arranjos. As músicas são de autoria de José Messias, sim, aquele mesmo que fazia parte do corpo de jurados do programa do Silvio Santos. Não deixem de conferir, no GTM! Só para associados e agora, mais que nunca, em tempo limitado.
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Olá, amigos cultos e ocultos! O dia de hoje está bom para se fazer uma feira… Que tal então uma Feira Livre? Claro, estou falando do grupo vocal Feira Livre, formado ainda lá pelos idos dos anos 70. Um grupo acústico vocal que aqui comparece em seu segundo disco, um trabalho lançado em 1982. Pode parecer estranho eu não esclarecer melhor sobre esse conjunto e disco, mas na verdade, achei melhor deixar falar o texto da contra-capa. Tá tudo explicadinho. De cá, eu só posso garantir que se trata de um trabalho muito bacana e vale muito conhecer 😉
Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Mantendo sempre a tradição de apresentar aqui coisas raras e curiosas, discos para se ouvir com outros olhos, hoje temos esse saudoso compacto do Banco da Lavoura. Certamente, muita gente ainda há de se lembrar, em especial os mineiros, pois o Banco da Lavoura foi criado em Minas Gerais, creio, ainda nos anos 40. Foi, sem dúvida uma das instituições financeiras mais importantes do Brasil. Nos anos 70 se transformou no Banco Real e hoje, ao que parece, pertence ao Santander. A relação do povo mineiro com este banco é muito forte, pois foi por um longo tempo o banco da família e porque não dizer, o banco da criançada. Digo isso porque foi o Banco da Lavoura quem criou a primeira agência infantil, ou seja, uma agencia bancária voltada para a poupança a partir da infância, isso no final dos anos 50. Para tanto, criaram campanhas publicitárias e até mesmo um setor dedicado a criançada, com direito a programas na televisão, suplementos literários, revistinhas, cofrinhos e este disquinho. Havia também na época, em Belo Horizonte, a TV Itacolomi, que ficava no Edifício Acaiaca e era lá que acontecia um programa infantil de muito sucesso, apresentado pela própria gerente do banco, a Dulce, ou como viria a ser conhecida, Tia Dulce, isso já no início dos anos 60. O presente disquinho, um compacto simples, foi lançado, acredito eu, por volta de 1961 ou 62 e traz duas músicas. A primeira e principal é a “Marchinha Banlavoura”, um jingles de autoria de Marina Aparecida Timponi, que era então funcionária recém contratada do banco. Contam que no segundo dia de trabalho ela fez a música, que logo se tornaria conhecida pelo Brasil. A outra faixa é “Na minha casa tem”, música de cunho folclórico-infantil, gravada anteriormente pelo Trio Irakitan nos anos 50. Taí um disquinho que vai fazer muita gente matar a saudade daqueles tempos que não voltam mais 🙂 Confiram no GTM.
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Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Mais uma vez por aqui temos um disco promocional da tradicional pilha Ray-O-Vac. Já postamos aqui alguns outros desses discos com o maestro Tibor Reisner, húngaro naturalizado brasileiro. Agora temos Erwin Wiener, um nome também pouco conhecido entre nós. Segundo a contracapa, “pertenceu au um grupo de pianistas internacionais e criou fama na Europa pelo seu estilo inconfundível, melódico e rítmico. Atuou durante muitos anos nas mais importantes emissoras do velho mundo. Em 1946 radicou-se no Brasil, aqui trabalhando em muitas boates, estações de rádio e televisão. Gravou vários lps pela Odeon, RGE, Fermata e Imperial.”
“Melodias para ouvir e dançar” segue o padrão de outros discos do gênero, uma seleção de temas famosos. nacionais e internacionais. Pessoalmente, achei o disco bem interessante, com arranjos envolventes e um repertório variado, sendo na maioria, duas músicas para cada faixa. Disquinho curioso, que vale uma conferida 😉
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O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos mais um álbum na linha dançante, desses que eram lançados aos cachos nas décadas de 1950/60, sempre com vendagem garantida. Aqui, quem bate o ponto com sua orquestra de danças é o maestro Chiquinho (Francisco Duarte), também trompetista e compositor. Nasceu no Rio de Janeiro, no bairro da Gamboa, em 3 de dezembro de 1907, e era um dos maestros mais requisitados para os programas de auditório do rádio, pois sua risada, que era engraçadíssima, era utilizada pelos apresentadores como um recurso para contagiar o público presente. Sua simpatia, reconhecida por todos que conviveram com ele, lhe rendeu o slogan de “maestro da simpatia”, conferido pelo apresentador César de Alencar. Chiquinho também era conhecido como “maestro do lenço”, pois tinha mania de usar um lenço na mão enquanto regia, por suar muito nas mãos. O lenço, de dimensão maior que a usual, era colocado na lapela, fazendo dele uma figura de aparência original, fato que lhe deu grande notoriedade. Faleceu em seu Rio natal, em primeiro de novembro de 1983. Neste LP, lançado pela Polydor em 1959, figuram, como sempre acontecia, sucessos da época, tais como “Ave Maria Lola”, “Ontem e hoje”, “Siete notas de amor” e “Apito no samba”. Tudo com a competência do maestro Chiquinho, em mais uma raridade que o TM nos oferece.
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*Texto de Samuel Machado Filho
Os amantes do tango certamente irão se deliciar com o álbum que o Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos. Lançado pela Mocambo em 1960, o disco reúne seis tangos cantados, em versão, interpretados pela cantora Eladir Porto, e outros seis instrumentais, na execução da Orquestra Típica de Romeu Fossati, que também acompanha Eladir em suas faixas. Nascida em Santos, litoral paulista, em 15 de outubro de 1917 (não há informações quanto a data e local de falecimento), Eladir Maria da Silva Porto iniciou sua carreira após vencer um concurso de beleza, estreando em 1936 na Rádio Cajuti, do Rio. Em disco, estreou na Victor, com duas músicas para o carnaval de 1942: a marchinha “Salomé” e o samba “Comprei uma baiana”. Essa era a base de seu repertório inicialmente, ou seja, sambas e marchinhas, e nessa época (era o Estado Novo de Getúlio Vargas) Eladir era presença constante em eventos no Palácio do Catete. Atuou em várias outras rádios até viajar para a Argentina, onde residiu alguns anos, o que acabaria por fazê-la mudar seu repertório, especializando-se em tangos. Voltou ao Brasil em 1950, e foi contratada pela Rádio Nacional. Neste disco, ela canta seis versões de tangos bastante conhecidos, já lançadas anteriormente em 78 rpm: “Silêncio”, “Cantando”, “Noite de Reis”, “Lencinho querido”, “Tarde chuvosa” e “Quero ver-te uma vez mais”, todas com o acompanhamento da Típica de Romeu Fossati. Esta, por sua vez, executa instrumentalmente “Una lágrima tuya”, “Sentimento gaúcho”, “Dora”, “Gricel”, “Caminito” e “El amañecer”. Em suma, um cardápio sob medida para quem gosta de tango, através do álbum que o TM nos oferece hoje.
*Texto de Samuel Machado Filho
Olá, amigos cultos e ocultos, bom dia! Temos para hoje um compacto, um disquinho promocional da cantora Norma Suely. Quando digo promocional é porque entendo que os discos compactos sempre tiveram essa função, promover um determinado artista antes do lançamento do lp. Por certo e por diversas razões muitos ficam só no compacto. Mas isso é uma outra história…
Norma Suely foi um nome consagrado, uma cantora lírica mineira que se destacou na música popular nos anos 50 e 60. Conforme texto em seu site, de 1951 a 67 reinou a cantora Norma Sueli. Desde a sua primeira aparição no programa “Pescando Estrelas”, da Radio Clube do Brasil. Contratada pela Rádio Nacional, viajou pelo Brasil em caravanas. Gravou vários discos, entre os quais, “A voz e o violão”, de Luiz Bonfá. Esteve ao lado de outros grandes astros do rádio. Nos anos 60 esteve também muito atuante. Gravou pela Odeon um disco cantando todas as músicas do Festival de San Remo 65. Arrendou a boate Samba Top, no posto 6, em Copacabana. Por lá se apresentavam grandes feras da mpb e ela também, ao lado do cantor Kleber com quem viria a gravar este compacto no qual se destaca “Juanita Banana”, um de seus maiores sucessos.
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Hoje, o Toque Musical oferece a seus amigos cultos e ocultos o álbum com a trilha sonora do musical “Evita”, com o elenco brasileiro do espetáculo, lançado pela Som Livre em 1983. O musical foi escrito pelos britânicos Andrew Lloyd Weber (música) e Tim Rice (texto), e foi inspirado na vida e morte de Maria Eva Duarte de Perón, a Evita (1919-1952) e sua influência na história argentina a partir da ascensão ao poder de seu marido Juan Perón, como presidente do país. “Evita” surgiu em 1976, como álbum conceitual de ópera-rock, e seu sucesso levou a produções em Londres, em 1978, ganhando o Prêmio Lawrence de melhor musical, e na Broadway, um ano mais tarde. Foi, inclusive, o primeiro musical britânico a receber o Prêmio Tony de melhor. Em 1998, “Evita” foi adaptado para o cinema, tendo a cantora norte-americana Madonna no papel-título, e a canção “You must love me” faturou o Oscar da categoria. Em 12 de janeiro de 1983, no Teatro João Caetano do Rio, estreou a primeira produção brasileira de “Evita”, sob a direção de Maurício Sherman, tendo no papel-título a cantora Cláudya, Mauro Mendonça como Perón, Carlos Augusto Strazzer como Che, Sílvia Massari como amante de Perón e Hildon Prado como Magaldi (considerado pela história como amante de Evita). O musical fez sucesso, aliás foi o grande momento da carreira de Cláudya, a ponto de ela ser considerada a melhor intérprete do mito político argentino entre todas as versões internacionais do espetáculo. Em 1986, “Evita” foi apresentado no Palace, em São Paulo. E com o mesmo elenco que fez sucesso no Rio de Janeiro, e que gravou o presente álbum com sua trilha sonora. É uma grande produção, caprichada, sob a direção musical de Edson Frederico, em que Cláudya está de fato em sua melhor forma como Evita. E seguramente é mais um produto de nível que o TM hoje nos oferece, com a satisfação e o orgulho de sempre. É ouvir e conferir.
réquiem
esta noite
buenos aires
boa noite e obrigado
ponho o mundo aos teus pés
outra maleta outro portão
nova argentina
o último amor de peron
balcão da casa rosada
já estão aos teus pés
talismã
a valsa
lamento
*Texto de Samuel Machado Filho
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje eu trago um disco, que por certo, nunca vi postado em outros blogs (no tempo em que haviam blogs). Aliás, nunca vi este disco além da capa, conhecia talvez uma ou outra música. Certamente, ao pesquisarmos no Google as informações aparecem, mas posso dizer, sem dúvidas que este disco passou batido pela mídia recente. Permaneceu no obscurantismo dos nossos holofotes, esquecido entre outras pérolas da música popular brasileira. Observo que este lp, lançado pela Odeon, no ano de 73 segue um padrão de capa ao estilo de outros discos lançados pela gravadora naquela época, como os de Edu Lobo e do Francis Hime. São capas criadas pelo fotógrafo Cafi e pelo compositor Ronaldo Bastos, que naqueles tempos cuidavam das criações visuais da Odeon.
Não fosse a colaboração do meu amigo Fáres, este disco hoje não estaria aqui e talvez continuasse na penumbra, no esquecimento musical. Confesso que me apaixonei de cara logo na primeira faixa e a coisa seguiu de cabo a rabo. Onde eu estava que até então desconhecia essa preciosidade? Tardou, mas não faltou.
Mas afinal, quem é Eduardo Marques? Compositor, instrumentista e cantor carioca. Nasceu em Vila Isabel, zona norte do Rio, no berço do samba, vindo de uma família também musical. Seu avô foi violonista e seu pai cantor, chegando inclusive a gravar um disco com Jacob do Bandolim. Dentro desse ambiente, Eduardo Marques desde a adolescência já frequentava as rodas de samba e no início dos anos 70 começou uma parceria com Hermínio Bello de Carvalho. Suas composições começaram a ser gravadas por gente de peso como Elza Soares, Roberto Ribeiro, Clementina de Jesus, Simone e muitos outros. Apadrinhado por Cartola, Clementina, Carlos Cachaça e outros bambas, gravou este que foi o seu primeiro disco. Na verdade, antes, no mesmo ano de 73, saiu um compacto promocional com duas músicas, “Não esquente a cabeça” e “Jerusalém”.
Vou deixar aqui o relato do próprio artista sobre o lançamento deste belíssimo lp que encontrei em seu blog pessoal. Vale a pena a leitura:
Era o Tempo do “milagre brasileiro”, ano de 1973, na cidade do Rio de Janeiro. Eu mal completara vinte e um anos de idade. O local era o estúdio da gravadora Odeon, que ficava na sobreloja daquela galeria, ali próximo à Praça Paris, no finalzinho da Avenida Rio Branco, no Centro. Então, acontecia a gravação de…meu primeiro disco, um long-play, vulgo “bolachão”, de composições e interpretações minhas, produzido por meu parceiro Hermínio Bello de Carvalho, com arranjos musicais do Maestro Nelsinho do Trombone, e uma única faixa, dentre as doze, intitulada “Casa de Ferreiro”, arranjada por Luizinho Eça, do “Tamba Trio”. Essa faixa já estava gravada, quando recebemos a notícia de que fora vetada, com mais algumas outras, pelo serviço de censura vigente. Por orientação de Hermínio modifiquei letras e rimas, para que não se perdesse de todo o material de base já gravado, e até adotamos recursos, como simplesmente substituir um título original de uma determinada composição, por um outro bem babaca, que não tivesse qualquer sentido. Foi assim que um samba meu e de João de Aquino, originalmente intitulado “30 Moedas”, foi renomeado para “Fica, Amor” , gravado pelo João de Aquino e por Jorginho do Império. Então assim era feito e funcionava. Submetidas novamente à censura, as mesmas letras com títulos alterados eram, por fim, liberadas. As imagens de capa e contracapa do long-play foram das lentes precisas de Cafi e do compositor Ronaldo Bastos, além do traço delicado do pintor Luiz Canabrava, em uma imagem minha para o encarte do disco. O Hermínio preparara um esquemão para a divulgação do disco. Ele convidou para serem meus padrinhos artísticos: Cartola, Paulinho da Viola, Carlos Cachaça, Clementina de Jesus, e o General da Banda de Ipanema Albino Pinheiro. Houve a distribuição de convites, feita também com discos promocionais em formato de compacto simples, também de vinil, com duas músicas em parceria com Hermínio, extraídas do long-play, “Não Esquente A Cabeça” e “Jerusalém”, sendo uma em cada lado da “bolachinha”. A capa do compacto simples era de caricaturas impressas e assinadas pelo cartunista Lan, comigo ao colo de minha madrinha Clementina de Jesus, com meus outros padrinhos, como em um “batizado”, e na contracapa um texto de Hermínio. Os compactos foram endereçados à imprensa, à artistas, críticos, empresários, enfim. Os técnicos de gravação eram Toninho e Nivaldo, com a direção geral do Maestro Gaya. Uma produção vultosa, que me apavorou de tal forma, a ponto de eu me ausentar do “meio artístico”, em longa reclusão, tal me parecia a responsabilidade. O timaço de Músicos participantes nas gravações foi de primeiríssima grandeza: Regional do Canhoto, Maestro Orlando Silveira do acordeão, Chiquito Braga na guitarra elétrica, Hugo Belardi nos teclados, Dino 7 Cordas, Damázio no violão de 6, Luizão Maia no contrabaixo de pau, Luna na bateria, Pedro Sorongo nos efeitos, Erastro, irmão do percussionista Nana Vasconcellos, de berimbau e tambores, Luizinho Eça de piano, e nos vocais o Coral do Joab e d’As Gatas.
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Boa noite, amigos cultos e ocultos! Sem delongas… Hoje temos um clássico que faltava, The Swinger From Rio, do Sérgio Mendes, álbum lançado nos EUA em 1966 pela Atlantic. Sem a menor dúvida, um dos melhores discos de Bossa Nova produzidos lá fora. E para não deixar por menos, tem ainda a participação do peixe grande, o genial Antonio Carlos Jobim. Falar mais sobre esse disco é chover na roseira, quer dizer, chover no molhado. Imperdível
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Bom dia, amigos cultos e ocultos! Como vocês devem saber, um dos artistas mais queridos aqui no Toque Musical é o Walter Wanderley, figura a qual e por aqui já dispensa comentários, afinal já postamos aqui muitos discos dele. E desta vez eu trago o “Chegança”, álbum lançado originalmente nos EUA em 1966. No Brasil, creio, chegou no ano seguinte. A versão que eu tenha aqui é a original, de capa dupla e o selão que dá moral, da Verve. Neste disco Walter Wanderley vem na formação de trio, ao lado de Bobby Rosengarden e Sol Gubin, ambos na percussão. Um discaço, sem dúvida, tanto na interpretação quando na produção. Um repertório bem bossa nova, clássico, marcado pelo estilo inigualável desse grande organista. Não deixem de conferir no GTM…
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Muito bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Estamos começando mais um ano e como já disse anteriormente, ando prá lá de desanimado. Já tivemos momentos ruins, mas creio que agora estamos chegando no fundo do poço. Claro, me refiro a situação do Brasil, à merda que virou isso aqui. Estou literalmente enjoado com a mentalidade de boa parte desse povo burro brasileiro. Puta que pariu, elegeram um imbecil para Presidente da República! Que retrocesso! Que falta de visão! Creio, não, tenho certeza que vamos nos ferrar por conta dessa maldita escolha. O Brasil levou um golpe. O povo caiu no golpe e ainda ajudou ao carrasco a colocar a corda em seus pescoço. Agora, vamos comer o pão que o diabo amassou, vão vendo…
Isso tudo tem me incomodado muito e meu desgosto se reflete também aqui, nesse projeto de mais de uma década, o Toque Musical. Percebo que entre os amigos cultos, ocultos e agregados há muita gente que pisou na bola, seja por ingenuidade, seja por antipatia, seja mesmo por burrice e falta de senso. Sinceramente, não estou mais disposto a compartilhar com essa gente as coisas que aqui eu publico. Começo neste ano a fazer a faxina. Estarei banindo do GTM toda e qualquer pessoa que apoiou essa besta que assume o Governo. Estarei rastreando todos os perfis, qualquer indício de ‘bostonarismo’, eu deleto na hora. Agora, só atendo a pedidos de reposição de arquivos de quem tiver perfil no Facebook. Se não tiver, não precisa nem se dar ao trabalho de me mandar e-mails, ok? Se me obrigam a engolir esse governo idiota, serão aqui também tratados como idiotas. Quero distância dessa gente tosca. Coisas boas a gente deve compartilhar com quem é do bem. ‘Cidadão de bem’ não é ‘do bem’.
Mas, mudando de assunto, vamos ao principal… Começo o ano com este disco de Antonio Carlos & Jocafi, “Ossos do Ofício”, um lp lançado em 1975, quando ainda eles estavam no auge do sucesso. Na verdade, a dupla sempre fez muito sucesso, mesmo quando nos anos 80 a onda das bandas de rock tomaram a cena pop. Aliás, é bom dizer que foi a partir dos anos 80 que a verdadeira música brasileira de qualidade entrou em declínio. Por certo, muitos artistas sobreviveram e isoladamente um ou outro fez coisas bacanas, mas os tempos mudaram e numa visão generalizada, só pioramos… Felizmente, ainda podemos buscar no passado pérolas como esse disco. Um trabalho muito bacana, produção de primeira com artistas de primeira para ouvidos de primeira. Não deixem de conferir no GTM.
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