Aqui temos um disco interessante lançado na primeira metade dos anos 70 no qual temos a ‘gerência’ por conta do grande Orlando Silveira, músico que começou a atuar profissionalmente ainda na década de 40, na Radio Tupi de São Paulo. Era também compositor, tocava cavaquinho e acordeom. Fez parte de grupos famosos como o Regional de Canhoto. Passou boa parte de sua vida profissional na gravadora Odeon, onde fez muitos arranjos para diferentes discos e artistas deste selo. Esteve na Odeon por vinte anos. Trabalhou com diversos outros artistas ao longo de sua carreia até o início dos anos 90 quando veio a falecer, ainda com 68 anos. Entre os muitos trabalhos que fez, gravou discos como este, “Band It” com um apelo moderno, seguindo as tendências musicais da época. Neste lp participam, de maneira quase anônima, artistas como o grupo The Fevers e Gerson King Combo. E é talvez muito por conta dessa pegada funk, black music que o disco hoje se tornou uma peça estimada entre colecionadores e dj’s, vendido a preço de ouro como se fosse o supra-sumo das maravilhas. Por certo, o disco é bem legal e tem lá suas qualidades. Seu exotismo e interesse para os gringos está nessas versões e arranjos desconcertantes de sucessos internacionais. E cabe ainda um sucesso carnavalesco, “Quem sabe sabe”, de J. Sandoval e Carvalhinho, transformado em um samba funk, ou algo assim.
Aqui um lp que há muito esperava para ser postado. Os pequenos cantores de Belo Horizonte, alunos do tradicional Colégio Santo Agostinho, ou, Pequenos Cantores do Colégio Santo Agostinho. Já tivemos a oportunidade de ver e ouvir aqui um outro disco deles. Desta vez, vamos com este, que creio, foi gravado no início dos anos 70, por certo 1973.
O Colégio Santo Agostinho foi um dos poucos, ou talvez o único, na cidade a promover a música como parte de seu projeto educacional, através de atividades contínuas com seus alunos. Criou nos anos 60, a exemplo dos “Pequenos Cantores da Guanabara”, o seu grupo musical, inicialmente apenas com a intenção de homenagear o ‘Dia das Mães’. Ao longo dos anos e sempre renovando as vozes, eles foram gravando novos discos, lps e compactos. O fato mais interessante desses lançamentos é que todos os discos tiveram o apoio profissional, os arranjos de quatro grandes nomes da música mineira, Aécio Flávio, Célio Balona, José Guimarães e Waldir Silva. Percebe-se também ao ouvir que os maestros também foram instrumentistas. A qualidade é mesmo muito boa e inquestionável. O repertório também não fica por menos.
Para o dia de hoje, vamos trazendo a Idalina de Oliveira, cantora, atriz e garota propaganda. Idalina foi uma das pioneiras na televisão brasileira como garota propaganda. Atuou principalmente nos anos 50 e 60. Como atriz, trabalhou no seriado infantil “Capitão 7”, da TV Record, que foi ao ar de 1954 a 1966. Ela era ‘Silvana’, a companheira do Capitão 7. Foi ainda no início dos anos 60 que ela foi convidada para gravar uma música na Chantecler e esta foi “Mariquilla bonita”, em versão de Joaquim Gustavo, recebendo o nome de “Amorzinho querido”, sendo lançada primeiramente em compacto e que teve muito sucesso. Isso deu a ela a oportunidade de gravar este lp com as orquestras de Élcio Alvarez e Francisco Moraes. “Idalina” foi seu único disco, no qual traz um repertório misto de sambas, baião e versões, incluindo “Amorzinho querido”. Em 1966 ela voltou a gravar um outro compacto, mas ficou só nisso… Aproveitamos para incluir aqui, como bônus, as duas músicas deste compacto.
Hoje, vamos de compacto. Um disquinho importante na carreira da cantora Vanusa. Este foi o seu primeiro disco, lançado pela RCA Victor, em 1967, período que a cantora e compositora se revelou no movimento da Jovem Guarda. Aqui temos ela com seu primeiro sucesso, “Pra nunca mais chorar”, música de Carlos Imperial e Eduardo Araújo. Eis aí um compacto bem raro, que não aparece nem mesmo em algumas de suas discografias.
Para esta nossa sexta-feira, vamos trazendo aqui um disco de seresta, gênero que faz muito sucesso entre nossos amigos e que mais que nunca vale a pena deixar aqui registrado. O Grupo de Seresta João Valle Maurício vem de Montes Claros, uma das grandes cidades do norte de Minas Gerais.
João Valle Maurício foi um médico, nascido e criado nesta cidade. Político em sua cidade natal, poeta, cronista e contista, tendo vários livros publicados. Foi também reitor da Fundação Norte Mineira de Ensino Superior, hoje Unimontes, onde implantou o curso de medicina, direito e administração. Também seresteiro, na música, criou este grupo de seresta que se tornou bem conhecido, chegando assim a gravar um disco. No caso, este lp, “Lágrimas ao luar”, lançado, ao que tudo indica, nos anos 70. Como se pode ver logo na contracapa, o repertório apresenta dez músicas clássicas em qualquer serenata mineira. Um bom disco para se ouvir… Confiram no GTM.
Esta é a primeira vez que postamos um lp dos Anjos do Inferno. Aliás, não exatamente… Já publicamos, em um outro momento, o “Brasil Pandeiro”, disco originalmente lançado em 1963 e reeditado em 71. Foi uma produção de Leo Vilar, um dos fundadores do grupo vocal, que contou com a participação de membros de outro conjunto, Os Titulares do Ritmo. Assim sendo, o presente lp é verdadeiramente os Anjos do Inferno, em uma de suas melhores formações. Aqui temos um disco produzido por J.L. Ferrete, para a Continental e lançado em 1975, reunindo as primeiras gravações dos Anjos do Inferno, entre os anos de 1939 a 41. Nesta seleção temos 12 músicas, entre sambas e machinhas que se tornaram clássicos. Este disco faz parte de uma série dedicada também a outros grandes nomes da música popular brasileira do passado. Como no lp, aqui também está incluído um encarte com a história deste conjunto vocal.
Mais uma vez, marcando presença em nosso Toque Musical, temos o músico romeno Steve Bernard que chegou no Brasil no início dos anos 50, fugindo da guerra e acabou conquistando o público brasileiro, em especial, o público requintado que frequentava boates luxuosas e famosas como a lendária Vogue, no Rio de Janeiro. Ele era pianista e também organista. Neste lp, que acredito ser seu primeiro disco, ele toca seu Hammond acompanhado pelos músicos, Nestor Campos (guitarra); Hanestaldo Américo (bateria; Raul Gagliardi (contrabaixo) e Sylvio Vianna (vibrafone e maracas). O repertório inclui músicas nacionais e internacionais que já faziam sucesso naquela época.
Mais uma vez, marcando ponto aqui no nosso Toque Musical, o pianista baiano Lacerda, ou ainda, Carlos Lacerda. Acredito que ele tenha adotado neste disco, artisticamente, apenas o sobrenome para não ser confundido com o Carlos Lacerda, implacável jornalista e político da antiga UDN dos anos 50. Pois este segundo também usou da fonografia um recurso para as suas campanhas políticas. Por sinal, temos no TM uns dois discos gravados por ele (curiosidades que só se vê por aqui).
Carlos Alberto Freitas de Lacerda foi um pianista, compositor, maestro e arranjador baiano que atuou nos anos 50 e 60 na rádios, em especial a Rádio Sociedade da Bahia. Foi diretor musical da lendária gravadora JS (Jorge Santos) e também trabalhou para a TV Itapoan. Aqui temos ele neste lp lançado pela Audio Fidelity, em 1963. Neste disco ele vem acompanhado de orquestra. O repertório se divide entre temas autorais, carnavalescos e outros, de outros compositores, naturalmente já conhecidos pelo público.
Aqui temos o maestro Zaccarias e seu Quarteto Excelsior, formado por Fats Elpídio (piano), Luiz Marinho (contrabaixo), Plínio (bateria) e Maurílio (piston), no quarto volume da série “Coquetel Dançante”. Disco lançado pela RCA Victor no início dos anos 60, trazendo num repertório dançante com temas nacionais e internacionais. Sucessos da época com predominância para sambas e boleros.
Há dois dias atrás perdemos Laércio de Freitas, músico, pianista, compositor, arranjador, maestro e também ator. Um artista de grande talento que iniciou sua carreira nos anos 60 atuando, inclusive, internacionalmente. Trabalhou com o Tamba 4, Luiz Carlos Vinhas, João Donato, Orquestra Tabajara e Sexteto de Radamés Gnatalli. Acompanhou diversos outros artistas da música popular brasileiro. Atuou em programas de tv e também como ator em novelas da Rede Globo. Premiado também como compositor de trilhas para o cinema. Era pai da atriz Thalma de Freitas.
Aqui, temos dele o primeiro lp, lançado em 1972 pelo selo CID. Na época do lançamento o disco conseguiu se destacar por conta da música “Capim gordura” que tocou bastante nas rádios. A música já havia sido gravada por ele anteriormente em um compacto e neste lp recebe uma regravação. Este lp parece que foi relançado em versão cd há algum tempo atrás, redescoberto pelas novas gerações e por colecionadores e especuladores de vinil que cobram caro por um exemplar em bom estado.
Fim de semana preguiçoso… Cá estou eu aproveitando a gaveta do S para buscar mais um disco para postarmos. E nesta, eis que encontro este arquivo pronto da cantora, atriz e pesquisadora do folclore brasileiro, Stellinha Egg. Certamente recolhido de algum dos excelentes blogs de música brasileira que passaram pela internet. Para nossa felicidade, já veio praticamente pronto, incluindo um texto de apresentação da cantora, o qual segue a baixo:
Cantora. Compositora. Atriz. Cresceu recebendo a influência do ambiente musical existente em sua família. Com cinco anos, começou a cantar em festas da Igreja Evangélica. Foi casada com o maestro Lindolfo Gaya. Sua carreira profissional se iniciou na Rádio Clube Paranaense, em Curitiba (PR). Venceu um concurso de melhor intérprete do folclore brasileiro e foi contratada a partir daí pela Rádio Tupi de São Paulo, para onde transferiu-se logo depois. Na capital paulista trabalhou nas Rádios São Paulo e Cultura. No início dos anos 1940, transferiu-se para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro, onde apresentou-se ao lado de Dorival Caymmi e Sílvio Caldas. Em 1944, gravou seu primeiro disco, pela gravadora Continental, interpretando a toada “Uma lua no céu… outra lua no mar”, de Jorge Tavares e Alaíde Tavares e o coco “Tapioquinha de coco”, de Jorge Tavares e Amirton Valim. No ano de 1945, casou-se com o maestro Lindolfo Gaia, que a partir daí trabalharia nos arranjos de suas músicas, e de quem gravou, entre outras músicas, o samba “Não consigo esquecer você”, a toada “Mais ninguém”, parceria com Eme de Assis e o samba canção “Um amor para amar”. Em 1949, gravou de Ary Barroso o samba-canção “Terra seca”. Em 1950, gravou o baião “Catolé”, de Humberto Teixeira e Lauro Maia. No mesmo ano, foi eleita no Congresso Internacional de Folclore, em Araxá, Minas Gerais, como a Melhor Cantora Folclórica. Em 1952, gravou a rancheira “Toca sanfoneiro”, dela e Luiz Gonzaga e a canção “Luar do sertão”, de Catulo da Paixão Cearense. Em 1953, gravou de Dorival Caymmi as canções “O mar” e “O vento”. Gravou também do mesmo autor o samba canção “Nunca mais”. Em 1954, gravou ainda de Caymmi os batuques “Noite de temporal” e “A lenda do Abaeté”. Entre 1955 e 1956 excursionou à Europa, apresentando-se na URSS, França, Polônia, Finlândia, Itália e Portugal acompanhada do maestro Lindolfo Gaia. Em 1956, gravou o xote “O torrado”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas e o clássico baião “Fiz a cama na varanda”, grande sucesso de Dilu Mello. Em 1960, gravou na Odeon cantando com o Trio Irakitan a limpa-banco “Entrevero no jacá”, de Barbosa Lessa e Danilo Vital. Dedicada ao estudo e pesquisa do folclore brasileiro, gravou diversas composições de domínio público e folclóricas, tais como a toada “Garoto da lenha de Angico”, a toada “Boi Barroso”, “Samba lelê”, “A moda da carranquinha”, “Cantigas do meu Brasil” e outras. Gravou o LP “Luar do sertão”, com composições de Catulo da Paixão Cearense, Ernesto Nazaré e Anacleto de Medeiros. Gravou diversos LPs dedicados a distintos aspectos da música popular e folclórica, entre os quais: “Modas e modinhas”, com modas de viola e modinhas antigas e modernas; “Vamos todos cirandar”, com canções de roda; e “Músicas do nosso Brasil”, com canções tradicionais brasileiras.
Sobre este lp, apenas uma observação. O disco foi lançado, verdadeiramente, em 1958, sendo um dos primeiros long play da Polydor de 12 polegadas. No mais, olha aí… a contracapa já diz tudo 😉
Mais uma Sônia, aproveitando o ensejo… Desta vez, Sônia Santos, cantora e compositora em seu segundo álbum, lançado pela Som Livre, em 1977. Seu primeiro disco foi lançado em 75, também pela Som Livre, com a promessa de uma nova cantora de samba. Na época, as cantoras de samba estavam fazendo muito sucesso. Sônia Santos já era conhecida do público através de outras músicas que gravou dentro das trilhas de novelas como “O Espigão” e “O Rebu”, todas de 74. Sônia viria a lançar mais um disco, o seu terceiro lp, o “Brasileirinha”, em 1982 e daí seguiria carreira nos Estados Unidos, onde parece viver até hoje. De todos os discos gravados por ela aqui, não há um que se possa dizer ser um disco fraco, muito pelo contrário, todos, trabalhos de excelência, tanto na escolha de repertório quanto nos arranjos e instrumentação. Seus discos continuam modernos, alguns foram relançados inclusive no exterior.
Havíamos postado aqui há pouco tempo atrás o “Alô Broto Vol.2”, da cantora Sonia Delfino. Ficou, por certo, trazermos também o primeiro volume, lançado em 1961. E aqui está ele, um disco voltado para o público jovem da época. Sonia canta um repertório bem eclético recheado de rock, balada e bossa… Tudo bem moderninho e sucesso garantido. Aliás, garantido, muito por conta de um primeiro disco também lançado pela Philips e também já postado aqui, “Sonia Delfino canta para a mocidade”. Ao que parece, ela só gravou três lps, alguns compactos e no início de carreira, ainda no final dos anos 50 gravou uma dezena de bolachas em 78 rpm, sendo que muitas dessas músicas apareceriam nos lps.
Vamos nessa agora com a admirável Zezé Motta, essa grande atriz e cantora brasileira, em um disco dos mais gostosos, lançado em 1984 pelo selo Pointer. Ela vem acompanhada pelo Grupo Água Marinha e um conjunto de metais, que dá à sua seleção musical um resultado perfeito. Este foi seu segundo lp.
Hoje nosso encontro é com Dalva Barbosa, uma excelente cantora de samba canção que atuou no final dos anos 50 e início dos anos 60. Foi descoberta pelo compositor Airton Montenegro cantando em Ipanema, em apresentações no Ankito’s Bar, uma boate de propriedade do inesquecível humorista Ankito. Ela também atuava em outras casas como o Arpège, Pigalle, Au Bon Gourmet e outras. Gravou em 1961 seu primeiro disco, um compacto triplo (com três musicas de cada lado), pelo obscuro selo Ritmos, onde interpreta não apenas sambas, mas também bolero e rumba. Depois foi contratada pela RCA Victor onde ganhou mais projeção. Este foi seu primeiro lp, um trabalho totalmente voltado para o samba, assim como os outros poucos discos que viria ainda a gravar tanto na RCA quanto na Polydor. Estranhamente, não há na internet quase nenhuma informação sobre esta artista. Existem apenas algumas referências a ela que no juntar de tudo foi só isso que encontramos, infelizmente. “É Samba” é mesmo um disco com suas qualidades, autêntico, em ritmo sincopado, ao estilo Miltinho. A gente escuta com prazer ‘de cabo a rabo’. Confiram no GTM…
Vamos hoje trazendo um outro artista que partiu recentemente, o goiano Chrystian, que fez muito sucesso nos anos 70 cantando em inglês. Depois, continuou seguindo uma carreira em dupla sertaneja com o irmão, Ralf, fazendo ainda mais sucesso. Aqui temos dele o segundo lp. Chrystian já havia lançado um outro disco e alguns compactos. Este foi gravado nos Estados Unidos, com músicos americanos contratados para esse projeto.
Temos hoje, o violonista e compositor Heraldo do Monte em disco lançado pela RCA Camden, em 1963. Curiosidade observar que poucos são os discos dessa safra, pelo menos por aqui no Toque Musical. Anos ímpar, em geral parece serem períodos de entressafra para a indústria fonográfica.
Mas aqui temos este, “Batida Diferente”, um disco de samba instrumental, bossanovíssimo, moderno com este repertório que não deixa nada a desejar…
Havíamos separado alguns discos de artistas que se foram recentemente, para postarmos aqui, mas por um mistério, a seleção dos lps já digitalizados, desapareceu. Ficou em algum pen-drive ou hd que não conseguimos achar. Assim sendo, vamos postando na medida em que lembrarmos…
Aqui, Téo Azevedo, músico mineiro, em um dos muitos lps que gravou e produziu. “Morte de Vaqueiro” foi um disco produzido e lançado de forma independente, em 79. Uma homenagem aos vaqueiros e seus aboios.
Tèo Azevedo, faleceu em maio deste ano. Cantor, compositor, escritor, poeta, violeiro e produtor. Deixou uma infinidade de músicas gravadas, coisas que ainda um dia veremos serem editadas e apresentadas ao grande público.
Esticando um pouco mais esse nosso forró junino, aqui temos Siluca, cantor e compositor cearense que curiosamente acabou fazendo seu sucesso no Pará. Lançou este que foi o seu primeiro lp, pelo selo Mocambo, em 1964. Um disco, como indica na capa, com forró, rojão, arrasta-pé, baião, marcha e xote. Tudo composição autoral, perfeito para se ouvir nessa ocasião e mais… 🙂
Aproveitando o momento forrozeiro, aqui vai mais um disco que cai muito bem, “Arrasta-pé no sertão”, de Zé Mamede e Sua Gente Esquentada. Segundo informações de comentários no Youtube, este era um pseudônimo para o sanfoneiro alagoano, Gerson Argolo Filho, conhecido artisticamente como Gerson Filho, o sanfoneiro de oito baixos. Gravou diversos discos nos anos 60 e 70, emprestando muitas vezes seu talento para nomes fictícios que as gravadoras criavam na produção de suas edições. Zé Mamede e sua gente esquentada, pode ter sido um caso assim. Este é o primeiro volume e no mesmo ano saiu segundo trazendo um fotografia de um sanfoneiro, que por acaso nada tem a ver com a fisionomia de Gerson Filho. Isso talvez afaste a ideia do pseudônimo. Mas vai lá saber…? Em resumo, obscuridade populares lançadas nos anos 70. E por certo, um ótimo disco de forró.
Seguimos em nossas postagens com mais um disco que nos remete a esse período das festas juninas. Um disco de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, lançado em 1976 pela RCA. Como sempre, impecável. Garantia do melhor da música popular brasileira. Destaque para “São João nas capitá”, composição de Lua com Luiz Ramalho, um forró que é uma bela crítica às festas de São João nas cidades grandes, onde a apropriação cultural transforma tudo numa caricatura, em apenas festas juninas. E ainda injetam elementos estranhos à festa, coisas como música country e sertanejo mela-cueca.
Como dizia o Gonzagão, “brincar São João, lá na roça é que é bão…”
E aproveitando os festejos de São João, essa boa época, aqui vai mais um disco dedicado ao tema junino. Aliás, este é um disco de sucesso com Canhoto e seu regional marcando uma autêntica quadrilha. Um disco perfeito para sonorização, principalmente em festas de escolas nos anos 60 e 70 (me lembro bem). Quem não tinha um conjunto ou sanfoneiro, o jeito era buscar nos discos a animação musical em um disco de vinil. “As festas de junho” foi um desses lps muito procurado e que até recebeu reedição. Acredito que originalmente este lp tenha sido lançado nos anos 60. 71 foi sua reedição.
Vou abrir uma das exceções (que eventualmente praticamos), fugindo a regra das nossas postagens regulares de vinil. Hoje iremos de cd, um disco de Gilberto Gil lançado em 2001, quando então o vinil não fazia parte dos lançamentos. Ou seja, este trabalho não chegou a ser lançado em vinil. Mas é um momento tão bacana, um registro de uma noite que deve ter sido maravilhosa, que a gente não poderia deixar passar. Ainda mais que hoje é noite de São João. Assim, temos todos os bons motivos para postar este São João de Gilberto Gil. Maravilhoso e memorável!
Uma boa pedida para o dia de hoje. Um disco que tem ficado na fila de espera para ser postado aqui no Toque Musical. E hoje bem apropriado nesta véspera de São João. Estamos falando de Luiz Gonzaga e Carmélia Alves, neste lp gravado ao vivo no Teatro João Caetano, em 1977, dentro da série “Seis e meia”, um projeto musical da Funarte que consistia em shows de duplas de artistas, as seis e meia da tarde, ou dezoito horas da noite, no Teatro João Caetano. Entre os diversos shows, este foi lançado em discos pela RCA. Um momento inesquecível com dois grandes artistas representantes do baião.
Temos hoje um disco independente do paraense Alcyr Guimarães, figura, infelizmente, pouco conhecida do grande público brasileiro. Porém, um artista consagrado, principalmente no Pará, com uma vasta discografia que se inicia nos anos 60, quando gravou seu primeiro disco. Seus discos foram praticamente lançados de forma independente, o que justifica talvez o desconhecimento do artista em outras regiões do país. Mas a trajetória de Alcyr Guimarães lhe garantiu um renome. Foi jogador de futebol, radialista, médico, professor e pesquisador da Organização Mundial da Saúde. Integrou um dos primeiros grupos de samba de Belém, se destacando também no carnaval como compositor. Não podemos esquecer também que Alcyr fez parte do conjunto de Sivuca, com quem tocou por um tempo.
Aqui temos dele mais um disco, gravado em 1990, o Mestre Calafate, um lp que demonstra seu regionalismo já pelo título. São dez composições próprias, ou em parceiras. Mestres calafates são pessoas responsáveis pela vedação das frestas entre as tábuas de madeira das embarcações ribeirinhas. É uma profissão muito antiga da construção naval e que ainda hoje continua existindo e muito comum no Pará.
“Encontro Dançante”, com o Conjunto Melódico Norberto Baldauf, mais um disco deste formidável conjunto instrumental de Porto Alegre que surgiu para todo o país a partir dos anos 50. Como já foi dito aqui, em outras postagens de outros discos que apresentamos, o Conjunto do pianista Norberto Baldauf era a sensação do rádio e dos bailes no Sul. Tanto assim que logo chegaria aos ouvidos da Odeon, responsável pelos primeiros discos do grupo. Fizeram muito sucesso, tanto pelo repertório quanto pela qualidade e personalidade própria do conjunto. Aqui, neste lp de 1960 podemos constatar isso mais uma vez nesta série com temas nacionais e internacionais, moldados para a dança a dois. Repertório bacana, olha só…
Mais um disco de Copa do Mundo. Ou, no caso, mais um disco do bi-campeonato do Brasil na Copa de 1962. Desta vez pela Odeon e da mesma forma, apresentando os melhores momentos. Trechos originais das transmissões da Rádio Guanabara do Rio de Janeiro.
Depois de uma pausa de um mês, retomamos nossas postagens trazendo este lp de 1964, lançado pelo selo Continental. “Isto é Sucesso – Nº 2” é um disco interessante de se ouvir. Temos nele a presença de dois grupos distintos, abrindo o lado A com Os Copa 4 e no lado B temos Pachequinho e Sua Orquestra. Uma boa jogada comercial da Copacabana, dividindo o disco em dois momentos entre um grupo vocal moderno e um pianista tradicional e sua orquestra. Um lado com temas nacionais, outro lado com temas internacionais. Bem temperado, confiram aí…
De volta, após um mês de merecido descanso, retomamos com este lp do Netinho. Conforme já havíamos comentado, logo que possível repostaríamos “Amor & Caridade, lançado em 1980 pela RCA. E aqui está este que foi o que podemos considerar como o volume 1, porém, bem diferente do 2, que publicamos no mês passado. Aqui temos ainda alguns resquícios, uma ‘contaminação’ do Casa das Máquinas. Disco bacana e com um time de músicos mais que entrosados…
Vamos entrar numa pausa por aqui. Estamos precisando de férias. Então, voltaremos em breve, no próximo mês continuando nossos toques e retoques, ok?
Então, mais um disco de futebol. Desta vez, outro raro exemplar, “Pelè, Seus Gols, Sua Vida”, lançado pela Odeon em 1962, certamente após a conquista do bi campeonato mundial de futebol, a Copa do Mundo, no Chile. Pelé se tornou o maior jogador de futebol do mundo, um ídolo respeitado em todos os quatro cantos do planeta. Um esportista que iria se eternizar e se tornar símbolo do futebol. Prova disso é este lp que agora vocês poderão conferir…