Bom dia, amigos cultos e ocultos! Durante esses dias carnavalescos eu até pensei em fazer várias postagens referente ao tema, como de costume aqui no nosso Toque Musical, mas como esse nosso país é um eterno carnaval, pouca diferença faz se as marchas, sambas, ranchos e frevos vem em blocos ou sozinhas. Deixemos o Carnaval rolando lá fora e vamos para a bossa nova… Hoje, tenho para vocês um clássico da Bossa Nova ‘made in USA’. Na verdade, um senhor disco lançado pela americana Capitol Records, em 1965, reunindo os brasileiros Sérgio Mendes Trio, a cantora Wanda Sá (aqui Sah) e a violonista Rosinha de Valença. De quebra, tem também o saxofonista Bud Shank. No repertório, verdadeiras joias da Bossa Nova e uma interpretação impecável que agradou em cheio o público americano e porque não dizer, o mundo inteiro. Confiram no GTM…
E aqui está novamente o Grand Record Brazil, edição de número 153, apresentando mais uma coletânea de marchinhas dos bons tempos em gravações raras. Abrindo esta seleção, temos Francisco Alves, “o rei da voz”, interpretando “Maria Rosa”, de exclusiva autoria de Nássara, com versos surrealistas, aproveitando um compasso da canção “Rose Marie”, da opereta homônima do checo Rudolf Friml. Foi tão grande seu sucesso no carnaval de 1934, que foi dado o apelido de Maria Rosa a uma tabela de aumento de vencimentos dos funcionários dos Correios e Telégrafos, que teimava em não aparecer… Gravação Odeon de 5 de dezembro de 33, uma terça-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 11087-B, matriz 4761. Na faixa 2, Dircinha Batista, acompanhada pelos Diabos do Céu, de Pixinguinha, interpreta “Muito riso e pouco siso”, da folia de 1936, assinada por uma dupla campeã de carnavais, João de Barro (Braguinha) e Alberto Ribeiro. Gravação Victor de 15 de janeiro de 36, uma quarta-feira, lançada bem em cima do carnaval, em fevereiro, sob número 34030-A, matriz 80086. Na faixa 3, Jayme Brito interpreta “Abre alas”, de J. Piedade e Jorge Faraj, sucesso do carnaval de 1940 que cita o clássico “Ó abre alas”, de Chiquinha Gonzaga. Gravação Odeon de 25 de setembro de 39, uma segunda-feira, lançada ainda em dezembro com o número 11794-A, matriz 6204. Na faixa 4, Odete Amaral, acompanhada pelos Diabos do Céu, interpreta “Colibri”, de Ary Barroso, sucesso do carnaval de 1937. Gravação Victor de novembro de 36, feita numa sexta-feira 13 (!)e lançada ainda em dezembro com o número 34120-B, matriz 80255. Na faixa 5, volta Dircinha Batista, desta vez cantando “Oh! Tirolesa”, de Haroldo Lobo e Oswaldo Martins, do carnaval de 1949. Gravação Odeon de 4 de novembro de 48, uma quinta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 12899-A, matriz 8439. Na faixa 6, Jararaca apresenta “Flauta de bambu”, de Nássara e Sá Roris, do carnaval de 1939. Gravação Odeon de 29 de novembro de 38, uma terça-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, sob número 11691-A, matriz 5979. Na faixa 7, volta Odete Amaral, junto com os Diabos do Céu, desta vez cantando “Ali Babá”, de Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr., do carnaval de 1938. Gravação Victor de 25 de agosto de 37, uma quarta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 34269-B, matriz 80599. Na faixa 8, Patrício Teixeira interpreta “Caiu o pano da cuíca”, sucesso do carnaval de 1939, de autoria de outra dupla de muitos êxitos na folia de Momo, Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira. Gravação Victor de 25 de novembro de 38, uma sexta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 34404-A, matriz 80944. Na faixa 9, volta Francisco Alves, desta vez acompanhado pelos Diabos do Céu, interpretando “Cadência”, “marcha-caricatura” de Nássara e Lamartine Babo sobre motivos da opereta “Valência”, do espanhol José Padilla. Gravação Victor de 23 de dezembro de 35, uma segunda-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 34024-A, matriz 80067. Na faixa 10, temos novamente Dircinha Batista, agora cantando “Acredite quem quiser”, de Nássara e Eratóstenes Frazão, do carnaval de 1940. Gravação Odeon de 7 de dezembro de 39, uma quinta-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, sob número 11828-A, matriz 6296. Em seguida, temos duas faixas com J. B. de Carvalho. A primeira é “Pó de mico”, dos campeoníssimos Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira, do carnaval de 1941. Gravação Odeon de 31 de outubro de 40, uma quinta-feira, lançada ainda em dezembro sob número 11931-A, matriz 6496. E na faixa seguinte, Carvalho interpreta “Americana”, do carnaval de 1939, de autoria de Roberto Roberti, Nássara e Arlindo Marques Jr., que se esconderam sob o pseudônimo de Tio Sam (!). Gravação Victor de 27 de setembro de 38, uma terça-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34392-B, matriz 80907. Na faixa 13, Aurora Miranda, irmã de Cármen, e João Petra de Barros interpretam juntos “O tempo passa”, de Custódio Mesquita e Paulo Orlando, da folia de 1935, que caiu em março. Gravação Odeon de 22 de outubro de 34, uma segunda-feira, lançada em janeiro de 35 sob número 11191-A, matriz 4937. Para finalizar, temos Luiz Barbosa, acompanhado pelos Diabos do Céu, interpretando mais um sucesso do carnaval de 1936: “Oh oh não”, de Antônio Almeida e Alfredo Godinho, aproveitando jingle da Drogaria Sul Americana, do Rio. Gravação Victor de 15 de janeiro de 36, uma quarta-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, com o número 34029-A, matriz 80084. E no próximo volume, traremos ainda mais sucessos carnavalescos. Até lá!
Bom dia, amigos cultos e ocultos foliões! E enfim, o Carnaval! Está aqui o nosso grito oficial em pleno sabadão. Vamos logo com essa postagem, pois o meu tempo é sempre curto e eu agora já estou indo para a folia. A cidade está cheia e é só alegria. Vamos brincar o Carnaval! Segue aqui mais um disco da série “Baile da Saudade” e aqui temos o volume três. O dois fica para quando eu achar, hehehe… Neste lp, lançado em 1977, temos um verdadeiro ‘pot pourri’ de marchinhas e frevos clássicos. Um apanhado musical carnavalesco de encher os olhos e os ouvidos, naturalmente. Temos aqui o cantor Expedito Baracho acompanhado da Orquestra de Frevos de Clovis Pereira, do tradicionalíssimo carnaval do Recife. Mais uma maravilha do momento que não dá para perder. Confiram o link lá no GTM (Grupo do Toque Musical).
Olá, amigos cultos e ocultos! Estamos em pleno Carnaval e eu havia mesmo planejado postar aqui vários discos do gênero, mas percebi que esses são produções exclusivas do Grand Record Brazil, braço de cera, como diz o nosso amigo Samuca, que também é quem cuida das resenhas para essa série. Achei então melhor espaçar, deixá-los para outros momentos. Mas ainda assim teremos as marchinhas e outros quitutes carnavalescos, ok? Vamos mais uma vez na herança deixada pelo Sintonia Musikal, agora trazendo uma coletânea do selo Odeon, celebrando a então música jovem. Temos aqui alguns dos artistas/conjuntos que faziam parte deste ‘cast’ da gravadora. Artistas, muitos deles, vindos da onda Jovem Guarda. Um disco bacana, pois seleciona diferentes artistas e faixas extraídas de discos que hoje já não encontramos com tanta facilidade por aí. Vale a pena recordar…
as pazes – adriana
eu esperarei – bobby de carlo
primavera – trio esperança
a rosa – deny e dino
eu quero alguém para amar – joão luiz
um tipo especial de amor – silvinha e eduardo araújo
Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Pensei que seria tranquilo manter as postagens diárias e mais ainda nesse período de carnaval, mas esqueci de dizer que eu também sou folião e daí, quem diz que eu consigo achar tempo nessa loucura para postar alguma coisa…? Bom… a gente tarda, mas não falha… Segue aqui um disco bacana, herança deixada pelo Chico e seu saudoso Sintonia Musikal, De Castro e seu conjunto, no álbum lançado em 1962, através do selo Masterplay. Estamos falando aqui do grande instrumentista Heitor Avena de Castro, que neste disco aparece apenas como “De Castro”, em outros com Avena de Castro e também em dupla com o pianista João Peixoto Primo na série ‘Som Ambiente’ como Avena e Primo. Avena era um mestre da cítara e na sua época era talvez um dos únicos músicos a tocar esse instrumento, principalmente na execução de gêneros tão incomuns para um instrumento de origem austríaca. Ainda hoje, poucos são os que se aventuram, aqui no Brasil, a tocar esse instrumento. E neste disco, de 62, Avena dá um show de talento, tocando exclusivamente sambas, numa batida até então diferente e inovadora chamada Bossa Nova. Taí, um disco que agrada gregos e troianos. Confiram essa belezinha no GTM.
Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Carnaval já está aí e nós aqui tentando entrar na folia. Logo mais teremos outras marchinhas e sambas carnavalescos, mas vamos também mantendo o grau, buscando mostrar que aqui temos a maior diversidade fonomusical. Para hoje temos o excelente Tamba Trio, grupo vocal e instrumental que nasceu no início dos anos 60, no embalo da Bossa Nova. Formado inicialmente por Luiz Eça, Bebeto Castilho e Hélcio Milito, grupo esse que acompanhava as cantoras Maysa e depois Leny Andrade. Também tocando ao lado de Roberto Menscal e Luiz Carlos Vinhas. Teve ao longo de toda a sua trajetória outras formações, chegando inclusive a se tornar um quarteto. Entre umas e outras, o Tamba seguiu até o início dos anos 90, quando então seu principal elemento, Luiz Eça veio a falecer, em 1992. Neste lp, lançado em 1966 pelo selo Philips, temos o trio formado por Eça no piano, Bebeto no contrabaixo e flauta e Rubens Ohana na bateria, substituindo Hélcio Milito. O álbum nos traz um repertório com músicas de Baden, Vinícius, Francis Hime e também dos então ‘novatos’, os baianos, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Edú Lobo, este último também é quem escreve o texto de apresentação da contracapa. Sem dúvida, um disco clássico da nossa música popular brasileira. Uma pérola que não se pode deixar de apreciar. Confiram no GTM…
Olá amigos cultos e ocultos. Algumas coisas, as vezes, me chegam as mãos e ficam naquela gaveta esperando a sua hora. Quando chega uma oportunidade de postar já não me lembro. Este disco que posto hoje é algo assim. E oque temos para hoje é uma atração internacional, coisa que também não tenho feito por aqui. Apresento ao amigos, Adelina Garcia, uma cantora mexicana que fez muito sucesso aqui no Brasil nos anos 50. Ela, na verdade, como nos conta o próprio texto de contracapa, nasceu nos Estados Unidos, mas ainda criança foi morar no México. Seus pais eram mexicanos. Atuou como cantara e com muito sucesso nos anos 40 e 50. Esteve no Brasil várias vezes e em 1955 gravou por aqui este lp de dez polegadas com alguns de seus maiores sucessos, acompanhada da orquestra de Oswaldo Borba. Um disquinho bem ao gosto do público brasileiro. Certamente vocês vão amar. Confiram no GTM.
Ó abre alas que o Grand Record Brazil quer passar! Neste volume, o de número 152, estamos iniciando uma série dedicada ao carnaval, trazendo de volta muitas gravações hoje raras, todas elas de marchas ou marchinhas. Abrindo esta seleção, temos “Lá vai ela”, do carnaval de 1937, de autoria de Jararaca e Vicente Paiva, interpretada pelo próprio Jararaca, acompanhado de sue conjunto. Gravação Odeon de 12 de dezembro de 36 (um sábado!), lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 11449-B, matriz 5498. Em seguida, temos Dircinha Batista, então na plenitude de seus treze anos de idade, interpretando “Pirata”, da parceria João de Barro (Braguinha)-Alberto Ribeiro, acompanhada pela orquestra Diabos do Céu, de Pixinguinha, sucesso no carnaval de 1936. Gravação Victor de 15 de janeiro desse ano, uma quarta-feira, lançada em cima da folia, em fevereiro, com o número 34030-B, matriz 80087. Dircinha também cantou a música, vestida de pirata, no filme “Alô, alô, carnaval”, da Cinédia. Na faixa 3, Nélson Gonçalves interpreta outro sucesso, este do carnaval de 1950: “Serpentina”, de Haroldo Lobo e David Nasser. Gravação RCA Victor de 9 de outubro de 49 (um domingo!), lançada um mês antes da folia, em janeiro, sob número 80-0630-A, matriz S-078948. Na faixa 4, volta Dircinha Batista, desta vez cantando “Na casa do seu Thomaz”, sucesso do carnaval de 1939, de autoria de J. Cascata e Nássara. Gravação Odeon de 24 de novembro de 38, uma quinta-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, sob número 11689-A, matriz 5977. Na faixa 5, Odete Amaral, “a voz tropical do Brasil”, interpreta “Pavãozinho dourado”, de Roberto Cunha (jogador de futebol que participou da Copa do Mundo de 1938), que obteve boa aceitação na folia de 1940. Gravação Victor de 24 de outubro de 39, uma terça-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34537-A, matriz 33199. Na faixa 6, Mário Reis, acompanhado pelos Diabos do Céu, interpreta “Linda Mimi”, composição de João de Barro (Braguinha)sem parceiro, que Mário também cantou no filme “Estudantes”. Gravação Victor de 26 de junho de 1935, uma quarta-feira, lançada em agosto do mesmo ano com o número 33957-B, matriz 79942. Seu sucesso chegaria ao carnaval de 1936. Na faixa 7, Newton Teixeira, o inspirado compositor de “A deusa da minha rua” e “Malmequer”, entre outras, canta, acompanhado pelo regional do flautista Benedito Lacerda, “Quando eu for bem velhinho”, sucesso do carnaval de 1940, de autoria de Lupicínio Rodrigues (que não fazia apenas sambas-canções e também era de carnaval) e Felisberto Martins. Gravação Odeon de 30 de novembro de 39, uma quinta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 11822-A, matriz 6284. Em seguida, temos a presença de Patrício Teixeira, cantor, violonista e também professor de violão, em duas faixas. Primeiramente, “Diabo sem rabo”, de Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira, do carnaval de 1938, que teve problemas com a censura na época, e motivou uma segunda gravação (matriz 80678-3), com letra menos explícita que a desta primeira versão, gravada na Victor em 4 de janeiro de 38, uma terça-feira, e lançada bem em cima da folia, em fevereiro, com o número 34289-A, matriz 80678-1. No acompanhamento, a orquestra Diabos do Céu, de Pixinguinha. Patrício ainda canta “Pele vermelha”, também de Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira, do carnaval de 1940. Gravação também da Victor, de 9 de outubro de 39, uma segunda-feira, lançada ainda em dezembro com o número 34528-A, matriz 33177. Cyro Monteiro, “o cantor das mil e uma fãs”, aqui comparece com “Morena brasileira”, de Nélson Trigueiro e Miguel Lima, do carnaval de 1941. Gravação Victor de 14 de novembro de 40, uma quinta-feira, lançada ainda em dezembro sob número 34691-B, matriz 52050. Sílvio Caldas, “o caboclinho querido”, interpreta “Seu Gaspar”, de Hervê Cordovil sem parceiro, do carnaval de 1938, acompanhado por Napoleão Tavares e seus Soldados Musicais. Gravação Odeon de 13 de dezembro de 37, uma segunda-feira, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, com o número 11574-A, matriz 5734. Na faixa 12, volta Nélson Gonçalves, desta vez cantando “Princesa de Bagdá”, sucesso do carnaval de 1948, e, assim como “Serpentina”, também de Haroldo Lobo e David Nasser. Gravação RCA Victor de 27 de outubro de 47, uma segunda-feira, lançada ainda em dezembro com o número 80-0560-A, matriz S-078804. Aracy de Almeida, a dama da Central (e do Encantado), vem em seguida, interpretando “Papagaio”, de J. Piedade e Sá Roris, do carnaval de 1940. Gravação Victor de 20 de outubro de 39, uma sexta-feira, lançada um mês antes da folia, em janeiro, com o número 34539-A, matriz 33196. Para finalizar, temos Joel e Gaúcho, “os irmãos gêmeos da voz”, apresentando “Mulata (Rainha do meu carnaval)”, de Hildebrando Pereira Matos e Felisberto Martins, acompanhados por Abel e sua Orquestra, do carnaval de 1946 (que caiu em março). Gravação Odeon de 17 de dezembro de 45, lançada um mês antes da folia, em fevereiro, com o número 12666-A, matriz 7965 (há uma reedição posterior, com o número 12977-A). No próximo volume, teremos mais marchinhas de carnaval dos bons tempos. Até lá!
Boa noite aos amigos cultos e ocultos! Embora estejamos no período de carnaval, nem tudo é só folia, temos muitos outros toques musicais para mostrar e ouvir. Vamos também de chorinho e em especial destaque para o cavaquinho, apresentando o cavaquinista Roberto Barbosa, mais conhecido como Canhotinho do Cavaquinho. Foi considerado pelo próprio Waldir Silva um dos melhores instrumentista e seu legítimo sucessor. Canhotinho foi também integrante do grupo Os Demônios da Garoa, de 62 a 89, retornando ao conjunto dez anos depois. Acompanhou o regional do flautista Carlos Poyares e também criou o conjunto Caras & Coroas. Como solista teve vários discos gravados e entre os quais destacamos este “Pedacinhos do Céu”, originalmente gravado em 1971 pelo selo Vitória. Em 74 ele voltaria a ser relançado pela Discos Beverly através de seu selo AMC. O lp traz uma série de clássicos do Choro. Músicas de Ernesto Nazareth, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, além temas internacionais e autoral. Disquinho bacana que certamente irá agradar aos amantes do Choro. Confiram no GTM.
Olá, amigos cultos e ocultos! Mais uma vez, bate ponto em nosso Toque Musical o cantor, compositor e violonista Paulo Artur Mendes Pupo Nogueira, ou, como ficou para a posteridade, Paulinho Nogueira (Campinas, SP, 8/10/1929-São Paulo, 2/8/2003). Desta vez apresentamos “Água Branca”, lançado em 1983 pela gravadora Eldorado. Desde a infância, Paulinho manifestou tendência para as artes, principalmente desenho e música, através do violão, que começou a tocar aos dez anos de idade. Ao terminar o colegial, mudou-se de Campinas para São Paulo, onde iniciou sua carreira artística, tocando em boates e nas rádios Bandeirantes e Gazeta. Foi professor de violão (um de seus alunos foi Toquinho) e desenvolveu um método próprio de ensino do instrumento, além de ter inventado a craviola. Teve músicas gravadas por grandes nomes, como Jane Duboc, Jair Rodrigues, Yamandú Costa e Badi Assad. Entre seus sucessos, destacam-se “Menina”, “Menino, desce daí”, “Menino jogando bola” e “O jogo é hoje” (cujo título original era “Bola branca”). Em 1983, após quatro anos sem gravar, Paulinho Nogueira lançou justamente este “Água Branca”, que o TM apresenta hoje. O disco é formado por dez músicas cantadas, quase todas de sua autoria com parceiros, com arranjos e piano de Nélson Ayres, e violão, claro, do próprio Paulinho. Segundo ele, “de certa forma, Nélson Ayres pode ser considerado como um parceiro meu em todas as músicas, pelo muito que acrescentou, tanto na forma como no movimento. Seus arranjos me deixaram à vontade e me fizeram sentir ainda mais o instrumento”. Há ainda a participação de músicos como Heraldo do Monte no bandolim, Papete e Oswaldinho na percussão, Roberto Sion no sax-alto e Zeca Assumpção no contrabaixo. A faixa-título, “Água Branca”, é uma alusão ao Parque da Água Branca, de São Paulo (na contracapa há várias fotos do parque) e, ainda segundo o próprio Paulinho Nogueira, “caracteriza todo o clima do disco, ou seja, a natureza”. No mais, é um dos melhores trabalhos de Paulinho, e vale a pena conferir mais este disco seu.
Olá amigos cultos e ocultos! E não é que o Carnaval chegou? Já está por aí, batendo na porta. A festa está só começando. E desta vez, vamos juntos nesse embalo, postando aqui alguns disquinhos especiais para animar o seu carnaval. Vou começar trazendo um disco do Carnaval de Pernambuco, uma produção do selo Rozenblit, o “Baile da Saudade”, com a Orquestra de Frevos Nelson Ferreira e o cantor Claudionor Germano. Este lp nos apresenta um verdadeiro pot-pourri carnavalesco com vários clássicos, entre frevos e machinhas. O “Baile da Saudade” surgiu nos anos 70, no Recife. Uma festa de salão que ficou famosa por conta de sua animação, orquestra boa e de verdade. Coisa que chamou a atenção da gravadora Rozenblit, que veio a produzir esta série de (creio eu) três volumes. Aqui o primeiro, com temas bem conhecidos do grande público. Dividido em quatro faixa, cada qual um pot-pourri, de forma a não deixar o folião parar. Embarque nessa…
O som autêntico da viola caipira, é o que o TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos através desta postagem. Na verdade, este disco foi originalmente lançado pela Copacabana, em 1980, e aqui chega através de uma reedição de 1991, com o selo Sabiá. Por coincidência, o título deste disco, “Viola, minha viola”, é o mesmo de um programa que foi apresentado durante anos pela TV Cultura de São Paulo, primeiro por Moraes Sarmento e Nonô Basílio, e depois por Inezita Barroso. A execução das faixas ficou a cargo de um senhor violeiro: Pedro Cioffi, o Moreno. Ele nasceu em Machado, Minas Gerais, no dia 27 de novembro de 1925, e faleceu em Poços de Caldas, também no estado de Minas, em 14 de dezembro de 1995. Formou, junto com seu irmão João Cioffi , a dupla Moreno e Moreninho, que marcou época na história da música sertaneja brasileira, e foi a pioneira na divulgação de nossa música folclórica pelo rádio, o que antes só era feito pelos foliões, nas Congadas e Folias de Reis. Aliás, os outros três irmãos Cioffi também fazem parte dessa história: Vitório e Orlando formaram a dupla Riachão e Riachinho, e Omero foi o Catireiro, da dupla com Bate-Pé (Pedro Crivelari Neto). Das doze músicas que compõem este LP, dez são de autoria do próprio Moreno, incluindo a faixa-título. Foram ainda incluídos os clássicos “A viola e o cantador” (Zé Palhoça e José Rosa) e “Pingo d’água” (Raul Torres e João Pacífico). Vindo de uma família de autênticos artistas sertanejos, Moreno apresenta primorosos solos de viola, ele que começou a dedilhar o instrumento já aos seis anos de idade. Portanto, um trabalho de primeiríssima qualidade, verdadeiro merecedor de mais esta postagem do Toque Musical. É ir ao GTM e desfrutar desta relíquia sonora.
Olá, amigos cultos e ocultos! A postagem de hoje do TM é em clima de uma verdadeira seresta. Apresentamos hoje o primeiro LP do Grupo de Seresta Zé da Beta, lançado pela gravadora belorizontina Bemol em 1970. O grupo era originário de Curvelo, cidade da região central de Minas Gerais que tinha, em 2018, uma população de 79.625 habitantes. O nome da cidade tem origem em um de seus primeiros moradores, o padre Antônio de Ávila Curvelo. Segundo estudos recentes, Curvelo ocupa o décimo-quarto lugar no ranking das cinquenta cidades pequenas brasileiras que apresentam melhor desenvolvimento econômico. Neste primeiro volume de “Curvelo em seresta” (depois viria o segundo), o Grupo Zé da Beta apresenta dez músicas tradicionais do gênero. Após uma mensagem do próprio Zé, vem o repertório, que tem pérolas como “Boneca”, “Elvira, escuta”, “É a ti, flor do céu”, “Casinha pequenina” e “Amo-te muito”. Este disco, portanto, tem uma seleção seresteira de primeira linha, autêntico prato cheio para quem gosta do gênero e digno merecedor de mais esta postagem de nosso Toque Musical. É ir para o GTM e conferir.
Boa noite, amigos cultos e ocultos! No nosso sortido leque musical, hoje trago para vocês o primeiro grupo instrumental de Bossa Nova, o lendário Bossa Três. Este disco não é novidade para o grande público dos blogs musicais. Já foi postado em vários blogs, inclusive o também já lendário Loronix. Trata-se de um clássico do samba-jazz, da bossa e da música brasileira. O Bossa Três era formado pelas feras Luis Carlos Vinhas ao piano, Sebastião Neto no contrabaixo e Edison Machado na bateria. Um ‘power trio’ de jazz que dispensa maiores comentários. Este lp foi gravado originalmente nos Estados Unidos, motivado em muito pelo sucesso em suas apresentações por lá e em especial no programa de TV de Ed Sullivan, por onde passaram tantos outros artistas célebres. O álbum também chegou a ser lançado por aqui, naturalmente, através do selo Audio Fidelity do Brasil, creio que no ano seguinte, 1964. Confiram essa pérola no GTM.
Olá, amigos cultos e ocultos! O TM destaca hoje o trabalho de um cantor e compositor pertencente a uma segunda geração de cantores e compositores nordestinos que, no início dos anos 1980, se lançaram no sul do Brasil: Saldanha Rolim. Cearense de Panambu, criado em São Luís do Maranhão, já aos dezessete anos de idade ele participava de movimentos culturais no Nordeste, especialmente no Maranhão e Ceará. Foi num seminário de frades franciscanos em Fortaleza que aprendeu as primeiras noções de música e a tocar violão. Daí, talvez, a fórmula de sua música, que tem como ingredientes o amor, a paz, a ternura e sobretudo a alegria, com notória influência de dois mestres do cancioneiro nordestino, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Depois de se apresentar em várias cidades nordestinas, em 1980 Saldanha Rolim foi para São Paulo, e começou a se destacar com seus shows vibrantes, fazendo circuitos universitários e aparecendo em programas de TV. Em pouco tempo, ele criou um estilo próprio ao dar um sotaque novo à rítmica nordestina. Na capital paulista travou contato, entre outros, com Geraldo Vandré, que em 1984 o convidou para participar do show “Das terras de Benvirá”, realizado na cidade de Puerto Stroessner, no Paraguai. Na ocasião, conheceu o cantador mineiro Saulo Laranjeira, de quem se tornou parceiro e passou a conhecer o estado de Minas Gerais, realizando shows em 120 cidades e no qual passou a morar. Gravou seu primeiro álbum, o LP “Rosa miúda”, em 1988. Em 1999, realizou uma turnê pela Itália, apresentando-se como representante do Brasil em nove festivais de verão daquele país ao lado da Família Alcântara, grupo afro-mineiro, com shows nas cidades de Gênova, Milão, Turim e Nápoles, entre outras. Em 2001, apresentou-se em Toronto, no Canadá, e, em 2007, em Portugal, na cidade de Serpa. Um ano depois, novamente em Portugal, apresentou-se nas cidades de Serpa e Caminha com seu espetáculo “Saldanha Rolim e os Tambores de Cantaria”, que já havia percorrido vinte cidades brasileiras em 2005. Em 2011, apresentou-se em dez cidades mineiras com o espetáculo “Saulo Laranjeira e Saldanha Rolim cantam Vandré e Gonzagão”. Este “Forró for all” é o terceiro dos cinco álbuns (até agora) da carreira de Saldanha Rolim, lançado em 1994, já na era do CD. O título é referência à possível origem inglesa da palavra forró (outras fontes dizem que o termo se originou da corruptela de “forrobodó”, que tanto significa baile popular quanto confusão ou briga). São onze faixas da mais alta qualidade (houve uma edição para o mercado internacional, com 17 faixas), que mostram por que Saldanha é um dos melhores artistas nordestinos da atualidade. É forró para todos, como quer dizer o título, em mais um trabalho merecedor de nosso Toque Musical. Não deixem de conferir no GTM.
Bom tarde, meus prezados amigos cultos e ocultos! Eu as vezes costumo fazer umas retrospectivas na linha de postagem do Toque Musical e fico mesmo abismado com tanta coisa errada que escrevi em algumas delas. Daí, quando vejo algo errado, o certo é corrigir, não é mesmo? “Sound & Pyla…”, do Arnaud Rodrigues foi um deles e portanto, agora volta em uma nova postagem, um tanto mais descente e completa. Este disco até uns quinze anos atrás se encontrava no obscurantismo dos álbuns esquecidos, em plena era do digital. Voltou a luz muito por conta de blogs musicais como o Toque Musical. Foi a partir daí que muitas pessoas puderam ter o primeiro contato com este que foi, creio eu, o primeiro disco de Arnaud Rodrigues como artista da música, acompanhado pelo grupo (seria isso mesmo?) Unidade C. “Sound & Pyla ou Homenagem do A ao Z” foi lançado em 1970 pelo selo Copacabana. Na capa, como podemos ver, temos um texto escrito a mão e assinado pelo Roberto Carlos, uma apresentação do artista para um público jovem. Passados tantos anos este disco é hoje uma raridade que muitos colecionadores tem paixão. Virou objeto de desejo até de quem nunca ouviu a bolacha no prato. É isso que fazem os formadores de opinião, levantam a lebre e douram-lhe as pérolas. Sem dúvida, o disco é bem legal e merece toda essa pompa. Afinal, raridade é raridade… hehehe…
Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje o dia é da carioca Áldima Pereira dos Santos, mas conhecida pelo nome artístico de Áurea Martins, nome este cunhado pelo ator Paulo Gracindo, quando então ela atuava em programas de auditório na Rádio Nacional, na década de 60. Em 69 ela foi a vencedora no concurso de calouros do programa A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti. Premiada e com destaque na mídia, conseguiu então gravar, em 72, “Amor em paz”, que foi seu primeiro disco. E que disco! Estreou bem com um lp recheado de clássicos da bossa nova, tendo como arranjador o grande Luiz Eça e coordenação artística de Rildo Hora. Não bastasse, ainda conta com a participação do poeta Paulo Mendes Campos em três faixas. Sem dúvida, é um disco diferente que traz para essas canções uma nova roupagem. Não é uma novidade nesse nosso universo de blogs musicais e certamente muitos aqui já a conhece bem. Mas também não poderia faltar aqui, no Toque Musical. Se ainda não ouviu, confira e baixe o disco no nosso Grupo do Toque Musical (GTM).
Estamos de volta com o Grand Record Brazil, agora em seu volume 151. Na edição anterior, apresentamos composições da fase pré-Bossa Nova de Antônio Carlos Jobim (aliás, Tom Jobim) interpretadas por cantoras da época. Neste volume, apresentamos outras músicas pré-bossanovistas do mestre, agora com intérpretes masculinos. Abrindo esta seleção, Roberto Paiva interpreta um samba da parceria de Jobim com Vinícius de Moraes, “Eu e o meu amor”, que fez parte da peça teatral “Orfeu da Conceição” e foi lançado em novembro de 1956 pela Odeon, no LP de dez polegadas com seus melhores momentos. Paiva canta ainda, neste volume, outras três músicas de Jobim e Vinícius, extraídas desse mesmo LP: os sambas “Lamento no morro” (faixa 4)e “Mulher, sempre mulher” (faixa 5), e, por fim, um clássico do samba-canção na faixa 9: o belíssimo “Se todos fossem iguais a você”, sucesso permanente regravado inúmeras vezes. Na faixa 2, Ernâni Filho, cantor carioca que começara no Cassino da Urca, em 1938, e era muito considerado por Ary Barroso, interpreta outro samba-canção, “Faz uma semana”, de Jobim em parceria com o baterista Juquinha Stockler. Foi lançado pela Sinter em junho de 1953, sob número 00-00.236-B, matriz S-517. O lado A, matriz S-516, está na faixa 8: o samba-canção “Pensando em você”, de Jobim sem parceiro. Ambas as músicas, com suporte orquestral de Lírio Panicalli, também sairiam no LP de dez polegadas “Pensando em você”. A faixa 3 é simplesmente a primeira composição gravada de Antônio Carlos Jobim, em parceria com Newton Mendonça: outro samba-canção com acompanhamento orquestral de Lírio Panicalli, “Incerteza”, na voz de Mauricy Moura. É também gravação Sinter, lançada em abril de 1953 sob número 00-00.217-A, matriz S-463. Na faixa 6, Dick Farney, um dos mais importantes precursores da Bossa Nova, interpreta “Outra vez”, de Jobim sem parceiro, com acompanhamento orquestral de Alexandre Gnattali, irmão de Radamés. Gravação Continental de 7 de junho de 1954, uma segunda-feira, lançada entre esse mês e julho do mesmo ano sob número 16969-A, matriz C-3357. Na faixa 7, o trombonista Raul de Barros, acompanhado de seu conjunto, sola o samba “Pé grande”, parceria de Jobim com Armando Cavalcanti, em gravação Odeon de 12 de julho de 1956, uma quinta-feira, lançada em outubro seguinte com o número 14101-A, matriz 11226. Exatamente na sexta-feira 13, seguinte, acompanhado pela orquestra de Severino Filho, Bill Farr, gravou este mesmo samba com letra de Paulo Soledade e o título mudado para “Sonho desfeito”. É a faixa 10 deste volume, que, curiosamente, seria lançada pela Continental antes da instrumental de Raul de Barros (agosto-setembro de 1956), sob número 17330-B, matriz C-3853. Na faixa 11, um clássico da MPB: “Tereza da praia”, parceria de Jobim com Billy Blanco, gravado em dueto por Dick Farney e Lúcio Alves (que o público então supunha inimigos pessoais, mas na verdade sempre foram muito amigos) no mesmo dia de “Outra vez” (segunda-feira, 7 de junho de 1954) e lançado pela Continental no mesmo suplemento, com o número 16994-A, matriz C-3401. O nome Tereza foi dado por causa da mulher de Tom Jobim, que também está ao piano com seu conjunto no acompanhamento. Para encerrar com chave de ouro este volume, a “Sinfonia do Rio de Janeiro (A montanha, o sol, o mar)”, prosseguimento natural da parceria Jobim-Billy Blanco. É uma “sinfonia popular em tempo de samba”, gravada na Continental e lançada em dezembro de 1954, em LP de dez polegadas. Com suporte orquestral de Radamés Gnattali, a gravação reuniu um time de intérpretes da pesada: Dick Farney, Os Cariocas, Gilberto Milfont, Elizeth Cardoso, Lúcio Alves, Dóris Monteiro, Emilinha Borba, Nora Ney e Jorge Goulart. É um encerramento à altura desta retrospectiva que o GRB faz da obra pré-Bossa Nova de Antônio Carlos Jobim, ou simplesmente Tom Jobim, compositor, arranjador, maestro e pianista que ficará para sempre na história da música popular brasileira!
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Seguindo em nossa saga musical, temos para hoje a cantora Eleny Galvan. Um nome que talvez seja pouco conhecido do grande público e talvez por isso mesmo, aqui no Toque Musical, mereça o nosso destaque. Eleny Galvan é uma excelente cantora e compositora mineira. “Presença” foi seu primeiro disco e este gravado em Belém do Pará, onde morou por um tempo. O álbum foi produzido por Paulo André Barata que também participa do disco no acompanhamento e arranjo. No lp não consta, infelizmente, a data de lançamento, mas tudo leva a crer que foi no início da década de 90 (me corrija, Eleny, se eu estiver errado). No repertório ela canta músicas de sua autoria e também de outros compositores, tanto mineiros como paraenses. É um trabalho bem bacana que nos revela uma grande cantora, tanto assim que traz na contracapa o reconhecimento de quem entende do assunto, gente da música. Ao ouvir “Presença”, logo se percebe as qualidades e potencial dessa cantora. De volta a Minas Gerais, ela continuou seu caminho musical vindo na sequencia a gravar outros discos. Ao que parece, ela gravou mais uns três cds. No Youtube é possível conhecer esses outros trabalhos, que são também muito interessantes. Talvez, numa próxima oportunidade possamos aqui trazer mais coisas dela. Não deixem de conferir no GTM…
Olá, amigos cultos e ocultos! Como havia dito há alguns dias atrás, estou adotando alguns discos ‘orfãos’ que digitalizei para um blog de um amigo. Como tantos outros, não segurou a parada, abandonou o barco e saiu a nado… Assim sendo, tomo a liberdade de adotar todos os discos desse ‘barco a deriva’. E aqui vai mais um, o cavaquinista mineiro Waldir Silva, artista que aqui já dispensa maiores apresentações, pois já postamos dele outros discos. “Saudade Presente – Vol. 2” foi um disco lançado, certamente, no início dos anos 70 (ou final dos 60) e reeditado em 82 pelo selo Beverly. Penso que este lp seja uma reedição, por conta das gravações/fonogramas que só de ouvir já se percebe que são mais antigas e também pela capa, cuja a imagem já foi usada em outros discos, inclusive pela Bemol/Paladium. O repertório, recheados de clássicos da nossa música popular se dividem em duplas numa mesma faixa. Um disco bem bacana e que só agora eu me dei conta de que ainda não havia postado o Vol. 1. Fico então devendo para uma próxima oportunidade, ok?
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Mais uma vez marcando presença em nossa praça, trago o compositor mineiro Francisco Mário em um disco póstumo, lançado logo após o seu falecimento, em 1988. Na verdade, Chico Mário deixou antes de sua morte um vasto material inédito que acabou gerando novos discos, que foram editados ao longo dos anos seguintes. “Dança do Mar” foi o primeiro, lançado pela família, de forma independente. Este trabalho foi concebido como um autêntico álbum/livro, uma produção luxuosa cujo o encarte, em forma de libreto, trazia poemas de Dorival Caymmi e ilustrações de pinturas de Lobianco. O disco se divide em sete momentos: Verão, Outono, Inverno, Primavera, Calmaria, Amanhecer e Tempestade. Foi lançado meses depois em um show na Sala Cecília Meireles que contou com a participação de grandes nomes como Antonio Adolfo, Rafael Rabello, Rique Pantoja, Mauro Senise e o grupo Galo Preto. Este disco voltou a ser relançado, creio que em formato digital, alguns anos depois e também foi lançado no exterior. Confiram no GTM esse maravilhoso trabalho…
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje, trago para vocês um disco do acordeonista paulista, José Carlos Ferrarezi, mais conhecido como Robertinho do Acordeon. Robertinho foi também compositor, atuou no cinema e foi casado com a atriz Paulette Bonelli. Começou cedo na música, fazendo parte de um trio ao lado de Palmeirinha, que depois passou a se chamar Tião Carreiro. Durante os anos 50 participou de diversos programas de rádio, sendo inclusive premiado como instrumentista. Criou seu próprio grupo, o seu Regional, no qual se apresentou no programa Viola, Minha Viola, de Enezita Barroso por 25 anos, sempre acompanhando a cantora e diversos outros artistas que por lá passaram. Gravou quase uns 30 discos, sempre explorando os gêneros populares como valsas, tangos, boleros, sertanejos e choros. E é no Choro que ele estréia aqui na casa, no nosso Toque Musical. Temos aqui este álbum lançado originalmente em 1978, pela gravadora Crazy e posteriormente reeditado pelo selo Beverly. Um disco dedicado ao Choro, apresentando aqui grandes clássicos, músicas de Catulo da Paixão Cearense, Bororó, Ernesto Nazareth, Mário Genari Filho, Pixinguinha e outros… Sem dúvida, um disco que vale a pena ouvir. Confiram no GTM.
Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical apresenta hoje um álbum de Waldemar Roberto Colla Francisco, ou simplesmente Waldemar Roberto, cognominado “o cantor dos corações apaixonados”. Quase nada encontrei na web a respeito dele. Sabido é que ele era irmão de Mário Colla Francisco, vice-prefeito de Campos do Jordão (SP) de 1959 a 1962, tanto é assim que existe no município a Rua Cantor Waldemar Roberto, além do mais ele era assíduo frequentador da “Suíça brasileira”. Sabe-se também que sua carreira discográfica se iniciou em maio de 1953, quando a Sinter lançou seus dois primeiros discos: o primeiro com a valsa “Não zombe da vida” e o samba “O tempo dirá”, e o segundo com os sambas “Nosso destino” e “Conselho de amigo”, todas composições de Oscar Gomes Cardim. Waldemar Roberto passou também pelas gravadoras Polydor, RGE, RCA e Chantecler, esta última a lançadora do presente LP, o terceiro dele para a “marca do galinho madrugador”. A curiosidade aqui fica por conta do bolero “Olhos mentirosos”, do próprio Waldemar em parceria com Dioguinho, que tem um início idêntico ao do samba “A flor e o espinho”, de Nélson Cavaquinho. Na valsa que dá título ao disco, “Hei de amar-te até morrer”, do próprio Waldemar em parceria com Jandira Bertolotti, a declamação é de Moraes Sarmento, que era conhecido apresentador de programas de cunho saudosista no rádio de São Paulo (fez também o “Viola, minha viola”, na TV Cultura, antes de Inezita Barroso). Destaque ainda para a valsa-rancheira “Bebendo e chorando”, de Milano e Serafim, também gravada pela dupla sertaneja Pedro Bento e Zé da Estrada. Com direito até a uma regravação de “Seresta”, antigo sucesso de Alvarenga e Ranchinho, e duas versões, “Maldita hora” e Ai! Zandunga”. Enfim, percebe-se que Waldemar Roberto era um bom cantor do gênero romântico, e que este é um trabalho popular, porém de qualidade. Merecedor, portanto, desta postagem do Toque Musical.
Boa noite, amiguíssimos cultos e ocultos! Falávamos antes sobre discos de vinil obscuros e isso é o que não falta no campo dos independentes. E entre esses há de tudo e para todos os gostos. De caprichos pessoais a obras de verdadeiro interesse fonográfico. Passeando entre essa obscura e curiosa produção independente mineira encontrei este lp. Pelo nome do artista, Emmanuel, pensei também que fosse mais um disco de temática Espírita. Mas bastou ler a contracapa e evidentemente ouvir o disco para perceber que não tem nada a ver. Trata-se apenas de um trabalho autoral e por certo, amador. Como se pode ver pela contracapa, todas as músicas e arranjos são do próprio artista. Ele conta com a participação do Vermelho, músico integrante do 14 Bis. O disco foi gravado na Bemol, por tanto tem boas referências e já nos convida a escutar. Pessoalmente, achei boas as músicas e as letras, porém os arranjos são um tanto pretensiosos, com muitos teclados eletrônicos, buscando um pop que não se sustenta. Mesmo assim, não deixa de ser curioso para quem como nós escuta música com outros olhos. O importante é assim, variado… 🙂
Para alegria de nossos amigos cultos e ocultos, o Grand Record Brazil, “braço de cera” do Toque Musical, reunindo gravações em 78 rpm, está de volta. Neste volume, que é o de número 150, apresentamos composições do mestre Antônio Carlos Jobim, aliás Tom Jobim (Rio de Janeiro, 25/1/1927-Nova York, EUA, 8/12/1994), todas de sua fase pré-bossanovista, interpretadas por grandes cantoras da década de 1950. Abrindo este volume, Ângela Maria, então no auge da carreira, interpreta, acompanhada por Betinho e seu conjunto, a toada “A chuva caiu”, parceria de Jobim com o violonista Luiz Bonfá. Um grande sucesso lançado pela Copacabana em abril de 1956, em disco número 5540-A, matriz M-1387. Em seguida, outra parceria de Tom Jobim com Luiz Bonfá, o samba-canção “Engano”, na voz de Dóris Monteiro. Gravação Continental de 10 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em março seguinte com o número 17262-B, matriz C-3765. A faixa 3 nos apresenta outro samba-canção, este da parceria Jobim-Newton Mendonça. É o clássico “Foi a noite”, inesquecível criação de Sílvia Telles, acompanhada por orquestra dirigida pelo próprio Tom Jobim. Gravação Odeon de 7 de junho de 1956, uma quinta-feira, lançada em agosto seguinte sob número 14077-A, matriz 11183. Sucesso regravado inúmeras vezes. Da mesma parceria, também com Sílvia Telles, novamente acompanhada por Tom Jobim e sua orquestra, é a faixa seguinte, o samba “Luar e batucada”. Gravação Odeon de 14 de dezembro de 1956, uma sexta-feira, lançada em fevereiro de 57 com o número 14168-B, matriz 11468. Na faixa 5, Nora Ney, cuja interpretação intimista antecipava uma das características da Bossa Nova, canta “O que vai ser de mim?”, samba-canção de Jobim sem parceiro, acompanhada pelo conjunto de Radamés “Vero” Gnattali. Gravação Continental, extraída do primeiro LP de Nora, o dez polegadas “Canta Nora Ney”. Na faixa 6, temos Dora Lopes, que também foi expressiva compositora, interpretando “Samba não é brinquedo”, da parceria Jobim-Luiz Bonfá, com acompanhamento do conjunto do próprio Bonfá. Gravação Continental de 24 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em julho-agosto seguintes sob número 17311-A, matriz C-3773. Na faixa 7, volta Dóris Monteiro, desta vez interpretando “Se é por falta de adeus”, primeira das três composições da parceria Tom Jobim-Dolores Duran (as outras foram “Por causa de você” e “Estrada do sol”). Gravação Continental de 6 de maio de 1955, uma sexta-feira, lançada em outubro do mesmo ano sob número 17159-A, matriz C-3622. Na faixa 8, Cláudia Morena (pseudônimo de Aldina Soares da Silva) interpreta o samba-canção “Só saudade”, da parceria “Newtom” (Newton Mendonça e Jobim). É o lado A do segundo disco da cantora, o Odeon 14113, gravado em 31 de maio de 1956, uma quinta-feira, e lançado em novembro do mesmo ano, matriz 11312. Na faixa 9, volta Nora Ney, com acompanhamento orquestral de Radamés “Vero” Gnattali, interpretando “Solidão”, samba-canção da parceria Jobim-Alcides Fernandes. Gravação Continental de 21 de maio de 1954, uma sexta-feira, lançada em julho do mesmo ano sob número 16968-B, matriz C-3378. Na faixa 10, Dalva de Oliveira, a “rainha da voz”, interpreta “Teu castigo”, outro samba-canção de Jobim (que também faz o acompanhamento orquestral) em parceria com Newton Mendonça. Gravação Odeon de 8 de dezembro de 1955, uma quinta-feira, lançada em junho de 56 sob número 14026-A, matriz 10890. Para encerrar, temos Gilda de Barros, interpretando “Vem viver ao meu lado”, samba-canção da parceria Jobim (que novamente rege o acompanhamento orquestral)-Alcides Fernandes. Gravação Odeon de 3 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em abril seguinte com o número 14007-B, matriz 10980. E, no próximo volume, apresentaremos músicas de Tom Jobim nas vozes de intérpretes masculinos.
Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos. Como todos sabem, nosso Toque Musical é ‘um espaço para quem escuta música com outros olhos’, ou seja, um lugar onde cabem todas as manifestações fonomusicais e em especial aquelas feitas no Brasil. Vez por outra gostamos de ter discos diferenciados, de raro acesso por conta principalmente de serem produções independentes, de pequenas tiragens e até mesmo pela curiosidade de seus conteúdos. Já postamos aqui discos ligados a temática religiosa, mas creio que esta seja a primeira vez que publicamos um disco relacionado ao Espiritismo. “Conselhos do Além” foi um disco gravado pelo violonista e compositor mineiro Emílio Pieroni, em 1993. Trabalho autoral e inspirado na leitura do livro “Nosso Lar”, de André Luiz – psicografado por Chico Xavier. O disco traz belas melodias e mensagens sempre positivas, repertório frequente nos encontros do Grupo da Fraternidade Irmã Ló. Confiram no GTM…
Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Voltamos aos mineiros, aos discos regionais, que não foram muito além das montanhas. Assim como em outras regiões do Brasil temos essas edições, por vezes independente ou lançadas por alguma gravadora local. Edições limitadas com pequeno número de cópias. Assim, muitas vezes, algumas coisas ainda passam batidas. Até que alguém ‘levanta a lebre’, descobre aquele disco bacana e obscuro, caí na Rede, nas mídias sociais e se torna uma raridade. Mas isso só rola quando o interesse vem ‘da gringa’, quando algum japonês mais esperto descobre a pérola. E não é de hoje que o foco deles foi ampliando e o interesse por discos de edições independentes e regionais só tem aumentado. Estão levando tudo embora. Aqui, um bom exemplo: “Fogo no Circo”, um obscuro lp lançado em 1982, de forma independente pela banda mineira, de mesmo nome. Este disco é mais um objeto de desejo desses colecionadores que pagam caro para tê-lo em sua coleção. Ainda mais, em se tratando de um trabalho com características de ‘folk-rock’. Há por aí muita gente interessada. O meu ninguém leva e olha que já me ofereceram uma boa grana! Fogo no Circo foi uma banda surgida em Belo Horizonte no início dos anos 80. Por incrível que pareça não há na Rede nenhuma referência sobre ela. Tudo que podemos saber está no próprio álbum, que embora completo em sua ficha técnica e um quase manifesto artístico, não nos leva muito longe. Achei o Paulo Horta no Facebook, guitarrista da banda. Em seu perfil há algumas referências ao Fogo no Circo. Deixei lá um recado, quem sabe um dia desses ele resolva voltar ao FB e venha aqui nos contar nos Comentários um pouco sobre a banda. De resto, o que posso dizer é que se trata de um disco bacana, bem acima da média com todas as características de mineiridade. Composições inteligentes, harmoniosas com uma boa pitada de humor, rock, pop, xote, frevo e tudo mais… Confiram no GTM.
Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Já não é de hoje que eu queria postar aqui este disco do cantor e compositor cearense Tiago Araripe. Me lembro como se fosse hoje o dia em que comprei este disco na Cotec, uma lojinha de discos que existia dentro da Escola de Engenharia da UFMG. Confesso que o que me atraiu inicialmente neste disco foi a capa, um trabalho gráfico muito bacana e até meio incomum para a época. Lembrava mais um disco de rock estrangeiro. Mas ao verificar o lp direito fui me dando conta de que era alguma coisa diferente. Infelizmente, nessa época não havia um som na loja para poder degustar o disco. Mas, embora ainda não conhecendo o artista, percebi que se tratava de um disco de qualidade, a começar pelo selo, Lira Paulistana, também novidade na época, mas que eu já tinha referência por conta de outros discos e artistas da cena musical paulista. Também, pela ficha técnica e no encarte, deu logo para perceber que era um disco que valia a pena levar. E eu comprei, levei e gostei. Creio que acabou caindo no meu esquecimento com o passar dos anos, talvez muito por conta do próprio artista que após gravar este disco, sumiu da praça. Há pouco mais de um ano redescobri o Tiago Araripe no Facebook e daí passei a segui-lo e descobri muita coisa sobre ele. Aliás, toda a sua trajetória eu vim a conhecer no momento em que falei com ele do meu desejo de postar aqui este seu disco “Cabelos de Sansão”. Sempre muito atencioso e prestativo, ele logo me passou a ficha completa, todo o seu percurso como artista. Tiago Araripe é cearense da cidade de Crato, veio ainda jovem para São Paulo em busca do seu sonho musical. Segundo conta, veio para Sampa no intuito de estudar na escola de música do Tom Zé, mas chegou quando essa já não mais existia, mas a ideia valeu a ele a aproximação com o artista e uma boa amizade, que o colocou como parceiro de palco em diversas apresentações e também em disco, quando então chegaram a gravar um compacto (hoje raríssimo) pela Continental, com as músicas “Conto de fraudas”, de Tom Zé e “Teu coração bate, o meu apanha”, música de Tiago e letra do poeta Décio Pignatari, em 1974. Inclusive, neste mesmo ano Tiago também chegou a gravar outro (e raro) compacto simples pela Odeon, onde apresentava as composições “Sodoma e Gomora” e “Os três monges”. Participou do Festival Abertura, promovido pela Rede Globo, defendendo sua música “Drácula”, um tango moderno em parceria novamente com Décio Pignatari. Seguiria carreira, na sequencia, fazendo parte do grupo Papa Poluição e nele gravou três outros compactos até que no início dos anos 80 conseguiu finalmente gravar o seu primeiro lp, este que aqui apresentamos, o “Cabelos de Sansão”, lançado em 82, pelo selo Lira Paulistana. Por conta da necessidade, com mulher e filho pequeno, teve que buscar outras alternativas para se manter. Passou a trabalhar com publicidade, escrevendo e compondo jingles. Se afastou do palco por mais de 25 anos. Talvez tivesse até terminado sua carreira artística, não fosse o encontro com Zeca Baleiro que ressuscitou “Cabelos de Sansão” e o chamou de volta a ativa, produzindo um novo álbum (agora cd), o “Baião de nós”, de 2013. Daí pra frente Araripe retomou de vez a música, passando a produzir seus próprios trabalhos. Mudou-se para Portugal e continua cheio de projetos. O mais recente é a parceria com o violonista Nonato Luiz, com quem acaba de lançar a música “Seis Cordas”. Certamente, logo teremos um disco inteiro por aí. Para quem não conhece ou deseja relembrar, basta chegar junto no nosso GTM. No arquivo, sempre completo, temos também incluídos resenha, biografia, discografia e até um manifesto escrito por Araripe quando então assina contrato com Lira Paulistana. Muito legal. Curiosidades que só se tem por aqui. Confiram… 😉
Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Começamos a semana com um disco que há muito já devia estar aqui. Mas todos tem a sua hora e hoje é a vez dele, Geraldo Vandré. E quando digo hoje, me refiro não apenas ao dia, mas ao tempo presente. Vandré nos dias atuais, de retrocessos, de ameaças fascistas, estupidez e ignorância, representa um grito de liberdade, de consciência social e política, coisa que infelizmente nosso povo nunca adquiriu totalmente. É triste dizer isso, mas o brasileiro nesse quesito é um tremendo idiota, um eterno vassalo da elite, que um dia sonha em também ser elite e continuar fazendo o mesmo. E nesse (des)Governo que hoje achaca o Brasil, o que podemos esperar é somente o desmonte geral da Educação no país. Até mesmo na Cultura, nas Artes, na Música… vemos o reflexo da ignorância… Como pode um povo aceitar isso? Acreditar num projeto construído no WhatsApp? Que tremendo engano! Que golpe dos diabos! E o povo não acorda… Por essas e outra é que aqueles que ainda enxergam o fim do túnel devem guiar aqueles que estão totalmente cego. O grande problema é que esses cegos ainda não se tocaram de que estão nas trevas, se iludem como bobos pelo brilho do espelho, pela luz que eles não tem… Triste realidade desse nosso povo. E então, mais que nunca, é preciso cantar… e ouvir e aprender com a história. Mais que nunca, este é um disco que precisa ser escutado. “5 Anos de Canção foi o terceiro álbum de estúdio do cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré. O disco foi lançado em 1966 e reúne composições que ele fez ao longo desses primeiros cinco anos de produção musical. Vandré vem acompanhado pelo genial Trio Novo, formado por Heraldo do Monte, Théo de Barros e Airton Moreira. Este disco reúne alguma das muitas músicas que fez a partir de 1960, quando então compôs seu primeiro e grande sucesso, ao lado de Carlo Lyra, a belíssima bossa “Quem quiser encontrar o amor”, que aqui é também a gravação original feita com Baden Powell ao violão. Pessoalmente, este é dos discos do Geraldo Vandré que eu mais gosto por conta, principalmente da ‘pegada’ nordestina, a instrumentação melódica e sua simplicidade. Acredito que, até então, poucos foram os artistas que haviam se apropriado dessa forma, dos elementos de uma música de raiz, da moda de viola, a música nordestina… Sem dúvida, um clássico, um disco de se tirar o chapéu. Certamente, este é um disco que muitos irão encontrar por aí. Mas aqui também ele é indispensável. Não poderia ficar fora do acervo do Toque Musical. Confiram no GTM.
Amigos cultos e ocultos, aqui estamos nós… e tristes. Acabo de saber, infelizmente, que o cantor e compositor Tunai faleceu. Hoje, mais que nunca, estou sem palavras, pois lá se vai mais um grande artista da nossa música popular. Coisa estranha, notícias ruins adoram os domingos. 🙁 Tunai foi um grande compositor. Iniciou sua carreira nos anos 70, motivado, como ele mesmo dizia, por Elis Regina, que a primeira cantora a gravar sua música. Abandonou a Engenharia para fazer aquilo que mais gostava, música. Irmão de outro grande músico, o João Bosco, este o levou para a roda musical apresentando-o ao poeta Sergio Natureza, o qual viria a ser seu maior parceiro. Sua música logo estaria nas vozes e interpretações de consagrados cantores. Sua música sempre teve uma boa aceitação nas rádios e os sucessos, inevitavelmente foram surgindo. A musica que o lançou foi “Frisson”, tema de uma novela da Rede Globo. Mas seus sucessos foram muitos, entre esses, “As aparências enganam”, “Sintonia”, “Meu amor”, “Doce mistério” e muitas outras, que inclusive foram sucesso na voz e interpretação de outros artistas. Para homenageá-lo, estou trazendo aqui o álbum “Sobrou prá mim”, de 88. Um disco produzido pelo próprio artista, o sétimo em sua discografia. Um trabalho mais independente, lançado inicialmente pelo selo Paralelo, depois editado pela Eldorado.