Heitor Dos Prazeres E Sua Gente – Macumba (1956)

Olá, prezados amigos cultos e ocultos! O Toque Musical oferece hoje um pouco do mais puro som afro-brasileiro, através deste álbum intitulado “Macumba”, um dez polegadas lançado pelo selo Rádio em 1956 e gravado por um nome lendário na MPB, Heitor dos Prazeres, acompanhado de “sua Gente”, isto é, um coro feminino. Nascido no Rio de Janeiro em 23 de setembro de 1898 e falecido na mesma cidade em 4 de outubro de 1966, Heitor foi um pioneiro do samba carioca. Filho de um marceneiro e clarinetista da banda da Guarda Nacional e de uma costureira, ficou órfão de pai aos sete anos. Sobrinho do pioneiro dos ranchos cariocas, Hilário Jovino Ferreira, ganhou do tio seu primeiro cavaquinho. Aos doze anos, trabalhou como engraxate, jornaleiro e lustrador, vivia constantemente em companhia do tio Hilário e frequentava a casa das tias baianas (Tia Ciata e Tia Esther), onde teve contato com os bambas da época: Donga, João da Baiana, Pixinguinha, Sinhô, Caninha e Getúlio “Amor” Marinho. Como compositor, deixou um acervo de mais de 300 músicas, entre elas “Canção do jornaleiro”, “Pierrô apaixonado” (com Noel Rosa), “Mulher de malandro”, “Lá em Mangueira” (com Herivelto Martins)e “Carioca boêmio”. Por volta de 1937, Heitor passou a se dedicar também à pintura, aliás a capa do presente álbum reproduz um quadro seu. Todas as oito faixas são de autoria do próprio Heitor dos Prazeres, com ou sem parceiros, e a contracapa, além de explicar o que é macumba, apresenta um perfil de Heitor dos Prazeres, dando-o até mesmo como criador da escola de samba. Enfim, um trabalho primoroso, merecedor de nosso Toque Musical, e atraente até mesmo para quem não é adepto da umbanda ou do candomblé.  A conferir no GTM, sem falta.
 
tá rezando
quem é filho de umbanda
vem de aruanda
nego véio
mamãe oxum
segura a pemba
vem cá mucamba
dom migué
 
 
 
*Texto de Samuel Machado Filho 

José Roberto – E Seus Sucessos Vol. III (1970)

Baiano de Salvador, nascido em 25 de setembro de 1952, José Roberto Sá Costa novamente bate o ponto aqui no Toque Musical. Desta vez oferecemos a nossos amigos cultos e ocultos o terceiro volume de “José Roberto e seus sucessos”, lançado pela CBS (selo Epic) em 1970. Entre as doze faixas, uma interessante regravação do “Xote das meninas”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, que já foi cantado até mesmo por Marisa Monte. Ele também regravou aqui “Uma lágrima”, então sucesso de Paulo Henrique, e “Meu bem, ao menos telefone”, que consagrou o cantor Luiz Fabiano. O próprio intérprete assina a faixa “A minha vingança”, em parceria com Olavo Sérgio. Temos ainda trabalhos de Ed Wilson (“Preciso de você” e “Nada como um dia atrás do outro”), Getúlio Cortes (“Eu preciso ser feliz”), das duplas Othon Russo-Niquinho (“Desta vez não vou chorar”), Edson Ribeiro-Hélio Justo (“Eu faço tudo pra você voltar”)e Olavo Sérgio-Paulo Fernando (“E hoje eu venho dizer que te amo”), Maury Câmara (“Sou eu chamando você”) e Regina Corrêa (“Não vá embora”), que, se não me engano, é aquela que cantava no Trio Esperança junto com os irmãos Mário e Eva, a futura Evinha. Enfim, é uma coletânea do mais autêntico supra-sumo romântico do limiar dos anos 1970. Confiram no GTM.

preciso de você

e hoje eu venho dizer que te amo

eu preciso ser feliz

desta vez não vou chorar

o xote das meninas

uma lágrima

sou eu chamando você

a minha vingança

eu faço tudo pra você voltar

não há nada como um dia atrás do outro

meu bem ao menos telefone

não vá embora

 

*Texto de Samuel Machado Filho 

Tony De Matos – Lado A lado (1961)

Olá, prezados amigos cultos e ocultos! Eis uma postagem com toque bem lusitano. É um disco do cantor Tony de Matos (pseudônimo de Antônio Maria de Matos), “Lado a lado”, editado pela Copacabana em 1961. “O cantor romântico da canção portuguesa”, como era conhecido, nasceu no Porto, no bairro das Fontainhas, em 28 de setembro de 1924, e faleceu em Lisboa, em 8 de junho de 1989. Desde a infância tomou contato com o mundo artístico, pois seus pais eram atores. Aos 20 anos, começou a participar em espetáculos de variedades, assinando também seu primeiro contrato como cantor, com o Café Luso, na época considerado “a catedral do fado”. Gravou seu primeiro disco em 1950, “Cartas de amor”, grande sucesso em Portugal.  Outros êxitos viriam em seguida, tais como “Trovador”, “Ao menos uma vez” e “Lenda das águas”. Teve atuações esporádicas no teatro, cinema e televisão. Em 1953, vem pela primeira vez ao Brasil, cumprindo temporada em São Paulo. E para o Brasil voltaria em 1957, ficando seis anos e abrindo um restaurante típico, O Fado, situado no bairro carioca de Copacabana. Em 1963, regressa a Portugal e continua a atuar em teatro e gravar discos. Em 1974, após a Revolução dos Cravos, teve de fixar residência nos EUA, onde ficou por oito anos, uma vez que sua música era associada ao antigo regime. Quando voltou definitivamente a Portugal, teve oportunidade de participar em diversas revistas teatrais e fez um espetáculo, em 1985, no Coliseu dos Recreios. Durante a carreira, recebeu dois prêmios Imprensa, um como cançonetista e outro como fadista. Neste LP, gravado no Brasil, Tony de Matos está no auge de sua carreira, e o repertório inclui uma música brasileira, “Ternura antiga”, de José Ribamar e Dolores Duran. No mais, um disco de primeira, prato cheio para os fãs da canção lusitana, que inclui o clássico “Só nós dois”. Não deixem de conferir no GTM, ora, pois, pois!

lado a lado

vieste para mim

ternura antiga

só nós dois

coitado do zé maria

vou trocar de coração

poema do fim

tu sabes lá

gente maldosa

hás de pagar

não dissemos adeus

não me perguntes

 

*Texto de Samuel Machado Filho

The Brazilian Boss (1966)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Vez por outra, além dos tradicionais ‘arquivos de gaveta’ e colaborações de todo tipo, tenho apresentado aqui a herança do Sintonia Musikal, do amigo Chico. Infelizmente o blog dele fechou as portas e acabou deixando muita gente ‘a ver navios’. O Toque Musical, na sua incansável existência tem buscado resgatar o que por lá já foi publicado. Inclusive, porque muitos dos discos que foram postados no SM são muitas vezes os mesmos discos do acervo TM. Assim, considerando a qualidade dos arquivos do SM e também para facilitar a nossa labuta na hora da digitalização, preferimos apenas usar os arquivos que já estão prontos. Eventualmente fazemos algumas correções, trocamos o áudio ou mesmo as imagens. O importante, como já dizia Paulo César Pinheiro, é que a nossa emoção sobreviva. Então, aqui temos este delicioso instrumental, a la Jovem Guarda, The Brazilian Boss, lançado em 1966 pelo selo Mocambo. Por certo, trata-se de um conjunto de ocasião, ou seja um grupo musical criado para dar corpo ao disco e seu repertório. Embora, em 1968 tenha sido lançado um outro disco do The Brazilian Boss, não se sabe ao certo quem eram os seus músicos. Eu imagino que por ser um disco da Mocambo, talvez os artistas sejam do ‘cast’ da gravadora, músicos de estúdio, que geralmente não são citados nas ficha técnicas. Independente disso, temos aqui um disquinho curioso e que muito irá agradar aos amantes da Jovem Guarda. Confiram…

les cornichons

a volta

juanita banana

brincadeira de esconder

oi ti daro dipiu

é papo firme

mexericos da candinha

pobre menina

mamãe passou açúcar em mim

les marionettes

escreva uma carta de amor

a tartaruga

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Casa Das Máquinas (1974)

Boa noite caros amigos cultos e ocutlos! Temos aqui o Casa das Máquinas, grupo de rock paulista em seu primeiro disco, lançado em 1974, pela Som Livre. O Casa das Máquinas foi formado em 1973 pelo baterista dos Incríveis, o Netinho. Inicialmente a mudança foi para Os Novos Incríveis, mas quando surgiu a oportunidade de gravar, mudaram o nome para Casa das Máquinas. O grupo, ao longo do tempo passou por diferentes formações e continua ainda hoje atuando, mantendo aceso o nome desta que foi uma das melhores bandas de rock dos anos 70. Neste primeiro lp eles ainda mantem uma sonoridade e estilo próximo que estava sendo feito pelos Incríveis em fase final. 
“O disco conta com a maior parte de suas canções compostas por Aroldo e Carlos Geraldo, com participações pontuais de Netinho e Piska. O texto da contracapa do disco mostra que, apesar de Netinho ser o líder da banda, Aroldo era a cabeça pensante e quem trazia os temas de religiosidade e contracultura para as letras do álbum. Para promover o disco, a gravadora lançou a canção “Tudo Porque Eu te Amo”, em um compacto duplo – 2 + 2 – dividido com artistas internacionais e com o Azymuth. Após o lançamento do disco, o quinteto roda o Brasil já que a banda dispunha de uma das aparelhagens mais modernas do mercado de shows no Brasil, além de famoso ônibus para excursões e um escritório que cuidava da promoção e agendamento de apresentações, tudo herdado por Netinho de Os Incríveis. Este acabaria sendo o único álbum lançado com a formação original, já que Pique saiu da banda antes da gravação do próximo disco.”*
Este lp é hoje uma raridade, até porque só chegou a ser relançado, timidamente, em uma versão cd. Confiram, no GTM… 
 
a natureza
tudo porque eu te amo
mundo de paz
quero que você me diga
canto livre
trem da verdade
preciso lhe ouvir
cantem esse som com a gente
domingo a tarde
sanduiche de queijo
 
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Carlos Pita – Aguas Do São Francisco (1979)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Temos aqui um disco que há tempos deveria estar constando em nossas fileiras, o “Águas do São Francisco”, disco de estreia do cantor e compositor baiano, de Feira de Santana, Carlos Pita, em 1979, pelo selo Chantecler. Embora tenha gravado seu primeiro disco em 79, já atuava na música, compondo e também produzindo. Para se ter uma ideia, foi Pita o produtor de discos como os de Elomar: “Na Quadrada das Águas Perdidas”, “Fantasia Leiga” e “Auto da Catingueira” e também de destaque, o disco “Interregno”, de Walter Smetak, entre outros… Sua trajetória remonta mais de 30 anos dedicados a música popular brasileira. Artista reconhecido internacionalmente e hoje com uma carreira consolidada, tem dezenas de trabalhos autorais, em vinil e também em cd. O álbum que aqui apresentamos foi um disco de sucesso, um trabalho premiado, feito dentro da linguagem dos livros de cordel, de herança medieval. Lembra muito a música de Elomar. Disco bonito de se ouvir e por certo um dos melhores trabalhos musicais lançados naquele final de anos 70. Vale a pena ouvir…

o reino das águas barrentas e os desafios do amor

a história do cavaleiro enluarado com a donzela do bem amar

a história do cavaleiro de couro e corda com a dama dos rasos de seca

a história do cavaleiro sertanejo com a princesa do clarear

o romance do rei do ensolarar com a bela das rendas de lua

a princesa do agreste e o cantador do elo ao mar

o arco-íris trovejou

a história dos quatro reinos desaparecidos e os guerreiros do mal viver

princesa sertaneja

a rainha do trançar e o violeiro dos esqueces

a história da princesa das candeias de amor com o cego do alumiar

o príncipe das verdejanças e o amor do verdejar

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Célia Maria E Walter Do Cavaco – Águia Negra Do Luar (1989)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje o TM apresenta mais um disco de samba, e da melhor qualidade. É “Águia negra do luar”, com Célia Maria e Walter do Cavaco, uma produção independente lançada em 1989. São dez faixas do mais puro samba de morro, e é uma pena que não exista nenhuma informação sobre os intérpretes. Pelo que apurei, Célia Maria só gravou mais um álbum além deste, “Arte Brasil”, em 1994. De qualquer forma, “Águia negra do luar” é um disco que merece toda a nossa atenção, mais uma joia rara que o TM põe ao nosso alcance. A conferir no GTM, sem falta.
 
fui palhaço
estrutura
cartas na mesa
quero ver quem é
deusa dos orixás
venha comigo você
balangandans
motreta
fogão de lenha
o sol e a lua
 
 
 
*Texto de Samuel Machado Filho 

Fausto Nilo – 12 Letras De Sucesso (1987)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Muitas vezes, na música, temos aqueles artistas que nunca aparecem no palco, estão sempre atrás das cortinas. São geralmente os músicos de estúdio e também compositores letristas. No caso do letrista a gente sempre escuta falar deles quando, na rádio, o locutor informa o nome do música e seus autores. O cearense Fausto Nilo é um desses nomes que sempre aparece nas parcerias de grandes sucessos da nossa mpb. Autor de centenas composições, em parceria com outros grandes nomes da música brasileira. Este lp, embora limitado a apenas doze músicas, procura demonstrar aqui o talento poético deste letrista em músicas que se tornaram verdadeiros sucessos. O lp foi uma iniciativa da CBS, através de seu selo Songs para projetos especiais, reunindo fonogramas de diferentes artistas, inclusive de outras gravadoras. Sem dúvida, uma coletânea de respeito e com assinatura. Vale a pena conferir…

bloco do prazer – gal costa

cartaz – fagner

retrato marrom – ney matogrosso

zanzibar – a cor do som

meninas do brasil – moraes moreira

de noite e de dia – maria bethania

tudo com você – lulu santos

paroara – fagner

mil e uma noites de amor – pepeu gomes

amor nas estrelas – nara leão

santa fé – moraes moreira

mil e uma noite e mais uma – fabio junior

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Uccio Gaeta – Musicas Italianas Em Bossa Nova (1964)

Olá, prezados amigos cultos e ocultos! Hoje apresentamos um álbum do cantor e acordeonista Matteo Gaeta, que adotou o pseudônimo de Uccio Gaeta. Italiano de Salerno, nascido em 2 de janeiro de 1932, radicou-se no Brasil em meados da década de 1950, ingressando como cantor na Rádio Gazeta de São Paulo. Em 1966, trabalhou como ator no programa “TV de comédia”, da extinta TV Tupi, tendo sido dirigido por Geraldo Vietri. Logo depois ganhou seu próprio programa na antiga TV Cultura, então coligada da Tupi. Em 1969, ainda na Tupi, trabalha como ator na novela “Nino, o italianinho”, também sob a direção de Geraldo Vietri (também autor da novela, estrelada por Juca de Oliveira e Aracy Balabanian), e ainda teve uma música sua na trilha sonora, “Un baccio”. Em 1976, também na Tupi, atuou na novela “Canção para Isabel”. No início dos anos 1980, atuou como cantor e músico na trilha sonora de outra novela de sucesso, “Os imigrantes”, da Rede Bandeirantes, hoje conhecida por Band. Uccio Gaeta gravou no Brasil oito LPs e onze discos de 78 rpm. Dessa discografia, o TM foi buscar um álbum que a Odeon lançou em 1964. Trata-se de “Músicas italianas em bossa nova”, apresentando doze sucessos da “canzone” italiana no ritmo consagrado por João Gilberto. Entre eles, encontraremos “Anema e cuore”, “Piove” (“Ciao, ciao, bambina”…), “Nel blu dipinto di blu” (“Volare”), “Scapricciatiello” e “Tintarella di luna”, aliás “Banho de lua”, como ficou conhecida no Brasil através da versão de Fred Jorge que Celly Campello consagrou. Disco muito bom, digno merecedor de nosso Toque Musical. É ir ao GTM e conferir.

guaglione

non ti scordar di me

anema e core

romantica

nel blu dipinto diblu

vurria

maruzzella

pione

scapricciatiello

tintarella di luna

come sinfonia

fenesta che lucive

*Texto de Samuel Machado Filho 

The Buttons (1970)

Boa noite, meus queridos amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós com mais um disco… E para hoje eu lhes apresento, The Buttons, um daqueles grupos de ‘rock’, do início dos anos 70 que cantavam em inglês. Quem não se lembra daquela febre que levou vários artistas nacionais a adotarem nomes estrangeiros e cantar em inglês? Foram muitos os nomes e desses chegamos a postar vários discos por aqui, no Toque Musical. The Buttons, antes de gravarem este disco eram “Os Botões”, um grupo que tocava em bailes e clubes paulistas. Em 1970 eles foram recrutados pela RCA para gravarem este disco, uma proposta diferente da gravadora que como outras estavam lançando seus artistas internacionais ‘Made in Brazil’. A primeira metade dos anos 70 foi assim, cheio de Morris Albert, Pholhas, Light Reflections, Christian, Dave Maclean… Aliás, na sequencia das produções da RCA, a turma do The Buttons acabou virando Dave Maclean, em 73. Dave Maclean aparece inicialmente e aparentemente como uma banda, depois se incorpora como um cantor, seguindo assim como um artista com diversos sucessos. The Buttons é parte desse momento e para muitos, hoje é visto como uma banda de rock, disco raro e bem cotado no Discogs e Mercado Livre. Pessoalmente, acho este disco bem interessante. Convido aqueles que ainda não conhecem para uma audição. No GTM está completo, chega lá…

happy mary

slow down

birds in my tree

dear old mrs. bell

moonlight serenade

look my world

sound of night

free world why

i never tried

whispering

i’m thinking of rita

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Metrô – A Mão De Mao (1987)

Olá, meus caros amigos cultos e ocultos! Nosso 13 de setembro está hoje com cara de rock dos anos 80. Como já manifestei aqui, poucos foram os grupos de pop/rock que me animaram nos anos 80. Embora eu já tenha postado no Toque Musical um dezena, ou mais, do pop nacional dessa década, alguns, para mim, se destacam, seja pela sonoridade, pela qualidade ou pela criatividade. Nem entro no mérito da originalidade, pois nada nos anos 80 foi verdadeiramente original. Enfim, faz parte e dessa parte tenho alguns grupos que respeito. Aqui um bom exemplo, é este disco do grupo paulista Metrô, “A mão de Mao”, lançado em 1987, através da CBS e seu selo Epic. Por certo este foi, comercialmente, o grande fracasso do Metrô, um disco que não vendeu. E isso se deve ao fato de que, naquele momento, a banda já não era a mesma e sua proposta musical passou a ser outra, saíram do ‘pop de rádio’ para um som mais sofisticado, com nuances experimentais e de rock, até progressivo. A vocalista de voz doce, Virginie Boutaud, foi trocada pelo músico português Pedro Parq que chegou incrementando a banda com novos elementos musicais e letras mais elaboradas. O grande erro da banda foi ter aceitado as condições da gravadora, que embora tenha lhes dado uma super produção, com um álbum luxuoso, com encartes coloridos e até um falso Obi (filipeta usada em discos japoneses), não permitiu que a banda mudasse de nome, no caso para “Tristes Tigres”, nomezinho ruim, sem dúvida, mas como Metrô estavam fadados a um estranhamento, principalmente dos fãs. E não deu outra, o disco foi um fracasso de vendas que acabou culminando no encerramento das atividades. Uma pena, pois imagino que se tivessem usado um outro nome, talvez tivessem conquistado um novo público e garantido a permanência. Infelizmente, quando se trabalha com grandes selos/gravadoras estamos sujeitos a imposições comerciais. A arte nessa hora é o que conta menos, afinal a indústria fonográfica estava mais interessada em lucros do que em arte. Normal… Mas nada como o tempo para fazer a gente apurar as coisas devidamente. E no meu entendimento e gosto pessoal, “A mão de Mao” foi o melhor disco da banda. Algo que nos faz lembrar a proposta inicial dessa turma, quando então se chamavam  “A Gota Suspensa”, lá pelo final da década de 70. mas isso é uma outra história… Quem não conhece “A mão de Mao”, mas conhece a fama de uma banda ‘new wave’, pode se surpreender. Para mim, este foi um dos melhores discos do rock nacional lançado nos anos 80. E quem duvida, que confira no GTM…

a mão de mao

habhitantes

cinema branco

atlântico 7 de novembro

boca

gato preto

ahnimais (wiss)

the red prayer (idiot love)

lágrimas imóveis

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Pessoal Do Ceará – Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto Na Viagem (1972)

Muito bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Eis aqui um disco que há tempos está na promessa de ser postado aqui no Toque Musical. Enfim, chegou a sua hora, a sua vez… Afinal, é mais um que aqui não pode faltar, né? Então… Temos este clássico e também único disco do coletivo Pessoal do Ceará, formado por Ednardo, Rodger e Teti. Na verdade, o Pessoal do Ceará foi uma espécie de movimento cultural surgido no final dos anos 60, no Ceará, por um grupo de artistas e intelectuais, dos quais estavam inseridos Ednardo, Fagner, Belchior, Rodger, Teti e muitos outros… Tudo tomou forma a partir dos anos 70 quando essa turma começa a se destacar nacionalmente. Em 1972 eles recebem o convite para gravar um disco, no caso este lp no qual acabaram ficando de fora o Fagner e Belchior, pois esses dois já tinham contratos com outras gravadoras. Daí, o Pessoal do Ceará acabou sendo Ednardo, Rodger e Teti e nasceu este disco que é simplesmente maravilhoso, “Meu corpo, minha embalagem, todo gasto de viagem”. Um álbum que é um clássico da nossa moderna música popular brasileira, hoje, mais ainda, uma raridade que injustamente não recebeu uma reedição em 180 gramas, razão pela qual um exemplar original e em boas condições esteja custando até 500 reais entre colecionadores. Embora não sendo uma novidade na rede, aqui no TM é que ele se consagra! Confira no GTM…

ingazeira

terral

cavalo de ferro

curta metragem

falando da vida

dono dos teus olhos

palmas pra dar ibope

beira mar

é isto

a mala

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Claudio & Cristina Latini Band – Cor De Dendê (1990)

Boa noite, meus amigos cultos e ocultos! Vez por outra aparece por aqui uns discos que são para mim ilustres desconhecidos. E eu gosto disso, pois fico curioso para ouvir e se é bom, fico curioso para saber mais sobre o trabalho e o artista. Eis que temos aqui um lp importado, feito lá na Dinamarca, em 1990, “Cor de Dendê”, da dupla Cláudio e Cristina Latini. Este casal de músicos brasileiros mudou-se para a Noruega no início da década de 80 e por lá fizeram carreira, se tornando bem populares nos países nórdicos e para onde levaram a cultura da música popular brasileira. Ao que consta, eles gravaram já vários discos, sendo este, “Cor de Dendê” o segundo lp, além de dois compactos também lançados logo no início da carreira. Neste lp Cláudio e Cristina vem acompanhado por uma  banda formada por músicos suecos. O repertório é todo autoral e praticamente quase todo cantado em português. Vale a pena conhecer. Confiram no GTM…

é isso aí, irmão

forró aperreado

hvorfor er det sá langt til rio de janeiro

reino de xangô

apocalipse nordestina

cor de dendê

novos sonhos

notícias

noruega

samba nova

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Fernando Lona – Cidadão Do Mundo (1977)

Boa noite, meus camaradas, amigos cultos e ocultos! Marcando o ponto do dia, hoje eu trago para vocês o cantor e compositor baiano Fernando Lona. Já tivemos a oportunidade de postar aqui no Toque Musical alguns discos trilhas sonoras compostas por ele. Agora trazemos para vocês o “Cidadão do mundo”, seu único disco, lançado em 1977 pelo selo Tapecar. Infelizmente, no mesmo ano de lançamento deste lp, Fernando Lona viria a falecer em um acidente de automobilístico, dando assim fim a sua carreira. Porém, apesar de tudo, Lona será sempre lembrado como um grande compositor, entre tantos, parceiro de Geraldo Vandré, com quem compôs o clássico “Porta estandarte”. Esta é uma das doze faixas que fazem parte deste disco. Um trabalho bem bacana e que com certeza poucos conhecem. Não deixem de conferir no GTM…

desencanto

fado das gaiolas

três três

caiado

porta estandarte

queimada

cidadão do mundo

beira-mágoa

auto retrato

águas do sertão

abc

estandarte de couro brazões

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Wauke – Onda (1987)

Olá amiguinhos cultos e ocultos, boa noite! Nosso encontro hoje é com a música de Tom Jobim, através da interpretação de Wauke, um artista de rara sensibilidade. Cantor, compositor, produtor, escritor e também astrólogo. Wauke, na verdade é Carlos Walker, músico carioca que ganhou destaque com a música “Alfazema”, que fez parte da trilha sonora de uma novela da Rede Globo, em 1975 e consequentemente nesse mesmo ano lança seu primeiro disco, o cultuado “A Frauta de Pã” pela RCA. Este disco, inclusive, nós já postamos aqui no Toque Musical. Agora nosso artista volta assinando como Wauke e neste álbum, de 1987, lançado pelo selo 3M, ele nos presenteia com uma seleção, certamente escolhida a dedo, de dez canções de Antonio Carlos Jobim. Quando digo presenteia não é atoa. Temos aqui um repertório finíssimo de um dos maiores compositores brasileiros, um intérprete apaixonado, dono de uma voz super agradável, quase feminina, mas que em nada soa como falsete. Somado a tudo isso temos um time de músicos também de primeiríssima, oque garante ao artista a segurança na releitura de obras tão conhecidas. E Wauke o faz com competência, sem parecer o que fatalmente acontece nesses casos, mais uma versão. Bom, não deixa de ser uma versão, mas cheia de personalidade. Vale a pena conferir essa “Onda”.

wave

vivo sonhando

o nosso amor

falando de amor

espelho das águas

pois é

águas de março

chora coração

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Mati & Malu – Amando A Natureza (1979)

Olá, prezados amigos cultos e ocultos! O TM hoje apresenta um exemplar do mais puro calango mineiro. Trata-se do único LP gravado pelas irmãs Mati e Malu, “Amando a natureza”, lançado em 1979 pela CBS com o selo Uirapuru, então o braço regional da companhia.  A produção do disco é assinada por um verdadeiro craque, Adelzon Alves, que foi inclusive divulgador, através do rádio, de inúmeros sambistas:  Candeia, Nélson Cavaquinho, Dona Ivone Lara, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, João Nogueira, Roberto Ribeiro, Alcione, Bezerra da Silva e muitos mais. Nas catorze faixas deste trabalho, Mati e Malu, que antes haviam gravado um compacto com os sambas “Que lugar danado” e “Lá vem você”, facilmente encontráveis no YouTube, “reativam a memória musical de mais de duzentos anos de calango”, segundo escreve Rubem Confete na contracapa. Nove faixas são adaptações das próprias irmãs (entre elas, “Cabocla do caxangá”, tema já aproveitado por João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense no início do século XX), e o disco se completa com trabalhos de Osmar Mineiro (“Eu e o sabiá”), Elena de Grammont (“Saudadeira” e “Canta, violeiro”), e das duplas Dida-Dedé da Portela (“Calango na roça”) e Canseira-Josealdo Fraga (“Foice, garrucha e sanfona”). Tudo devidamente abrilhantado pelos arranjos e regências de Luiz Roberto, que foi violeiro e cantador na Zona da Mata mineira, e mais tarde solista e contrabaixista do conjunto Os Cariocas. Em suma, um trabalho primoroso, digno merecedor de nosso Toque Musical. Agora é ir ao GTM e conferir, uai!

eu e o sabiá

saudadeira

pau pereira

calango na roça

amando a natureza

violeiro

ole ole ole olá

lavadeira

garrucha e sanfona

o tamanduá

marica fulô

cabocla do caxangá

tiá

samba nego

 

*Texto de Samuel Machado Filho 

2º Festival MPB Carrefour (1992)

Amigos cultos e ocultos, como vão, tudo bem? Olha aí o que temos para hoje… Um disco de festival. Faz tempo que não postamos nada por aqui. Desta vez temos a segunda edição do Festival de MPB Carrefour. Este festival aconteceu em 1992 promovido pelo grupo multinacional Carrefour, tendo como organizador e diretor artístico, o jornalista Zuza Homem de Mello. O Festival selecionou 84 concorrentes, teve uma fase semi-final em várias cidades do país, sendo que a final aconteceu no Rio de Janeiro. Este lp é o resultado, traz as dez músicas que foram as finalíssimas. Por certo já não se fazem músicas para festivais como antigamente, ou por outra, as músicas já não encantam como as de antigamente. Porque será? Claro que não me refiro especificamente a este disco, aqui tem até umas músicas bacanas e vocês poderão conferir no Grupo do Toque Musical. 

bombonière – josias damasceno e júlio cesar moschen
a meia luz – jorge vercillo e altay veloso
espinha dorsal do mim – chico cesar
o vento – dedé mendoça
portal – jerônimo jardim
sonhando com a felicidade – jocelino peres
dor de calundu – luiz dillah
meias partes – irinéia maria e sueli correa
reviravolta – juraides da cruz
senhores condôminos – paulo de castro
 
 
 
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Carlos Galhardo – E O Destino Desfolhou (1973)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Um dos artistas mais procurados aqui no Toque Musical é, sem dúvida, o cantor Carlos Galhardo. Temos aqui um público fiel e é para esses que estamos trazendo mais um de seus discos. Aqui está o lp “E o destino desfolhou”, álbum lançado em 1973 pela Odeon. Este disco foi seu primeiro lp gravado pela Odeon. Ele já havia gravado antes por este selo, na fase dos bolações, mas ao longo de toda a sua carreira Carlos Galhardo sempre gravou pela RCA Victor. O álbum que aqui apresentamos tem um sabor especial, uma roupagem nova, principalmente por conta do arranjos e orquestração do maestro Gaya. Repertório bonito e com músicas já conhecidas do grande público. Não deixem de conferir… 

meus tempos de criança

bodas de prata

porque cantam os passarinhos

arrependimento

valsa do meu subúrbio

cruel destino

pedrinhas de cor

e o destino desfolhou

a rosa

infeliz amor

malandrinha

será

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Claudionor Cruz – Hoje (1972)

Boa noite, meus caríssimos amigos cultos e ocultos! Hoje estou trazendo para vocês um disco raro e que muito importa para o nosso acervo. Trata-se, pelo menos até onde sei, do único lp gravado pelo violonista e compositor Claudionor Cruz. Este é mais um dos grandes nomes da ‘velha guarda’ e que por força do destino acabou ficando um pouco esquecido. Porém, sua música foi eternizada através de outros intérpretes. Mineiro, de Paraibuna, Claudionor começou cedo na música, Seu pai era mestre de banda em sua cidade natal e desde de criança tinha contato com a música. Sua trajetória profissional começa mesmo no Rio de Janeiro, na década de trinta, quando então passa a compor e tocar em diversos conjuntos. Como compositor teve também vários parceiros, mas Pedro Caetano foi o mais constante e com ele criou grandes sucessos da música popular brasileira. Neste lp, temos o artista apresentando doze composições suas e de parceiros. Ele vem acompanhado pelo Regional e Côro de Syney Martins e tem como cantores presentes no disco Gilberto Milfont, Haydee Belli, Maria Celeste, Edson Alves e outros. Na contracapa temos um um texto de apresentação do velho amigo e parceiro Pedro Caetano. O disco foi lançado pela Chantecler, através de seu selo Rosicler, em 1972. Não deixem de conferir…
 
rio antigo
virgínia flor
a vida é amor
destino
sou homem, não sou deus
rimando tristeza
cais do porto
porque brigamos
vem chegando a madrugada (como é linda a madrugada)
sou ninguém
choro triste
o sol
 
 
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Conjunto Explosão Do Samba – Boteco Do Samba (1977)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Existem um discos que caem como uma luva em determinados momentos festivos. E nessa é de valorizar as tais ‘coletâneas’. Chega um momento na festa em que a gente só quer mesmo deixar a música rolar. Não é atoa que hoje em dia a tal da ‘play list’ faz tanto sucesso. Basta programar e deixar rolar. Mas isso aqui não é música de arquivo digital e nos bons temos do disco essa era a melhor saída. E quando a coletânea é boa o disco costuma não sair do prato. Aqui temos um bom exemplo, um disco de samba cujo o repertório é um autêntico desfile de sucessos. Disco que agrada bem num churrasco, numa festa ao ar livre… ah. isso é bom demais. Bons tempos aqueles em que se produzia discos como este. Era só montar o repertório, chamar um conjunto de bambas e gravar. Assim, temos aqui o Conjunto Explosão do Samba, por certo, um nome para dar mais credibilidade ao projeto. Disco de samba bem produzido e bem tocado. Vale a pena conferir….
 
história da liberdade do brasil
estrela de madureira
mulher brasileira
argumento
leonel leonor
o mestre sala dos mares
os sertões
lenda das sereias rainha do mar
sonar com rei dá leão
o saber poético da literatura de cordel
kid cavaquinho
batida de limão
pisa na barata
moro onde não mora ninguém
tô chegando já cheguei
quantas lágrimas
acreditar
jandira
filho da bahia
 
 
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Antenógenes Silva – Recordar É Viver (1959)

Olá, amigos e ocultos! O Toque Musical oferece hoje mais um disco de Antenógenes Silva, o inesquecível mago do acordeão, considerado, no auge de sua época, o maior acordeonista de oito baixos do mundo. É “Recordar é viver”, lançado pela Odeon em 1959. Neste álbum, como era de costume, um repertório totalmente autoral, e quase todas as músicas eram, até então, inéditas em disco, inclusive a faixa-título. A única regravação é a da polca “Pescando lambari”, de 1939, erroneamente rotulada no selo como toada. Aliás, vale ressaltar que este disco já havia aparecido no blog “Forró em vinil”, em sua reedição de 1970, com o selo Imperial. Ainda assim, aparece aqui no TM com sua capa e contracapa (escrita por um entusiasmado Fernando Lobo) originais, e vale a pena ouvir e recordar todo o virtuosismo deste grande acordeonista que foi Antenógenes Silva. Afinal de contas, como diz o próprio título deste trabalho, recordar é viver. Não deixem de conferir no GTM.

vai virando de banda

boogie woogie na roça

qualquer um toca

saudades do meu pai

sanfoneiro apaixonado

recordando os teus beijos

baile da saudade

quando chora o bombardino

flor do campo

pescando lambari

pra você todo o meu amor

abel em paris

 

*Texto de Samuel Machado Filho

Uma Noite No Pop-Show Camboriu (1971)

Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical apresenta hoje um disco em tempo de verão antecipado. É “Uma noite no Pop Show Camboriú”, lançado em 1971 pela Continental, com o selo Musicolor. A maior parte de suas faixas foi gravada ao vivo no Pop Show, então a mais sofisticada casa noturna do sul brasileiro, que ficava em Camboriú, Santa Catarina, pela Brazilian Show Band, que executa alguns dos maiores sucessos ditos “jovens” da ocasião. Completam o álbum Cyro Aguiar, Tony Campello e Vera Lúcia, com duas faixas cada um. Disco bacana, cheio de alto astral, feito para ouvir, dançar e relembrar bons tempos. É só ir ao GTM e conferir.

 
bittersweet samba
o samba é bom assim
tempo bom
pergunte ao joão
lata d’agua
bittersweet samba – brazilian show band
quando – vera maria
un raio de sol
dum dum
tomando café hablemos de amor – brazilian show band
cândida – cyro aguiar
não acredito – tony campello
i’ve been hurt
my pledge of love – brazilian show band
adieu jolie candy – vera maria
georgia on my mind – brazilian show band
procurando tu – brazilian show band
raindrops keep fallin’ on my head – brazilian show band
banana com açucar – tony campello
 
 
 
*Texto de Samuel Machado Filho  

Alípio Martins (1967)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Enfim, chegamos em setembro e nesse ano estamos conseguindo manter as postagens diárias, embora com pequenos atrasos. Por isso, vamos que vamos…
Hoje eu trago para vocês o cantor, compositor e produtor paraense, Alípio Martins. Ele foi um dos nomes mais expressivos da música brega, da lambada e do carimbó. Iniciou a carreira como cantor, passando depois a ser produtor. Fez muito sucesso nas rádios populares e pelos grotões desse Brasil, principalmente nos anos 80. Infelizmente veio a falecer ainda novo, com apenas 52 anos de idade.
Aqui temos o que foi o seu primeiro disco, gravado em Belo Horizonte, na gravadora Bemol. Ao que tudo indica, este lp foi gravado na segunda metade dos anos 60, possivelmente 67. Neste disco ele segue a linha do momento, no caso, a influência da Jovem Guarda. Traz uma versão do clássico de Dorival Caymmi, “Peguei um Ita no Norte”, numa versão ‘moderninha’. Outro detalhe que chama a atenção são os arranjos, feitos por Aécio Flávio e José Guimarães. Sinceramente, do pouco que conheço e já ouvi do Alípio Martins este é, sem dúvida, seu melhor trabalho. Hoje em dia então, virou raridade…
Confira no nosso GTM.
 
peguei um ita no norte
romance de uma gaguinha
ave maria
vou dar o fora desta cidade
juramento de amor
não quero ver você chorar
o padre
triste por você
pirada
amor verdadeiro
minha estrelinha
eu bato em todos
 
 
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Alcides Neves – Des-trambelhar Ou Não (1983)

Boa noite, caros amigos cultos e ocultos! No ritmo do imprevisível dessa nossa salada mista musical, temos aqui um disco, no mínimo curioso do artista cearense, radicado em São Paulo, Alcides Neves. “Des-trambelhar ou não” foi seu segundo disco, lançado de forma independente, em 1983. Antes deste ele havia gravado outro, o “Tempo de fratura”, de 79, um disco tão anti-comercial quanto o que temos aqui. Aliás, o trabalho musical de Alcides Neves parece refletir um pouco da sua realidade como psiquiatra. Sua música é um trabalho muito pessoal, de difícil digestão para o consumidor comum de musica popular. Quebra com conceitos e desafia o senso comum. É talvez o discurso do louco que ele conhece tão bem. Me lembrou um Damião Experiença num delírio controlado, ou também outro mais recente, Rogério Skylab. Tudo isso temperado com alguma essência nordestina.
Alcides não faz disco para vender e talvez por isso mesmo seja pouco conhecido. Seus lps, hoje fazem parte daquelas raridades que passaram a ser vendidas a preço de ouro no Mercado Livre e Discogs. Seu trabalho musical permeia o experimentalismo, um trabalho de vanguarda talvez, embora ele mesmo não goste de assumir esse termo para definir sua música. Segundo o artista esses dois discos e mais um terceiro que eu nunca vi, “Dr. Louk’Américas”, formam uma trilogia.
Infelizmente, não há muito o que se encontrar sobre este artista, as referencias são poucas e se repetem. Mas para quem não conhece, vale a pena buscá-lo no GTM.

recuerdos ‘tempo de fratura’
tetéu
abutre-abate-amorfo (de como compositores da mpb perderam seu cavalo-estético e continuaram a culpar a censura)
alegres stravinsky
de ‘tempo de fratura’ a ‘destrambelhar ou não
cidade-país-cidade
estrutura jazz (morta)
descampado
re(ligare)
maracatu martelado



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Os Titulares Do Ritmo – Concerto De Música Popular (1957)

Olá, amigos cultos e ocultos! Mais uma vez, temos  o orgulho e a satisfação de apresentar a vocês um disco dos Titulares do Ritmo, sem dúvida um dos melhores grupos vocais que o Brasil já teve. “Concerto de música popular” foi lançado pela Copacabana em 1957, ainda em dez polegadas, e seria reeditado de forma ampliada, em 1961, com quatro faixas a mais. Curiosamente, essa reedição ampliada já foi oferecida anteriormente pelo TM, mas o que importa é ouvir os Titulares do Ritmo, apresentando, nas oito faixas deste original, um repertório muito bem escolhido e de primeiríssima qualidade, com clássicos do porte de “Serra da Boa Esperança”, “Taí” e “Na virada da montanha”, no lado A cantando à capela (sem acompanhamento instrumental) e no lado B com orquestração. Um trabalho de primeiríssima qualidade, que vale a pena conferir no GTM.

funeral de um rei nagô
cantiga
prenda minha
tahi
brasil moreno
na virada da montanha
serra da boa esperança
agora é cinza



*Texto de Samuel Machado Filho

Claudio Cartier (1982)

Bom dia, prezados amigos cultos e ocultos! Estamos hoje trazendo o compositor e instrumentista Cláudio Cartier, artista carioca que além da música é também um artista gráfico. Seu nome está associado ao de Octávio Burnier (ou chamado de Tavynho Bonfá) com quem fez a dupla Burnier & Cartier, atuando em boa parte dos anos 70. A partir dos anos 80 ele segue em carreira solo e lança este que foi o seu primeiro lp, pela Opus Columbia. É um disco bem bacana onde ele divide as composições com o parceiro Paulo Cesar Feital. Mas há também “Mil atrações” feita em parceria com Aldir Blanc e “Abelhas”, com Heitor de Pedra Azul. Os arranjos são de Cesar Camargo Mariano, que também toca no disco. Há também outros grandes músicos no time, o que valoriza ainda mais o trabalho deste artista. Confiram no GTM…

1789
saudações
deveria
fala geral
mil atrações
abelhas isso não
dois por quatro
última noite
real grandeza
resgate



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Tito Romero (Britinho) – Boleros Maravilhosos (1959)

Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical apresenta hoje, mais um disco entre os muitos gravados pelo maestro e pianista João Adelino Leal Brito, o Britinho, com sua orquestra, aqui com o pseudônimo de Tito Romero. Trata-se de “Boleros inesquecíveis”, lançado em 1959 pela Polydor, reunindo doze faixas realmente inesquecíveis. Uma delas, o clássico “A voz do violão”, foi transformada em bolero, mas nesta faixa há amplo destaque ao violão, como não poderia deixar de ser. As demais onze faixas são boleros consagrados, tais como “Que será?”, “Se a saudade falasse”, “Por que brilham os teus olhos” e “Falas de amor outra vez”. A respeito de Britinho, ou Tito Romero, pouco se sabe. Era gaúcho de Pelotas, nascido em 5 de maio de 1917 e falecido em ano que não se sabe ao certo (entre 1964 e 1966). Sempre ligado à música, começou a estudar violino aos dez anos, e aprofundou seus conhecimentos musicais, por influência dos tios, no Conservatório de sua Pelotas natal. Mais tarde, foi para Porto Alegre, a fim de substituir o pianista Paulo Coelho na Rádio Farroupilha, e em 1939 mudou-se para São Paulo, onde trabalhou na boate Tabu. Dois anos mais tarde, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde são encontrados os maiores registros de sua obra. Aliás, muitos pesquisadores de MPB fazem confusão entre Britinho e seu irmão, Rubens, também pianista na mesma época. O curioso, conforme relata o jornalista e escritor Ruy Castro em seu livro “Chega de saudade”, é que Britinho atua como pianista no primeiro disco de João Gilberto, lançado pela Copacabana em agosto de 1952, trazendo os sambas-canções “Quando ela sai” e “Meia luz”. Outro grande nome da MPB que nutria grande respeito e admiração por João Leal Brito – e por seu irmão, Rubens – era Dorival Caymmi, que o considerava um dos melhores pianistas do Brasil. Portanto, este “Boleros inesquecíveis” é mais um trabalho digno de nosso Toque Musical. É só ir ao GTM e conferir.

vai ver que é
sombras
luar de paquetá
incerteza
hei de querer-te sempre
um tango… uma saudade
vem me buscar
aperta-me em teus braços
mentido
divagando
teu juramento
foi mentira



*Texto de Samuel Machado Filho 

Carlos José (1959)

Olá, amiguinhos cultos e ocultos! Hoje temos a presença do cantor Carlos José, que infelizmente nos deixou em maio, vitimado pelo Covid 19. Essa praga está mesmo ceifando a vida de muita gente boa, infelizmente vivemos momentos péssimos, pois boa parte do mundo está nas mãos de gente canalha, ignorantes, radicais e fascistas. Aqui no Brasil essa chaga é ainda maior, pois temos um governo de merda, mais sujo e mais corrupto, cujo o líder é mesmo a encarnação do que temos de pior no ser humano. É ainda mais triste perceber a ignorância desse nosso povo. O brasileiro, em boa parte, é um canalha, estúpido e ignorante, pois mesmo passando por tudo que está passando ainda não conseguiu enxergar. Taí uma coisa que é comum a pobres e ricos, a ignorância e estupidez. Por conta de tudo isso que estamos passando tive várias vezes vontade de encerrar o Toque Musical. São tantos os desgostos que esse (des)governo me traz que chego a desanimar. Por outra, só de pensar que entre os amigos cultos e ocultos existem também os idiotas, apoiadores desse lixo de governo fascista, já me deixa muito puto. Mas em nome da razão e de todos os queridos e verdadeiros amigos cultos, o Toque Musical continua ativo. Mas já estamos providenciando a exclusão de todo e qualquer ‘fascistinha’. Aos poucos estão sendo expulsos, pois desse tipo de gente eu não quero nem lembrança. Aceito o camarada ser de Direita, conservador, mas fascista não! Apoiador de presidente canalha, também não! Então, fica esperto e pianinho por aqui, senão tá fora, ok?
Bom, mas voltando ao disco de hoje. temos aqui o que entendo como sendo o segundo lp de Carlos José, antes ele só havia gravado os bolachões de 78 rpm. Inclusive, seu primeiro lp também já foi postado aqui em outras épocas. Neste, lp gravado pelo selo CBS, ao que consta foi lançado em 1959. É um dos seus discos que eu acho mais interessante. Cheio de boleros, como cabia para aqueles tempos, mas também e principalmente, do lado B, temos um flerte com uma música moderna que naquele momento estava nascendo, a Bossa Nova. Eis aqui um disco importante, que por certo, um bom conhecedor de música popular brasileira não dispensa. Não deixem de conferir no GTM…

diga se é verdade
sabor de nada
a barca de ouro
queria
a barca
quando chegares
coisa n. 1
lágrimas de sonho
tema do amor triste
foi noite assim
sem você sou assim
maria bonita

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Prêmio Cidade De S. Sebastião Do RJ – Os Melhores Do Disco Nacional (1965)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje o Toque Musical apresenta uma coletânea muito interessante, lançada pela Odeon em 1965, reunindo alguns dos agraciados com o Prêmio Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, idealizado pelo crítico Claribalte Passos, do extinto jornal “Correio da Manhã”, para premiar os melhores do disco no Brasil. É ele quem, inclusive, assina o texto de contracapa deste disco, uma seleção acrescida de aplausos ao final de cada faixa, com o claro objetivo de dar ao ouvinte a sensação de estar no local da premiação, o Teatro Municipal do Rio. O repertório, de fato, merece aplausos, pois tem ótimos momentos pra gente recordar. Entre os premiados escolhidos para este álbum, estão Moreira da Silva (“O rei do gatilho”), Dalva de Oliveira (“Rancho da Praça Onze”), João Gilberto (“Desafinado”), o grande Wilson Simonal (apresentando um pot-pourri de bossa nova), Elza Soares (“O samba brasileiro”) e Dorival Caymmi (“Saudade da Bahia”). Abrindo o disco, uma composição do próprio Claribalte Passos, “Rio, eterna capital”, executada por orquestra. E, encerrando com chave de ouro, o “Rancho das flores”, com a Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Ao ouvirem este disco que merece com todos os méritos o nosso TM, vocês com certeza também terão vontade de aplaudir o repertório aqui incluído. É só ir ao GTM e conferir.

rio eterna capital – orquestra
reza – pery ribeiro
o rei do gatilho – moreira da silva
rancho da praça onze – dalva de oliveira
pot pourri de bossa nova – wilson simonal
última inspiração – luperce miranda
prece – dalva de oliveira
samba de verão – marcos valle
o samba brasileiro – elza soares
desafinado – joão gilberto
saudades da bahia – dorival caymmi
rancho das flores – banda do corpo de bombeiros



*Texto de Samuel Machado Filho

João Nogueira – De Amor É Bom (1985)

Muito bom dia a todos os companheiros, amigos cultos e ocultos! Também de forma sortida selecionei este disco do João Nogueira para a nossa postagem de hoje. Aqui temos um lp gravado em 1985. Um disco onde João nos apresenta dez sambas, sendo boa parte desses de sua própria autoria e /ou com seus parceiros. Este disco foi uma produção de Paulo César Pinheiro, que também participa do trabalho. E os arranjos e regência são do violonista Hélio Delmiro, que também é outro presente em algumas faixas. Não tem nem como não agradar. É João Nogueira, confiram!

de amor é bom
pimba na pitomba
jornal cantado
terra gira
ben-hur dos macacos
rei senhor, rei zumbi, rei nagô
chavão
é disso que o povo gosta
alô rio
rancho da natureza

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