Raiz De Pedra – Trajetória (1985)

No início da década de 80, surgiu um dos mais importantes grupos de Porto Alegre, o Raiz de Pedra. Pedro Tagliani – violão e guitarra, Márcio Tubino – flauta e saxofones e César Audi – bateria criaram uma nova linguagem de Jazz progressivo que os tornaria conhecidos e respeitados por toda a Europa. Lançaram seu primeiro LP (Trajetória em 1985) totalmente independente e em seguida mais um LP independente em 1988 (Ao Vivo). Gravaram na Alemanha, em 1989, o álbum Pictures com a gravadora Mazurmuzik e mais tarde em 1996, o álbum Diário de Bordo que contou com a participação de Egberto Gismonti como pianista e co-arranjador. Desde então, o grupo Raiz de Pedra tem atuado em shows e trabalhos individuais pelo exterior.
 
prisma
quatro cores
trajetória
movimento
carnaval dos aflitos
céu espelhos e cristal
alameda das orquídeas
cavalgada
de passagem
 
*Texto extraído da biografia

2º Festival Nossa Música (1987)

Olá, amigos cultos e ocultos! Para encerrar o mês, tenho aqui um disco de festival que adquiri nesta semana e achei bem interessante. Trata-se de um festival dos anos 80 promovido pelo governo do estado de São Paulo. Infelizmente, as informações sobre o mesmo se limita ao que temos no próprio lp, pois não encontrei, numa pesquisa rápida na internet, citações sobre este evento. E chega mesmo a ser curioso, pois aqui já estamos numa segunda edição e não há muito o que encontrar sobre este festival. Daí, o que podemos adiantar é que foi um evento musical que envolveu a capital e também cidades do interior. O disco é gravado ao vivo e traz as dez canções selecionadas. Não há informações sobre quem foram os premiados, mas procuraram, pelo menos, incluir um encarte com as letras, os nomes das músicas e seus intérpretes. Eis aqui um lp que merece atenção, principalmente daqueles que acompanham festivais e por certo, trata-se de um disco histórico e raro, além de ser uma produção independente. Confiram o pacote completo no GTM…
 
sabe deus – grupo de repente
eu e o rio – luiz carlos da silva
todo rio – grupo de repente
essência – rogério césar de aquino
lágrimas reais – sergio
oriente – annette soares
longa espera – grupo de repente
brilho – grupo jasmim
canto guerreiro – jader e tânia
irreal – grupo sem nome
 
 
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Júnia Lambert – EP (198…)

Boa hora, amigos cultos e ocultos! Nessa nossa salada mista musical cada dia é uma nova surpresa, até para mim, pois não estou conseguindo tempo nem para programar o que iremos postar. Todos de férias, eu sozinho pra tocar o barco… Essa é a luta…
Hoje temos a roqueira mineira Júnia Lambert em seu primeiro disco, uma produção independente lançada nos anos 80. onde ela estreia neste EP, com duas músicas: “Telepatia” e “Desistindo e insistindo”. Nos anos 90 ela conseguiria se destacar nacionalmente com seu lp, “Ar de Rock”, no qual emplacou duas canções: “Sem roupa” e “Limusine grana suja”, tocadas em novelas da Rede Globo. Há tempos não ouço falar dela, mas creio que continua na ativa e até gravou outros discos. Por hora, vamos conferir este compacto de 12 polegadas 🙂
 
telepatia
desistindo e insistindo
 
 

Saldanha Rolim – Morenô (1993)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Nosso encontro de hoje é com o cantor e compositor cearense Saldanha Rolim, um artista que começou a se destacar a partir dos anos 80, quando então, decidiu encarar os grande centros da região sudeste. Veio para São Paulo onde conheceu outros artistas. Travou contato com Geraldo Vandré e por ele foi convidado a participar do show que deu no Paraguai, na cidade de Puerto Stroessner. Ali também conheceu o cantador mineiro, Saulo Laranjeiras com quem criou uma grande amizade e acabou chegando a Minas Gerais onde acabou se encontrando. Criou novas parcerias, amigos e um público fiel, se tornado um dos artistas mais atuantes na cena musical mineira. Percorreu diversas cidades pelo interior de Minas, se apresentando em shows e festivais. Nós já tivemos o prazer de apresentá-lo aqui em uma primeira oportunidade, em seu disco de 1994. Agora estamos trazendo “Morenô”, trabalho anterior, lançado em 93 pelo selo independente Sinfonia Discos. Um belo trabalho, praticamente todo autoral e em parcerias. Há também uma bela composição de Renato Teixeira, “Uma noite não é nada”.
 
entre um beijo e outro
quebra requebra
moreno quis morenar
bom começo
meu são joão
uma noite não é nada
meu pé de murici
morenô
tô de olho
 
 
 
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Trio Paraense – Vou Tentar Te Esquecer (1988)

Boa hora, caros amigos cultos e ocultos! Como vez por outra eu recebo e-mails de gente pedindo música sertaneja, vez por outra eu atendo. E nesse caso, trazendo a alegria para um grupo de pessoas lá da cidade mineira de Pará de Minas, que por três vezes me perguntou sobre este disco do Trio Paraense. Coincidentemente, eu vim a encontrá-lo há alguns anos atrás, mas acabou ficando na gaveta, esperando a sua vez. E como dizem, toda araruta tem seu dia de mingau.
O Trio Paraense é um grupo de música popular caipira vindo da cidade de Pará de Minas. Para quem gosta do gênero, este disco tem um bom enredo. Mas, cá pra nós, o melhor mesmo é a capa, a fotografia da capa, ela já diz tudo. E nessa, mais uma vez relembrando, aqui é um lugar para se ouvir música com outros olhos. Guarde seu preconceito e seja feliz 🙂
 
vou tentar te esquecer
doce tentação
gaivota pantaneira
noite de sonho
gauchinha linda
saudade de alguém
aquela toalha
pedaço de poema
saudade do sertão
homenagem ao padre libério
fim de namoro
o mendigo
 
 
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Velho Rosa – Peregrino (1990)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Seguimos no atraso, mas logo a gente acerta os ponteiros… 
Hoje trago para vocês uma produção independente aqui das Minas Gerais. Um disco bem interessante do cantor e compositor, Housemberg Pettersen, conhecido como Velho Rosa. Ao lado do irmão Jacenguay Pettersen, o Guay, formou com outro amigos, no final dos anos 70 o Grupo Temucorda, em Governador Valadares. Eu já cheguei a postar aqui há alguns anos atrás o lp “Sangria”, do Temucorda. Inclusive, na época, pouca informação sobre eles havia disponível na internet e no texto eu deixava em aberto, sem saber dessas informações. Depois que o grupo acabou, Velho Rosa seguiu, tocando e compondo até vir a gravar este seu primeiro e único lp, “Peregrino”. Gravado aqui mesmo em Belo Horizonte. Creio que ainda gravou outras coisas, mas já na era do cd. Infelizmente, não há quase nenhuma informação sobre ele, mas garanto que vale a pena conhecer. É só conferir no GTM, ok?
 
peregrino
criação
nane
navios negreiros
criança nua
canário
holocausto
chuva no sertão
 
 
 
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Ricardo Bomba – Ultralight (1988)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje nosso encontro é com o músico Ricardo Bomba e seu excelente álbum “Ultralight”, lançado em 1988, com a etiqueta Tropical Jazz, que era um selo independente, creio que criado pelo próprio músico carioca, que também era dono de um excelente estúdio, por onde transitavam grandes músicos. Também conhecido como Ricardo Duna, tocou nas bandas de Jorge Benjor, Lulu Santos e muitos outros. Iniciou sua carreira como um músico pop, mas a experiência e os contatos musicais acabaram levando o artista para o lado do jazz, da música com teor instrumental, o que fez ele muito bem. “Ultralight” foi seu primeiro lp, embora já tivesse lançado um compacto numa linha mais pop. Seu lp de estreia, muito pautado numa linha jazzística, com pitadas de bossa e pop e uma excelência instrumental, deram a ele o premio de melhor revelação masculina na categoria Canção Popular. E neste lp temos 10 músicas autorais, com um autêntico frescor tropical e porque não dizer carioca. Ele vem acompanhado um bom time de músicos que lhe garantem um álbum de qualidade, basta ver a lista da contracapa. Para quem não conhece, fica aqui o nosso toque musical. Disco bacana e que agrada em cheio. Confiram no GTM…
 
saudade
ultralight
never regret
passear por toda a madrugada
childhood
além dessa canção
leve
falling in love
pedaço do sol
só sentimento o momento
 
 
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Silvio Santos – Compacto (1969)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Como hoje é domingo, Silvio Santos vem aí… Reservei essa curiosidade para hoje, afinal os domingos sempre foram dele na televisão. Fala sobre Silvio Santos é chover no molhado, figura bastante popular nesse nosso Brasil já há décadas. Um homem que soube enriquecer explorando o povão com seu Baú da Felicidade, apoiado sempre pelos governos militares (e vice-versa), conseguiu se dar bem, se tornando um homem poderoso da televisão. Nada como ser conivente com qualquer tipo de governo, seja de direita, militar ou de esquerda. Silvio Santos sempre soube como lidar e tirar proveito dos momentos e é por isso que ele ainda está por aí, mumificado, mas ainda se arrastando… Admiro o sujeito pela sua inteligência e sagacidade. Popular e populista, Silvio Santos é mais que um simples apresentador de programas dominicais. Um tipo que chegou a ser cotado para Presidente de República, mas experto como é, prefere ser ‘eminência oculta’, comendo pelas beiradas. Uma prova de que os meios ‘televisivos’ deram e ainda dão aos seus donos todo o poder e riqueza. Mas deixemos esse lado as canalhices e politicagens, vamos focar na diversão. E neste sentido, SS foi um mestre, como apresentador de programas, comunicador, encantou milhares de brasileiros, se tornou também uma celebridade, que eventualmente gostava de cantar, participar da festa… Certamente, não podemos considerá-lo como um bom cantor, mas este soube também usar da voz para vida a coisas como essa… Aqui temos dele, em produção independente, um compacto que se não me engano foi lançado em 1969. Um disquinho curioso e raro hoje em dia no qual ele aparece cantando um samba feito para (provavelmente seu time) o Corinthians e do outro lado recitando apaixonadamente uma poesia, que por certo deve ser sua. Musicalmente, o que salva o compacto é a presença do maestro Francisco Moraes, responsável pelos arranjos e orquestração. Uma curiosidade que, por certo, a torcida do Corinthians conhece bem. Confiram no GTM…
 
samba do corinthians
eu queria esquecer
 
 
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UIta Nunes Machado – Página Da Poetisa (1967)

Olá, amigos cultos e ocultos! Aqui vai mais uma curiosidade fonográfica extraída por debaixo da poeira do tempo. Mais um disquinho obscuro que teria passado batido, não tivesse antes caído em nossa graça. Como todos já devem saber, o Toque Musical se destaca pela variedade. Aqui cabe música, mas também cabe qualquer coisa produzida para ser um fonograma, de textos narrativos, poesias e histórias a documentos sonoros, jingles e até mesmo toques, barulhos e efeitos sonoros. Afinal, para um bom ouvido, tudo pode ser música, inclusive poesia. E sobre poesia que nos encontramos agora. Eis aqui este obscuro disquinho de sete polegadas, uma produção independente de 1967, coisa feita aqui mesmo na capital da ‘Geraes’. Um disco de sete polegadas que cumpre aqui o seu papel de compacto, mas compacto não de um lp, mas de um livro. Sim, aqui temos uma amostra com quatro poemas da poetisa Ulta Nunes Machado, um nome o qual eu não encontrei nenhuma referência na enciclopédia Google. Por certo, esta será a primeira menção a esta poetisa e também a esse disquinho raro. Suas poesias são interpretadas pelo moço, galã da foto e quase meu xará, Antonio Augusto, que conta ainda com um fundo musical feito pelo violonista José Eugênio. Ao que se entende, este compacto foi uma prévia do livro de poesias de Ulta Nunes Machado que estava par ser lançado. 
 
jornada
resignação
advertência
meus versos
 
 
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Edson Da Paz – Vem Cantar Comigo (1981) 

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós, mais uma vez, ouvindo discos com outros olhos… Eis que me cai às mãos este disquinho, um compacto com uma capa que me chamou a atenção. Edson da Paz, quem seria? Pela capa, logo pensei se tratar de um samba-rock. O nosso artista aqui é bem estiloso, de cabelo ‘blackpower’, óculos tipo ray-ban e uma guitarra nas mãos. Estava eu com os ouvidos bem abertos achando que viria alguma coisa swingada… qual o quê… Não foi de todo uma decepção, até porque quem vê capa não ouve a canção. E lá estava eu descobrindo o Edson da Paz. O compacto foi lançado em 1981, mas tem aquele ranço de 10 anos trás, aquela pegada meio brega, meio pós jovem guarda, aquela influência ‘robertocaliana’ até mesmo nos timbres vocais deste cantor. É mesmo curioso e disso eu gosto bem e acho que cabe aqui como uma luva, afinal, adoramos as obscuridades ‘fonomusicais’, não é mesmo? Pois bem, mas eis que numa pesquisa rápida pelo Google, descubro que Edson da Paz continua em atividade. É conhecido como o “Cantor Especial”, um artista com deficiências, ele é cadeirante. Segundo informações, ele é um cantor palestrante, que se dedica a levar mensagem positivas e de esperanças ao seu público. Também se apresenta em praças, principalmente na cidade de Aparecida do Norte (SP). Gravou vários discos, vinil e cds e também foi candidato a deputado federal, pelo PT. É um autêntico artista popular, alagoano que fez sua fama em São Paulo. Confiram este disquinho…
 
vem cantar comigo
e foi assim
 
 
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Geraldo Vandré – No Chile 1969 (1983)

Olá, meus amigos cultos e ocultos! Lembrei que tinha este arquivo aqui que me foi enviado há algum tempo atrás. Como verifiquei, ainda não foi postado, então é agora mesmo… 🙂
Aqui temos Geraldo Vandré em duas gravações feitas no Chile, em 1969, durante seu período de exílio naquele país. No compacto simples “Desacordonar”, composta no Chile e em espanhol e uma versão para “Pra não dizer que não falei de flores”, aqui chamada apenas de “Caminando. Essas gravações nunca chegaram a ser lançadas aqui no Brasil até 1983, quando então apareceu em uma produção independente e limitada. Eu, sinceramente, nunca tive em mãos este disquinho. Coisa rara, mas já bem rodado em outros blogs musicais e lá no Youtube. Ou seja, já está lá no GTM aguardando vocês. 
 
desacordonar
caminhando
 
 

Guimarães E Seu Conjunto – Love Story (1971)

Bom dia, boa hora… amigos cultos e ocultos! Descobri recentemente um vendedor de discos no Facebook, creio que é nordestino, que tem por lá postado para venda lotes de discos nacionais, coisas que eu mesmo nunca tinha visto, discos realmente raros e obscuros. Fiquei encantado com tanta raridade, discos que realmente mereciam estar aqui e que também não estão em outros blogs de música, eu procurei… Nessas horas é que a gente vê como foi grande a produção fonográfica brasileira, quanta coisa ainda está encoberta pela poeira do tempo, isso para não falar daquelas que infelizmente também já viraram pó. Realmente, é muito bom a gente entrar na internet e encontrar sites assim como o Toque Musical, onde se pode achar coisas inimagináveis, surpreendentes e curiosas. E mais, que estejam disponíveis para a gente ouvir, né? Sinceramente, ter que ficar na dependência de Youtube, ou pagar por serviços de Spotify não é a mesma coisa que uma garimpagem virtual em sites e blogs musicais. Talvez seja por essas e outras que o Toque Musical continua na ativa…
Hoje vamos com este disquinho que fez parte de uma publicação chamada “Cinema Nº 1”. Não achei referências a esta na internet, mas creio que era um bônus de alguma revista sobre cinema. Era muito comum publicações em que se falava de música, trazer um disquinho grátis, geralmente era os de 7 polegadas. Neste, por certo, não há nada de especial, mas ainda assim interessante para as nossa vitrine. Trata-se do tema para o filme “Love Story”, de 1970. Uma composição de sucesso mundial do maestro e compositor francês, Francis Lai, que neste compacto é focalizado em duas versões arranjadas e executadas pelo também maestro Antônio Guimarães. Guimarães e Seu Conjunto nos apresenta uma versão instrumental e outra, uma espécie de ‘playback’, feita especialmente para vocês que gostam de cantar acompanhando a melodia. Curiosidades… 
 
love story
love story (em playback)
 
 
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Ana Flávia – Compacto (1996)

Bom dia, caros amigos cultos e ocultos! Penso que neste mês de janeiro iremos manter nossas postagens de discos de sete polegadas. Quero ver se libero logo esses disquinhos que ficam aqui aguardando irem para a vitrine. 
Hoje, nosso encontro é com a cantora, compositora, escritora e professora de música, Ana Flávia Miziara. Uma artista multifacetada que também atua como produtora, editora nas áreas de cultura e tecnologia. Ela é uma artista paulista com mais de quarenta anos de carreira musical, mas só veio a lançar seu primeiro trabalho em discos, em 1996, com este disco que aqui apresentamos. Foi o seu pontapé inicial, produção independente trazendo duas canções de sua autoria. De lá pra cá ela já lançou mais alguns discos, todos já na fase do digital. Porém, este seu disquinho se tornou uma raridade cobiçada por colecionadores. Eu, até pouco tempo atrás tinha três exemplares deste disco, mas diante a sua cotação no Discogs e Mercado Livre e mais ainda, a insistência de alguns amigos colecionadores, acabei desfazendo de dois, mas guardei esse último para constar na coleção 😉 As músicas deste compacto acabaram sendo relançadas pela cantora em um de seus cds que também me parecem tão difíceis de achar quanto este compacto. Confiram no GTM…
 
secas e frias
cartas marcadas
 
 
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Edu Viola – O Direito Ao Avesso (1980)

Bom dia, bom início de 2022 para todos os amigos cultos e ocultos! Inicio este novo ano, ainda dando sequencia às postagens de discos compactos e escolhi para abrimos nosso 2022 algo especial que vim realmente a conhecer no ano que passou. Estou falando de Edu Viola, um artista do que podemos chamar de ‘udigrudi paulista”, ou seja um dos muitos artistas que viveram intensamente a cena jovem musical dos anos 70, em São Paulo, mas que por algum motivo acabaram permanecendo obscuros. E no caso de Edu Viola isso fica bem claro ao conhecermos melhor o seu trabalho musical. Ele é um cara que foge a regra, que seguiu por caminhos alternativos, assim como a sua música, diferenciada, que o coloca como um artista atemporal, para alguns até meio louco, um errante musical que faz disso a sua essência e produz uma obra orgânica e muito pessoal, pois ele se modifica e se adapta conforme o seu momento. Gosto muito desse tipo de artista que não está atrelado a nada além de sua própria vontade e criação, é algo genuíno. Edu Viola (Eduardo Rodrigues de Oliveira) é um cantor, compositor e construtor de instrumentos musicais que faz parte do folclore e vida cultural da Paulicéia. Por certo, só mesmo quem é de Sampa e antenado com a cultura da cidade o conhece bem. Eu mesmo, só vim a conhecer seu trabalho no ano passado. Já tinha ouvido falar dele, mas nunca cheguei a ouvir sua música. Foi meio que por acaso, numa de minhas garimpadas pelos sebos, que dei a sorte de encontrar este disquinho compacto que ele gravou em 1980. Um compacto tão diferente quanto o próprio artista, pois nele estão oito de suas composições. Discos de sete polegadas assim, com tantas músicas, só mesmo os mini-discos da Musidisc, lançados nos anos 60. 
“O direito ao Avesso” foi uma produção independente com tiragem limitada, creio que fizeram apenas mil exemplares, dos quais alguns vieram a ecoar novamente quando lançaram o lp “Psilocibina”, gravações essas feitas originalmente em 1970. Taí, um outro disco que preciso ter na minha coleção e assim que o fizer, trago aqui para compartilhar com vocês. Por hora, vamos com este compacto, hoje em dia raridade que muitos ainda querem. Confiram no GTM….
 
feira de santana
avezinha
tens fósforos aí
já chega nessa
eco lógico
festas vãs
alpiste
pra mim, mulher é o seguinte
bela velhinha
 
 
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Gunnel Skold E Eudóxia De Barros – Brasil Escandinávia (1987)

Olá! Boa hora a todos, amigos cultos e ocultos! Seguindo em nossa variada mostra ‘fonomusical’, desta vez estou trazendo um disco de música erudita, afinal, também nesse gênero o Brasil se destaca. Tenho aqui um álbum promocional, um lp que por certo não foi oferecido em lojas comerciais. Aliás, é bom que se diga, música clássica/erudita num país onde existem tantos ignorantes orgulhosos, se torna uma arte para iniciados, para uma outra classe de pessoas. E quando falo em classe, não me refiro as pessoas de classes sociais, está provado que mesmo quem tem dinheiro, nem sempre tem cultura e aqui nesse Brasil ‘boçalnariano’ isso é fato.
Mas voltando ao disco do dia, aqui temos um encontro da música brasileira com a música da região Escandinávia, o canto da contralto sueca Gunnel Skold e o piano da brasileira Eudóxia de Barros. Dois nomes de peso da música erudita mundial que neste lp nos apresentam temas que aparentemente não teriam muita conexão. Mas na música há sempre conexões, independente das diferenças de realidade entre as duas regiões e é muito nesse refinamento e conhecimento musical erudito que as coisas se assemelham, ou quando não, se aproximam. Tanto Gunnel Skold quanto Eudóxia de Barros são artistas de um mesmo universo, o da música clássica e como tanto, há entre elas muita coisa em comum. Gunnel, inclusive, conhece muito bem a obra de Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga… e a Canção Brasileira , tendo em seu currículo várias gravações. Eudóxia, nossa grande pianista, também não deixa por menos, é uma das figuras mais importantes da música de concerto no Brasil, premiadíssima e também conhecida mundialmente. Neste lp, dividido em dois momentos, temos peças bem representativas da música escandinava e brasileira. Mesmo sendo um disco de caráter erudito, soa muito bem ao ouvido comum, ou seja, agrada até mesmo os populares. 
Não vou me alongar, pois o meu tempo é curto e por sorte temos estampado na contracapa um texto mais que esclarecedor. Confiram este lp no GTM.
 
forró (brasiliana nº9) – osvaldo lacerda
melodia sentimental – villa-lobos
duas canções nortistas – José siqueira
azulão – jayme ovalie e manoel bandeira
atraente – chiquinha gonzaga
quando uma flor desabrocha – francisco mignone
morena morena – francisco mignone
congada – francisco mignone
varen – edvard grieg
jeg elsker dig – edvard grieg
sommarsang – peterson berger
jungfrun under lind – peterson berger
lawn tennis peterson berger
flickan kom ifran sin alklings mote – jean sibelius
van det en drom – jean sibelius
 
 
 

Marino Cafundó De Moraes – Missa Do Violeiro Do Brasil (1980)

Caros amigos cultos e ocultos, como vão?  Seguindo aqui em nossas variedades ‘fonomusicais’, temos para hoje este raro compacto produzido pela Edições Paulinas, em 1980. Trata-se da Missa do Violeiro do Brasil, um evento litúrgico-musical coordenado por Marino Cafundó de Moraes e sua “Orquestra de Violas Sertanejas”. Marino era paulista, tenente da militar, músico e maestro que se dedicou a música folclórica, criando em Osasco, nos anos 70, a Casa dos Violeiros do Brasil. Com sua orquestra de violeiros, com até 60 instrumentistas fez várias apresentações e também foi responsável pelas “Missa Sertaneja” e “Missa do Violeiro do Brasil”, as quais foram registradas em disco através de O Domingo, um editorial da Edições Paulinas. Aqui temos apenas a Missa do Violeiro do Brasil, que por sinal, me parece, também teve um lançamento em lp, no caso, mais completo. O mesmo vale para a Missa Sertaneja. Porém, contudo, temos neste um compacto triplo e inclui encartes.
 
canto de entrada
canto de meditação
canto de aclamação
canto de ofertas
canto da comunhão
canto da despedida
 
 
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Voo Livre (1981)

Boa hora, amigos cultos e ocultos! Entramos neste mês ainda mais na diversificação fonomusical, misturando gêneros, época e artistas dos mais variados. É o balaião de fim de ano! Hehehe…
Aqui temos um raro exemplar do único disco gravado pelo grupo gaúcho Vôo Livre, uma edição independente, produzido pelo selo gaúcho Pialo, em 1981. O Vôo Livre foi um trio de rock, com influencias de hard e progue, surgido em Pelotas no final dos anos 70. Na época do lançamento fizeram um relativo sucesso em rádios especializadas em rock, mas a pegada daquele momento já era outra e a banda ficou limitada. Tinham até um projeto para um segundo disco ainda mais completo, porém o desgaste de shows e a decadência do rock progressivo, frente ao pop, punk e new wave, levaram o Vôo Livre a uma aterrisagem forçada. O trio se desfez e não mais voltou. Em 2011 este disco foi relançado e nele incluído mais três faixas, músicas essas que fariam parte do projeto do segundo disco. O álbum relançado em cd foi totalmente restaurado e remasterizado pelo músico e produtor paulista Lelo Nazário. Embora já enterrado, o Vôo Livre faz hoje parte e se destaca entre os grande nomes do rock gaúcho. Sem dúvida, um disco legal, que vale uma conferida…
 
hey
visão
viagem
chuva forte
pz4429
pôr do sol
 
 
 

Novena Do Senhor Bom Jesus Do Bomfim (1982)

Olá, meus caros amigos cultos e ocultos! Estou trazendo hoje este disco que por certo irá agradar, em especial aos amigos baianos. Temos aqui um registro ao vivo da Novena do Senhor Bom Jesus do Bomfim, evento de devoção e festividades que acontece todo início de ano na Basílica do Senhor do Bonfim, em Salvador. Aqui temos um registro no dia da Lavagem do Bomfim. Sob a regência do maestro Walter Boaventura, a Orquestra e Coro da Festa do Bomfim executam a obra sacra do compositor baiano João Manoel Dantas. Um evento tradicionalíssimo da cultura baiana que, em 1982, mereceu essas gravações publicadas em disco. Vamos conferir?
 
hino sacro
introdução do reitor
regem confessorem
veni
padre nosso
ave maria
gloria pater
terceira jaculatória
kirie
pater
spirictus
sancta maria
ladainha
consolatrix
regina
agnus dei
christus factum
primeira jaculatória
segunda jaculatória
quarta jaculatória
tantum ergo
hino popular
 
 
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Halley Flamarion – Piano E Cordas (1985)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Há alguns meses atrás eu postei aqui um raro disco do pianista mineiro Halley Flamarion, no caso, seu primeiro lp, o “Encontro com Halley”, de 1968. Para a minha surpresa, recebi vários e-mails de colecionadores interessados no lp, inclusive gente de fora do Brasil. Como já disse, os discos postados aqui não estão necessariamente ofertados para venda. Eventualmente alguns acabam sendo vendidos, mas isso não é regra. No caso do Halley Flamarion, acabei cedendo as cifras, pois tinha outro de reserva. Por certo, não há nada de errado em perguntar. Peço desculpas aos que eu não pude atender. Como dizem, quem não chora, não mama…
Enfim, hoje estou trazendo um outro disco deste excepcional músico, um lp instrumental onde ele também se mostra como compositor e arranjador. Entre os nove temas apresentados, três são de sua autoria. Vale destacar também a presença familiar, no caso, Toninho Horta, que participa nas mixagens e também na faixa “Todo o azul de Luiza”, composição dele com Márcio Borges. A capa é um trabalho da artista plástica Niura (Horta) Belavinha. Vamos conferir?
 
une chanson pour leila
nadia’s theme
beatriz
reminiscence
reflexos de minas
somewher in time
todo o azul de luiza
theme from summer of 42
halley’s theme
 
 
 

Grupo Engenho – Vou Botá Meu Boi Na Rua (1980)

Boa hora a todos, amigos cultos e ocultos! Em abril deste ano eu havia postado aqui o segundo disco do Grupo Engenho. Passado esse tempo, acho que já podemos postar mais um e no caso, aqui temos o primeiro disco gravado por eles. 
O Grupo Engenho foi conjunto instrumental e vocal formado nos anos 70, na efervescência dos circuitos universitários, dos festivais e eventos. Gravaram três lps, sendo este o segundo. Param as atividades pouco tempo depois de lançarem o terceiro disco. Depois de mais de uma década o Grupo Engenho retoma os trabalhos com uma nova formação. Gravaram mais dois discos, sendo um cd e depois um dvd. Ao que parece, eles continuam atuantes. Infelizmente, não conseguiram um destaque nacional, mas bem que mereciam, pois sua música, embora muito atrelada ao regional, parece falar a todo o Brasil. Composições de qualidade e músicos também.
Em “Vou botá meu boi na rua” (uma alusão ao Sérgio Sampaio ou só uma inspiração?) temos um trabalho autoral de qualidade, música autêntica brasileira pautada no regionalismo catarinense. Um disco independente que hoje em dia atraí muita gente. Então, vamos conferir…
 
baião de milhões
barra da lagoa
lua mansa
puleiro dos anjos
boitatá
pescadores
recuerdo
nó cego
calabouço
pedra do moinho
feijão com caviar
vou botá meu boi na rua
 
 
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Fogo Fátuo (1981)

Olá, meus prezados amigos cultos e ocultos! Aqui estamos nós em mais uma postagem diária, mantendo a linha e a forma… E desta vez temos este interessante disco do grupo Fogo Fátuo. Este é mais um daqueles discos que a gente tem que sair procurando as informações como detetive, de forma picada e juntando as peças. Isso geralmente acontece para produções obscuras e independente. O grupo Fogo Fátuo segue por aí, pois foi o primeiro e único disco lançado por este grupo surgido em Franca (SP) no final dos anos 70. Ao que se sabe, o Fogo Fátuo era a sensação da cidade, um conjunto com uma pegada na linha do rock rural, com músicas próprias, bem comum naqueles tempos. Batalhando daqui e dali, a moçada da banda conseguiu realizar a difícil façanha de gravar um disco. Segundo contam, alugaram um estúdio em São Paulo onde, durante três meses, nos fins de semana, conseguiram fazer as gravações. Devido aos recursos um tanto escassos, só conseguiram gravar e lançar em disco quatro músicas. Uma pena, pois o Fogo Fátuo era mesmo um conjunto muito bom, com músicas boas e letras também. Até a capa é também muito boa, chama logo a atenção. Contudo, mesmo assim, o grupo não deslanchou e por motivos que eu não faço ideia, acabou. Porém, a chama do Fogo Fátuo, vez por outra se acende. Em 2006 eles se reuniram novamente para apresentações na cidade natal. Beto Eliezer, um dos componentes do grupo continua ativo na música e já lançou vários cds, É através de sua página no Facebook que podemos ter uma ideia de sua produção. Muito interessante, vale a pena conhecer. E quanto ao disco, vocês já sabem, confiram no GTM…
 
lágrimas de saudade dos beatles
lusco fusco
abra um sorriso
pé na estrada
 
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Zé Beto – Muito Prazer (1986)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Agora sim, de verdade, estamos no mês de aniversário do Toque Musical e apesar dos pesares, quero manter as postagens deste mês como sempre foram, diárias e se possível fazendo deste um mês mais que especial, trazendo sempre discos, músicas e curiosidades desse universo. Vamos lá…
Hoje eu estou trazendo para vocês e mais uma vez marcando presença aqui o cantor e compositor mineiro Zé Beto Correa, ou Zé Beto, ou ainda Zebeto, como passou a assinar. Ontem, vendo vídeos no Youtube, acabei caindo no Zebeto e foi muito bom ver seus vídeos e apresentações. Zébeto foi integrante da banda mineira Fogo no Circo, raridade em disco que hoje em dia é super cobiçada por colecionadores. Eis aí um autêntico músico mineiro, que trabalha muito, mas que infelizmente não tem a merecida divulgação e reconhecimento. Na verdade, hoje em dia, qualquer bom artista que não se enquadre nos padrões do modismo, da ‘ordem geral’, acabam sempre correndo pelas marginais. Mas quando o cabra é artista de verdade e tem o que contar, esse não larga o osso, segue em sua arte, levando para aqueles que são o seu verdadeiro público. Gostei muito das apresentações dele no canal a ponto de procurar aqui este trabalho, este disco para postarmos hoje. Aqui temos o seu disco de estreia, lp gravado em Belo Horizonte, no estúdio do baterista João Guimarães (do grupo Kamikaze), com produção de outro fera, também pouco lembrado, Marcos Gauguin que também é parceiro de Zebeto em várias faixas e também tocou e fez os arranjos. Como primeiro trabalho e “contando com uma pequena ajuda dos amigos”, como  é comum entre músicos mineiros, Zebeto lançou este disco independente que é mesmo um belíssimo trabalho e que merece ser revisitado e conhecido por mais gente. Então, vamos conferir? 
 
muito prazer
eternamente
pequenas certezas
lições de vida
de repente
sonata
diamante bruto
paixão
prá te ver sonhar
moda do busum
valeu
 
 

Tetê Espíndola – Ouvir (1991)

Muito bom novo dia a todos, amigos cultos e ocultos! Para começarmos bem, trago aqui a maravilhosa Tetê Espíndola em seu álbum “Ouvir”, de 1991. Um disco lindo, como todas as coisas feitas por essa artista. Resultado da Expedição Macauã, uma viagem de cinco dias pelas matas amazônicas feitas pela cantora juntamente com pesquisadores da Unicamp. Nessa oportunidade de vivência e criação ela afinou ainda mais o seu canto, ou por outra, cantou com os pássaros da Amazônia. Acompanhando a expedição do pesquisador francês Jacques Vielliard, especialistas em cantos de pássaros da região neo-tropical. Dessa experiência ela reúne material para compor este álbum em parceria com seu companheiro, o também compositor, Arnaldo Black. O disco fica ainda mais bonito com a participação especial da irmã Alzira Espíndola, do Duofel e de Itamar Assumpção. Trabalho muito bacana que não poderia faltar por aqui. Confiram no GTM…
 
colagem da mata I
migração
quero-quero
jaó & cia
tinguaçu
garrincha da chuva
colagem da mata II
bico de brasa
siriema
sabiá verdadeiro
urú
festa da curicãca
 
 
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Eliana Estevão – Bailarina (1981)

Boa noite a todos, amigos cultos e ocultos! Estão vendo só como o Toque Musical é cheio de surpresas? Agora, saímos de rap e entramos em outra onda, numa espécie de movimento, também ocorrido em São Paulo, onde surgem uma nova leva de artistas com uma nova proposta, a chamada “Vanguarda Paulista”, na qual se destacam artistas como Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Banda Isca de Polícia, Grupo Rumo, Premeditando o Breque e outros… É nesta cena que também está a cantora Eliana Estevão. Aliás, que cantora! Uma das mais belas vozes e em um disco também sensacional, realmente de grande sensibilidade e beleza. Lançado em 1981, de maneira independente, o disco traz a participação de vários artistas desse momento. Os arranjos são também de várias mãos, entre essas de Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. Eliana Estevão é também lembrada na versão em português do desenho animado “O Rei Leão”, da Disney, onde ela canta o tema “Ciclo sem fim”. Hoje, uma cantora com uma carreira internacional. Vale a pena ouvir e conhecer…
 
flor da nostalgia
estrelas em revista
bailarina
vai
amor de verão
com a perna no mundo
nêgo dito (beleleu)
profunda solidão
será que a nossa tribo está no fim
segredo
corre corre
 
 
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Racionais MC´s – Raio-X Brasil (1993)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Só mesmo aqui no Toque Musical… depois do choro, da valsa e do bolero, aqui vou eu com um disco de rap. Gosto é assim, fazendo a cabeça de todo mundo. Nesta praça cabe de tudo, pois como já dizia o poeta Paulo Cesar Pinheiro, o importante é que a nossa emoção sobreviva. E aqui é só emoção…
Fiquei na dúvida se já havia ou não postado este disco do grupo de rap paulista Racionais MC’s. Creio que até hoje eu nunca havia feito postagem de artistas do rap. Pessoalmente, não é algo que me atrai, prefiro o repente que é coisa de raiz. O rap, embora seja um gênero importado, se adaptou bem aos centros urbanos, em especial na cidade de São Paulo. E sem dúvida, o mais expressivo grupo de rap é o quarteto Racionais MC’s, formado por Mano Brown, KL Jay. Edi Rock e Ice Blue. O grupo surgiu nos anos 80 e se tornou um lenda, mostrando serem mais que um simples modismo. Eles se destacaram por conta de suas letras que falam de questões sociais, em especial das condições de vida do jovem negro de periferia, da violência, preconceito, das drogas e a miséria urbana. Ao longo de mais de 30 anos de estrada o Racionais MC’s recebeu vários prêmios importantes e também gravaram uma dezena de discos entre lps, cds, singles e dvds. “Raio-X Brasil foi o terceiro disco do grupo, lançado em uma festa na quadra de uma escola de samba, onde haviam mais de 10 mil pessoas. Foi um dos disco do quarteto que mais fez sucesso, principalmente em bailes de rap e em algumas rádios. O grupo, embora tenha feito umas pausas, continua em atividade. Mano Brown hoje é um artista respeitado e circula ao lado de outros grandes nomes da nossa música popular. Para quem não conhece a treta, cola aqui, no GTM…
 
introdução
fim de semana no parque
parte II
mano na porta do bar
home na estrada
juri nacional
fio da navalha
agradecimentos
 
 
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Kengo – Op. I (1993)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Tenho hoje para vocês um raríssimo exemplar do grupo Kengo. Por certo, poucos aqui conhecem este projeto musical que nasceu na cidade de Campinas (SP), no início dos anos 90. O Kengo foi um trio formado por três amigos músicos (Petô no violão, voz e percussão, Thebano Emílio no violão e voz e Helton Barros no contrabaixo acústico). Interessante notar também que eles vieram da área das ciências exatas, dois engenheiros e um físico. Acho que, talvez, por aí se explica o som deles. Era um trio essencialmente acústico e segundo o próprio Thebano um grupo não profissional que atuava para um público ainda restrito. Sentiram a necessidade de registarem em disco suas produções musicais, um trabalho intrigante, com harmonias simples, dissonantes e uma poesia forte e atual. Gravaram então este disco, em 1993, em uma edição independente e limitada. Difícil hoje em dia achar um exemplar. “Op. I” foi lançado na Rádio Nacional, no programa de Luiz Vieira. Teriam conseguido mais divulgação e destaque se logo de início o trio, por contingências outras profissionais, não tivesse sido desfeito. O projeto acabou engavetado e somente agora, a partir de  2020, Thebano Emílio retoma a divulgação de suas criações musicais. Criou um canal no Youtube onde podemos conhecer um pouco mais da história do Kengo e principalmente de sua produção musical autoral. Não deixem de conferir…
 
mãos
normalmente
arautos
pessoas
latrocínio
dias e sonhos
opressão
construtores
tarde de chuva
piratas
 
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Grupo Engenho – Engenho (1981)

Muito boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! Entre os muitos discos enviados pelo meu amigo Fáres, tenho aqui mais um que eu mesmo pouco conhecia, talvez uma ou outra música. Estamos falando do grupo catarinense Engenho, conjunto instrumental e vocal formado nos anos 70, na efervescência dos circuitos universitários, dos festivais e eventos. Gravaram três lps, sendo este o segundo. Param as atividades pouco tempo depois de lançarem o terceiro disco. Depois de mais de uma década o Grupo Engenho retoma os trabalhos com uma nova formação. Gravaram mais dois discos, sendo um cd e depois um dvd. Ao que parece, eles continuam atuantes. Infelizmente, não conseguiram um destaque nacional, mas bem que mereciam, pois sua música, embora muito atrelada ao regional, parece falar a todo o Brasil. Composições de qualidade e músicos também. Nessa leva veio também o primeiro lp, mas vamos deixar para uma próxima oportunidade, ok? Confiram este no GTM…
 
engenho
menina rendeira
fandango
carro de boi
exilio
gerações
braço forte
homem do planalto
tropeadas
aquela da baratinha
causas e consequências
vaquejada
 
 
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Barulho – Poeira Cósmica Distribuída Pela Vastidão Do Espaço (2017)

Boa noite, meus nobres amigos cultos e ocultos! Depois de postar aquele disco “objeto de arte” do Cildo Meireles, volto agora com outro disco, também do campo das artes visuais. Disco este também raro, em edição limitada, O ‘lp’ objeto, muito bonito, por sinal, vem neste álbum super elegante, com encartes e informações que registram o lado sonoro deste evento.
Produzido para o Festival Multiciplidade que é um evento de cunho internacional de performances audiovisuais e que acontece desde de 2005 no Rio de Janeiro, trazendo ao público um leque de atrações no Oi Futuro Flamengo e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O seu principal conceito é unir em um mesmo palco arte visual e sonoridade experimental.
Segue aqui um pouco mais do texto sobre este festival e o vinil Barulho:
 

O Multiplicidade sempre fez jus ao nome. Ao longo dos seus 14 anos de vida, o festival de imagens e sons inusitados, dirigido por Batman Zavareze, já se transformou em livro de arte (foram dez), teses de mestrado (em três estados do país) e até em uma série de televisão (no Canal Brasil). Agora, ele se desdobra em um novo formato: o vinil, com o lançamento de um disco com sons registrados na sua mais recente edição. A peça, com edição limitada, vem assinada pelos DJs e produtores Nado Leal e Calbuque. “Sendo um festival que traz no seu nome imagens e sons inusitados, confesso que tinha sempre em meu radar o sonho de um dia produzir um vinil” – explica Zavareze. –  “Um objeto de arte que tivesse a mesma importância do livro em nossa história, ser uma obra artística que resgate em nossa memória a experiência do festival.” A oportunidade de transformar esse sonho em acetato surgiu em 2017, quando o barulho foi o tema central do festival. O evento teve a participação de artistas da França, Itália, Canadá, Espanha, Sri Lanka e, claro, do Brasil, incluindo dez representantes da comunidade Kuikuro, no Xingu, como resultado de um intercâmbio promovido pelo festival, em parceria com o People’s Palace Projects, dirigido pelo britânico radicado no Brasil, Paul Heritage, com o centro de pesquisa britânico da Queen Mary University of London, com a Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu (AIKAX) e com o Núcleo de Estudos em Economia Criativa e da Cultura (NECCULT/UFRGS). Foram dias e noites intensos, com experimentações musicais e visuais inesquecíveis.  Tivemos a videoarte de Tarik Barri (Holanda) na performance “Continuum AV”; o espetáculo de ruídos e luzes “Field”, de Martin Messier (Canadá); o minimalismo digital de Alex Augier (França) em “_nybble_” e a performance arrebatadora da Quasi-Orquestra. Presenciamos o cinema sensorial de Carlos Casas (Espanha), ao lado do Chelpa Ferro, com intervenções de Neil Leonard e Nikhil Uday Singh; uma instalação do coletivo Manifestação Pacífica e o virulento show do Ninos du Brasil (Itália). Curtimos também o desfile coletivo do Looping: Bahia Overdub, a música desafiadora do DJ Coni (França) e as obras de DMTR, Fabiano Mixo e Gabriela Mureb. “Pudemos explorar e investigar o som com especial atenção como jamais havíamos pensado. Tivemos dez diferentes línguas de países que representaram a multiplicidade e riqueza de nosso line up” – conta o curador. –“ Coletamos sons com gravações de campo do Xingu e com os barulhos do público na abertura. Registramos também todas as performances durante o festival.”  Depois de organizar todos esses sons e registros, o festival convidou Nado Leal e Calbuque, com suas vivências como DJs, para criar um remix livre e pessoal do que aconteceu na temporada 2017 do Multiplicidade. O resultado é uma peça nova, única, (re)criando camadas hipnóticas e poéticas com um novo corpo sonoro. Lado A (Nado), lado B (Calbuque). “Poder trabalhar e reorganizar artistas como Carlos Casas, Chelpa Ferro , Alex Augier, Dmtr, entre outros, foi provocador”  – admite Nado. – “Mas aos poucos foi nascendo essa faixa ininterrupta, às vezes lúdica, em outras brutal e incômoda.” “Foi um desafio que me pegou de surpresa e me estimulou muito” – conta Calbuque. – “Vi todas as apresentações do festival e sabia o contexto exato de cada som que tinha nas mãos. O que busquei foi re-contextualizar aquelas células musicais e tentar criar algo novo, sem perder o sentido de experimentação que marcou o festival. Foi um meticuloso trabalho de arquitetura sonora.” Com o trabalho finalizado, o design recebeu um cuidado todo especial, com a direção de arte da Bold°_a design company, comandado por Leo Eyer. O resultado foi uma edição luxuosa com capa dupla, com encarte gráfico especial, com fotos em páginas duplas e uma bolacha em acrílico vermelha. “É mais um registro e um documento histórico de uma longa caminhada. Regando a arvore que não para de crescer e gerar novos frutos.” – resume Batman Zavareze (Idealizador e curador do festival Multiplicidade)

barulho…

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Torquato Neto – Um Poeta Desfolha A Bandeira… (1985)

Boa tarde a todos, amigos cultos e ocultos! Nesta semana recebi dezenas de lps, enviados pelo meu amigo Fáres. Três pacotões recheados de disco de música brasileira. Nesses eu ainda não mexi, mas olhando por alto, não pude resistir a este lp, “Torquato Neto – Um poeta desfolha a bandeira…”. Uma edição produzida pelo Centro de Cultura Alternativa, do Rio de Janeiro em parceria com a Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo do Piauí que já havia dado o pontapé inicial criando o Projeto Torquato Neto. Lembrando que nosso poeta nasceu no Maranhão, daí a parceria entre duas secretarias de cultura de dois estados. Este disco procura homenagear e pontuar a figura do poeta, letrista, jornalista e ator maranhense que foi uma das importantes figuras do movimento da Tropicália. Parceiro de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo, Jards Macalé e outros. Aqui neste lp temos uma seleção de suas parcerias mais conhecidas. Uma compilação, em boa parte, de músicas que se tornaram grandes sucessos nas vozes de Elis Regina, Nara Leão, Gal Costa e os próprios Caetano e Gil. Este disco, por não ser comercial foi produzido em apenas dois mil exemplares, assim, considerando ter sido lançado em 1985, hoje talvez, já não existam tantos por aí.
 
louvação – elis regina e jair rodrigues
pra dizer adeus – elis regina
a rua gilberto gil
vento de maio – nara leão
zabelê – caetano veloso e gal costa
marginália II
geléia geral – gilberto gil
ai de mim copacabana – caetano veloso
mamãe coragem – gal costa
deus vos salve a casa santa – nara leão
let’s play that – jards macalé
três da madrugada – gal costa
 
 
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Célio Evangelista – Reflexos (197…)

Olá, amigos cultos e ocultos, um bom dia para vocês! Aqui vou eu trazendo mais um daqueles discos que só mesmo por aqui podem ser vistos e ouvidos com outros olhos. Como todos já devem saber, uma coisa que gostamos é de postar discos obscuros, raros e curiosos. E este aqui tem tudo a ver… Um disco instrumental, solo, de piano. “Reflexos” é o nome do lp e por aqui, o que temos pode ser muito pouco para essa apresentação. Do pouco ou quase nada o que sabemos é que este disco está ligado a comunidade espírita. Trata-se de um disco interpretado por um pianista, Célio Evangelista, com músicas de autoria da médium Neusa Timponi. Do pouco que encontramos na rede, sabemos que as músicas de Neusa Timponi são psicografadas, ou seja, músicas de espíritos por ela incorporados. Pelo pouco que sabemos, “Reflexos” teve um segundo disco, o volume 2, que segue na mesma linha e interpretado também por esse pianista. Ao que parece, este lp foi lançado na década de 70, mas não sabemos ao certo o ano. Quem gosta de músicas com piano, ao estilo floreado, deve talvez gostar deste aqui. Confiram no GTM
 
roda da vida
outono
caixinha de música
nise
leila
solange
daniela
teca
mirian
marcelo
via lactea
música de ninar
irma
laurita
no tempo da vovó
tita 
lourdinha
 
 
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