Roberto Faissal – Sermão Da Montanha (1962)

É… pelo jeito que vão as coisas por aqui, só mesmo pagando um sermão para os desajustados. Vamos com calma, moçada! Para quê pegar pesado quando se anda nas nuvens. Quem faz assim sempre acaba afundando e voltando para o lugar de onde veio.

Para ouvir, benzer, refletir e orar junto, vou deixando aqui para vocês o “Sermão da Montanha”. As vezes é bom ouvir coisas assim. Parar um pouco e refletir sobre a nossa conduta. Afinal, não são somente os atos, mas também as palavras que agridem. Eu posso falar de cadeira. Eu também sou um desajustado, mas tenho ao meu favor a consciência e ela me faz refletir e mudar a cada dia. Posso dizer que a cada minuto eu sou um novo homem. Me sinto mal quando repito erros, mas vejo nisso um momento de uma nova tentativa de recuperação. Se não consegui me libertar de um mal é porque ainda estou doente. Mas eu não quero ser doente a minha vida toda. Por isso procuro melhorar. Não é exatamente o Sermão da Montanha que me fará ser um novo homem, porém ele me serve como um ponto de reflexão. Acho que isso pode ajudar vocês também. Como escreveu Dom Elder Câmara no texto da contracapa, “há discos para estudo, discos para dança, disco para repouso… Este é um disco para ligar-nos com o céu e por-nos em contato direto com o Senhor.”
Para um entendimento objetivo sobre esta gravação, eu recorro novamente ao padre. Segue a baixo o seu texto integral da contracapa:
“A quem muito é dado, muito será pedido. Ouvir o Sermão da Montanha, com fundo musical de Bach é privilégio que exige compromisso, exige resposta.Não basta deliciarnos com essas Bem avenuranças: cada uma delas encerra uma lição de sabedoria, válida para todos os tempos e utilíssima para todos nós. Ouvir o Mestre chamar.nos sal da terra e luz do mundo põe.nos em brio: como reclamar, depois, contra a sociedade que apodrece e contra o mundo em trevas sem indagar primeiro se estamos sendo salvos , se estamos sendo luz?… Já pensaram no que seria a terra se ao menos os cristãos superássemos a lei antiga, não fôssemos cristãos de nome e pagãos de verdade, vivêssemos uma religião larga, aberta, areada, tal como nos é sugerida no Sermão da Montanha? O perigo é parar no esteticismo religioso, contentândomos em achar belas e incomparáveis as palavras de Cristo. Não ouçamos este disco como um disco qualquer. Êle é diferente. Deve ser ouvido em atitude de humildade, como quem escuta a voz de Deus. Do Santo Evangelho irrompe uma força própria, mas força que não é captada pelos orgulhosos, pelos que acreditam no próprio valor. Há uma experiência que pode ser testada: escute.se o Sermão da Montanha em dias diferentes. Sua Mensagem eterna será recebida em graus diversos conforme a maior ou menor pureza, a maior ou menor humildade. Há discos para estudo, discos para dança, discos para repouso. . . “


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