Eduardo Araújo (1971)

Estou voltando hoje à rotina de trabalho, o que quer dizer que meu tempo para o blog se torna ainda mais curto. Com eu informei anteriormente, os links do Rapidshare serão aos poucos substituídos, conforme forem caducando. Fica difícil para eu trocar de imediato mais de mil títulos. A coisa será progressiva. Enquanto isso eu aconselho aos amigos cultos e ocultos tentarem baixar os “amarradinhos” a noite, fica bem mais fácil, podem acreditar.

Temos aqui e mais uma vez batendo ponto o roqueiro que virou ‘cowboy’, Eduardo Araújo. Quando falamos deste artista, quase sempre nos lembramos de seus dois extremos, o início na Jovem Guarda e os tempos atuais onde ele insiste nessa onda de música ‘country’. Pessoalmente, se eu tivesse que escolher, prefiro ficar na ingenuidade da turma do calhanbeque. Porém, a fase dele que eu mais gosto é essa dos anos 70, ou melhor dizendo, aquela onde ele já está amadurecido no rock. Este álbum de 71 é, para mim, um dos seus melhores trabalhos. É do período onde o rock nacional teve a melhor safra. Um momento onde tudo o que foi produzido, hoje se tornou coisa rara, muito procurada e difícil de achar. Neste álbum, Eduardo Araújo é rock puro. Para quem não conhece o disco deve até pensar que eu estou enganado, considerando o repertório destacadamente cheio de clássicos de Ary Barroso, Pixinguinha, Braguinha, Taiguara, Herivelto, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Mas aqui o cara deu para essas músicas uma nova roupagem, misturando o rock e a ‘black music’, criando uma sonoridade muito própria. Como no caso da Orquestra Serenata Tropical, alguns arranjos e interpretações podem fazer os puristas torcerem o nariz, mas ao contrário da linha discoteca, as versões roqueiras estão mais próximos do aceitável. Obviamente, eu não estou entrando no mérito dos arranjos do Waltel Branco para o disco anterior. Mas aqui, no álbum do ‘cowboy’, quer dizer, do roqueiro também tem batutas. O disco é produzido por Milton Miranda, a direção musical é de Gaya e a orquestração e regência de Kuntz Naegele. Entre tantos clássicos que se tornam ‘crássicos’ eu ainda destacaria do álbum a faixa “Salve, salve brasileiro”, das músicas autorais ela é a melhor. Confiram aí o toque…
no rancho fundo
salve salve brasileiro
ave maria do morro
preciso chegar
a canção do povo de deus
carinhoso
explosão norte sul
a ilha
porque a gente morre
meu pai não me avisou
asa branca

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