Nas décadas de 60 e 70, no auge da era dos LPs, havia no mercado de discos um leque dos mais variados títulos, gravadoras e selos dedicados à diferentes seguimentos fonográficos. Alguns deles surgiram buscando traçar um caminho alternativo, como vendas diretas a domicílio, através dos correios, pela televisão, em coleções vendidas em bancas de revistas ou mesmo através das próprias revistas em anúncios exclusivos. Nessas modalidades normalmente se encaixavam discos que poderíamos chamar de ‘segunda linha’ (o que necessariamente não quer dizer que sejam ruins). Aqueles suplementares, como as coletâneas, as coleções e os temáticos. Esses, em geral, não tinham a preocupação quanto à ficha técnica ou informações detalhadas sobre quem, quando ou como. Objetivavam apenas o produto acabado sem levar em conta os seus créditos, seja eles os autorais, de produção ou de execução. O selo Coledisc é bem um exemplo disso. Ele apareceu na segunda metade dos anos 60, atendendo ao lançamento de uma coleção em formato box de volumes temáticos com vários discos. Eu suponho que a origem do selo Coledisc é a mesma de outros como Nilsen e Distac. Provavelmente devem ser até mineiros, pois tem o mesmo estilão dos álbuns que a MGL/Bemol criou para o seu selo Paladium. Outro grande mistério são os conjuntos musicais que fazem parte ‘cast’. Pelo que podemos entender ou supor, esses nomes eram criados apenas e de acordo com o estilo de música dessas coletâneas. Se fosse um disco de bolero ou ritmos cubanos, eles procuravam criar um nome sugestivo, tipo “Orquestra Tropical qualquer coisa” ou “Don qualquer coisa também”. Se fosse música pop ou estilo Jovem Guarda era “Crazy Boys”, “Jet Boys”, “The Black Cats” ou coisa assim. Para a Bossa Nova e o Samba, também não seria diferente. Daí temos o “Conjunto Balambossa” que com este nome fizeram dois discos. “Samba ao vivo” faz parte da coleção nº 2, intitulada “Momentos de Ternura”. Um disco de samba e bossa muito bom, ao estilo e repertório de um Walter Wanderley, Ed Lincoln ou Waldir Calmon. Confiram aí…
Conjunto Balambossa – Samba Ao Vivo (1966)
samba triste
boato
moeda quebrada
amor e paz
volta
murmúrio
na roda do samba
dizem por aí
fica comigo
falsa baiana
fiz o bobão
zelão