Para alegria de nossos amigos cultos e ocultos, o Grand Record Brazil, “braço de cera” do Toque Musical, reunindo gravações em 78 rpm, está de volta. Neste volume, que é o de número 150, apresentamos composições do mestre Antônio Carlos Jobim, aliás Tom Jobim (Rio de Janeiro, 25/1/1927-Nova York, EUA, 8/12/1994), todas de sua fase pré-bossanovista, interpretadas por grandes cantoras da década de 1950. Abrindo este volume, Ângela Maria, então no auge da carreira, interpreta, acompanhada por Betinho e seu conjunto, a toada “A chuva caiu”, parceria de Jobim com o violonista Luiz Bonfá. Um grande sucesso lançado pela Copacabana em abril de 1956, em disco número 5540-A, matriz M-1387. Em seguida, outra parceria de Tom Jobim com Luiz Bonfá, o samba-canção “Engano”, na voz de Dóris Monteiro. Gravação Continental de 10 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em março seguinte com o número 17262-B, matriz C-3765. A faixa 3 nos apresenta outro samba-canção, este da parceria Jobim-Newton Mendonça. É o clássico “Foi a noite”, inesquecível criação de Sílvia Telles, acompanhada por orquestra dirigida pelo próprio Tom Jobim. Gravação Odeon de 7 de junho de 1956, uma quinta-feira, lançada em agosto seguinte sob número 14077-A, matriz 11183. Sucesso regravado inúmeras vezes. Da mesma parceria, também com Sílvia Telles, novamente acompanhada por Tom Jobim e sua orquestra, é a faixa seguinte, o samba “Luar e batucada”. Gravação Odeon de 14 de dezembro de 1956, uma sexta-feira, lançada em fevereiro de 57 com o número 14168-B, matriz 11468. Na faixa 5, Nora Ney, cuja interpretação intimista antecipava uma das características da Bossa Nova, canta “O que vai ser de mim?”, samba-canção de Jobim sem parceiro, acompanhada pelo conjunto de Radamés “Vero” Gnattali. Gravação Continental, extraída do primeiro LP de Nora, o dez polegadas “Canta Nora Ney”. Na faixa 6, temos Dora Lopes, que também foi expressiva compositora, interpretando “Samba não é brinquedo”, da parceria Jobim-Luiz Bonfá, com acompanhamento do conjunto do próprio Bonfá. Gravação Continental de 24 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em julho-agosto seguintes sob número 17311-A, matriz C-3773. Na faixa 7, volta Dóris Monteiro, desta vez interpretando “Se é por falta de adeus”, primeira das três composições da parceria Tom Jobim-Dolores Duran (as outras foram “Por causa de você” e “Estrada do sol”). Gravação Continental de 6 de maio de 1955, uma sexta-feira, lançada em outubro do mesmo ano sob número 17159-A, matriz C-3622. Na faixa 8, Cláudia Morena (pseudônimo de Aldina Soares da Silva) interpreta o samba-canção “Só saudade”, da parceria “Newtom” (Newton Mendonça e Jobim). É o lado A do segundo disco da cantora, o Odeon 14113, gravado em 31 de maio de 1956, uma quinta-feira, e lançado em novembro do mesmo ano, matriz 11312. Na faixa 9, volta Nora Ney, com acompanhamento orquestral de Radamés “Vero” Gnattali, interpretando “Solidão”, samba-canção da parceria Jobim-Alcides Fernandes. Gravação Continental de 21 de maio de 1954, uma sexta-feira, lançada em julho do mesmo ano sob número 16968-B, matriz C-3378. Na faixa 10, Dalva de Oliveira, a “rainha da voz”, interpreta “Teu castigo”, outro samba-canção de Jobim (que também faz o acompanhamento orquestral) em parceria com Newton Mendonça. Gravação Odeon de 8 de dezembro de 1955, uma quinta-feira, lançada em junho de 56 sob número 14026-A, matriz 10890. Para encerrar, temos Gilda de Barros, interpretando “Vem viver ao meu lado”, samba-canção da parceria Jobim (que novamente rege o acompanhamento orquestral)-Alcides Fernandes. Gravação Odeon de 3 de fevereiro de 1956, uma sexta-feira, lançada em abril seguinte com o número 14007-B, matriz 10980. E, no próximo volume, apresentaremos músicas de Tom Jobim nas vozes de intérpretes masculinos.
*Texto de Samuel Machado Filho