Olá amigos cultos e ocultos! Hoje é sexta feira, dia de independência musical. Antes porém, de falarmos sobre ‘o disco’ da postagem, eu gostaria de mandar um alô ao amigo Zeca Louro, que muito bem lembrado por um de nossos visitantes, está há um ano sem atividade em seu maravilhoso Loronix. Com certeza, ele tem deixado muitos de nós ansiosos pela sua volta. O mistério envolvendo o seu desaparecimento é que nos deixa mais agoniados. Seja lá onde ele estiver, desejo-lhe tudo de bom. Em sua homenagem eu dedico esta postagem. Sei que o Zeca era um fã incondicional do Sérgio Sampaio.
Há pouco mais de uma semana tive o prazer de receber, do amigo Trix, um registro digitalizado de partes de um show do poeta maldito Sérgio Sampaio, realizado em Belo Horizonte, em 1986, na extinta e saudosa casa de espetáculo, o Cabaré Mineiro. Me lembro de ter visto por lá shows maravilhosos, de artistas nacionais e internacionais. Taí uma das coisas boas dos anos 80, não posso negar. Este show aconteceu na noite do dia 21 de abril de 1986. Sérgio veio a Beagá acompanhado do violonista (hoje ainda mais destacado) Moacyr Luz. Para este registro, eu fiz questão de produzir a arte (completa) e ainda dei um trato no áudio e uma nova editada. Pelo que me informou o Trix, este registro ele conseguiu de um colecionador. A gravação foi feita em fita cassete, talvez extraída diretamente da mesa de som, quase não se escuta a platéia. As vezes, até se tem a impressão de que o local devia estar meio vazio, mas não estava não. Tenho um amigo que assistiu ao show, comentei com ele sobre esta gravação. Ele disse que a Casa estava sempre cheia, inclusive nesse dia do show do Sérgio. O grande barato da gravação é conter ali algumas músicas, até então, inéditas. Coisas que só viriam a aparecer no álbum póstumo, “Cruel”, produzido por Zeca Baleiro. Há também duas outras músicas ainda hoje inéditas, as quais não sabemos o nome. Eu tomei a liberdade de nomeá-las como “Eu não minto quanto faço” e “O que eu sinto agora”. São títulos que me pareceram mais adequados para essas canções, frases chaves contidas nas letras. Agradeço mais uma vez ao amigo Trix, que nos brindou com essa pedra bruta. Salve Sérgio Sampaio! Um artista prá lá de genial 🙂 Confiram… 😉
viajei de trem
pobre meu pai
cala a boca zebedeu
quatro paredes
eu quero é botar meu bloco na rua
que loucura
eu não minto quando faço
meu pobre blues
roda morta (reflexões de um executivo)
cabras pastando
ninguém vive por mim
o que eu sinto agora