Bom dia, amigos cultos e ocultos. Estou trazendo hoje mais um disco do meu xará, o Augusto Calheiros. Eis aí um artista dos quais eu muito aprecio. Gosto do seu estilo cabolclo, da sua música de raiz. E pelo que vemos em sua história musical, Augusto Calheiros quando veio do Recife como cantor no grupo de Luperce Miranda, Os Turunas da Mauricéa, conquistou logo o público se destacando ao ponto de seguir em carreira solo. Augusto tem um certo encantamento na voz, no jeito de cantar. Seu repertório é sempre rico de canções brasileiras autênticas, valsas, côcos, emboladas, serestas e canções populares. Tanto os dois lps anteriores, quanto este que estou trazendo agora, são álbuns póstumos. Augusto Calheiros não chegou a gravar para um ‘long play’. Como já havia dito também, sua obra foi toda resgatada, mas por quem e para onde, isso é que é difícil saber, não está tão acessível assim. Vocês, certamente não irão encontrar essas gravações rodando fácil por aí. Volto a repetir, se não fossem os blogs de música, coisas como esta estariam a cinco palmos de poeira, esquecidas em algum sítio arqueológico, de acesso restrito à pesquisadores.
“Caboclo de raça” foi lançado em 1959 pela Odeon, selo o qual Augusto Calheiros gravou a maioria de seus discos. Este álbum chegou a ser relançado em 1968 novamente pela Odeon, através de seu selo Imperial. Nele encontramos alguns de seus sucessos. Algumas músicas, inclusive, também se repetem, estão no lp “Patativa do Norte”. Confiram…
Augusto Calheiros – Caboclo De Raça (1959)
grande é o teu amor
como és linda sorrindo
quero te cada vez mais
olhos de helena
cantadô misterioso
seresta do norte
casa desmoronada
belezas do sertão
e me deixou saudade
caboclo de raça
falando ao teu retrato
trinta minutos