Cantora e compositora, ela é considerada uma das mais belas vozes femininas do Brasil. Trata-se de Adriana Rosa dos Santos, ou simplesmente Adriana, que o TM põe em foco em sua postagem de hoje. Foi no dia 3 de fevereiro de 1953, no Rio de Janeiro, que nossa Adriana veio ao mundo, filha de Maria Helena, uma vedete do teatro de revista que atuou na companhia de Carlos Machado, então “o rei da noite”. Mesmo contra a vontade da mãe, que desaprovava sua intenção de seguir carreira artística, Adrianazinha começou na plenitude de seus 12/13 anos de idade, cantando em apresentações de matinês. Inscreveu-se ainda em programas de calouros, e, devidamente aprovada, tornou-se cantora de rádio. O sucesso que ela conseguiu apresentando-se nesses eventos, chamou a atenção de produtores musicais, e nossa Adriana passou a ser chamada para cantar em programas de TV. Extremamente tímida, ela pensou em obedecer a mãe e desistir de cantar, porém, convencida pelos produtores a não desperdiçar sua potência vocal, decidiu seguir em frente na carreira. Em 1967, com a Jovem Guarda ainda no auge, Adriana grava seu primeiro disco, um compacto simples, no selo Equipe, e consegue, por tabela, seu primeiro grande sucesso, com “Anjo azul”, feita especialmente para ela por Nonato Buzar, que ficaria mais conhecida como “Vesti azul” (“Minha sorte então mudou”…), título com o qual seria regravada, com êxito redobrado, pelo então “rei da pilantragem”, Wilson Simonal. Gravou ainda mais dois compactos simples na Equipe, e as seis músicas de seus singles nessa marca foramreunidas num LP que compartilhou com Luiz Keller. Como era ainda adolescente, só podia se apresentar à tarde nos programas de auditório da época, como os de Chacrinha e Flávio Cavalcanti. O carisma de Adriana com o público lhe garantiu a alcunha de “rainha hippie”. Com a carreira consolidada, foi capa da revista “O Cruzeiro”, em 1973, e, cinco anos mais tarde (1978), venceu o festival de música de Mar del Plata, na Argentina, com a música “O cara”, dela mesma em parceria com Gibran. Outros hits de Adriana foram: “Lá lálá”, “Viu?”, “O que me importa?” (depois regravada por Tim Maia e Marisa Monte), “O problema é seu”, “Deixe estar como está”, “Mamãe, cê viu?”, “Quando você partir”, “Pra sempre vou te amar”, “Joguei tudo com você”, “Combinado assim” e, por certo o maior de todos, “I loveyou, baby”, de Gilson e Joran, lançado em 1986 e mais conhecido pela frase final da letra, “Te amar é tão bom, tão bom, tão bom”. Até hoje, Adriana admite ser muito tímida, tem vergonha de dar entrevistas e aparecer na TV, e que sempre fica nervosa ao pisar em um palco. Sua discografia abrange cerca de 30 títulos, entre LPs e compactos, sem contar as coletâneas e participações em álbuns mistos. Ainda participou de filmes, novelas de TV e fotonovelas (daquelas que saíam antigamente nas revistas femininas). Casada há mais de vinte anos com o músico e biólogo marinho Márcio Monteiro, que conheceu nos palcos, Adriana tem duas filhas gêmeas, Natanna e Tuanny, que, ainda crianças, integraram a segunda formação da Turma do Balão Mágico e depois formaram-se em Direito, hoje fazendo coro para a mãezona em seus shows. Seu mais recente trabalho é o CD “Eu mereço”, com quatro músicas, lançado em 2016. Hoje, o TM oferece a seus amigos ocultos e ocultos este que foi o primeiro LP-solo de Adriana, lançado em maio de 1970 pela Odeon, gravadorapara a qual foi contratada por influência justamente de Wilson Simonal, um de seus maiores incentivadores, ao lado do “velho guerreiro”, Chacrinha. Sob a batuta de Mílton Miranda e com direção musical de Lírio Panicalli, Adriana dá um show de interpretação, e a primeira faixa, o samba-rock “Justo nesta noite”, de Luiz Wagner e Tom Gomes (também presentes aqui com “Agora que estou sozinha” e “Não digo nada”)foi apenas um dos êxitos desse disco. Temos ainda uma regravação do clássico “Hoje”, de Taiguara, uma composição de Hyldon, “Com muita saudade”, bem antes de ele estourar com “Na rua, na chuva, na fazenda”, e trabalhos de dois integrantes dos Golden Boys, os irmãos Ronaldo (“Não vou chorar nunca mais”) e Renato Corrêa (“Só se for nós dois”, parceria com Edinho). Carlos Imperial e Hélio Matheus aqui comparecem com “O que é que eu faço desta saudade?”. São doze faixas no total, mostrando todo o talento e carisma de Adriana, sem dúvida uma excelente cantora, e ainda hoje em franca atividade, realizando shows por todo o país e recebendo os merecidos aplausos do público.
*Texto de Samuel Machado Filho