Armando Macedo – Compacto (1968)

Mais um precioso compacto é oferecido hoje pelo TM a seus amigos cultos e ocultos. E de inestimável valor histórico, pois documenta o início de carreira de um de nossos mais talentosos e expressivos músicos: Armando Macedo, mais tarde conhecido como Armandinho. Instrumentista, cantor e compositor, Armando da Costa Macedo nasceu em Salvador, capital da Bahia, em 22 de maio de 1953. É filho de Osmar Macedo, da dupla Dodô e Osmar, idealizadores do célebre trio elétrico de mesmo nome. Em 1962, Armandinho formou o grupo de frevo Trio Elétrico Mirim, em 1962, e em 1967 o conjunto de rock Hell’sAngels.  Mais tarde apresentou-se no programa ‘A grande chance”, da TV Tupi carioca, apresentado pelo polêmico Flávio Cavalcanti. Ficou em primeiro lugar na fase eliminatória e, no ano seguinte, gravou seu disco de estreia, o compacto que apresentamos hoje. Em 1974, juntou-se a seu pai e outros músicos para formar o Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar, lançando inúmeros discos carnavalescos ao longo dos anos 80. Paralelamente, no final dos anos 70, Armandinho formou o grupo A Cor do Som, inicialmente a banda de apoio de Moraes Moreira, que também se apresentava no Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar. Formada ainda por Dadi (baixo e vocal), Mú Carvalho (teclados e vocal) e Gustavo Schroeter (bateria), A Cor do Som lançou seu primeiro álbum em 1977, notabilizando-se pela alta qualidade instrumental, misturando jazz, rock e MPB. Em meados de 1979, o percussionista e vocalista Ary Dias, que também tocava no Trio Elétrico, passa a integrar o grupo, que um ano antes se apresentara no Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, resultando em um disco ao vivo. Alcançam novo patamar de sucesso ao introduzirem músicas cantadas a partir do terceiro LP, “Frutificar”, do qual brotaram hits do porte de “Beleza pura” (Caetano Veloso), “Abri a porta” (Gilberto Gil e Dominguinhos) e “Zanzibar” (Armandinho e Fausto Nilo). Em meados de 1981, após gravar mais dois álbuns com A Cor do Som (“Transe total” e “Mudança de estação”), Armandinho deixa o grupo para dedicar-se à carreira-solo e seu projeto com o Trio Elétrico Dodô & Osmar. Ao longo dos anos seguintes, daria continuidade a seu trabalho instrumental, voltado para o choro e outros gêneros, gravando e se apresentando ao lado de músicos do porte de Raphael Rabello, Paulo Moura, o conjunto Época de Ouro, Moraes Moreira, Pepeu Gomes, Caetano Veloso e Yamandú Costa. Em 2005, se reúne novamente com A Cor do Som, gravando um disco acústico e realizando shows esporádicos. Este pequeno, grande e precioso disco, pontapé inicial da vitoriosa carreira de Armandinho, foi gravado ao vivo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1968, e lançado pela extinta Codil com o selo Compacto. Nele, o então Armando Macedo executa ao bandolim peças eruditas e populares, acompanhado pelo violonista Horondino Silva, o Dino Sete Cordas. No lado A, um pot-pourri que junta as “Czardas” de Vitorio Monte a temas de Zequinha de Abreu (“Branca”), Honorino Lopes (“Língua de preto”), Manoel Marques (“Tema de amor em forma de prelúdio”) e Sérgio Bittencourt (“Modinha”). E, no lado B, temos a “Marcha turca”, de Mozart. Tudo isso com virtuosismo e maestria, fazendo deste single de estreia de Armando Macedo, o futuro Armandinho, um trabalho digno da postagem do meu, do seu, do nosso Toque Musical!

branca

czardas

lingua de preto

tema de amor

preludio

modinha

marcha turca


*Texto de Samuel Machado Filho

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