Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Para quebrar um pouco a rotina, hoje vamos apresentar um som para se ouvir com outros olhos. Estamos aqui acostumados a ouvir, de uma certa forma, o tradicional e convencional que as vezes é preciso pular a faixa. Sempre que eu faço uma ‘semana temática’ dedicada ao rock/pop nacional penso em postar este disco da banda paulista Vzyadoq Moe. Mas acaba ficando tão difícil quanto pronunciar esse nome. Isso porque o ‘aparente indigesto’ não fica só no nome. A música desta banda é também algo difícil de descer num primeiro momento. O que diria então naqueles anos 80! Essa turma fazia um som que ia além do que era proposto naquela época do pop/rock nacional. Sua música era calcada no rock, mas pode também fazer parte do grupo dos inclassificáveis ou experimentais. Um som influenciado por uma mescla de coisas variadas, algo que me lembra muito o ‘krautrock’ alemão, bandas como Can, Apple Silver, Einsturzende Neubauten, somados a aquela onda ‘new wave/pos punk que rolava na Europa. O trabalho do VM era pretensioso, tanto pelas letras do vocalista Fausto Marthe quanto no instrumental e na produção. Mas porém, a gente percebe que ao final faltou ali um elemento que amarrasse tudo isso. Mesmo assim, não deixa de ser um trabalho acima da média, fugindo do pop colorido que o rock naquela década virou.
Este disco foi gravado e mixado no Estúdio Eldorado e saiu pelo selo independente Wop Bop. Foi um fracasso de vendas, mas recebeu boas críticas da impressa especializada. O nome do grupo surgiu de um sorteio de letras. Gravaram apenas dois discos e participaram de outras duas coletâneas. Me parece que seus integrantes voltaram a ativa há uns anos atrás…
Vzyadoq Moe – O Ápice (1987)
da finitude carnal
junto ao céu
o último desígnio
incerto
desejo em chamas
redenção
da ressurreição
não há morte
a monomania
o ápice
guerra das sombras
expansão