Olá, amigos cultos e ocultos! Há pouco mais de um mês temos enfrentado aqui alguns problemas quanto às nossas postagens. Só agora em setembro foram retirados quase cem postagens, removidas para o rascunho, pela ‘equipe do Blogger’. Eles são pressionados por entidades internacionais que se dizem de proteção aos ‘direitos autorais’. O que me deixa intrigado é o fato de que esta ação de retalhamento parte de grupos e interesses estrangeiros. Balela dizerem que estão defendendo o direito dos artistas nacionais. Por certo nossos artistas estão tendo mais destaque e respeito nas divulgações pelos blogs do que pelas gravadoras e jabás pagos por fora. O que acontece é aquela coisa, semelhante a uma criança cheia de brinquedos, que só dá atenção para aqueles que acaba de ganhar, mas se alguém põe a mão naquele antigo, que nem se ligava mais, ela corre e toma de volta. Os discos postados aqui são antigos, raros e, sem dúvida, muito importantes para a história da música popular brasileira e também, é bom lembrar, para a história da indústria fonográfica no Brasil. Todavia, são obras que já não impulsionam um investimento de produção comercial, ou seja, não compensam serem relançadas. Por outro lado, ninguém mais está interessado em comprar cds e muito menos pagar por arquivos digitais. Há tempos eu venho repetindo, disco, no mundo de hoje é apenas um portifólio, um cartão de visitas. O fetiche, que era o maior valor agregado a um disco (me refiro ao lp), a (in)sensibilidade empresarial e de negócios das gravadoras fez o favor de destruir. Deram um tiro no próprio pé. Ao invés da indústria fonográfica investir em empresários e funcionários que gostam e entendem de música, preferiram recrutar economistas que gostam de dinheiro e seus funcionários que juram que foi Roberto Carlos o criador da Bossa Nova. Repito, nossa arte musical foi sucateada, levaram tudo de bom e agora querem também apagar nossa memória. Sinceramente, o que seria da nossa produção fonográfica de valor, não fossem aqueles milhares de consumidores, colecionadores, amantes do disco, que mantiveram ao longo de anos, guardados em suas estantes, essas ‘relíquias sonoras’? Podem acreditar, nenhuma gravadora, editora ou coisa parecida fez questão de guardar fita master ou exemplares extras de suas produções. Quando vemos aí algum relançamento, principalmente produções dos anos 60, em geral, foram prensados fora do Brasil e o áudio extraído de um vinil da época. Os discos saem lá fora com toda a pompa e bem valorizados, edição pequena, mas o suficiente para atender a um tipo de público que aqui no Brasil foi deixando de existir, na medida em que a música passou a ser tratada apenas como um mero produto de consumo. Acho que o que leva uma DMCA da vida a patrulhar e pedir o bloqueio de postagens, como as do Toque Musical, é simplesmente pelo receio de que os mp3 compartilhado venham a ofuscar o ‘negócinho’ deles lá fora. Gente burra e sem visão. Para acabar com o compartilhamento (seja lá do que for) só mesmo pisando fundo no freio da Revolução Digital. Vai ser difícil parar…
Por conta de toda essa situação de cortes e remoção de postagens (além dos sacanas de plantão), foi que eu resolvi criar um outro espaço, onde os ‘toques’ antes bloqueados poderão agora ser acessados livremente por todos. Através do Google Grupos, temos agora um fórum de debates, trocas de informações, ideias e muita música. Já comecei a enviar os convites para vocês, os amigos cultos. Os ocultos também participam, mas só que nessa modalidade terão que assumir uma identidade. Espero que até o final da semana todos vocês já tenham sido convidados. Aqueles que por desventura não receberem convites, poderão por iniciativa própria se inscreverem na caixinha lateral do Googles Grupo, aqui no TM. Vamos ver se essa alternativa vai vingar. Seja todos bem vindos!
Putz! Eu já ia me esquecendo do disco do dia. Olha aí… Hoje temos outra raridade que certamente ir chamar a atenção de vocês. Tenho aqui este álbum do Betinho, o Rei da Noite. Figura muito popular da noite paulista na década de 50. Iniciou sua carreira tocando com o pai, Josué de Barros, ao lado da cantora Carmem Miranda. Tocou na orquestra de Carlos Machado na década de 40. Com seu conjunto se apresentava na Rádio Nacional paulista e em boates da capital. Flertou com o rock, sendo considerado um dos pioneiros do gênero no Brasil. Foi também um dos primeiros guitarristas brasileiros a empunhar uma Fender. Acho que o seu maior sucesso foi a música “Neurastênico”, que até hoje, ainda, as vezes escuto algum maluco cantar. Betinho chegou a gravar vários discos, mas a partir dos anos 60 ele se converteu em um músico religioso. Nos anos 70 se tornaria um missionário e pastor protestante.
Neste lp encontramos um repertório basicamente instrumental, trazendo composições próprias, do seu pai, de Noel Rosa, Maysa, Humberto Teixeira e também sucessos internacionais. Bem divertido…
Betinho E Seu Conjunto – O Rei Da Noite (1962)
fita amarela – o orvalho vem caindo – scapricciatiello – trem ô lá lá
i love you samantha
doce de leite
over the rainbow
a polca do véio
ay cosita linda
ralando côco
i’m confessing that i love you
amor, coisa estranha
nel blu dipinto di blu
choro x
meu mundo caiu