Boa tarde, amigos cultos e ocultos! As vezes eu fico achando que não estou dando a devida atenção às nossas cantoras, compositoras e instrumentistas. Por certo não é a falta dessas artistas, que muito pelo contrário, tem até demais. Eu é que acabo me esquecendo delas na hora de escolher qual disco postar. Para tirar essa cisma, vou aqui postando neste domingo o disco de uma grande artista, que por acaso era portuguesa, a cantora Vera Lúcia. Ela surgiu no cenário musical brasileiro no final dos anos 40. Fazia parte do ‘cast’ da Rádio Nacional. Gravou diversos discos de 78 rpm, pela Odeon e outros selos. Vera era uma ótima cantora e não trazia em sua voz qualquer sotaque português. Isso talvez conferisse a ela uma maior identificação com o público brasileiro. Chegou a ser a Rainha do Rádio em 1955, desbancando a popular Angela Maria. Recebeu a coroação de outra portuguesa/brasileira, a nossa Carmem Miranda, que estava de passagem pelo Brasil. Vera Lúcia fez sucesso com músicas como, “Amendoim torradinho”, “Molambo”, “Cansei de ilusões”, entre outras… Em 1958 ela assinou contrato com a gravadora Sinter, onde lançou, no ano seguinte, este que o seu primeiro ‘long play’. Um álbum realmente muito bom, com um repertório fino, praticamente todo de sambas, que já apontava para a Bossa Nova. Há inclusive, na faixa de abertura, “Janela do mundo”, música de Billy Blanco, uma referência à Bossa Nova. O termo, em 59, ainda era uma gíria, que naquele momento começava a ganhar força. Reforçando ainda mais o lance da bossa, no repertório encontramos composições famosas de Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, Dolores Duran e Ribamar, Djalma Ferreira, Cyro Monteiro e Radamés. Vera Lúcia vem acompanhada por côro e orquestra, sob a regência do Maestro Carlos Monteiro de Souza e participação do violonista Zé Menezes, em várias faixas do disco. Sem dúvida, um excelente e raro lp que vai agradar a muitos por aqui.
Vera Lúcia – Confidências… (1959)
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