Boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Neste último fim de semana eu estive totalmente por fora dos acontecimentos pelo mundo. Não liguei tv, rádio ou internet. Jornais também, nem li. Quando viajo a trabalho por certas cidades do interior, mal tenho tempo para relaxar. E em se tratando de comunicação, sinal de celular e internet, às vezes, nesses lugares é a coisa mais difícil do mundo.
Pois é, estou eu aqui mais uma vez pasmo e pesaroso com a morte de mais um artista que eu gostava muito, o Celso Blues Boy. Já haviam me contado que ele estava doente. Porra, que merda de doença maldita, silenciosa e traiçoeira! Muito embora, no caso aqui do nosso artista, foi mesmo abuso. O cara era mesmo um autêntico ‘bluesman’ e encarnou com vontade o ‘estilo’. Dizem que o Celso fumava mais de cinco maços de cigarros por dia! Isso para não falar nos ‘birinaites’, que ele também era chegado num bom copo. Infelizmente, tudo tem seu preço e vida de artista não é mole não, se paga caro! Por outro lado, como já disse um amigo meu, médico, todo mundo, um dia, vai ter câncer. Quem não teve foi porque morreu antes. É triste, mas faz parte… Lamentável seria se não houvesse desses o que lembrar. Celso foi um dos maiores guitarristas brasileiros, sempre fiel ao blues e com o detalhe de sempre cantar em português. Pessoalmente, sempre achei suas letras muito aquém do seu talento como guitarrista. Mas, exatamente pelo seu poder no instrumento, seus solos e seu jeito de tocar, sua música ganhava corpo.
Estou trazendo aqui este disco, “Nuvens negras choram”, um cd lançado em 1998. Escolhi este por acha-lo um trabalho mais maduro e traz, entre outras, “Brilho na noite”, “Fumando na escuridão” e o clássico samba de Cartola, “As rosas não falam”, que aqui se transforma num blues carregado. Um belo disco. Desculpem, mas o momento não está para aumentar o rock’n’roll.
nuvens negras choram
se você pudesse me ver
bring it on home to me
sucata (hás de ouvir)
lívia blues
que pecado eu fiz
antes de você
zanardi’s blues
brilho da noite
os anjos
as rosas não falam
fumando na escuridão
raios