Olhando a trajetória artística de Jorge Mautner, que começa no fim dos anos 50, fica difícil entender como um cara como ele ficou sempre à margem do que podemos chamar de “música popular”. Seu maior sucesso até hoje continua sendo “Maracatu Atômico”, eternizados na voz de Gilberto Gil e reciclado através do Chico Science. Acho que Mautner foi realmente um ‘maldito’ (no bom sentido), como tantos outros artistas que a crítica e o povo não souberam classificar. Ou por outra, classificaram-no como maldito, talvez por ser fora do padrão, não aceitando que sua arte se transformasse em ‘fragmentos de sabonetes’ (isso considerando que sabonete é algo que se usa e acaba – descartável). Mautner é bem mais que isso e nunca vai acabar. Em 1985, produzido por Caetano Veloso, ele gravou este disco, pelo selo independente Nova República, que celebra uma nova fase. Nada que mudasse a figura que tanto gostamos, mas dando a ele um impulso. Neste disco, foram gravadas pela primeira vez, músicas como “Iluminação” e “A Bandeira do Meu Partido”, compostas em 1958. Como todos os outros trabalhos, este também é muito bom!
2 – Cachorro louco (Relâmpago dourado) (Jorge Mautner)
3 – Zona fantasma (Nelson Jacobina – Jorge Mautner)
4 – Rock comendo cereja (Nelson Jacobina – Jorge Mautner)
5 – Fado do gatinho (Jorge Mautner)6 – Índios tupy guarany (Jorge Mautner)