Bom dia, amigos cultos e ocultos! Metendo a mão no gavetão virtual, tirei por sorteio o disco de hoje. Temos aqui mais um disco do Armando de Souza Lima, mais conhecido como ‘Armando do Solovox’. Este é mais um de seus discos prometidos, que eu vivo ensaiando em postá-lo, mas nunca o fiz. “Som de Boate” saiu pela Odeon, através de seu selo Imperial. Aliás, este foi o segundo volume, mas com eu já comecei na desordem, o primeiro fica para uma próxima oportunidade. Eu já falei aqui sobre o Armando do Solovox, por sinal, a única informação relevante sobre esse compositor e instrumentista está nas páginas do Toque Musical. Ele veio do Amazonas, se firmou como músico no Rio de Janeiro, na década de 50. Gravou vários discos, inclusive de 78 rpm. Como eu já disse, o seu grande diferencial era o Solovox, um pequeno teclado, inventado nos anos 40 por um engenheiro da Hammond, que era acoplado ao piano ou orgão. Armando era conhecido como o “Rei do Solovox”. Nos anos 60 ele tocava muito em casas noturnas, boates e restaurantes, e seu som era ideal para esses lugares. O piano e o solovox juntos tocavam ao fundo, suavemente, transformando o falatório e o barulhinho de louças e talheres numa espécie de ‘sinfonia ambiente’. Acho que é daí que vem aquela de “música ambiente”. Sem dúvida, sua música era também ótima para se ouvir no elevador ou em grandes magazines, coisa que hoje em dia não se ouve mais.
Armando’s Trio – Som De Boate Vol. 2 (1970)
“Som de Boate” reflete bem esse seu momento tocando em casas noturnas. No repertório cabia de tudo, mas principalmente temas consagrados, que ganhavam aqui uma interpretação singular, principalmente com o tal tecladinho. Neste segundo volume, que é quase uma continuação do primeiro, temos uma seleção musical onde predomina os temas internacionais, sucessos daqueles momentos. Mas cabe também o autoral e o samba. Há inclusive uma faixa de ‘pot pourri’ com os sambas: “Vem chegando a madrugada”, de Noel Rosa de Oliveira e Adil de Paula; “Atira a primeira pedra”, de Ataulfo Alves e Mário Lago e “Tristeza”, de Haroldo Lobo e Miltinho. Pessoalmente eu gosto e destacaria outra mistura, a faixa 2 do lado B, temos nessa a deliciosa “Mah-ná, mah-ná”, do genial compositor italiano Piero Umiliani; “Palmas no samba”, de autoria do próprio Armando e “O conde”, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim. E tem mais… Vale dar uma conferida!
you’ve got your troubles
parole
misty
vem chegando a madrugada
atira a primeira pedra
tristeza
gorgeio
hey jude
mah-ná, mah-ná
palmas no samba
o conde
somewhere my love
love is all
i started a joke
it hurts to say goodbye