Pierre Kolmann E Seu Conjunto – Para Dançar (1957)

Olá! Hoje resolvi mudar radicalmente o ritmo em que estávamos (prometo que ainda volto nele) em função de um comentário que reativa por aqui o enigmático Pierre Kolmann. Alimentando assim a polêmica, aqui vai mais um de seus discos, o de estréia “Para dançar”, que foi o álbum que gerou toda a confusão. Transcrevo abaixo o último comentário, que mesmo apesar de anônimo, me pareceu o mais esclarecedor e complementar. Se alguém tiver algo a acrescentar ou corrigir, faça-me o favor…

Os muitos nomes de Rubens Leal Brito.
Alguns artistas mudam seu nome durante a carreira (casos de Jorge Benjor e Sandra de Sá). Outros usam um ao cantar e outro ao compor (como Jamelão, que assina as composições com seu nome de batismo, José Bispo). Mas o pianista gaúcho Rubens Leal Brito é um sério candidato a recordista de nomes artísticos simultâneos. Assinava com seu próprio nome suas composições, feitas entre 1938 e 1951, sozinho ou em parceria com Jorge Faraj.
Como Britinho, além de gravar seus próprios discos com solo de piano – na Continental em 1956 e em LPs da Sinter em 1956 e 1957 -, acompanhava cantores, como na estréia em disco de João Gilberto (Copacabana, 1952). Também foi com este nome que gravou uma série de discos com outro pianista, Fats Elpídio (RCA, 1952-53). Assinou desta maneira algumas músicas, feitas entre 1952 e 1963 com os parceiros Fats Elpídio, Mesquita e Fernando César. Já era chamado Britinho em 1943, quando tocou na Rádio Farroupilha (Porto Alegre). Após alguns recitais, foi contratado para integrar a Orquestra Panfar, da emissora. Dirigiu por um período o Jazz da PRH-2, enquanto seguia atuando como pianista.
Algumas das músicas gravadas pelo pianista Britinho em discos Todamérica de 1951 eram de autoria de… João Leal Brito. Este também era o parceiro de Fernando César em “Noite Chuvosa” (1960). Seria um irmão de Rubens? Talvez, embora em 1953, o crédito do choro “Vê se te Agrada”, gravado por Gentil Guedes e sua Orquestra na Sinter, era para João Leal Brito “Britinho”. Assinando Leal Brito, gravou LPs na Musidisc (1955) e na Sinter (1956-57). Também teve músicas gravadas em 1955.
Teria havido outros nomes? É possível. Em abril de 1957, o radialista Almirante era convocado pela Justiça carioca para dar seu parecer como perito a respeito da ação da gravadora Rádio, que mantinha o pianista Waldir Calmon sob contrato e acusava a Musidisc de procurar iludir o consumidor, ao lançar o LP Para Dançar, gravado por Leal Brito com o pseudônimo de Pierre Kolman. Outra alegação se referia ao título do disco – Calmon tinha uma série de LPs com o nome de Feito para Dançar. Almirante concordou com a acusação. Talvez outro disco de “Kolman” tenha saído, pois o site do Dicionário Cravo Albim registra este pseudônimo, ao lado de outro – Franca Vila. Curiosamente, ali o nome de batismo de Britinho acabou sendo mencionado como “João Adelino Leal Brito”…

maracangalha
summertime in venice
que será será
conceição
inamorata
anema e core
night and day
canadian sunset
dolores
domani
none but a lonely heart
pensando em ti

PS.: Passados quase três anos, eis que aparece o autor verdadeiro do texto (definitivo) sobre a polêmica Leal Brito no Comentários. O cometarista, na época, apenas havia copiado o texto, de maneira anônima. Seu autor é o jornalista Fábio Gomes. Este texto foi publicado originalmente em seu site, Mistura e Manda.

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