Bom dia a todos! Iniciando a semana, vamos mais uma vez de serestas, agora na companhia do singular Lúcio Alves. Cantor e compositor que dispensa maiores apresentações. Iniciou sua carreira artística ainda menino, formando o grupo vocal Namorados da Lua. Foi também integrante do grupo Anjos do Inferno por pouco mais de um ano e com o qual viajou em turnê pelo México, Estados Unidos e Cuba. Ao voltar ao Brasil retoma em carreira solo, compondo, mas também gravando músicas de outros compositores. Seu estilo diferente e moderno acaba o levando naturalmente para o lado daqueles que também inovavam na música brasileira, como Radamés e Jobim. Lúcio é por essas e outras considerado um ‘pre-bossanovista’, movimento o qual ele também veio a participar. Para se ter uma ideia melhor deste grande artista, e hoje trago o primeiro lp gravado por ele.
“Serestas”, lançado em 1957, foi seu primeiro disco gravado em 33 rpm, um vinil raro em todos os sentidos. A começar pelo formato, oito músicas num disco de 12 polegadas. Até então, outros ‘Long Plays’ para oito faixas eram de 10 polegadas. Me parece que apenas a Mocambo trabalhava nessa linha. Outra questão rara diz respeito a forma como este disco foi feito. Lúcio Alves teve total liberdade na hora da gravação. Apenas ele e o violão, cantando de maneira muito intimista, coisa rara de se ver (e ouvir) naqueles tempos. O lado A é todo dedicado à dupla Silvio Caldas e Orestes Barbosa. Não sei se este disco está entre os 300 (mais) importantes (ups!) recém classificados no livro do Charles Gavin, mas deveria.
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serenata
chão de estrelas
suburbana
arranha céu
mágoas de um caboclo
não voltarás
se tu soubesses
sorris da minha dor