Ouvi dizer que estão procurando o Belchior. Daí, resolvi dar uma ‘mãozinha’. A última vez que vi o velho rapaz latino americano foi em um vôo de Sampa para Cuiabá, numa escala na cidade de Araçatuba, onde ele desceu. Me lembro que, de chacota, alguns passageiros lhe perguntavam se ele não tinha mais mêdo de avião. O cara pareceu não gostar muito da brincadeira. Não deu muita bola para ninguém. Desceu acompanhado por uma mulher (namorada, esposa, sei lá…) e dois outros caras que eu penso serem componentes de sua banda. O curioso disso tudo foi que isso aconteceu a pouco mais de um ano e meio. Seria aquele seu último momento público antes de sumir?
Diante ao inusitado, resolvi colaborar e trazê-lo de volta, pelo menos aos ouvidos. Vou aproveitando a deixa, trago para vocês o álbum “Alucinação”, um de seus melhores trabalhos. Um disco talvez bem comum pela sua popularidade e qualidade. Um clássico da nossa MPB. Este nunca saí de moda e vez por outra está sendo sempre relançado e até mesmo regravado pelo autor. A gente as vezes escuta o povo dizer que o Belchior virou um ‘cover’ de si próprio, isso muito pelo fato dele estar sempre relembrando seus velhos sucessos, o que para mim, é mais que natural. Sempre gostei do Belchior e principalmente cantando o que ele fez de melhor. Espero que este sumiço seja apenas uma longa pausa e que em breve ele retorne. Aos que nunca gostaram do cantor/compositor eu ofereço a segunda faixa do lado 2, “Não Leve Flores”. Viva o Belchior!
apenas um rapaz latino americano
velha roupa colorida
como nossos pais
sujeito de sorte
como o diabo gosta
alucinação
não leve flores
a palo seco
fotografia 3×4
antes do fim