Enfim, agora, fechando de fato o mês, seguimos nesta postagem trazendo o grande, Leal Brito, também conhecido como “Britinho”, pianista e ‘bandleader’ de mão cheia, acompanhado pelo seu conjunto Azes do Ritmo, em disco lançado pelo selo Columbia, em 1960. Disco moderno, ‘hi-fi’, trazendo uma seleção de primeira com temas nacionais e internacionais, que vale a pena recordar. Confiram..
Quase fechando o mês, segue aqui uma coletânea da Musidisc lançada em 1956 em lp de 12 polegadas trazendo alguns dos artistas de seu ‘cast’. São faixas extraídas de discos lançados naquele período pela gravadora de Nilo Sergio. Seleção feita para dançar a dois, como era muito comum naqueles tempos. Vale a pena ouvir…
Vamos desta vez com um disco que chama a atenção já pela capa. Bonita, né? Aqui temos o que foi a segunda produção do selo Arpège, criando pelo músico, ‘bandleader’ e também empresário, o grande Waldir Calmon. Nos anos 50 ele foi também empresário, homem da noite e dono da famosa boate Arpège, onde se apresentava com seu conjunto e também dava espaço para outros cantores e grupos. Entre esses, havia o Conjunto Ambar formado por músicos vindos do Uruguai. Naquela época os ritmos latinos, boleros, mambos, merengues e outros eram a ‘coqueluche’ do momento e na boate Arpège faziam muito sucesso. Waldir Calmon também tinha um selo e chegou a lançar vários discos por sua etiqueta que também chamava Arpège. Este, como disse, foi o segundo disco lançado pelo selo. Vale a pena conhecer…
Hoje vamos com o “General da Banda”, outro apelido para Otávio Henrique de Oliveira também conhecido por “Black-Out”, ‘Blackout” e “Blecaute”, derivações que foram surgindo ao longo da carreira e dos discos deste lendário cantor e compositor que gravou dezenas de discos entre bolachas de 10 polegadas com duas músicas até lps de 10 e 12 polegadas. Teve uma sólida carreira, atuando dos anos 40 até os anos 70. Gravou muitos sambas, boleros, toadas e músicas carnavalescas. Aqui temos dele um dos seus primeiros lps de 10″, trazendo oito músicas originalmente lançadas em bolachas do selo Copacabana, em 1956.
Olá! Seguindo em nossas postagens, hoje vamos atendendo a uma solicitação que há muito nos foi feita. Embora seja um disco relativamente fácil de encontrar, principalmente no Youtube, aqui ele segue na sua integralidade. Tem gente que quer não só o conteúdo, mas também o invólucro e aqui procuramos trazer o pacote completo 🙂
Então, temos o cantor Francisco Petrônio acompanhado pelo Conjunto Época de Ouro. E como o título mesmo nos apresenta, trata-se de um disco de serestas. Uma série de clássicos que todo seresteiro conhece. Este é o volume 1, lançado em 1976 pelo selo Continental. Francisco Petrônio foi um interprete das serestas, um estilo que ele assumiu com toda a pompa e estilo. Antes, no início de carreira ele cantava era os boleros. Já postamos aqui outros discos com ele, acompanhado do grande violonista Dilermando Reis. Mas esse momento com o Época de Ouro é memorável. Para os que não conhece, fica a dica…
Diante a ‘falência’ dos mais consagrados blogs musicais, o Toque Musical que também é um pioneiro e talvez um dos únicos a se manter fiel ao seu propósito, segue trazendo de volta discos que foram postados por esses há tempos, dando assim a oportunidade aos ‘órfãos’, aos que não tiveram tempo de conhecer, ouvir e baixar essas raridades. E nessa, aqui temos mais um disquinho que merece o nosso toque, “Brasa Seis – Som Quente”, lp lançado em 1969 pela Riosom e seu selo Hot. Trata-se, como se pode ler no texto de contracapa, de um conjunto formado Ceará, que venceu um festival de música jovem e teve como prêmio uma viagem para o Rio de Janeiro e um contrato para gravar este disco, que realmente é bem legal.
Olha aí, aqui vai outro ‘disquinho’ bacana, uma boa raridade que agrada em cheio, Peter Thomas e seu conjunto. Segundo o Dicionário Cravo Albin da MPB, Peter Thomas era o nome artístico do músico carioca Pedro Thomás, compositor e instrumentista do acordeom, órgão e outros teclados. Formou seu conjunto no início dos anos 60, um octeto onde integrava um time de músicos de qualidade. O grupo fez um relativo sucesso se apresentando principalmente na televisão. Também consta que se apresentaram em bailes e boates. Ao que tudo indica, gravaram apenas três lps, sendo este, “O novo som espetacular” seu disco de estreia, lançado em 1965 pelo selo Fantasia. Acredito também que tenha sido este um dos diversos conjuntos que gravaram ou tiveram seus fonogramas usados por editoras como a Codil, em outros lançamentos, com outros nomes e também em outras pequenas gravadoras nos anos 60. Este primeiro lançamento é, sem dúvida, o trabalho mais interessante, original e com um repertório que vale a pena ouvir e conhecer… Disco raro!
No rastro dos discos raros e muito procurados, aqui vai um dos mais interessantes, o “Alta tensão”, lp que se não estou muito enganado foi o segundo disco gravado por este músico carioca, Sérgio Carvalho e seu conjunto. Pouquíssimas ou quase nada há de informação sobre ele. Infelizmente, ficou esquecido nos anos 60 assim como tantos outros artistas e seus discos, hoje raridades que os colecionadores amam. Sérgio Carvalho começou novo, ainda com 15 anos, tocando nos subúrbios do Rio de Janeiro, em boates e gafieiras. Seu instrumento era o cavaquinho, mas ao longo do tempo foi ganhando experiência musical, se tornando um músico de verdade. Passou para o piano e teclados, se tornou além de compositor, arranjador de grande talento, indo assim tocar em outras e melhores ‘praças’ do Rio. Se destacou com um repertório equilibrado e competente, o que o levou ao disco em 1964, gravando seu primeiro lp pelo selo Continental. Novamente, ele só aparece em 67, neste disco lançado pelo selo Equipe, de Oswaldo Cadaxo, quando a gravadora então completava dois anos de atividades. Neste disco temos um repertório mais pop, mesclando música nacional e internacional, porém numa escolha musical de qualidade e também de personalidade, oque garante ser este um excelente lp.
Este é um disco que já postamos aqui em outras eras, porém vale a pena uma reprise, até porque as informações não estavam lá muito corretas. Luizinho e Seus Dinamites foi um dos mais ‘quentes’ grupos de rock brasileiro. Seu líder foi um dos guitarristas pioneiros do rock nacional que embalou muitos bailes no Rio de Janeiro. Os Dinamites era formado, além de Luizinho (guitarra e vocalista), por Jair (guitarra base), José Antônio (baixo) e Carlinhos (bateria) e Euclides (que também tocou com The Pop’s). Originalmente, o lp foi lançado em 1964 pela RCA Victor, mas para a felicidade do fãs e colecionadores, foi relançado em edição limitada por uma loja de disco de São Paulo, a Bruno Discos, merecendo inclusive uma logomarca encima da arte da RCA Victor. Raridade pura que muita gente ainda não conhece e que já não se encontra mais por aí. Interessou? Confira no GTM, completo!
Já tivemos aqui no nosso Toque Musical, por várias vezes, o excelente grupo vocal Titulares do Ritmo. Conjunto que iniciou sua trajetória ainda nos anos 40, em Belo Horizonte. Era um sexteto de músicos cantores cegos que se conheceram e se formaram no Instituto São Rafael. Ganharam destaque logo que começaram a se apresentar em emissoras de rádio da cidade. Logo já estariam ecoando nos grandes centros e sendo contratados para atuarem em São Paulo. De lá ganharam o Brasil inteiro por conta da qualidade de seus arranjos vocais. Gravaram diversos discos ainda no tempo das bolachas de 78 rpm. Depois, esses mesmos sucessos foram relançados em lps de 10 e 12 polegadas e também vieram outros discos e trabalhos lançados por outras gravadoras. Aqui, temos eles em um disco dedicado ao samba, lançado em 1961 pela RCA Victor, acompanhados pela Orquestra e arranjos do maestro Francisco Moraes. Um belo trabalho que vale a pena redescobri. Confiram no GTM.
Aqui temos uma produção curiosa e porque não dizer obscura… Um lp, ao que consta, lançado em 1969 por um também obscuro selo TVP e sendo este seu primeiro lançamento. O lp como se vê tem o título de “Alegria do Passado e do Presente – A Criança” e é uma edição especial beneficente para a Fundação Waldomiro Lobo, uma entidade com sede em Belo Horizonte, voltada para a assistência a pessoas carentes com tuberculose. Até aqui, tudo normal e por esse título e também pela capa a gente pensa logo em algo próximo dessa situação… Porém, para surpresa daqueles se aventuraram a tirar o disco e coloca-lo para tocar, o que se ouve é algo surpreendente e inesperado, pois é só no selo que então aparece o nome do artista e o repertório. No caso aqui é um conjunto, cujo o nome é Nielsens Boys. A seleção musical é toda anos 60, totalmente Jovem Guarda e com uma qualidade de chamar a atenção. Difícil é achar informação sobre eles. Aliás, sobre tudo, toda essa produção… Um verdadeiro mistério. Tudo começa e termina no próprio álbum. Mas, considerando ser uma produção para uma fundação mineira, de Beagá, posso supor que seja coisa de artistas locais. Talvez algum pretenso projeto de lp que não vingou nos anos 60 e que veio a ser aproveitado depois. Digo depois, porque a capa e seu layout não parecem ser dos anos 60, mas talvez 70, sabe-se lá… Conjecturas… mas, enfim, vale a pena ouvir 😉
PS: Passada algumas semanas desta postagem, eis que o mistério do tal conjunto Nielsens Boys é esclarecido. Segundo o meu amigo Fares, o Nielsens Boys nada mais é que o lendário grupo The Jordans. Confesso que nunca teria imaginado, porém esses fonogramas também chegaram a ser lançados em uma edição em cd com o título, “Grandes Sucessos The Jordans”, em 2014. Pois é, só mesmo que viveu essa fase dos primeiros grupos de rock brasileiro poderia saber.
Seguindo aqui em nossas postagens, temos agora um badalo lp que deve ter ganhado mais notoriedade nos tempos atuais do que na época de seu lançamento. Um disco realmente singular na qualidade dos músicos, do repertório e de seu assumido ar de mistério. Trata-se de uma super produção da Audio Fidelity (do Brasil), um selo da lendária gravadora americana Audio Fidelity Records, pioneira na produção dos discos estereofônicos. Atuou também com um escritório aqui no Brasil, lançando diversos discos, geralmente orquestras, gravações originais em hi-fi e estéreo. Nesta produção, ainda na boa fase da Bossa Nova, temos “Os Intocáveis”, um sugestivo título que remete, inicialmente, a uma série famosa na televisão, mas conforme o texto da contracapa, o nome se deve ao fato de serem intocáveis os nomes dos músicos presentes nas gravações, por conta de serem músicos de outras gravadoras e terem lá seus contratos que não permitiam esse tipo de enlace. Contudo, isso era comum entre gravadoras e artistas que usavam de subterfúgios, como nomes falsos, ou como aqui, nomes não citados. O fato é que mesmo envolto em mistério, em segredos de gravadoras, este é realmente um discaço! Pela qualidade das gravações eu diria que Os Intocáveis foi gravado fora do Brasil e por certo, com músicos brasileiros. Quem ainda não ouviu, eu recomento…
Seguindo em nosso toque musical, temos desta vez um dos grandes instrumentistas brasileiros, o talentoso Zeca do Trombone, músico que infelizmente nos deixou ano passado e por certo, fechando mais um ciclo da boa música popular brasileira, na qual ele esteve presente acompanhando grandes nomes da nossa música como Milton Nascimento, Alcione, Tim Maia, Elis Regina, Simonal e muitos outros. Foram mais de 50 anos de carreira. Seu sopro está presente em muitos discos memoráveis e de diferentes artistas. Contudo, também gravou uns três ou quatro álbuns solo, sendo este, “Rota-mar” o primeiro. Um trabalho bacana, mesclado de samba, soul, funk’… disco que agrada logo de cara.
Estou quase para chamar este mês de postagem de ‘momento surpresa’, ou, ‘pra gregos e troianos’. Tá uma salada mista, não é mesmo? Mas é bom é assim mesmo, quando menos se espera, aparece algo diferente… Desta vez, vamos com um lp bastante festejado, para não dizer redescoberto, principalmente para a turma de colecionadores exibicionistas, aqueles que compram discos (preferencialmente originais) celebrados pela crítica especializada. Mas eu até entendo e no caso aqui, chego a bater palmas, afinal, estamos falando agora do Brazilian Octopus, um conjunto formado por feras e que sem dúvida, merece toda a atenção. Creio que nem precisamos fazer as apresentações, pois está tudo aí. Disco badalado e também bem divulgado em outras sítios e blogs (se é que ainda resiste algum). Inclusive é um desses discos que mereceu uma reedição, afinal, quem não quer ter essa joinha em sua coleção?
Lançado em 1969, pelo selo Fermata, o Brazilian Octopus foi um conjunto de um disco só. Não por conta de na época ter vendido pouco, mas creio que mais por ser formado por diversos e talentosos músicos que não caberiam apenas num momento. A história é boa e vale replicar aqui, em texto escrito por Carlos Calado. Quem ainda não leu ou não sabe da história, veja aqui…
Imagine reunir numa mesma banda músicos de orientações tão diversas, como o bruxo dos mil instrumentos Hermeto Pascoal, o herói da guitarra pós-tropicalista Lanny Gordin, o bossanovista Cido Bianchi (ex-pianista do Jongo Trio e do Milton Banana Trio), o violonista Olmir Alemão Stocker (autor de O Caderninho, hit da geração jovem guarda) e o jazzista Nilson da Matta (contrabaixista que hoje vive nos EUA). Esse encontro inusitado aconteceu mesmo, mais exatamente em 1968. Marca um capítulo pouco conhecido da história da nossa música instrumental, intitulado Brazilian Octopus, e resultou num álbum homônimo que hoje é disputado por colecionadores. “Sem dúvida, o grupo mais estranho surgido na música brasileira”, comenta Marcelo Dolabela, em seu dicionário ABZ do Rock Brasileiro (ed. Estrela do Sul, 1987). “Naquela época, não pensávamos em grana, só queríamos tocar. Foi uma experiência maravilhosa”, recorda Cido Bianchi, hoje também maestro e arranjador. O Brazilian Octopus foi formado em São Paulo, no início de 1968, por iniciativa de Lívio Rangan, o todo-poderoso diretor de eventos da Rhodia – empresa da área têxtil que produzia arrojados shows-desfiles para promover seus produtos. “O Lívio gostava muito de mim. Chegou a dizer que ia me transformar em um novo Sérgio Mendes”, conta o músico paulista, encarregado por Rangan de coordenar o grupo. Por sinal, o Brazilian Octopus já nasceu com uma regalia incomum no mercado musical da época: um contrato de trabalho por um ano, que incluía três meses de ensaios pagos. Da primeira formação, além de Bianchi (piano e órgão), Lanny (guitarra) e Alemão (violão e guitarra), participavam também Douglas de Oliveira (bateria), João Carlos Pegoraro (vibrafone), Carlos Alberto Alcântara (sax tenor e flauta), Cazé (sax alto) e Matias (contrabaixo). Na época, esses mesmos músicos gravaram um disco com o saxofonista japonês Sadao Watanabe, que não chegou a ser lançado no Brasil. Rangan formou o Brazilian Octopus para executar ao vivo a trilha sonora do Momento 68, o mais ambicioso dos espetáculos institucionais da Rhodia produzidos até então no país. Com direção musical do maestro Rogério Duprat e direção cênica de Ademar Guerra, esse show-desfile tinha os atores Raul Cortês e Walmor Chagas encabeçando o elenco, ao lado dos cantores Gilberto Gil, Caetano Veloso, Eliana Pitman e do bailarino Lennie Dale. Os textos eram assinados por Millôr Fernandes. “Eu me fantasiei de leão várias vezes naqueles desfiles da Rhodia. O grupo todo se vestia de bicho e tocava dentro de uma jaula”, lembra Hermeto, que veio a substituir Cazé, alguns meses depois, junto com Nilson da Matta, que assumiu o contrabaixo. Apesar de suas trajetórias diversas, quase todos os integrantes do grupo já se conheciam da noite paulistana, especialmente da boate Stardust (dirigida pelo pai de Lanny), onde Hermeto, Bianchi e Alemão tocavam com freqüência. “Lembro bem de que estava ensaiando com o Brazilian Octopus, quando recebemos a notícia de que o Wes Montgomery havia falecido dois dias antes”, conta Alemão, referindo-se ao lendário guitarrista de jazz norte-americano, que morreu em 15 de junho de 1968. “Como sempre, aconteciam aquelas briguinhas”, conta o saxofonista Carlos Alberto (hoje integrante da big band que acompanha Wilson Simoninha), lembrando que a “incompatibilidade de idéias” era freqüente nos ensaios do grupo, especialmente na hora de decidir o repertório. Não foi diferente quando, após alguns meses de ensaio, o diretor de eventos da Rhodia propôs ao octeto a gravação de um disco. “A idéia do Lívio Rangan era que a gente incluísse no repertório algumas músicas mais comerciais, para tocar no rádio”, recorda Alemão, encarregado por ele de contactar compositores com os quais já havia trabalhado. “Consegui várias músicas inéditas, que o Cido Bianchi, interessado apenas em tocar jazz, recusou. Uma delas era País Tropical, do Jorge Ben”, alfineta o violonista. “Mesmo quando tínhamos que tocar músicas italianas e francesas do repertório da Rhodia, nós não brincávamos, tocávamos sempre bonito. Esse trabalho influenciou muita coisa que eu faço até hoje. É por isso que eu acho que a música é universal. Todo mundo tem influência de todo mundo”, diz Hermeto, que assumiu a tarefa de coordenar os arranjos coletivos, depois de alguns desentendimentos entre os músicos. Ele compôs também dois temas, que aparecem entre as 12 faixas do hoje raríssimo LP Brazilian Octopus (editado pela Fermata, em 1969): Rhodosando e Chayê, fusões de música pop com o ritmo cubano do chá-chá-chá. “Para compor essas músicas, inspirei-me nas modelos e nos rapazes que desfilavam para a Rhodia. Eu era músico da noite naquela época e já tocava de tudo”, lembra o compositor alagoano. Outros integrantes do grupo também contribuíram com composições próprias: Alemão (Canção Latina, parceria original com Vitor Martins, que já tinha conquistado o segundo lugar no Festival Internacional da Canção do México), Pegoraro (a jazzística Summerhill) e Lanny (a singela O Pássaro). A gravação desta última, por sinal, acabou provocando um bate-boca no estúdio entre Hermeto e os técnicos de som. “Como essa música tinha uma linha melódica repetitiva, ele escreveu um contracanto tocado por duas flautas, para variar um pouco. Só que, na hora da mixagem, o contracanto tinha sumido da gravação. O Hermeto ficou tão bravo que queria pegar o técnico”, diverte-se o saxofonista Carlos Alberto, lembrando também que o bruxo de Lagoa da Canoa não aparece na capa do disco porque não pôde comparecer à sessão de fotos. Um funcionário da agência de propaganda Standard, que gerenciava a conta da Rhodia, foi fotografado ao piano. Assim como um velhinho, um cachorro e uma criança, que não tinham nada a ver com a gravação mas aparecem na capa. A sessão de fotos foi realizada num terreno descampado, cuja aridez lembrava a superfície da Lua – referência à então badalada corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética. Produzido por Mário Albanese e Fausto Canova, o álbum do Brazilian Octopus inclui ainda arranjos das conhecidas Casa Forte (de Edu Lobo), Pavane (Gabriel Fauré), Canção de Fim de Tarde (dos bossa-novistas Walter Santos e Thereza Souza), Gosto de Ser Como Sou e Gamboa (ambas de Mário Albanese e Ciro Pereira), que exploravam uma característica sonoridade produzida pelas flautas com o vibrafone, o órgão e as guitarras. “Nunca recebemos um tostão por esse disco. Parece que ele foi lançado na Europa, onde fez até um certo sucesso”, diz Carlos Alberto, lembrando que os integrantes do Brazilian Octopus chegaram a procurar a diretoria da Fermata, para tirar satisfações sobre a vendagem do álbum. Em vez de cheques, receberam apenas elogios e um convite para gravar outro disco. Como imaginaram que não receberiam nada novamente, recusaram. Terminou ali o inusitado octeto. Três décadas depois , Hermeto Pascoal não se surpreende, nem mesmo se incomoda, ao saber que cópias domésticas do único álbum do Brazilian Octopus vêm circulando no formato CD, em São Paulo. “Se a gravadora não se interessa em fazer o CD, essas pessoas têm que copiar mesmo. É o único jeito que o público tem de ouvir a nossa música”, referenda um dos pais dessa raridade da MPB instrumental dos anos 60.
Agora, um disco de carnaval… Álbum lançado pela Chantecler e seu selo Rosicler, em 1974, apresentando uma série com diversos cantores do seu ‘cast’ para o carnaval de 1975. Este era para ter entrado na programação de fevereiro, mas como as coisas por aqui andam meio bagunçadas, vamos assim mesmo. Como já dizia o poeta, ‘o importante é que a nossa emoção sobreviva’. E emoção é o que não pode faltar, inclusive em músicas de carnaval, quando o carnaval era carnaval. Hoje é tudo politicamente muito chato…
Voltando aos pioneiros da guitarra elétrica, hoje temos o genial Bola 7, músico que ganhou espaço e fama internacional, principalmente a partir dos anos 60 quando se mudou de vez para os Estados Unidos, seguindo uma sólida carreira como instrumentista ligado ao jazz. Já postamos outro disco dele aqui, creio que o primeiro, lançado em 57 pela Odeon. Agora, temos ele de novo, ainda nos anos 50, acompanhado por quatro trombones, num repertório bem ao estilo da época, voltado para os dançantes.
Repito aqui o texto de apresentação do artista que fizemos no disco anterior…
Djalma Andrade, mais conhecido como Bola Sete. Violonista prodígio, iniciou sua carreira nos anos 40. Trabalhou ao lado de Ary Barroso por alguns anos no Programa “Trem da Alegria”. Formou logo em seguida seu conjunto, tendo como cantora Dolores Duran. Nos anos 50 excursionou pela América Latina e também esteve na Europa, se apresentando na Espanha com sua orquestra. Já era um músico destacado e internacional. Entre os diversos artistas brasileiros que debandaram para os ‘states’, Bola Sete foi um deles. Seguindo os passos de Luiz Bonfá e Laurindo de Almeida nos anos 50, o violonista foi também em busca do estrelato. Participou da noite de estreia da Bossa Nova, no Carnegie Hall, com o seu trio formado por Tião Neto no baixo e Chico Batera na percussão. Depois de algumas apresentações na terra do Tio Sam, ele acabou sendo contratado como artista exclusivo da rede de hotéis Sheareton, onde trabalhou durante uns três anos. Tocou com feras do jazz como, Dizzie Gillespie e Vince Guaraldi. Era considerado por muitos como o precursor do chamado ‘Latin Jazz’. Gravou por lá uma dezena de discos, dos quais poucos chegaram ao Brasil. Como adotou os Estados Unidos como sua morada, acabou se tornando esquecido em seu pais natal. Morreu na California em 1987.
Olha só os contrastes… Saindo do brega, vamos para um outro lado musical romântico, classudo, como cabia a todas as produções do selo Festa, que inicialmente era voltado apenas para registros de escritores e poetas. Poucos foram os discos dedicados à música. Na contracapa se pode ver dois outros lançamentos musicais, o lendário “Canção do Amor Demais”, com Elizeth Cardoso e “Mestres do Barroco Mineiro”, dois álbuns já apresentados aqui.
Agora temos esse belo e raro disco com Nicolino Cópia, mais conhecido com Copinha, clarinetista, flautista e saxofonista de origem italiana, nascido em São Paulo. Foi um dos mais importantes instrumentistas brasileiros, atuando por mais de 60 anos e em centenas de discos. Acompanhou os mais diversos artistas em gravações e apresentações, em shows, rádio e televisão. Este foi seu primeiro disco solo em 12 polegadas, acompanhado por seu conjunto. E nele temos um repertório bacana, bem variado, com temas nacionais e internacionais…
Que tal mais um brega romântico? Hehehe.. Desta vez temos o Júlio Cesar que fez sucesso com versões populares internacionais. Neste compacto de 1978 ele nos ‘brinda’ com duas das canções que entrariam no seu primeiro lp cuja a capa é a mesma do compacto. A balada romântica “Tu” foi lançada inicialmente em 1976. Ainda hoje é sucesso e um clássico do brega romântico…
Nossas postagens estão um verdadeiro ‘drops sortido’, atirando para todos os lados, agradando gregos e troianos. E desta vez temos aqui Betinho e seu conjunto (Alberto Borges de Barros), um dos pioneiros da guitarra elétrica e por conta disso, associado ao rock’n’roll, o que em parte não deixa de ser uma verdade, pois foi também um dos primeiros a ecoar o ‘balanço’ por aqui. Já tivemos a oportunidade de apresentar outros discos dele no Toque Musical. Agora trazemos este que foi seu primeiro lp, em 10 polegadas, disco este que não passa de uma junção de outros discos anteriores lançados pelo artista ainda em bolachas de 78 rpm, como duas música, como era de costume. Neste, o que temos é uma seleção de baião, mambo, choro e fox, ritmos de sucesso naqueles tempos. Vale conferir no GTM…
A vez do brega… do popular… E aqui, porque não dizer, da curiosidade. Afinal, como entender o brega sem realmente conhecê-lo? Então, temos nesta postagem um compacto do Ismael Carlos, figura que eu só vi uma vez, no programa do Bolinha 🙂 mas sei que ele fez sucesso na década de 80 e lançou alguns discos. Neste compacto temos duas músicas que embalaram o gosto popular tornando-se grandes sucessos, hoje, clássicos do autêntico brega-romântico…
Seguindo, hoje nosso encontro é com o baião, o baião gaúcho, já ouviram falar? Não, claro, isso é só uma brincadeira. Isso é apenas para mostrar a abrangência do baião. Aqui temos o gaúcho Ubirajara Silva, instrumentista (literalmente) de mão cheia, tocava sanfona, acordeon, bandoneon e outros teclados. Neste disco lançado pelo selo Musidisc, em 1955, temos uma visão bem interessantes do baião, numa série composta por Ubirajara e Glaciliano Silva. Vale a pena conhecer 😉
Hoje, temos para vocês este compacto, lançado pelo Rosenblit, através de seu selo AU – Artistas Unidos de uma cantora paulista, de descendência árabe, chamada Denise Kaláfe. Produzida, segundo contam pelo multinstrumentista e produtor Arnaldo Saccomani, que também toca nessas gravações. Segundo contam, D. Kaláfe e A Turma faziam sucesso na capital paulista como uma banda, tendo a frente a cantora Denise que tinha um estilo muito original e moderno de se apresentar. Um repertório também modernos interpretando música pop internacional. Parece que chegou a lançar um dois disquinhos, os compactos, sendo este de 1967 o primeiro com dois grandes sucessos da época…
Postei há pouco tempo atrás o volume 1, do Projeto Radamés Gnattali – “Dê uma canja”. Prometi que votaríamos com pelo menos o segundo volume e aqui está ele. Então, conforme nos apresenta Hermínio Bello de Carvalho, “pegue seu instrumento, afine-o pelo sinal emitido na primeira faixa do disco. E aí, deixe a emoção a solta. Dê uma ‘canja’, tocando o melhor da MPB, na companhia dos nossos melhores músicos. Pegue a partitura, se exercite na cifras. Sinta-se um integrante dessa orquestra que, a qualquer hora, está disposta a tocar com você.” 😉
Uma rara curiosidade temos hoje para vocês, Luiz Delfino e Os Esquilos Cantores. Segundo nos informa o saudoso Samuca em um comentário no Youtube, no canal do colecionador Luciano Hortêncio, esta gravação foi lançada em 1959, originalmente em disco de 78 rpm pela Odeon, que no ano seguinte relançaria no formato 7 polegadas (BZA 1026). Trata-se de um versão de “Christmas don’t be late”, de Ross Bagdasarian, criador de “David Seville and the Chipmunks”, em 1958 e que logo seria transformado em “Alvin e Os Esquilos”, uma franquia de sucesso que também virou desenho animado e foi também explorado com sucesso como programa na televisão americana. Aliás, um sucesso que acabou chegando aqui no Brasil, tendo o ator Luiz Delfino como o protagonista ao lado dos ‘esquilos’. Delfino, para os que não sabem começou no rádio, foi casado com a cantora Marlene, atuou também em muitos filmes e se popularizou na televisão em programas de humor, novelas e mini séries. Esta versão gravada por ele foi também lançada em Portugal pelo selo Parlophone. Como não existe uma capa para o disquinho, nós aqui procuramos fazer a embalagem de maneira que o produto ficasse mais atraente. Confiram no GTM 😉
Mais uma boa raridade que há tempos estamos para postar aqui no nosso Toque Musical. Mais uma vez marcando presença, Paulinho e seu conjunto e nesta trazendo, “Um passeio musical”, numa seleção de músicas do compositor mineiro Pacífico Mascarenhas. Este é um disco muito raro e que talvez muita gente não conheça, pois foi lançado através do obscuro selo Guarani, sendo possivelmente seu primeiro e único lançamento (não me recordo de outro disco com este selo). Somente há alguns anos atrás veio a ser relançado em cd, por iniciativa do produtor cultural Marcelo Froes e seu excelente selo/editora Discobertas. O lp original é hoje quase impossível de encontrar, só mesmo por sorte, em algum sebo da vida, ou através do Discogs, pagando caro na mão de gringo esperto 😉
Voltando aqui com mais um compacto. Desta vez, um dos muitos disquinhos que o tecladista da Jovem Guarda gravou pela CBS, onde era músico contratado da gravadora. Lafayette tocou em mais de 50 discos da Jovem Guarda, principalmente nos de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Já falamos dele aqui em outras postagens. Lafayette teve também um série de discos lançadas pela CBS, chamada “Lafayette Apresenta Os Sucessos”. Este compacto é uma amostra de um desses lps que faziam muito sucesso em 1967 e nele encontramos dois sucessos internacionais…
Outro artista que também gostamos muito e já postamos dele vários discos é o mineiro Luiz Claudio, cantor, compositor, que agora aqui retorna em seu primeiro lp de 10 polegadas. “Encontro com Luiz Claudio” foi lançado pelo selo Columbia, em 1956. O ‘long play’ de oito faixas traz uma série de músicas lançadas antes, em discos de 78 rpm.
Depois de uns três ou quatro discos de Papete, que tal mais um? 🙂 Taí, um artista que gostamos muito e sempre que possível, dá por aqui seu toque musical. Aqui temos dele uma produção independente que acabou sendo incorporada ao selo Discos Marcus Pereira, que nessa altura estava nas mãos da distribuidora ABW, que chegou a relançar em cd vários discos desse lendário selo nacional.
Papete foi um artista maranhense que muito se destacou no cenário da música popular regional. Gravou uns 17 discos, além de coletâneas que saíram ao longo desse tempo. Infelizmente, perdemos ele em 2016, aos 68 anos, vítima de um tumor na próstata.
“Voz dos arvoredos” foi seu oitavo disco, gravado em 1992, nos antigos estúdios da Copacabana, de forma independente. Um trabalho com nove faixas, carregado de um regionalismo fiel.
voz dos arvoredos
pequena danada
só de brincadeira
quintal de crioula – tocanco boieiro – carro vai virar
Checando aqui nossas postagens ao longo desses 17 anos de blog, percebo que até então, nunca publicamos este compacto maravilhoso e raro, da peça “Morte e Vida Severina, inspirada na obra poética de João Cabral de Melo Neto. Já havíamos postado aqui a trilha da peça em lp, lançado em 1966 e também a trilha na versão para o cinema, de 1977. Na ocasião, cheguei a comentar também sobre este compacto de 65 e creio que até inclui ele de bônus numa dessas publicações. Mas agora, aproveitando que ainda estamos no revezamento 7 por 12 polegadas, vamos dar a este disquinho o destaque que merece. Taí um compacto que eu não dispenso, me tornei um aficionado, já tenho oito exemplares e sempre que encontro algum outro eu tô comprando. Não há uma razão específica para essa loucura, mas já que não dão a devida importância, eu vou é tirar ele de circulação (maldades especulativas). É que eu tenho uma relação sentimental forte com este disco, desde de criança quando ainda nem sabia do que nele se tratava.
Enfim, este compacto traz trechos musicais do espetáculo encenado pelo grupo teatral do TUCA, quando então foi apresentado no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, em 1965.
Temos para hoje, Pachequinho e sua orquestra. Um maestro e bandleader bem comentado por aqui. Na época atuando pela Polydor com o pseudônimo de Don Pacheco, lançou alguns discos. Este é o primeiro, lançado em 1959, já na onda do HiFi, um falso estéreo trazendo um repertório misto, nacional e internacional, onde o pianista e sua orquestra passeiam por diferentes ritmos dançantes da época…