Hojerizah (1987)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Depois do disco da Dulce Quental, me lembrei do grupo de rock/pop carioca Hojerizah, por conta da música “Pros que estão em casa”. Esta canção que aparece no disco da Dulce é de Flávio Murrah, integrante do Hojerizah, um dos bons grupos da cena pop dos anos 80. Gravaram inicialmente, em 1984, um compacto no qual traziam as músicas “Que horror” e “Pros que estão em casa” O Hojerizah era formado por Flávio Murrah, Toni Platão, Marcelo Larrosa e Álvaro Albuquerque. Houve mais uns dois ou três músicos que também passaram pela banda. Em 87 eles estariam lançando seu primeiro lp, cuja a capa nos mostra, digamos, uma ‘releitura’ do impactante fotograma de um dos mais famosos filmes de Luis Buñel, “O Cão Andaluz” (1929).  Neste álbum de estreia eles também emplacaram outros sucessos o que lhes renderam a chance de um novo disco no ano seguinte, por sinal tão bom quanto este. Infelizmente, a banda durou apenas naquela década de 80, a turma logo seguiria para projetos solos. Confiram no GTM…
 
passos
tempestade em viena
dentes da frente
pros que estão em casa
roma
sol
senhora feliz
cinzas que queimam
tempo que passa
pessoas
 
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Dulce Quental – Délica (1985)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Dentro do nosso sempre sortido toque musical, eu trago hoje um disco de uma artista que há tempos espera sua vez para se filiar ao nosso grupo. Eu já havia separado o disco aqui, mas acabo sempre esquecendo… Temos enfim, Dulce Quental, cantora e compositora carioca, ex-vocalista da banda Sempre Livre, formada no início dos anos 80. Dulce tem hoje uma dezena de discos lançados, mas o que eu separei aqui é o seu primeiro disco solo, o “Délica”, um álbum que já chega esnobando pela qualidade dos músicos que a acompanham. Só por alto… temos Celso Fonseca, Nico Resende, João Donato, Márcio Montarroyos, Paulo Braga, Cazuza, a turma dos Titãs, Rui Motta, Claudia e Beti Niemeyer e mais um bocado de feras que dão a este disco um nível bem acima dos lps de música pop daquele momento. Neste álbum temos como destaque “Natureza Humana”, versão de Jorge e Waly Salomão para um sucesso internacional de Michael Jackson. Mas não fica só nisso… Querem ver e ouvir? Confiram no GTM…
 
délica
garganta
pros que estão em casa
natureza humana
tudo é mais
diferentes
prá nós
delicado demais
bossa do bayard
a bela morte
 
 
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Grupo Engenho – Engenho (1981)

Muito boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! Entre os muitos discos enviados pelo meu amigo Fáres, tenho aqui mais um que eu mesmo pouco conhecia, talvez uma ou outra música. Estamos falando do grupo catarinense Engenho, conjunto instrumental e vocal formado nos anos 70, na efervescência dos circuitos universitários, dos festivais e eventos. Gravaram três lps, sendo este o segundo. Param as atividades pouco tempo depois de lançarem o terceiro disco. Depois de mais de uma década o Grupo Engenho retoma os trabalhos com uma nova formação. Gravaram mais dois discos, sendo um cd e depois um dvd. Ao que parece, eles continuam atuantes. Infelizmente, não conseguiram um destaque nacional, mas bem que mereciam, pois sua música, embora muito atrelada ao regional, parece falar a todo o Brasil. Composições de qualidade e músicos também. Nessa leva veio também o primeiro lp, mas vamos deixar para uma próxima oportunidade, ok? Confiram este no GTM…
 
engenho
menina rendeira
fandango
carro de boi
exilio
gerações
braço forte
homem do planalto
tropeadas
aquela da baratinha
causas e consequências
vaquejada
 
 
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João Roberto Kelly E Os Garotos Da Bossa (1961)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje temos aqui um disco raro, difícil de encontrar, porém muito badalado, João Roberto Kelly e os Garotos da Bossa. Lançado em 1961 pelo selo Mocambo, este foi o primeiro disco gravado por João Roberto Kelly. Pianista, compositor, autor de grande sambas e marchinhas, músicas até hoje na memória do povo. Iniciou sua carreira musicando um espetáculo de Geysa Boscoli e Leon Eliachar, no final dos anos 50. Suas músicas fizeram sucesso na voz de grandes intérpretes e logo de início já havia emplacado músicas como “Boato”, “Brotinho Bossa Nova”… Músicas essas que estão presentes neste lp. Disco bacana, gostoso de se ouvir. Quem não conhece, a oportunidade é essa… Confiram no GTM
 
samba do teleco-teco
não sou atleta
porque foi que eu voltei
dor de contovelo
samba da cabrocha
passaporte pra titia
chega de lero lero (é teleco-teco que eu quero)
boato
brotinho bossa nova
consolo de otário
figurinha de boite
tempos modernos
 
 
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Barulho – Poeira Cósmica Distribuída Pela Vastidão Do Espaço (2017)

Boa noite, meus nobres amigos cultos e ocultos! Depois de postar aquele disco “objeto de arte” do Cildo Meireles, volto agora com outro disco, também do campo das artes visuais. Disco este também raro, em edição limitada, O ‘lp’ objeto, muito bonito, por sinal, vem neste álbum super elegante, com encartes e informações que registram o lado sonoro deste evento.
Produzido para o Festival Multiciplidade que é um evento de cunho internacional de performances audiovisuais e que acontece desde de 2005 no Rio de Janeiro, trazendo ao público um leque de atrações no Oi Futuro Flamengo e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O seu principal conceito é unir em um mesmo palco arte visual e sonoridade experimental.
Segue aqui um pouco mais do texto sobre este festival e o vinil Barulho:
 

O Multiplicidade sempre fez jus ao nome. Ao longo dos seus 14 anos de vida, o festival de imagens e sons inusitados, dirigido por Batman Zavareze, já se transformou em livro de arte (foram dez), teses de mestrado (em três estados do país) e até em uma série de televisão (no Canal Brasil). Agora, ele se desdobra em um novo formato: o vinil, com o lançamento de um disco com sons registrados na sua mais recente edição. A peça, com edição limitada, vem assinada pelos DJs e produtores Nado Leal e Calbuque. “Sendo um festival que traz no seu nome imagens e sons inusitados, confesso que tinha sempre em meu radar o sonho de um dia produzir um vinil” – explica Zavareze. –  “Um objeto de arte que tivesse a mesma importância do livro em nossa história, ser uma obra artística que resgate em nossa memória a experiência do festival.” A oportunidade de transformar esse sonho em acetato surgiu em 2017, quando o barulho foi o tema central do festival. O evento teve a participação de artistas da França, Itália, Canadá, Espanha, Sri Lanka e, claro, do Brasil, incluindo dez representantes da comunidade Kuikuro, no Xingu, como resultado de um intercâmbio promovido pelo festival, em parceria com o People’s Palace Projects, dirigido pelo britânico radicado no Brasil, Paul Heritage, com o centro de pesquisa britânico da Queen Mary University of London, com a Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu (AIKAX) e com o Núcleo de Estudos em Economia Criativa e da Cultura (NECCULT/UFRGS). Foram dias e noites intensos, com experimentações musicais e visuais inesquecíveis.  Tivemos a videoarte de Tarik Barri (Holanda) na performance “Continuum AV”; o espetáculo de ruídos e luzes “Field”, de Martin Messier (Canadá); o minimalismo digital de Alex Augier (França) em “_nybble_” e a performance arrebatadora da Quasi-Orquestra. Presenciamos o cinema sensorial de Carlos Casas (Espanha), ao lado do Chelpa Ferro, com intervenções de Neil Leonard e Nikhil Uday Singh; uma instalação do coletivo Manifestação Pacífica e o virulento show do Ninos du Brasil (Itália). Curtimos também o desfile coletivo do Looping: Bahia Overdub, a música desafiadora do DJ Coni (França) e as obras de DMTR, Fabiano Mixo e Gabriela Mureb. “Pudemos explorar e investigar o som com especial atenção como jamais havíamos pensado. Tivemos dez diferentes línguas de países que representaram a multiplicidade e riqueza de nosso line up” – conta o curador. –“ Coletamos sons com gravações de campo do Xingu e com os barulhos do público na abertura. Registramos também todas as performances durante o festival.”  Depois de organizar todos esses sons e registros, o festival convidou Nado Leal e Calbuque, com suas vivências como DJs, para criar um remix livre e pessoal do que aconteceu na temporada 2017 do Multiplicidade. O resultado é uma peça nova, única, (re)criando camadas hipnóticas e poéticas com um novo corpo sonoro. Lado A (Nado), lado B (Calbuque). “Poder trabalhar e reorganizar artistas como Carlos Casas, Chelpa Ferro , Alex Augier, Dmtr, entre outros, foi provocador”  – admite Nado. – “Mas aos poucos foi nascendo essa faixa ininterrupta, às vezes lúdica, em outras brutal e incômoda.” “Foi um desafio que me pegou de surpresa e me estimulou muito” – conta Calbuque. – “Vi todas as apresentações do festival e sabia o contexto exato de cada som que tinha nas mãos. O que busquei foi re-contextualizar aquelas células musicais e tentar criar algo novo, sem perder o sentido de experimentação que marcou o festival. Foi um meticuloso trabalho de arquitetura sonora.” Com o trabalho finalizado, o design recebeu um cuidado todo especial, com a direção de arte da Bold°_a design company, comandado por Leo Eyer. O resultado foi uma edição luxuosa com capa dupla, com encarte gráfico especial, com fotos em páginas duplas e uma bolacha em acrílico vermelha. “É mais um registro e um documento histórico de uma longa caminhada. Regando a arvore que não para de crescer e gerar novos frutos.” – resume Batman Zavareze (Idealizador e curador do festival Multiplicidade)

barulho…

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Torquato Neto – Um Poeta Desfolha A Bandeira… (1985)

Boa tarde a todos, amigos cultos e ocultos! Nesta semana recebi dezenas de lps, enviados pelo meu amigo Fáres. Três pacotões recheados de disco de música brasileira. Nesses eu ainda não mexi, mas olhando por alto, não pude resistir a este lp, “Torquato Neto – Um poeta desfolha a bandeira…”. Uma edição produzida pelo Centro de Cultura Alternativa, do Rio de Janeiro em parceria com a Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo do Piauí que já havia dado o pontapé inicial criando o Projeto Torquato Neto. Lembrando que nosso poeta nasceu no Maranhão, daí a parceria entre duas secretarias de cultura de dois estados. Este disco procura homenagear e pontuar a figura do poeta, letrista, jornalista e ator maranhense que foi uma das importantes figuras do movimento da Tropicália. Parceiro de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo, Jards Macalé e outros. Aqui neste lp temos uma seleção de suas parcerias mais conhecidas. Uma compilação, em boa parte, de músicas que se tornaram grandes sucessos nas vozes de Elis Regina, Nara Leão, Gal Costa e os próprios Caetano e Gil. Este disco, por não ser comercial foi produzido em apenas dois mil exemplares, assim, considerando ter sido lançado em 1985, hoje talvez, já não existam tantos por aí.
 
louvação – elis regina e jair rodrigues
pra dizer adeus – elis regina
a rua gilberto gil
vento de maio – nara leão
zabelê – caetano veloso e gal costa
marginália II
geléia geral – gilberto gil
ai de mim copacabana – caetano veloso
mamãe coragem – gal costa
deus vos salve a casa santa – nara leão
let’s play that – jards macalé
três da madrugada – gal costa
 
 
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Jackson do Pandeiro – Ritmo Melodia E A Personalidade De Jackson Do Pandeiro (1961)

Olá, meus queridos amigos cultos e ocultos! Aos trancos e barrancos, com atrasos e algumas falhas, vamos seguindo com a nossa missão, trazer a cada dia um disco diferente. E aqui no Toque Musical disco é o que não falta, para alegrar gregos, troianos e baianos. 
Hoje nosso encontro é com o genial Jackson do Pandeiro em um disco que, creio eu, foi seu primeiro lp de 12 polegadas, lançado pelo selo Philips em 1961. Aqui temos um belo exemplar da essência musical de um dos maiores nomes da nossa música popular, um disco com muito xote, xaxado, baião, samba e forró. Disco bacaninha, vale a pena ouvir e conhecer…
 
aquilo bom
dá eu pra ela
empatou
dr. boticário
rojão de brasília
língua ferina
a mulher que virou homem
nem o banco do brasil
carta pro norte
proibido no forró
criando cobra
lição de tabuada
 
 

Francisco Moraes – O Baile Da Menina Moça (1960)

Boa noite, meus amigos cultos e ocultos! Na sequencia de nossas postagens, hoje temos “O Baile da Menina Moça”, disco com o maestro e pianista Francisco Moraes e seu conjunto traçando um repertório para embalar as festas de adolescentes daquele começo de década de 60. Aqui tem um pouco de tudo, samba, bossa, cha-cha-cha, rock… Disquinho realmente muito gostoso de ouvir e também, porque não? Dançar… 🙂 Vamos ao baile do água e palito!
 
menina moça
camelo
fechei a porta
romântica
banho de lua
pillow talk
marina
luna de miel en puerto rico
lua azul
leva-me contigo
carinho e amor
tome continha de você
 
 
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Elizeth Cardoso – Canção Do Amor Demais (1958)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Mesmo ao longo de uns 15 anos envolvido com essa ‘cachaça’ que é ser blogueiro, eu confesso que não sei nada sobre a parte técnica da coisa. Não fosse o automatismo, a intuição e mais ainda ao apoio e atenção de meu provedor, o Toque Musical estaria hoje apenas na versão matriz do Blogspot e talvez tivesse tomado o mesmo destino de todos os outros blogs semelhantes, fechar. Mas, enquanto houver ‘tesão’ por aqui, vai haver emoção. E emoção é o que não me falta. Vejam vocês, aqui estou eu postando novamente o emblemático “Canção do amor demais”, da Elizeth Cardoso. Este é um disco o qual já foi apresentando aqui e por certo todo mundo que gosta e entende de música já o conhece, não é novidade. Mas finalmente, depois de tanto procurar, achei um exemplar original, de época, quase tão prefeito quanto a 62 anos atrás. Só peca pela assinatura da antiga dona que se encontra na capa. Mas, tudo bem, estou muito feliz de agora ter um exemplar original de 58, do selo Festa. Junta-se a este o cd e uma versão em lp lançada nos anos 60. 
E como alegria não é coisa para se ter sozinho, eu aqui a compartilho com vocês. Extraído agora a pouco da minha Philips 312. Confiram no GTM… 😉
 
chega de saudade
serenata do adeus
as praias desertas
caminho de pedra
luciana
janelas abertas
eu não existo sem você
outra vez
estrada branca
vida bela
modinha
canção do amor demais
 
 
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Cildo Meireles – Sal Sem Carne (1975)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Dentro da nossa premissa, “ouvir com outros olhos” eu hoje trago algo que vai além do tradicional, ou do convencional. O que temos aqui não é apenas um disco de vinil e seu conteúdo não é exatamente musical. Este disco é uma espécie de ‘objeto de arte’, uma produção do artista plástico Cildo Meireles, um dos mais importantes nomes da arte contemporânea brasileira. Recentemente alguém colocou a venda um exemplar deste disco no Mercado Livre e redes sociais e chamou a atenção de quem gosta de vinil, muito por conta de seu valor e da sua obscuridade (óbvia) dentro de um cenário de colecionismo, que necessariamente não passa pelos campos da arte. Por certo, poucos sabem do que realmente se trata este disco. Mas a curiosidade foi grande devido ao alto valor da oferta, algo em torno de 20 mil reais. Embora, como disse, não seja este um disco de músicas, achei interessante trazê-lo para apresentar a vocês, pois o conteúdo sonoro não se encontra na íntegra nem no Youtube . Segue o texto… 
“Concebido como uma espécie de radionovela por Cildo Meireles, após uma estadia nos Estados Unidos em 1974 e realizado no Rio de Janeiro em 1975 com corte e prensagem da Tapecar, editado pela Galeria Luiz Buarque de Holanda e Paulo Bittencourt, o disco Sal Sem Carne reúne captações sonoras que vocalizam o embate entre a civilização branca e os coletivos indígenas do Brasil. O disco traz, em si, uma questão de escuta – o ouvinte pode “equalizar” no seu aparelho os quatro canais que apresentam o colonizador (a marcação de um relógio e festas religiosas); e do colonizado (depoimentos de remanescentes indígenas das tribos xerente, kayapó e krahô). As imagens centrais, na capa e na contracapa, mostram de um lado o momento de um ritual da tribo krahô (massacrados nos anos 40) e de outro, um registro feito pelo próprio artista de um homem catatônico, com sua cabeça ensimesmada em um canto de parede. As fotos menores são registros de Max Jorge Campos Meireles, que documentou o entorno das gravações em áudio. ‘Sal Sem Carne’ é uma complexa obra conceitual, sendo um marco histórico da arte contemporânea brasileira.”
 
sal sem terra – parte 1
sal sem terra – parte 2


 

José Orlando – Um Disco E Doze Sucessos (1959)

Boa noite a todos os companheiros, amigos cultos e ocultos! Aqui mais um disco que eu recolhi de um sebo. Me chamou a atenção logo de cara, ou por outra logo pela capa, bem ‘diferentona’, não acham? Eu confesso que até então nunca tinha ouvido falar deste artista, José Orlando, cantor paraibano que iniciou sua carreira no início dos anos 50. Cantou em diversas rádios pelo Brasil. Este, ao que parece, foi seu primeiro lp, disco este com regência de Elcio Alvarez e arranjos de Guerra Peixe. O repertório é muito bom, tendo nele várias músicas de sucesso. E como iremos ver, José Orlando não deixa a peteca cair, canta com naturalidade, voz direta e agradável. Na contracapa temos um bom texto de apresentação. Daí, eu deixo que o mesmo cumpra o seu papel. Confiram no GTM
 
perfume de gardênia
sete notas de amor
chega de saudade
vai, mas vai mesmo
piove
ave maria lola
o diário
castigo
balada triste
lamento
all the way
 
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Celinha Alves – Haroldo Medina – Eles Cantam Assim (196…)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Então, que tal um compacto para a gente variar um pouco? Olha aqui este disquinho que achei num sebo. Pessoalmente, adoro coisas raras e obscuras. Pode ser até uma tremenda bobagem sonora, desde que seja obscura, curiosa e rara. Bem, não é exatamente o caso aqui. Para a minha surpresa o disquinho até que é bem legal. Trata-se de um compacto duplo, com quatro faixas, sendo de um lado com a cantora Celinha Alves e do outro o cantor Haroldo  Medina. Agora, quem são esses artistas é que é difícil descobrir. Passei hoje, boa parte da tarde pesquisando este compacto e também o seus artistas. Sabem o que eu encontrei, nada! Por certo temos aqui dois intérpretes desconhecidos, de um selo desconhecido, de uma época desconhecida… Aqui só localizamos os maestros, no caso Nelson Piló, violonista, compositor e arranjador mineiro, conhecido principalmente por suas adaptações para músicas de Ernesto Nazareth e Catulo da Paixão Cearense. Neste disco  é ele que acompanha o cantor Haroldo Medina. Já Celinha Alves é acompanhada pelo maestro sergipano, Luiz Almeida D’Anunciação, o Pinduca. Dois momentos distintos, dois artistas bem acompanhados, porém, no meu entender é Celinha Alves o grande destaque, tanto pela performance, quanto pelo repertório, um samba com frescor de bossa nova e um bolero. Disquinho interessante. Espero que numa hora dessas apareça aqui alguém para nos dar mais informações. Por hora, vamos apensa conferir, ok?
 
e agora? – celinha alves
cruel mentira – celinha alves
morena linda – haroldo medina
zélia – haroldo medina
 
 
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Ary Barroso – Encontro Com Ary Barroso (1964)

“Meus amigos (cultos e ocultos). Este ‘long-playing’ é um documentário. Quero deixar às futuras gerações alguma coisa que o tempo não destrua. Muita gente, daqui a muitos anos – quem sabe? – irá ouvir falar no compositor popular Ary Barroso. Então, fazendo rodar este disco, poderá ouvir minha voz e meu piano. Não é um piano ‘virtuoso’ e nem uma voz de ouro. É o piano simples que me ajudou a descobrir harmonias. É a voz metálica dos microfones e dos ‘bate-papos’. Se o meu objetivo for estimado, então estarei perfeitamente tranquilo e compensado”.
Assim escreveu Ary Barroso na contracapa deste lp de 10 polegadas, lançado pela Copacabana em 1964. Acredito que este tenha sido um dos últimos discos de 33 rpm lançados no Brasil, pois já nesta época os vinis de 12″ eram a grande sensação e adotados por toda a indústria fonográfica brasileira. Mas este é, sem dúvida, um registro histórico, um disco que nessa altura merece ser colocado em um quadro, como uma lembrança deste que foi um dos maiores compositores brasileiros. Confiram no GTM…
 
trapo de gente
minha mágoa
risque
camisa amarela
na baixa do sapateiro 
rancho fundo
choro brasileiro
nem ela
aquarela brasileira
 
 
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Teatro União E Olho Vivo – Bumba Meu Queixada (1978)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Temos atrasado nossas postagens por conta de alguns problemas técnicos e uma suposta invasão de ‘hacker’ aqui em nossa filial o que acabou nos gerando muita dor de cabeça… Mas, enfim, estamos seguindo…
Hoje temos aqui um disco do selo Marcus Pereira lançado em 1978. Trata-se do Teatro União e Olho Vivo, grupo de teatro de rua formado na década de 70, em São Paulo e ao que nos consta ainda em atividade, sendo hoje em dia uma das mais tradicionais e antigas companhia não profissional de teatro popular no Brasil. O grupo, desde a sua formação, tem por objetivo apresentar-se em comunidades carentes da periferia de São Paulo, levando a este público um conteúdo de valorização da expressão popular através da música, do circo, do folclore, cordel, teatro de revista, o futebol, samba e tantos outros temas explorados por eles ao longo deste tempo. Este disco registra um pouco disso. É uma amostragem sonora musical incluindo obras do espetáculo “Bumba Meu Queixada”. Participam do disco também o violonista Adauto Santos e o Marcus Vinicius, também compositor e diretor artístico desta gravadora. É, sem dúvida, um disco dos mais interessantes e que vale a pena conhecer. Em seu conteúdo há mais informações sobre este trabalho. Confiram no GTM…
 
viva meu boi
pot pourri do bumba
frevo do caboclo do arco
testamento do boi
bumba meu queixada
hino do teatro união e olho vivo
parque arco-íris
oi mané
império de belmote
çai çai açaiê
em busca de uma nova flor (gaivota)
 
 
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Clovis Pereira, Orquestra E Coral Da UFPB – Grande Missa Nordestina (1979)

Boa noite a todos amigos cultos e ocultos! Como todos devem saber, o blog Toque Musical tem duas versões, uma no Blogspot e outra no WordPress. Temos também uma terceira janela, também pelo Blogspot direcionado apenas para as nossas produções exclusivas, que são as diferentes coletâneas que aqui criamos. Pois bem, mesmo com a ajuda de alguns colaboradores e parceiros, ainda assim estou com dificuldades para manter em dia nosso toques musicais. Não é só a habitual falta de tempo, mas também alguns problemas técnicos e invasão ao site, que acabam comendo nossos dias. Daí a razão de nossos atrasos naquilo que deveria ser diário. Porém, como sempre digo, tardamos mas não faltamos 😉
Muito bem, aqui vai o disco do dia, um exemplar para quem gostar de música sacra. Temos aqui a Grande Missa Nordestina, obra composta pelo pernambucano Clóvis Pereira, um dos mais importantes compositores nordestinos. Músico talentoso, pianista, arranjador e regente. É compositor de frevos, maracatus e caboclinhos e também de obras eruditas para coro e orquestra e de peças como esta que hoje apresentamos, um disco do memorável selo Marcus Pereira, gravado em 1978. Aqui temos Clóvis Pereira regendo a Orquestra e coral da Universidade Federal da Paraíba. 
Os detalhes sobre este disco estão todos na contracapa, dessa forma o que mais tenho a acrescentar é apenas, podem conferir no GTM…
 
kyrie
glória
credo
sanctus
agnus dei
 
 
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Betinho e Seu Conjunto – Betinho, Twist e Bossa Nova (1963)

Olá, meus amigos cultos e ocultos! Seguindo em nossa trilha sortida de discos e gravações raras, coisas que se escuta com outros olhos e coisa e tal… Temos mais uma vez em nossas listas, Betinho “o rei da noite” com seu conjunto, em disco do selo Copacabana, lançado em 1963. Sentido as mudanças no campo musical, Betinho e seu conjunto embala no twist e na bossa nova. Taí um disco bacana e diferentão, agrada tanto aos amantes da bossa, mpb, como também a turma do rock. De um lado temos o twist e destreza deste guitarrista que foi, sem dúvida, um dos maiores. Do outro lado ele pega de leve, cai na bossa nova e investe como o cantor. Bacana este disco, vale a pena conhecer.
 
anda
neurastênico
wadiya
twist watch
apache
a cachorrinha da madame
sambalanço bossa
sou feliz
garota sambalanço
beija-me
 

Poly – Alô Alô Poly (1974)

Olá, caríssimos amigos cultos e ocultos! Temos para o dia de hoje um lp do multi-instrumentista Angelo Apolonio, mais conhecido como Poly. Este músico dominava com maestria diferentes instrumentos de corda. Já postamos outros discos dele no nosso Toque Musical e agora temos o prazer de trazer de trazê-lo de volta neste lp, que eu acredito ter sido talvez um dos últimos disco que gravou ao lado de um time de outros músicos também de primeira. Curiosamente, este lp não consta em sua discografia. E por sinal, um disco muito bom, vejam pelo repertório…
 
folhas secas
pior pra ela
retalhos de cetim
eu só quero um xodó
eu bebo sim
deus me perdoe
alô alô
teimosa
ninguém põe a mão
camisa 10
orgulho de um sambista
tico tico no fubá
 
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Teatro Folclorico Brasileiro Brasiliana De Miecio Askanasy – Ritmos Danças E Canções Do Brasil (1955)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Segue aqui um disco dos mais interessantes, colhido aqui mesmo na internet, em um dos muitos blogs de música que já fecharam suas portas, acredito que seja do saudoso Sintonia Musikal. Enfim, temos aqui este lp lançado pelo selo Columbia, apresentando o Brasiliana -Teatro Folclórico Brasileiro, grupo cênico-musical formado no Rio de Janeiro no final dos anos 40. Uma grande companhia, grupo formado por trinta artistas, entre cantores, bailarinos, músicos e atores. Fizeram muito sucesso logo em sua estreia. Logo em seguida partiram para uma turnê vitoriosa e longa, de quatro anos pela Europa. Este lp foi gravado na França e lançado no Brasil logo que o grupo regressou ao Brasil. Neste disco de 10 polegadas encontramos oito temas clássicos do nosso cancioneiro popular. Na contracapa, como se pode ver, temos mais detalhes sobre o disco. Temos como cantor principal Nelson Ferraz. O grupo aqui é acompanhado pela orquestra do francês Leo Chauliac que também cuida dos arranjos juntamente com José Prates e Ary Silva. Sem dúvida, um disquinho dos mais interessantes e raros de se ver e ouvir nos dias de hoje. Confiram no GTM…
 
peguei um ita no norte
roda moenda
vou vender meu barco
carrapato
maracatu
gingando
velha bahia
ninguém me ama
 
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Módulo Quatro – Bossa Carrossel Brasileiro (1970)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Para a nossa salada musical ficar realmente sortida, eu hoje estou trazendo um pouco da herança deixada por outros blogs musicais que hoje já não existem mais. E no caso aqui, me recordo, este disco foi postado pela Bruxa do Vinil em seu blog Abracadabra, um dos melhores espaços com um acervo incrível. Pena que fechou. Daí, vez por outra, eu ressuscito um para enriquecer nossas fileiras.
Então, hoje vamos com este quarteto instrumental que é um encanto só. O Módulo Quatro foi um grupo formado por quatro experientes músicos: Carlos Nobrega nos teclados, Mário Augusto no contrabaixo, Joni Soto, nas cordas e Toni Marcílio na bateria. Lançaram a penas este lp, em 1970 pelo selo Chantecler. Disco bacana, músicas autorais e com muita bossa. A contracapa traz um texto complementar, o que já me poupa aqui o trabalho de entrar em detalhes. Melhor mesmo é ouvir, conhecer esse que foi, sem dúvida, um dos excelentes discos da chamada ‘bossa tardia’. Não deixem de conferir…
 
cantiga para meu amor
módulo 4
viagem
ao cair da tarde
alegre passeio
genipapo
salpicando
bossa norte
passeando em recife
rememorando
pingos nos is
você voltou
 
 
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Trio Tamoyo – Interpreta Ritmos Variados (1960)

Olá, meus caros amigos cultos e ocultos! Já não é de hoje que temos tido problemas aqui no nosso Toque Musical, por conta de tentativas de invasão de hackers, pessoas interessadas em boicotar nossa missão, os famosos ‘espírito de porco’. Felizmente temos um ótimo provedor que não deixa a nossa peteca cair. Porém essas invasões tem nos tirado do ar e por consequência atrasado as postagens. Mas estamos aí, sempre presentes.
E para hoje temos aqui um disco das antigas, o primeiro e único disco do Trio Tamoyo, surgido no Ceará no final dos anos 50. Este conjunto era formado por Ary Silva, José Roberto e Ribamar. Fizeram muito sucesso, logo de início, se apresentando em rádios de Pernambuco, Bahia e finalmente Rio de Janeiro. E finalmente alcançaram seu objetivo que era gravar um disco. Eles conseguiram, gravaram este lp pelo selo Prestige, um disco onde eles interpretam os ritmos mais populares daquela época, sendo boa parte do repertório autoral. Infelizmente, por contingências do destino acabaram não vingando, ficaram apenas neste lp, que por sinal é muito bom. Podem conferir…
 
assim.. assim…
costume de praia
mercadora do mal
explicação
longe da vida
na orla do mar
recado pra yaya
tortura
dance o molengue
tormento
beijo demorado
mambo quente
 
 
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Mestre Suassuna E Dirceu – Capoeira Cordão De Ouro (1975)

Olás, amigos cultos e ocultos! Este está sendo mesmo um mês dos mais sortidos e variados em nosso Toque Musical. Cada dia um disco diferente, sem restrições. Gosto dessa mistura de gêneros, estilos…. E para hoje aqui temos um disco de capoeira, lançado pela Continental em 1975, através de seu selo Musicolor. “Capoeira Cordão de Ouro” é um lp que assim como muitos outros ligados a Capoeira fez muito sucesso nos anos 70, chegando a lançar mais dois ou três volumes nesta série Mestre Suassuna e Dirceu e seu grupo Cordão de Ouro.  Apreciado, certamente e em especial, por pessoas que praticam capoeira. Mestre Suassuna (Reinaldo Ramos Suassuna) é considerado um dos mais importantes mestres da capoeira no Brasil. Fundou o grupo Capoeira Cordão de Ouro em São Paulo, nos anos 60. 
Confiram este que foi o primeiro disco. Em uma nova oportunidade a gente apresenta os outros, ok?
 
capoeira de são salvador
a morte do capoeira
areia do mar (samba de roda)
são bento grande
cavalaria
iuna
quando eu morrer, disse besouro
luana é
canticos de capoeira
tava lá em casa
dente de ouro
pisa caboclo
 
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Célio Evangelista – Reflexos (197…)

Olá, amigos cultos e ocultos, um bom dia para vocês! Aqui vou eu trazendo mais um daqueles discos que só mesmo por aqui podem ser vistos e ouvidos com outros olhos. Como todos já devem saber, uma coisa que gostamos é de postar discos obscuros, raros e curiosos. E este aqui tem tudo a ver… Um disco instrumental, solo, de piano. “Reflexos” é o nome do lp e por aqui, o que temos pode ser muito pouco para essa apresentação. Do pouco ou quase nada o que sabemos é que este disco está ligado a comunidade espírita. Trata-se de um disco interpretado por um pianista, Célio Evangelista, com músicas de autoria da médium Neusa Timponi. Do pouco que encontramos na rede, sabemos que as músicas de Neusa Timponi são psicografadas, ou seja, músicas de espíritos por ela incorporados. Pelo pouco que sabemos, “Reflexos” teve um segundo disco, o volume 2, que segue na mesma linha e interpretado também por esse pianista. Ao que parece, este lp foi lançado na década de 70, mas não sabemos ao certo o ano. Quem gosta de músicas com piano, ao estilo floreado, deve talvez gostar deste aqui. Confiram no GTM
 
roda da vida
outono
caixinha de música
nise
leila
solange
daniela
teca
mirian
marcelo
via lactea
música de ninar
irma
laurita
no tempo da vovó
tita 
lourdinha
 
 
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Fred – Da Cor Do Chocolate (1989)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Em uma das minhas muitas idas a São Paulo, achei num sebo este disco que de cara me chamou a atenção por conta de sua capa, ou melhor, o modelo de capa que fugia totalmente dos padrões que conhecemos, capa em uma espécie de estojo (plástico duro), criada e patenteada pelo próprio artista. Coisa pouco funcional em se tratando, no caso, de uma coleção, mas interessante enquanto conceito de um álbum. E o álbum aqui é a expressão do que passou a ser conhecido como ‘samba-rock’, um tipo de música que nos remete a Jorge Benjor, Bebeto, Franco, Hélio Matheus… Inclusive este último, Hélio Matheus, está presente na parceria da música que dá nome ao disco. “Da cor de chocolate”, acredito, foi o segundo lp de Fred. Ele antes já havia gravado “Olhos Negros”, disco também nessa linha de samba-rock. Infelizmente, pouca ou quase nada a gene encontra de informação sobre esse artista. No Youtube é possível ouvir os discos, inclusive no canal do próprio artista, porém, nem lá le fez questão de uma pequena resenha. Enfim, o disco está aí… Diversão garantida para quem curti um swing. Confiram no GTM… 
 
linda e consciente
bay rock reg bey
lago do tanque
mimosa
abolição
da cor do chocolate
talento
minha metade
mensageira
deixa o amor
 
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Dhaal – Estrela Do Amanhã (1987)

Digam aí, amiguinhos cultos e ocultos, tudo bem? Hoje o tempo está curtíssimo e para não ficarmos a ver navios, vai aqui um pronto e de gaveta. Um disco que só agora eu me toquei qual foi o motivo dele ter ficado na gaveta. Simplesmente não encontrei informações sobre o nosso artista. Mas, agora, já que comecei, vamos em frente… Temos aqui o cantor e compositor Dhaal, mineiro da cidade de Leopoldina, única informação a respeito deste artista que gravou em 1987 este lp, “Estrela do Amanhã”. Trabalho bem produzido e lançado pelo selo independente Lup. O repertório e quase todo autoral, mas cabe também músicas de outros artistas e em destaque temos aqui uma versão para o clássico do Clube da Esquina, “Para Lennon e McCartney”, de Lô, Márcio Borges e Fernando Brant. Está aí, mais um disco que só se encontra aqui no nosso Toque Musical. Confiram no GTM…
 
sonhar demais
blue nada mais que blue
catavento
por isso estou aqui
para lennon e maccartney
américa do sul
guardião
cantador
tem qualquer coisa no ar
 
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Don Pacheco E Sua Orquestra – Hoje É Dia De Rock (1960)

Olá, amiguíssimos cultos e ocultos! Mais um ‘Don’ aqui para vocês… Naquele período , final dos anos 50 e início dos 60 parece que era muito comum se usar o ‘Don’ a frente de um nome para lhe dar um caráter mais nobre, talvez de artista internacional, sei lá… Mas uma coisa é certa, geralmente eram pseudônimos. Neste lp temos Don Pacheco, que nada mais é que o maestro Pachequinho, numa nova investida, o rock, então um novo estilo que por aqui estava nascendo. “Hoje é Dia de Rock” é uma festa, com doze temas internacionais dos primórdios de um dos gêneros mais populares e de sucesso que é o tal rock’n’roll. Disco bacana, vale muito conferir…
 
tootsie
oh boy
rock around the rhine
dreamy melody
upturn
right now
el rancho rock
hope in my jalop
rockin’in
white silver sands
i never felt like this
wake up little susie
 
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Fafá Lemos E Seu Violino Com Surdina (1958)

Olá amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós, hoje com o lendário violonista Fafá Lemos em um de seus muitos discos gravados pela RCA Victor. Neste, lp de 10 polegadas, lançado em 1958 traz um repertório quase  todo instrumental de sambas, choros, maxixe, baião e beguines, todos temas bem conhecidos que não tem como não agradar. Em “Time Perna de Pau”, um samba bem na linha Adoniran Barbosa, temos também o prazer de ouvir o Fafá cantando. Disquinho bacana, podem conferir…
 
feitiço da vila
delicado
time perna de pau
mil violinos
dengoso
chão de estrelas
giannina mia
fafá em hollywood

Don Junior E Seu Sax Maravilhoso – Bossa Nova Vol. 2 (1963)

Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! Tenho aqui para vocês um disco que comprei recentemente num sebo por apenas 3 reais. Sim, ainda é possível encontrar discos a esse preço, até porque, algumas coisas, mesmo tendo o Mercado Livre e Discogs como régua, só desperta interesse de um público muito específico. No caso deste disco, verdade seja dita, foi mesmo um achado de muita sorte pois se trata de um belo exemplar de disco de bossa nova instrumental. Aqui temos Don Junior e Seu Sax Maravilhoso, um pseudônimo para o flautista e saxofonista argentino e naturalizado brasileiro, Héctor Costita. Costita nasceu na Argentina, mas mudou-se para o Brasil ainda nos anos 50, quando então veio para cá tocar na orquestra do maestro italiano Enrico Simonetti e Carlos Piper, contratado da gravadora RGE. Hector Costita esteve presente no surgimento da Bossa Nova e também fez parte da cena, gravou e acompanhou grandes nomes da nossa música como João Gilberto, Elis, Simonal e muitos outros. E foi nesta gravadora, RGE, que Héctor Costita gravou seus primeiros discos no Brasil, tanto com seu nome, como no “O Fabuloso Héctor”, como também usando pseudônimo como este e com o qual gravou dois lps: Don Junior e Seu Conjunto e Seu Sax Maravilho – Sambas, volumes 1 e 2. Curiosamente, talvez até antes, esses dois discos foram lançados pelo pequeno e obscuro selo SBA, que segundo dizem era de Simonetti. E nesses, embora seja a mesma capa, o título muda, era então Bossa Nova, conforme podemos ver neste exemplar que agora apresento. O repertório é o mesmo do disco RGE, uma seleta de sambas modernos, bossanovistas e da melhor qualidade, como podemos verificar  logo a baixo. Confiram no GTM…
 
só danço samba
ah se eu pudesse
nõs e o mar
raízes
sambossa
boa noite rio
o barquinho
a mesma rosa amarela
samba de uma nota só
volta por cima
foi a saudade
samba do avião
 
 

Agnaldo Timóteo – Obrigado Querida (1967)

Olá, amigos cultos e ocultos. Para a nossa tristeza, hoje lá se foi o Agnaldo Timóteo. Mais um grande artista que estamos perdendo, mas que fica também para sempre na memória da música popular brasileira. Um cantor controverso, polêmico, mas acima de tudo de um grande caráter. 
Fica aqui a nossa homenagem a ele em um de seus discos de maior sucesso, o “Obrigado Querida”. Neste temos uma série de músicas inesquecíveis, versões de ‘hits’ estrangeiros que fizeram sucesso em sua interpretação. Um disco também com clima de Jovem Guarda, porque não? Vale a pena relembrar… Grande Agnaldo Timóteo! Agora cantando no Céu. Confiram no GTM…
 
meu grito
livre (born free)
não pensa em mim (non pensare a mi)
se tu não fosse tão linda (se tu non fossi bella come sei)
creio sim (non credo)
junto a ti eu terei paz (fais-la rire)
mamãe estou tão feliz (mamma)
não me deixe mais
os verdes campos da minha terra (green green grass of home)
l’amour toujours l’amour
obrigado querida (mercy cherie)
quando não me quizeres mais  (quando vedro)
 
 
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Anamaria & Mauricio – No No No… Estamos Na Nossa (1970)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje estou trazendo um disco que há muito já devia ter entrado em nossa lista. Porém, de um disco um tanto quanto obscuro, se tornou na última década uma badalação, muito por conta dos gringos que o descobriram e daí, vocês já sabem, recebeu a ‘chancela’ internacional, se torna logo o supra-sumo da raridade, objeto de desejo das novas gerações de colecionadores. O disco passou a constar em todos os blogs de música e o Toque Musical para não ficar repetindo o refrão acabou por não publicá-lo. Mas agora, passada toda a onda, ele vem parar aqui na nossa praia…
“No, no no… Estamos na nossa” foi um disco produzido pela gravadora Chantecler para o selo americano MCA Records, o que nos sugere uma pretensão de lançamento internacional, coisa que creio, naquela época, não aconteceu. Mas o que faz este disco ser assim tão especial, além dessa afinada dupla é sem dúvida o corpo que dá vida ao disco, ou seja, o time de músicos envolvidos no projeto e também o repertório, muito bem selecionado. Anamaria e Maurício foram descobertos por Antônio Adolfo, conforme ele mesmo conta no texto de contracapa, no final dos anos 60. “No.no, no… Estamos na nossa” é um disco surpreendente pois conta com arranjos de Francisco de Moraes, Arthur Verocai e o Jongo Trio que também é quem acompanha a dupla. Participam também do disco o guitarista Lanny Gordin e o percussionista Carlinhos (?). A seleção musical foi feita por Antonio Adolfo, que parece também participar nas gravações. Aqui temos músicas de Marcos Valle, Ivan Lins, Fernando  Lona, Ruy Maurity, seus parceiros e outros… Disco realmente muito bacana que vocês poderão conferir de novo no nosso GTM…
 
freio aerodinâmico
lê lê lê
marina eu vou
escrito na parede da varanda
no, no, no… estamos na nossa
madalena
quem vem lá
pelo teletipo
amém, américa
ele e ela
minie
fotograma click
 
 

Lafayette E Os Grandes Sucessos (1983)

Boa noite, meus amigos cultos e ocultos! Cá estamos a começar mais um mês de postagens. Deixamos de lado um pouco os compactos, mas eles, assim como os cds, a qualquer hora podem voltar, sem restrições, com certeza! Começamos este mês de abril na mesma tristeza que temos vivido desde o início dessa pandemia, graças a esse maldito que está na Presidência. Mas eu não estou aqui para falar de miliciano genocida, este ainda vai pagar muito caro por tudo que tem nos feito passar. Nossa postagem de hoje, como todos já devem saber é em homenagem ao músico Lafayette, que infelizmente veio a falecer ontem, mais um vitimado pelo Covid-19. Creio que nem precisamos detalhar quem foi Lafayette, um pioneiro do orgão na música pop brasileira, atuou ao lado dos grandes nomes da música brasileira e em especial no período da Jovem Guarda. Sua marca registrada está no arranjo de teclado para o sucesso “Quero que vai tudo pro inferno”, de Roberto Carlos, em 1965. Além de ter acompanhado inúmeros artistas, também gravou muitos discos, boa parte deles pela CBS em sua série “Lafayette Apresenta os Sucessos”, que começou nos anos 60 e se estendeu na década seguinte. Foi redescoberto nos anos 2000 e em 2004, junto com um grupo de músicos e artistas da nova geração formaram o “Lafayette e Os Tremendões”, que era um grupo que fazia releitura das músicas de Roberto Carlos. Gravaram disco e fizeram muitos shows. 
Na falta momentânea de um de seus discos, acabei optando por esse ‘arquivo de gaveta’ que já tinha pronto por aqui. Trata-se de um lp que ele gravou em 1983, desta vez pelo selo Copacabana, uma seleção de sucessos desse período. Como em outros dos seus discos, este também é totalmente instrumental. Confiram no GTM…
 
uni duni tê
too late for goodbyes
whisky a go go
chuva de prata
leva
caminhoneiro
shy moon
careless whisper
nothing’s gonna change my love for you
i just called to say i love you
missing you
coração de estudante
 
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