Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Fechando o nosso mês de janeiro temos aqui o Aladdin Band, grupo de rock vocal e instrumental que surgiu no final dos anos 60. Este grupo foi formado pelo guitarrista Romeu Montovani Sobrinho, mais conhecido como Aladdin, que outrora, na década de 50, havia também formado o The Jordans, grupo este um dos pioneiros do rock no Brasil. Mas em 1967, Aladdin resolveu sair e montar um novo grupo, uma super banda formada por oito elementos, com direito também aos metais, seguindo a ‘onda’ de grupos estrangeiros da época e ainda com boas pitadas de Jovem Guarda. O repertório é essencialmente de músicas estrangeiras, mas cabe também uma composição do próprio Aladdin, “Maldade”, que ele mesmo interpreta. É um disquinho curioso, mesmo não conseguindo fazer sucesso, se tornou item de coleção, voltou as rodas e ao interesse de novos colecionadores, a ponto de receber um relançamento através do selo Discobertas. Além deste disco, o grupo também lançou alguns compactos e mais um lp, em 1971. E se não me engano fecharam com um compacto lançado pelo selo Crazy, interpretando a música instrumental “Flash”, sucesso internacional dos anos 60. Confiram no GTM…
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui temos para hoje um disco com uma seleção de sambas, todos clássicos, bem conhecidos do grande público, Uma produção focada na noite, nas gafieiras e casas de show de São Paulo, conforme já nos indica a capa. A frente deste repertório temos o Maestro Portinho, que vem comandando o espetáculo junto com sua banda. Disco lançado em 1981, aqui já o segundo volume, pela Cristal Discos. Confiram no GTM…
Boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! Nosso encontro hoje é com o choro e em especial com o cavaquinista Edinaldo Vieira Lima, mais conhecido como Índio do Cavaquinho. Instrumentista alagoano, iniciou sua carreira como músico ainda adolescente, fazendo parte de diversos grupos. Tocou ao lado dos maiores nomes da nossa música popular. Trabalhou por muitos anos na Rádio Nacional. Gravou com seu conjunto alguns discos, entre eles este que aqui apresentamos, lançado em 1958 pela Polydor e cujo o repertório é todo de choro, acompanhado por um grupo de músicos também de primeira linha. O texto na contracapa já dá o recado, por isso não iremos nos estender… Melhor conferir no GTM…
Boa noite, meus amigos cultos e ocultos! Nosso encontro de hoje é com o Waldir Calmon, um artista muito apreciado por aqui. Já postamos vários discos dele em nosso Toque Musical e hoje e mais uma vez está de volta em lp de 10 polegadas, disco lançado em 1953 pelo selo Rádio. Um sequencia de oito temas originais que Waldir Calmon e seu conjunto interpretam com maestria e elegância. 🙂 Não deixem de conferir no GTM….
Olá, amigos cultos e ocultos! Antes que janeiro se acabe, cabe ao nosso toque musical uma curiosidade, que já não é novidade, porém se encaixa como uma luva em nossa proposta de edições alternativas para registros musicais históricos e até mesmo daquilo que nos pareça relevantes e agradável de realizar.
Como todos devem saber, isso é apenas uma curtição.
Aqui temos uma seleção de trechos de áudios extraídos de um encontro de João Gilberto, Caetano Veloso e Gal Costa gravados na antiga TV Tupi, em 1971. Esses áudios são os mesmos que podem ser encontrados no YouTube, porém, em nossa edição exclusiva demos um ‘upgrade’ em tudo e também criamos a capinha. Assim, temos mais um disquinho da série “Toque Musical”.
Segundo comentários em uma das postagens no YouTube, logo após o programa de tv, eles ficaram de lançar um disco com os melhores momentos, o que prova que existe realmente um áudio de qualidade aguardando para ser ouvido, mas que infelizmente, na época, João Gilberto não gostou e vetou o lançamento. O disco está pronto, segundo o autor do comentário, mas por enquanto aguardando a liberação dos direitos por parte dos filhos. Daí, é outra história… Segue o barco…
Confiram nossa edição no GTM.
arlequim de bronze – gal costa e joão gilberto
falsa baiana – gal costa
baby – gal costa e caetano veloso
asa branca – caetano veloso
a felicidade – caetano veloso e gal costa
desafinado – joão gilberto
chega de saudade – joão gilberto
retratro em branco e preto – joão gilberto
na asa do vento – caetano veloso e gal costa
fruta gogoia – caetano veloso
você já foi a bahia – joão gilberto e caetano veloso
largo da lapa – joão gilberto e gal costa
de noite na cama – caetano veloso
a tua presença morena – caetano veloso
coração vagabundo – caetano veloso, joão gilberto e gal costa
saudade da bahia – caetano veloso, joão gilberto e gal costa
Boa noite meus companheiros, amigos cultos e ocultos! Hoje nosso encontro é com o samba. Temos aqui um disquinho curioso, no sentido de ser uma edição lançada na Argentina, em 1975. Por certo, este lp também foi lançado aqui pelo selo Beverly. “Samba Lelê” é uma dessas produções de estúdio onde encontramos uma seleção de sambas populares e de sucesso sendo levados no mesmo arranjos dos originais, por um grupo criado para isso. E assim temos Os Comunicadores do Samba, metendo bronca, fazendo a alegria de los hermanos. Vamos conferir também…
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Dentro das escolhas aleatórias, do nosso ‘drops misto’ de janeiro, hoje o nosso encontro é com a Banda Azul, um grupo musical evangélico formado em Belo Horizonte nos anos 80. A Banda Azul em seu disco “Espelho dos Olhos” é considerado um dos clássicos do chamado ‘rock cristão’. Liderada pelo cantor, compositor Janires Magalhães Manso. Gravaram este lp, com produção do próprio Janires que infelizmente veio a falecer em um acidente de automóvel, alguns meses antes do lançamento do lp. Eis aí um trabalho interessante que agrada não apenas ao público evangélico. Confiram no GTM…
Boa noite, amigos cultos e ocultos! A música brasileira e seus artistas tem histórias realmente surpreendentes. A cada dia descobrimos coisas que nem imaginávamos. Há pouco tempo atrás encontrei este disco em um sebo. Me chamou a atenção logo pela capa, me pareceu logo de cara um disco de alguma artista alternativa, coisas obscuras da produção independente paulista. Mal sabia eu quem era Maricenne até ler com atenção o encarte do disco. Fiquei realmente surpreso, primeiro pelo trabalho, este lp chamado “Correntes Alternadas”, disco produzido por Paulo Barnabé, com participações inusitadas que vão da banda punk Inocentes ao violonista Paulinho Nogueira e mais… Tem espaço para Tom Zé e Richie, Paulo Vanzollini, Haroldo Barbosa… É, sem dúvida, um trabalho diferente, de vanguarda e isso se vê também no repertório. Maricenne parece não ter um público certo, mas nesse conjunto musical ela demonstra um ecletismo dos mais saudáveis que não soa feio ou pretencioso, mito pelo contrário, ela passeia bem por diferentes gêneros e o disco, no geral é realmente muito bom. Porém, as surpresas não param por aí. A coisa fica ainda mais interessante quando descobrimos que Maricenne não é uma novidade, muito pelo contrário, tem uma trajetória artística de chamar a atenção. Sua carreira começa ainda nos anos 50. Quando adolescente já fazia parte de um grupo musical em sua cidade natal, Cruzeiro (SP). Ficou famosa da noite para o dia quando venceu o concurso “Voz de Ouro ABC” da TV Tupi. Teve nesta emissora um programa em horário nobre, gravou seu primeiro disco, ainda em 78 rpm. Trabalhou também na TV Record e já no início dos anos 60 passou a se apresentar em casas noturnas ao lado grandes músicos como Pedrinho Mattar, Manfredo Fest e Walter Wanderley. Viajou e se apresentou em temporadas na Espanha e Portugal. Em 1964 gravou num compacto, a “Marcha para um dia de sol”, primeiro registro gravado de uma música de Chico Buarque de Holanda. Participou de vários dos grandes festivais de música dos anos 60. Trabalhou com Walter Wanderley nos Estados Unidos, participando de diversos shows por lá, o que lhe rendeu um contrato com uma grande gravadora, mas infelizmente teve problemas como seu empresário e acabou voltando para o Brasil. Na década de 70 passou a trabalhar também como atriz, retomando as atividades de cantora no final desta década, quando então gravou seu primeiro lp, em 1980. “Correntes Alternadas” foi assim o seu segundo disco, um registro fonográfico que merece muito a nossa atenção. Com um pouco de sorte, quem se liga em vinil, pode ser que encontre um exemplar ainda dando sopa no Mercado Livre. Pura raridade que vale a pena conhecer. ..
Boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós, sempre com uma nova surpresa a cada dia e para hoje temos este raro lp, lançado pela Polydor em 1963, trazendo o guitarrista e violonista autodidata Manoel da Conceição, também conhecido como “Mão de Vaca”. Começou a atuar profissionalmente na música a partir dos anos 50. Fez parte da orquestra de Rui Rey e Radamés Gnatalli, acompanhou as cantoras Ângela Maria e Elizeth Cardoso e também teve seu conjunto. Fez várias apresentações fora do Brasil e também trabalhou com Chico Anysio. Atuou nas rádios, Nacional nos anos 60 e 70 e depois na rádio MEC, onde tinha um programa.
Neste lp vamos encontrar o violonista desfilando em doze seletos sambas ao lado da orquestra e coro de Severino Filho. Disco bem bacana que os amigos aqui não poderão perder. Confiram no GTM…
Muito boa noite a todos os amigos cultos e ocultos! Na última semana deste mês recebemos do amigo Marco Pereira uma série de arquivos de cds produzidos, em sua maioria, no Estado do Pará. São trabalhos relativamente recentes, da produção musical paraense. Ainda não tive tempo de ouvir tudo e todos, mas logo de saída, um deles me chamou a atenção. E como estamos num mês de sortidos sabores, penso que o presente disco nos cai como uma luva.
Temos aqui um trabalho maravilhoso, um disco para dar luz à música do compositor paraense José Wilson Malheiros. Por certo, poucos aqui conhecem este compositor, eu também, até então nunca tinha ouvido falar dele até ligar os pingos dos ‘is’. José Wilson Malheiros é um dos filhos do ilustre compositor Wilson Fonseca, mais conhecido como Mestre Izoca. Como o pai, se tornou também figura ilustre, se destacando como um grande jurista, escritor, poeta e entre outras coisas, um excelente músico compositor. Neste cd vamos encontrar, conforme descrito no libreto do encarte do disco, a produção musical que nasce nos primeiros três anos desse novo século. Um trabalho amadurecido, diferente de momentos passados quando ainda trilhava pelo caminho da simples diversão, da música popular em Santarém. Neste cd temos um compositor de cunho erudito, que procura explorar, em especial, duas modalidades da música brasileira, o choro e o lundu. Esta seleção de obras de José Wilson Malheiros é interpretada por um grupo de conceituados músicos do Pará. Coisa linda de se ouvir. Confiram o arquivo completo com as devidas informações no GTM…
Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! Nesses últimos dias tenho passado uns apertos aqui com essa internet de fibra da Vivo. A gente tenta melhorar a coisa, acompanhar a tecnologia, mas aqui no Brasil, neste sentido, tudo que é novo é a maior furada. A internet por aqui fica oscilando e quando a gente menos espera ela cai. Chega a dar raiva, acabo desistindo e vou cuidar de outra coisa.
Mas para não deixar acumular ou atrasar, vou aqui tentando emplacar mais uma postagem. Nosso encontro hoje é com as orquestras e mais exatamente com a orquestra do maestro Francisco Moraes, figura já conhecida em nossos ‘toques musicais’. Aqui temos ele, em disco da Chantecler, lançado em 1964. Um lp reunido diferentes sucessos nacionais e internacionais daquele ano. Um disco, obviamente instrumental e orquestrado, coisa que hoje em dia não se escuta mais, a não ser nas postagens desse blog musical. Confiram no GTM…
Boa tarde a todos, amigos cultos e ocultos! Hoje temos para vocês um disco especial, dessas produções feitas não para vender, mas para dar luz a nossa cultura, trazer para o campo de destaque aquilo que sempre fica oculto, como as nossas raízes. Aqui temos “Folia de Reis no Rio de Janeiro”, um disco que é o resultado de um trabalho realizado pelo projeto Centro de Documentação e Pesquisa de Arte Popular, da Fundação Rio. Neste trabalho, gravado no Parque Lage estão presente dois grupos de folia do próprio Estado do Rio, Penitentes do Santa Marta e Estrela de Jacó Anunciada por Balaão. O disco se divide assim, com cada grupo de um lado. No arquivo deste lp há também muitas informações sobre esse projeto. Portanto, não vou me ater a essas informações, até porque estou vendo a hora em que minha conexão vai cair. Estamos com problemas na internet e antes que o previsível aconteça, deixa eu parar por aqui. O arquivo já está no GTM é só conferir…
Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Para não dizer que não gosto e que ninguém aqui também não gosta, vamos aqui com mais um disco desse intérprete genial, o grande Miltinho. Aqui temos ele novamente neste disco lançado em 1974, pela Odeon. Produção de Milton Miranda e direção musical do Maestro Gaya. Um disco dos mais agradáveis em sua fase nos anos 70, como sempre recheado de sambas e toda essa malemolência que só o Miltinho tinha, caracterizado também pela voz anasalada, sua marca registrada. Muito bom.. É só conferir no GTM…
Olá, amigos cultos e ocultos! O TM está trazendo de volta o maestro e pianista Fernando Gallo, acompanhado de seu conjunto, mais o coral de Severino Filho. Desta vez, apresentamos “Um Galo dançante”, lançado pela Columbia, hoje Sony Music, em 1958. O disco vem com seis faixas, cada uma com três músicas, apresentando, como de costume nesse tempo, uma seleção de sucessos nacionais e internacionais. Portanto, lembra a estrutura dos álbuns de Waldir Calmon, que na época vendiam feito água. A última faixa apresenta três clássicos da MPB em ritmo de rock: “Na Baixa do Sapateiro”, “Aquarela do Brasil” (ambas do mestre Ary Barroso) e “Maracangalha” (esta de autoria de outro mestre, Dorival Caymmi). Este, portanto, é mais um disco que vale a pena ouvir e dançar. É ir ao GTM e conferir.
um galo dançante – samba fantástico – samba do galo
when i am with you – chances are – love letters
cachito – night and day – silbando mambo
lamento – nosso samba – casa da loló
mente – haja o que houver – falam meus olhos
na baixa do sapateiro – aquarela do brasil – maracangalha
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Como venho dizendo, janeiro é um mês das muitas surpresas e para hoje, dia D, da hora H chegou. Esta é uma postagem especial, que embora nada tenha a ver com com música, soa tão bem neste dia. Acredito que enfim o céu nublado vai se dissipando. O sol vem aí trazendo a esperança. Que venha a vacina para todos, inclusive para os negacionistas, obtusos, idiotas e também os canalhas, que sempre boicotaram nossa esperança. Quero todos vivos para que possam presenciar a queda do nefasto. Ninguém suporta mais um governo genocida, nem mesmo seus apoiadores. O povo brasileiro, em sua boa metade, não merece isso. Viva a vida!
E para não dizer que não fiz referência a música, fica aqui esta ilustração do Lafa, Elis Regina cantando: És vacinação… Amor.
Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Em nosso ‘drops sortido’ de janeiro, eu hoje quero apresentar a vocês um cd, ao invés do tradicional vinil/lp. Não me recordo mais onde foi que achei este trabalho, mas há tempos venho querendo trazer aqui para o nosso Toque Musical. Trata-se do genial artista plástico mineiro, nascido na cidade de Espinosa, Minas Gerais. Um talento, que sempre passeou também pelos campos da música. Este cd foi lançado em 2001, aqui em Belo Horizonte e para mim, é uma das coisas mais bonita de se ouvir, dentro da produção musical mineira. É um trabalho excepcional, pois ultrapassa os limites de uma simples produção musical. Convido os amigos aqui para essa audição. E para clarear um pouco mais esta postagem, incluo uma resenha que veio incluída nos arquivos. Segue…
O trabalho, fruto de três anos, tempo dedicado à criação, ensaios, apresentações e gravações, está em sintonia com a proposta da poesia sonora, que trata o poema não como letra numa música nem como texto a ser recitado, mas como célula expressiva em diálogo com o som, provocando imagens e reflexões. O cd é composto de dez faixas e sete poemas, todos colhidos na safra da poesia contemporânea mineira: Murilo Antunes, Ronaldo Brandão, Luciana Tonelli, Maria José Bretas, Joana Guimarães, além do próprio Gilberto, responsável pela concepção musical e arranjos finais de todas as faixas. Tocando um cavaquinho em outra afinação, acrescida de efeitos sonoro/tecnológicos, dá o tom pra percussão de João Carlos e a rebeca de Clarisse Alvarenga, formando o trio que desembocou no título do trabalho e remete a João Gilberto e Clarice Lispector, dois gigantes da música e das letras. Das três faixas que não trazem poemas, duas são instrumentais, entre elas uma releitura de “Carinhoso”, de Pixinguinha e João de Barro, clássico inquestionável da música brasileira. Há também uma curiosa regravação de “O Tempo vai Apagar”, canção de Paulo César Barros e Getúlio Côrtes, conhecida na voz de Roberto Carlos. João Carlos, percussionista, parceiro e amigo de Gilberto tem uma participação fundamental nesse trabalho, dividindo com ele a concepção minimalista do cd, que conta também com as participações especiais dos músicos; Tattá Spalla e Fernando Lopes e o ator e músico Kimura Schetino. Clarisse Alvarenga, também jornalista deixou gravada a sua participação com a rabeca em “Gente”, e Gabriela Ruas emprestou sua voz infantil ao “O Monstro”. Gravado e mixado no estúdio Audio-Digital por Sérgio Murilo entre setembro de 1999 e dezembro de 2000, o cd teve edição esgotada, houve ainda uma segunda edição distribuída no “mano a mano”. Com o traço indelevelmente associado à história de um dos mais importantes movimentos musicais do Estado, além de capas de discos de Beto Guedes, ele tem desenhos em discos de Toninho Horta e Lô Borges, para os quais também fez cenários de shows – Gilberto de Abreu não poderia negar a relação que mantêm com a música desde que, ainda na adolescência, se tornou vizinho dos Borges no edifício Levy, no Centro de Belo Horizonte, onde foi morar quando se transferiu de Montes Claros, oriundo de Espinosa, norte de Minas, para a capital. Na estréia fonográfica marcada pela independência, o CD que foi inteiramente bancado pelo artista, à base de permuta com seus quadros, reúne a sua produção poética e a de amigos. O artista plástico, performer e poeta admite ter encontrado no disco o formato ideal para expor parte de sua irrequieta produção artística que, além de desenhos e pinturas, inclui poemas e composições feitas no cavaquinho que toca desde a década de 70, quando entrava em cena em companhia do instrumento no espetáculo teatral “Risos e Facadas”, de Eid Ribeiro e Ronaldo Brandão, inspirados em textos de Samuel Becket. Sobrinho do flautista Oswaldo Lagoeiro, que fez carreira em emissoras de rádio da cidade quando o veículo ainda cultivava performances ao vivo de profissionais da música, e primo do baixista e compositor Yuri Popoff, Gilberto diz que não precisou freqüentar escola de música depois da intensa convivência com os integrantes do então nascente Clube da Esquina. “Enquanto aprendia música com eles, alguns como o Beto Guedes se enveredavam na pintura comigo” recorda das incursões dos dois no ateliê do chorão e pintor Godofredo Guedes, pai de Beto. Na linha inversa dos que fazem da música um mero fundo musical para a poesia, no disco ele promove a interação total das duas manifestações, dando origem a um novo formato do gênero.
“Quando ele dedilha o cavaquinho, parece estar sintonizado a uma época de questionamento e inconformismo, a mesma que viu surgir grande parte de sua produção artística, que hoje ultrapassa 30 anos de vida”. (Textos de Alécio Cunha, Ailton Magioli e Alexandra Martins)
Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje vamos relembrar um dos programas de maior sucesso da história da Rede Globo de Televisão. Trata-se do “Som Livre Exportação”, que ficou em cartaz entre 3 de dezembro de 1970 e 22 de agosto de 1971. Era um programa semanal que pretendia oferecer uma visão panorâmica da música brasileira. A ideia inicial era exportar o programa para promover a música brasileira no exterior, mas isso acabou não acontecendo. Comandado por Elis Regina e Ivan Lins, o programa contou com a participação de grandes nomes da MPB, como Aldir Blanc, César Costa Filho, Chico Buarque, Clementina de Jesus, Gonzaguinha, Tim Maia, Tony Tornado, Toquinho, Vinícius de Moraes, Roberto Carlos, Wilson Simonal e os grupos Brazuca e Os Mutantes, além de ter revelado uma nova geração de músicos. Aplaudido pela crítica, “Som Livre Exportação” revolucionou os musicais de televisão ao romper com a fórmula do programa de auditório, intercalando depoimentos de personalidades e recolhendo opiniões de populares, o que imprimia um dinamismo próprio a cada número. Alternando planos com cortes que passavam do cantor para a plateia, a direção quebrava a imobilidade tradicional dos demais programas do gênero. O presente álbum, gravado ao vivo (aliás é o volume 2) e lançado pela Philips em 1971, com o selo Forma, reúne alguns dos melhores momentos do “Som Livre Exportação”. Tudo começa com a Orquestra da TV Globo executando o tema de abertura do programa. Depois, Elis Regina interpreta “Black is beautiful”, dos irmãos Valle, nada mais atual nestes tempos de luta pela igualdade racial. Em seguida, um Gonzaguinha em princípio de carreira interpreta “Raça superior”, de sua autoria. Os Mutantes vêm logo depois com “Benvinda”, de Rita Lee e Arnaldo Batista, e Fábio (aquele da música “Stella”) apresenta “A volta do corisco”, dele e Paulo Imperial. Ivan Lins interpreta “Bia, Bia, Beatriz”, de sua parceria com Ronaldo Monteiro de Souza, um dos temas da novela global “O cafona”, cuja trilha sonora estava estourada na época. O Trio Mocotó nos apresenta “Esperança”, de Jorge (então) Ben e Yara Rossi. Maria Bethânia vem em seguida, com “Dia quatro de dezembro”, de Tião Motorista. Maysa canta “Homem de bem”, de César Costa Filho e Aldir Blanc. O grupo O Terço, então despontando com grande vigor, apresenta “Saturday dream”. E, para encerrar, o MPB-4 vem com “Eu chego lá”, composição do mestre Dorival Caymmi. Enfim, este é um disco repleto de bons momentos, mais uma raridade merecedora de nosso Toque Musical. A conferir no GTM, sem falta.
Buenas noches, amigos cultos e ocultos! Como se vê, janeiro é mesmo sortido e hoje, mais uma vez, continuamos em nossa saga, trazendo música para se ouvir com outros olhos. Esta postagem vai, em especial, para o meu amigo culto Fáres, um fã incondicional da Jovem Guarda, Beatles e tudo que de bom rolou naqueles anos 60. Nosso encontro é com uma dos mais populares grupos de nossos hermanos argentinos, La Joven Guardia, um dos pioneiros grupos de rock surgidos por lá. Fizeram muito sucesso com músicas como “El extraño del pelo largo” e “La extraña de las botas rosas”, além de outras tantas, músicas essas que estão reunidas nesta coletânea, lançada na Argentina, nos anos 80. A propósito, Roque Narvaja era a guitarra e a voz da banda e aqui neste lp se contempla exatamente o primeiro período de sua formação. La Joven Guardia esteve atuante de 1967 a 78 com diferentes formações. Pelo que sei, houve um reencontro em 2015, com direito a show na Flórida (EUA), onde um dos membros da formação original, o tecladista Félix Pando se radicou. Outra curiosidade vem do nome deste grupo. Eu sempre achei que fosse um nome influenciado pelo movimento da nossa Jovem Guarda, mas não tem nada a ver. O nome vem de um romance do escritor soviético Aleksandr Fadeyev. O La Joven Guardia, ao contrário de seus vizinhos brasileiros da Jovem Guarda era um grupo engajado com as questões políticas e chegaram a ter problemas por conta disso, mas provaram ser menos alienados que a turma de cá, que também fazia rock. Aliás, é bom que se diga, os argentinos tiveram mais liberdade para se expressar no rock do que os brasileiros. Basta ver a quantidade de bandas que dão de dez a zero nas daqui (exceto os Mutantes, que no caso é ‘hors-concurs’, hehehe…) Enfim, é isso aí… Vamos conferir esta coletânea no GTM 😉
Olá, amigos cultos e ocultos! Aqui está, pela primeira vez, no Toque Musical, o pianista Aldovrando de Castro, o Duda, com um dos muitos LPs que gravou para a Continental, ao lado de seu conjunto, “Hit parade”, lançado em 1958. Duda era paulistano e desde logo interessou-se por música, aprendendo muito cedo os rudimentos do piano. Quando sua família transferiu-se para o então Distrito Federal, Duda aprimorou seus estudos clássicos cursando o Instituto Musical do Rio de Janeiro. Voltando a São Paulo, em 1937, iniciou-se profissionalmente na orquestra de José Nicolini, famosa na época. Nesse tempo, tendo concluído o ginasial, frequentava o pré-médico, pois tencionava formar-se em Medicina. Porém, a convite de um amigo, passou a tocar na orquestra de bordo do navio “Cuiabá”, que fazia a linha Brasil-Europa. Nas proximidades de Leixões, em Portugal, o navio encalhou, o que obrigou Duda a passar três meses em Lisboa, atuando nas orquestras locais. Prosseguindo viagem, percorreu as principais cidades da Europa, onde divulgou e tocou nossa música popular. De volta ao Brasil, Duda passou a atuar nos principais cassinos e centros de diversões de São Paulo e Rio de Janeiro. Foi somente no pós-guerra que ele organizou sua própria orquestra, sendo contratado pela Rádio Record de São Paulo e aparecendo nos principais clubes noturnos. Em 1947, organizou um pequeno conjunto, aperfeiçoando-o mais tarde, e transformou-o em sexteto, com ele atuando nas principais emissoras de rádio e televisão de São Paulo. Em 1957, a convite da Continental, gravou seu primeiro LP, “Hoje tem baile”, logo seguido por outros. É o caso deste “Hit parade”, no qual executa, ao lado de seu sexteto e também de um coro, sucessos nacionais e internacionais, ao gosto da época. É mais um disco interessante, merecedor de nosso Toque Musical. Não deixem de conferir no GTM.
E aí, meus amigos cultos e ocultos, estão gostando da nossa seleção fonomusical de janeiro? Eu acredito que sim, claro! Nossa missão é agradar aos gregos e aos troianos, aos meus amados esquerdistas e também aos meus odiosos golpistas que acabaram virando gado. Sim, “o importante é que a nossa emoção sobreviva” e não há nada melhor que a música para acalmar os bichos… hehehe…
Então… nosso encontro hoje é com o lendário Dilermando Pinheiro. Carioca da gema e um autêntico boêmio. Sua carreira começa nos anos 30, um precursor do chamado ‘samba de breque’. Uma de suas marcas era o batuque no chapéu de palha e aqui neste lp vamos poder presenciar isso ao longo das oito faixas deste lp de 10 polegadas, lançado pela Musidisc em 1956. Na verdade, este foi o segundo volume, lançado também no mesmo ano do primeiro. Como o nome mesmo diz, trata-se de uma seleção de sambas do passado, clássicos dos anos 30 e 40. Uma delícia de disquinho que só mesmo quem conhece pode dizer. Se alguém aqui ainda não ouviu, a oportunidade é esta. Confiram no nosso GTM. E qualquer hora dessas e publico aqui o volume 1 para completar, ok?
Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Hoje o Toque Musical oferece a vocês uma coletânea com vários nomes da bossa nova. É “Muita bossa com…”, lançada em 1965 pela Philips com o selo Fantasia. Foram selecionados para integrar este disco dez nomes de destaque, alguns até precursores da bossa nova, com um repertório de ótima qualidade. Agostinho dos Santos comparece com “Maria dos meus pecados” e “Eu não existo sem você”. Baden Powell, um mestre do violão, vem com “Samba triste” e “Dum… dum… dum… dum”. Carlos Lyra entrou com os clássicos “Marcha da quarta-feira de cinzas” e “Maria Ninguém”. Sylvia Telles, de quem o TM já apresentou alguns discos, aqui interpreta “Trá lá lá lá lá”, “Manhã de carnaval” e “Canção que morre no ar”. O Poetinha Vinícius de Moraes aqui nos apresenta “Pela luz dos olhos teus”, letra e música dele próprio, e que marcou sua estreia em disco como intérprete, em 1960. Anos mais tarde, esta música seria regravada em dupla por Tom Jobim e Miúcha, versão que inclusive foi tema de abertura da novela global “Mulheres apaixonadas” (2003). Portanto, eis aqui o registro original. Lúcio Alves, precursor e depois integrante da bossa nova, aqui revive os clássicos “A vizinha do lado” e “Samba da minha terra”, ambos de autoria do mestre Dorival Caymmi. Eliana, que não é outra senão Eliana Pittman, apresenta aqui “Estrelinha”, sensível composição de Sérgio Bittencourt. Por fim, Sônia Delfino, sobrinha da também cantora Ademilde Fonseca e uma das precursoras do rock brasileiro, aqui comparece com a graciosa “Luluzinha bossa nova”, inspirada na conhecida personagem das histórias em quadrinhos criada nos EUA por Marjorie Henderson Buell. Enfim, uma coletânea com momentos sublimes e que, por isso mesmo, é merecedora de nosso Toque Musical. Não deixem de conferir no GTM.
Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Aqui, mais uma vez marcando presença no nosso Toque Musical, temos o grande Fred William, um gaiteiro (ou um gaitista) que fez muito sucesso nos anos 50. Foi considerado um dos mais importantes músicos, ao lado do grande Edu da Gaita. Sua produção musical se concentra mais nas décadas de 50 e 60 e numa pesquisa rápida, para alguns sites, a sua discografia vai até os anos 60. Porém, como já vimos aqui mesmo no TM, temos um disco dele de 1971 e agora estou trazendo este e ao que tudo indica foi mesmo gravado em 1980. Um repertório bonito e quase todo autoral com diferentes ritmos, baião, fandango, rancheira, choro… Difícil saber que fim levou este artista, mas considerando a idade, ele provavelmente já faleceu. Porém e para nós ele continua vivo através de sua arte e do nosso empenho em resgatar sempre o que faz parte da nossa cultura musical.
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Tenho aqui para vocês mais um disco super interessante. Lp lançado, segundo contam, em 1968 pelo selo Parlophone, da Odeon. Um tipo de disco muito comum naqueles tempos, onde a gravadora criava um grupo, geralmente formado por músicos de estúdio, fazia uma seleção com temas do momento e depois lançava para um público sedento, que muitas vezes não encontrava os temas no original. Acredito que por serem músicos de estúdio o nível das execuções era da melhor qualidade, um instrumental de tirar o chapéu. Ainda segundo contam, no time de músicos deste disco tinha nomes como, Hélio Delmiro na guitarra, Luizão Maia no baixo, Márcio Montarroyos no trompete, Caribé na bateria, Sérgio Luiz “Cabeçada” no piston, Hélio Celso no piano, Maestro Nelsinho no trombone, Gérson Ferreira Pinto no sax e flauta e até um americano, Bill Vogel, outro trompete. Como se vê, o Fórmula 7, neste disco é um conjunto de qualidade e se certifica quando se escuta suas músicas. Se não me engano, o Fórmula 7 gravou outros discos, porém não sei se seriam os mesmos músicos. Enfim, seja como for, o importante é mesmo o que ficou, um repertório misto com temas nacionais e internacionais, sucessos da época. Confiram no GTM….
Olá, meus amigos cultos e ocultos! E aqui vamos a cada dia com uma surpresa diferente, agradando gregos e troianos. Trago hoje para vocês uma curiosidade, que por certo já é do conhecimento de muitos por aqui, pois já foi postado em outros saudosos e falecidos blogs. Temos aqui o Best Of Friends – Daybreak, álbum produzindo por Roberto Quartin e em seu lendário selo Quartin. Selo este que produziu alguns discos, hoje pura raridade. Daybreak, me parece foi o único com artistas estrangeiros.
Best of Friends, ao que tudo indica foi um grupo seria o nome do grupo formado por artistas americanos e contou com arranjos e participação de Eumir Deodato. O som do grupo é algo próximo do folk pop, bem agradável, por sinal. Segundo contam, teve uma tiragem pequena, assim como outros lançamentos da Quartin, mas logo chegou a ser relançado nos EUA e na Itália, com outras capas e outras pós produções. Disco bem interessante e que aqui, para nós, tem ainda mais curiosidade por conta da presença de Eumir Deodato. Confiram…
Olá amigos cultos e ocultos! Em meio a diversidade fonomusical deste início de ano, temos aqui hoje o lp “A Bíblia de Mamãe”, disco de cunho religioso evangélico, lançado em 1964 pelo selo GBM (Gravadora Boa Música). Nele temos o pastor e teólogo canadense Henry Feyerabend e o Quarteto Arauto do Rei, acompanhados pela organista Cibele P. Botelho. Juntos eles nos apresentam uma seleção de músicas sacras, ou melhor dizendo ‘gospel’. Este grupo foi formado em 1962. Era uma versão brasileira do quarteto americano The King’s Heralds que já estava no Brasil desde os anos 40 através do programa de rádio “A Voz da Profecia”, produzido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. O quarteto é o grupo oficial desta Igreja e pelo que consta continua ainda em atuação, estando já em sua vigésima nona formação. Já gravaram dezenas de discos e este foi o quarto disco lançados por eles, ainda com a primeira formação e tendo como tenor principal este pastor, Henry Feyerabend, como líder e atuante até o final dos anos 60. Disquinho curioso e que só poderia ressuscitar num blog como o nosso Toque Musical. Confira no GTM…
Olás! Boa noite a turma de amigos cultos e ocultos! Como disse, janeiro será o mês da diversidade fonomusical, ou algo assim. Um mês cheio de surpresas ao longo de cada dia, para agradar gregos e troianos 🙂 E aqui vamos nós com mais uma curiosidade musical. Não sei bem de onde, mas há algum tempo atrás recebi este arquivo de um disco estrangeiro. Trata-se, na verdade, de um compacto duplo, produzindo em Angola, na África. Nosso artista e produtor se chama Bibi. Infelizmente não há nada sobre ele ou sobre o disquinho na internet além de referências em sites como Discogs e Youtube, Aliás, diga-se de passagem, as pessoas plantam coisas no Youtube sem dar a menor informação e este disco é um bom exemplo. Daí, a única coisa que temos são as limitadas informações de contracapa. Disco gravado na Rádio Nacional de Angola, provavelmente deve ser dos anos 70. Bibi, ao que parece é o nome do grupo e também de um dos cantores. Chama a atenção o tamanho das músicas, todas com mais de 7 minutos de duração. Uma música alegre, cantada em português e em dialeto africano, curiosamente, cola no ouvido. Muito interessante e vale uma conferida…
Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Há algum tempo atrás, estava eu em Sampa passeando pelos sebos da periferia, quando num desses deparei com um colecionador, um sujeito japonês, que estava enchendo a sacola de discos, numa voracidade que me chamou a atenção. Entre os discos que levou havia um lote com talvez uma dúzia de um mesmo lp, no caso, este aqui do Grupo Gralha Azul. Os discos estavam novinhos e pelo jeito era sobra de estoque. O cara catou tudo, pagou e foi embora. Por curiosidade, perguntei ao vendedor que discos eram aqueles e daí foi que fiquei sabendo que o comprador tinha mesmo vindo do Japão, era um colecionador que eventualmente aparecia por lá e comprava, segundo ele, todo estoque de discos independentes. Quando perguntei ao vendedor que disco era aquele que o japa comprou em lote, ele disse que era de um conjunto musical lá do Paraná. Tirou de trás do balcão um outro exemplar, me mostrou e perguntou: “quer levar um? este é o último”. Evidentemente, acabei comprando, mais pela curiosidade. Ao final o vendedor ainda me disse: “aproveita porque agora este disco vai valorizar, esse moço que saiu tem loja no Japão e vende lá esses discos bem caro”. E realmente, tempos depois vi este lp sendo vendido no e-Bay por umas 100 ‘doletas’. No Mercado Livre tinha um, mas logo foi vendido. Hoje, voltando a esse site de vendas, vi que apareceram outros e com preços muito bons. Acho até que vou comprar outro para garantir o momento especulativo, hehehe… Mas, convenhamos, faz sentido este lp entrar para o hall dos disco raro, afinal os poucos que tinha por aqui já foram embora e certamente, uma produção independente como essa não deve ter passado de mil cópias. Contudo, isso ainda não é nada, não fosse também a qualidade do produto. O Grupo Gralha Azul surgiu na cidade de Paranavaí, dentro do Teatro Estudantil da cidade. Foi fundado pelo professor Huany França, em 1969, porém, somente em 1977 o grupo assume mesmo uma forma ao participar, em Maringá, do 1º Femucic, um festival regional que lhes serviram de impulso para novas aventuras. Desde então, o Gralha Azul passou a se apresentar em público e também em outros festivais, ultrapassaram as fronteiras e chegaram até São Paulo, onde então ganharam mais destaque. Em 1981 o grupo então grava este que seria o seu primeiro disco, um lp independente e como o próprio texto interno nos fala, sem grandes pretensões. Sem dúvida, é um disco com muita simplicidade, mas também com identidade própria, explorando temas rurais, regionais, em composições próprias. Muito interessante, vale uma conferida no GTM…
Boa noite a todos, amigos cultos e ocultos! Ainda não dá para perceber, mas janeiro vai ser o mês das postagens mais sortidas, vai ter de tudo e para todos. Fiquem ligados para não perderem nada, ok?
Tenho para esta segundona, um lp bem legal. Gosto muito de discos que seguem um tema, ou por outra, onde suas músicas estão interligadas por uma mesma referência temática. Aqui temos um bom exemplo, um disco alegre e que agrada em cheio. Trata-se de uma seleção musical onde o fio condutor é a bicharada, ou seja, são músicas que falam de bichos, animais, todas músicas de sucesso, conhecidas do grande público. Um passeio por diferentes momentos musicais onde os animais são o motivo da vez. E quem comanda a festa é o Trio Montanhês, grupo vocal que vem muito bem assessorado por Walter Wanderley, responsável pelos arranjos e também presente nas gravações. Sem dúvida, um lp dos mais interessantes. Confiram no GTM…
Que tal iniciar 2021 dançando? Pois é esta a proposta do álbum que o TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos. O disco chama-se “Dance com os ases”, foi lançado pela Odeon em 1959, e reúne doze músicos, à frente de suas orquestras e conjuntos (Gaya, Luiz Arruda Paes, Oswaldo Borba, Astor Silva, Mário Gennari Filho, Luiz Arruda Paes etc.), executando um repertório variado, de músicas nacionais e internacionais. O cardápio deste disco nos oferece, sem dúvida alguma, o melhor do que havia em música de dança na época: samba, samba-canção, bolero, fox, mambolero (no caso, “Singapura”, composto por Quincas e executado por ele e Os Copacabana) e até mesmo um maxixe, “Ao pé da letra”, concebido e executado pelo acordeonista Mário Gennari Filho. Como se pode observar, é um disco de excelente qualidade técnica e artística, reunindo ases diversos, sendo, por isso, mais um digno merecedor de nosso Toque Musical. E aí, dá-me o prazer desta contradança?
l’ederai – oswaldo borba e sua orquestra
la goualante du pauvre jean – gaya e sua orquestra
sábado em copacabana – astor e sua orquestra
my special angel – hector lagna fietta e sua orquestra
maria – luiz arruda paes e sua orquestra
singapura – quincas e os copacabana
o relógio do vovô – conjunto melвdico norberto baldauf
eclipse – irany e seu conjunto
blue moon – orlando silveira e seu conjunto
o paito no samba – steve bernard e seu conjunto
dora me disse – sexteto rex
ao pé da letra – mаrio gennari filho e seu conjunto
Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje, neste segundo dia do ano, vamos nos surpreender com o “Passaredo”, de Francis Hime, disco gravado por ele em 1977, pelo selo Som Livre. Por certo, um clássico da nossa MPB, disco fundamental em qualquer discoteca e certamente, já bem rodado em todas as praças. Mas é aqui que ele vem marcar o ponto. Que seja eterno aqui enquanto dure.
Em ‘Passaredo’ vamos encontrar Francis assinando as treze faixas do disco, todas em parceria com outros grandes compositores, em especial Ruy Guerra e Chico Buarque, que também participa do disco. Belíssimo trabalho que agora vocês podem conferir aqui e no GTM…