Alcides Neves – Des-trambelhar Ou Não (1983)

Boa noite, caros amigos cultos e ocultos! No ritmo do imprevisível dessa nossa salada mista musical, temos aqui um disco, no mínimo curioso do artista cearense, radicado em São Paulo, Alcides Neves. “Des-trambelhar ou não” foi seu segundo disco, lançado de forma independente, em 1983. Antes deste ele havia gravado outro, o “Tempo de fratura”, de 79, um disco tão anti-comercial quanto o que temos aqui. Aliás, o trabalho musical de Alcides Neves parece refletir um pouco da sua realidade como psiquiatra. Sua música é um trabalho muito pessoal, de difícil digestão para o consumidor comum de musica popular. Quebra com conceitos e desafia o senso comum. É talvez o discurso do louco que ele conhece tão bem. Me lembrou um Damião Experiença num delírio controlado, ou também outro mais recente, Rogério Skylab. Tudo isso temperado com alguma essência nordestina.
Alcides não faz disco para vender e talvez por isso mesmo seja pouco conhecido. Seus lps, hoje fazem parte daquelas raridades que passaram a ser vendidas a preço de ouro no Mercado Livre e Discogs. Seu trabalho musical permeia o experimentalismo, um trabalho de vanguarda talvez, embora ele mesmo não goste de assumir esse termo para definir sua música. Segundo o artista esses dois discos e mais um terceiro que eu nunca vi, “Dr. Louk’Américas”, formam uma trilogia.
Infelizmente, não há muito o que se encontrar sobre este artista, as referencias são poucas e se repetem. Mas para quem não conhece, vale a pena buscá-lo no GTM.

recuerdos ‘tempo de fratura’
tetéu
abutre-abate-amorfo (de como compositores da mpb perderam seu cavalo-estético e continuaram a culpar a censura)
alegres stravinsky
de ‘tempo de fratura’ a ‘destrambelhar ou não
cidade-país-cidade
estrutura jazz (morta)
descampado
re(ligare)
maracatu martelado



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Os Titulares Do Ritmo – Concerto De Música Popular (1957)

Olá, amigos cultos e ocultos! Mais uma vez, temos  o orgulho e a satisfação de apresentar a vocês um disco dos Titulares do Ritmo, sem dúvida um dos melhores grupos vocais que o Brasil já teve. “Concerto de música popular” foi lançado pela Copacabana em 1957, ainda em dez polegadas, e seria reeditado de forma ampliada, em 1961, com quatro faixas a mais. Curiosamente, essa reedição ampliada já foi oferecida anteriormente pelo TM, mas o que importa é ouvir os Titulares do Ritmo, apresentando, nas oito faixas deste original, um repertório muito bem escolhido e de primeiríssima qualidade, com clássicos do porte de “Serra da Boa Esperança”, “Taí” e “Na virada da montanha”, no lado A cantando à capela (sem acompanhamento instrumental) e no lado B com orquestração. Um trabalho de primeiríssima qualidade, que vale a pena conferir no GTM.

funeral de um rei nagô
cantiga
prenda minha
tahi
brasil moreno
na virada da montanha
serra da boa esperança
agora é cinza



*Texto de Samuel Machado Filho

Claudio Cartier (1982)

Bom dia, prezados amigos cultos e ocultos! Estamos hoje trazendo o compositor e instrumentista Cláudio Cartier, artista carioca que além da música é também um artista gráfico. Seu nome está associado ao de Octávio Burnier (ou chamado de Tavynho Bonfá) com quem fez a dupla Burnier & Cartier, atuando em boa parte dos anos 70. A partir dos anos 80 ele segue em carreira solo e lança este que foi o seu primeiro lp, pela Opus Columbia. É um disco bem bacana onde ele divide as composições com o parceiro Paulo Cesar Feital. Mas há também “Mil atrações” feita em parceria com Aldir Blanc e “Abelhas”, com Heitor de Pedra Azul. Os arranjos são de Cesar Camargo Mariano, que também toca no disco. Há também outros grandes músicos no time, o que valoriza ainda mais o trabalho deste artista. Confiram no GTM…

1789
saudações
deveria
fala geral
mil atrações
abelhas isso não
dois por quatro
última noite
real grandeza
resgate



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Tito Romero (Britinho) – Boleros Maravilhosos (1959)

Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical apresenta hoje, mais um disco entre os muitos gravados pelo maestro e pianista João Adelino Leal Brito, o Britinho, com sua orquestra, aqui com o pseudônimo de Tito Romero. Trata-se de “Boleros inesquecíveis”, lançado em 1959 pela Polydor, reunindo doze faixas realmente inesquecíveis. Uma delas, o clássico “A voz do violão”, foi transformada em bolero, mas nesta faixa há amplo destaque ao violão, como não poderia deixar de ser. As demais onze faixas são boleros consagrados, tais como “Que será?”, “Se a saudade falasse”, “Por que brilham os teus olhos” e “Falas de amor outra vez”. A respeito de Britinho, ou Tito Romero, pouco se sabe. Era gaúcho de Pelotas, nascido em 5 de maio de 1917 e falecido em ano que não se sabe ao certo (entre 1964 e 1966). Sempre ligado à música, começou a estudar violino aos dez anos, e aprofundou seus conhecimentos musicais, por influência dos tios, no Conservatório de sua Pelotas natal. Mais tarde, foi para Porto Alegre, a fim de substituir o pianista Paulo Coelho na Rádio Farroupilha, e em 1939 mudou-se para São Paulo, onde trabalhou na boate Tabu. Dois anos mais tarde, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde são encontrados os maiores registros de sua obra. Aliás, muitos pesquisadores de MPB fazem confusão entre Britinho e seu irmão, Rubens, também pianista na mesma época. O curioso, conforme relata o jornalista e escritor Ruy Castro em seu livro “Chega de saudade”, é que Britinho atua como pianista no primeiro disco de João Gilberto, lançado pela Copacabana em agosto de 1952, trazendo os sambas-canções “Quando ela sai” e “Meia luz”. Outro grande nome da MPB que nutria grande respeito e admiração por João Leal Brito – e por seu irmão, Rubens – era Dorival Caymmi, que o considerava um dos melhores pianistas do Brasil. Portanto, este “Boleros inesquecíveis” é mais um trabalho digno de nosso Toque Musical. É só ir ao GTM e conferir.

vai ver que é
sombras
luar de paquetá
incerteza
hei de querer-te sempre
um tango… uma saudade
vem me buscar
aperta-me em teus braços
mentido
divagando
teu juramento
foi mentira



*Texto de Samuel Machado Filho 

Carlos José (1959)

Olá, amiguinhos cultos e ocultos! Hoje temos a presença do cantor Carlos José, que infelizmente nos deixou em maio, vitimado pelo Covid 19. Essa praga está mesmo ceifando a vida de muita gente boa, infelizmente vivemos momentos péssimos, pois boa parte do mundo está nas mãos de gente canalha, ignorantes, radicais e fascistas. Aqui no Brasil essa chaga é ainda maior, pois temos um governo de merda, mais sujo e mais corrupto, cujo o líder é mesmo a encarnação do que temos de pior no ser humano. É ainda mais triste perceber a ignorância desse nosso povo. O brasileiro, em boa parte, é um canalha, estúpido e ignorante, pois mesmo passando por tudo que está passando ainda não conseguiu enxergar. Taí uma coisa que é comum a pobres e ricos, a ignorância e estupidez. Por conta de tudo isso que estamos passando tive várias vezes vontade de encerrar o Toque Musical. São tantos os desgostos que esse (des)governo me traz que chego a desanimar. Por outra, só de pensar que entre os amigos cultos e ocultos existem também os idiotas, apoiadores desse lixo de governo fascista, já me deixa muito puto. Mas em nome da razão e de todos os queridos e verdadeiros amigos cultos, o Toque Musical continua ativo. Mas já estamos providenciando a exclusão de todo e qualquer ‘fascistinha’. Aos poucos estão sendo expulsos, pois desse tipo de gente eu não quero nem lembrança. Aceito o camarada ser de Direita, conservador, mas fascista não! Apoiador de presidente canalha, também não! Então, fica esperto e pianinho por aqui, senão tá fora, ok?
Bom, mas voltando ao disco de hoje. temos aqui o que entendo como sendo o segundo lp de Carlos José, antes ele só havia gravado os bolachões de 78 rpm. Inclusive, seu primeiro lp também já foi postado aqui em outras épocas. Neste, lp gravado pelo selo CBS, ao que consta foi lançado em 1959. É um dos seus discos que eu acho mais interessante. Cheio de boleros, como cabia para aqueles tempos, mas também e principalmente, do lado B, temos um flerte com uma música moderna que naquele momento estava nascendo, a Bossa Nova. Eis aqui um disco importante, que por certo, um bom conhecedor de música popular brasileira não dispensa. Não deixem de conferir no GTM…

diga se é verdade
sabor de nada
a barca de ouro
queria
a barca
quando chegares
coisa n. 1
lágrimas de sonho
tema do amor triste
foi noite assim
sem você sou assim
maria bonita

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Prêmio Cidade De S. Sebastião Do RJ – Os Melhores Do Disco Nacional (1965)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje o Toque Musical apresenta uma coletânea muito interessante, lançada pela Odeon em 1965, reunindo alguns dos agraciados com o Prêmio Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, idealizado pelo crítico Claribalte Passos, do extinto jornal “Correio da Manhã”, para premiar os melhores do disco no Brasil. É ele quem, inclusive, assina o texto de contracapa deste disco, uma seleção acrescida de aplausos ao final de cada faixa, com o claro objetivo de dar ao ouvinte a sensação de estar no local da premiação, o Teatro Municipal do Rio. O repertório, de fato, merece aplausos, pois tem ótimos momentos pra gente recordar. Entre os premiados escolhidos para este álbum, estão Moreira da Silva (“O rei do gatilho”), Dalva de Oliveira (“Rancho da Praça Onze”), João Gilberto (“Desafinado”), o grande Wilson Simonal (apresentando um pot-pourri de bossa nova), Elza Soares (“O samba brasileiro”) e Dorival Caymmi (“Saudade da Bahia”). Abrindo o disco, uma composição do próprio Claribalte Passos, “Rio, eterna capital”, executada por orquestra. E, encerrando com chave de ouro, o “Rancho das flores”, com a Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Ao ouvirem este disco que merece com todos os méritos o nosso TM, vocês com certeza também terão vontade de aplaudir o repertório aqui incluído. É só ir ao GTM e conferir.

rio eterna capital – orquestra
reza – pery ribeiro
o rei do gatilho – moreira da silva
rancho da praça onze – dalva de oliveira
pot pourri de bossa nova – wilson simonal
última inspiração – luperce miranda
prece – dalva de oliveira
samba de verão – marcos valle
o samba brasileiro – elza soares
desafinado – joão gilberto
saudades da bahia – dorival caymmi
rancho das flores – banda do corpo de bombeiros



*Texto de Samuel Machado Filho

João Nogueira – De Amor É Bom (1985)

Muito bom dia a todos os companheiros, amigos cultos e ocultos! Também de forma sortida selecionei este disco do João Nogueira para a nossa postagem de hoje. Aqui temos um lp gravado em 1985. Um disco onde João nos apresenta dez sambas, sendo boa parte desses de sua própria autoria e /ou com seus parceiros. Este disco foi uma produção de Paulo César Pinheiro, que também participa do trabalho. E os arranjos e regência são do violonista Hélio Delmiro, que também é outro presente em algumas faixas. Não tem nem como não agradar. É João Nogueira, confiram!

de amor é bom
pimba na pitomba
jornal cantado
terra gira
ben-hur dos macacos
rei senhor, rei zumbi, rei nagô
chavão
é disso que o povo gosta
alô rio
rancho da natureza

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Pegando Fogo – Sambas & Pagodes (198…)

Boas noites, amiguíssimos cultos e ocultos! Meio que no acaso fui buscar este disco entre tantos que aguardam pela triagem. Achei interessante a capa e mais ainda o conteúdo, o que se confirmou quando coloquei o escurinho para rodar. Caramba, que disco bom! Um grupo de sambistas, por certo cariocas, se alternando em doze faixas, com arranjos do maestro Agostinho Silva, da Orquestra Commander. Como podemos ver logo pela capa, temos Léo Costa, Paulo Oliveira, Tito Reis, Carlinhos do Império, Lays de Oliveira e Samuel Coragem, nossos artistas intérpretes numa seleção de sambas ‘de primeira’. Infelizmente, não há informações sobre a data de lançamento. Mas com certeza deve ser do início dos anos 80, ou mantes.. não importa… o que importa está no GTM, confiram…

pegando fogo – léo costa
que sorriso – paulo oliveira
senti firmeza – léo costa
não diga nada – tito reis
vou esperar – lays de oliveira
cadê o verde – samuel coragem
o pássaro – carlinhos do império
mulher perere – carlinhos do império
vida de cachorro – léo costa
a dúvida – paulo oliveira
realista – tito reis
ao meu lado – lays de oliveira

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Laercio de Freitas – Terna Saudade (1988)

Pianista, tecladista, maestro, compositor e ator. Assim é Laércio de Freitas, que o Toque Musical põe em foco no dia de hoje. Laércio nasceu em Campinas, interior de São Paulo, em 20 de junho de 1941. Estudou piano no Conservatório Carlos Gomes, graduando-se em 1957. A partir de 1966, deu início a sua carreira internacional, apresentando-se na Europa, Ásia e México. No final dos anos 1960, substituiu Luiz Eça no grupo Tamba 4, oriundo do Tamba Trio. Em 1971, regressando ao Brasil, fez parte do grupo de Luiz Carlos Vinhas, gravando em compacto simples da Tapecar as músicas “Capim gordura”, do próprio Laércio, e “Chovendo na roseira”, de Tom Jobim. “Capim gordura” estourou nas paradas de sucesso da época e seria regravada por Laércio um ano mais tarde, em seu primeiro LP como solista, “Laércio de Freitas e o som roceiro”. Laércio acompanhou artistas como Maria Bethânia, Ângela Maria, Marcos Valle, Wilson Simonal, Nancy Wilson, The Supremes, Quarteto em Cy, Martinho da Vila, Ivan Lins, César Costa Filho, Emílio Santiago e muitos outros. Integrou a Orquestra Tabajara, de Severino Araújo, e do sexteto de Radamés Gnattali. Em 1980, lançou pela Eldorado o álbum “São Paulo no balanço do choro”, totalmente autoral, e participou de alguns discos da série “Um piano ao cair da tarde”, da mesma gravadora. Dois anos mais tarde, passou a se dedicar cada vez mais à orquestração e à regência, além de elaborar arranjos para o pianista Arthur Moreira Lima. Na televisão, participou de programas como “Um toque de classe”, da extinta Rede Manchete, “Alegria do choro” e “Café Concerto”, ambos na TV Cultura de São Paulo. Na Rede Globo, foi ator nas novelas “Mulheres apaixonadas” e “Viver a vida”. No cinema, ganhou o Kikito de Ouro, prêmio do Festival de Gramado, em 1999, pela trilha sonora do filme “Amassa que elas gostam”, de Fernando Coster, e ainda participou de outros dois filmes como ator: “Jardim Beleléu” (2009) e “Chibata” (2015), neste último fazendo o papel  de João Cândido, o líder dos marinheiros em 1910 depondo para a posteridade em 1968. Enfim, um artista completo, também pai da atriz e cantora Thalma de Freitas. Em “Terna saudade”, álbum de 1988 que o TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos, Laércio de Freitas interpreta, em solo de piano, onze clássicos de nosso cancioneiro, como a faixa-título, “Lábios que beijei”, “Maringá”, “Carinhoso” e “Casinha pequenina”. Como escreve Nina Rosa na contracapa, Laércio tem um modo jeitoso e peculiar de tocar seu instrumento, como os pianeiros do cinema mudo, também revivendo os saraus de antigamente. Enfim, é um disco que faz a gente voltar no tempo, mais uma produção digna de nosso Toque Musical. Não deixem de conferir no GTM.

flor amorosa
subindo ao céu
casinha pequenina
chuá chuá
jovial
lua branca
carinhoso
maringá
talento e formosura
terna saudade
lábios que beijei
 
 

*Texto de Samuel Machado Filho 

Grupo Tocaia – Araçari (1987)

Olá, caríssimos amigos cultos e ocultos! Hoje o nosso encontro é com o Grupo Tocaia e seu lp de 1987. O Grupo Tocaia, ao que tudo indica é mineiro e o disco foi gravado na Bemol. Infelizmente, as informações sobre este grupo é quase inexistente, daí só podemos nos basear em poucos dados, a começar pelo próprio disco. Pela internet também não temos muito além de saber que um de seus integrantes (Wladimir Misó) seguiu na música sertaneja, levando o gênero para os Estados Unidos, onde mora atualmente. Mas voltando no tempo, temos o Grupo Tocaia cujo o trabalho, “Araçari”, é um disco bacana, jovem e regional Há nele uma pitada de rock rural, de reggae, pop e da própria mpb expressa em letras e nas canções. A direção de produção e arranjos são do saxofonista mineiro Jairo Lara, o que é, sem dúvida, garantia de um trabalho de qualidade. Confiram no GTM…

semente é aguardente
salve salvador
cantador
tocaia
suasui
luz natural
amo a terra
araçari
alexandrinta
zé que eram
 


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Enoch Light And The Light Brigade – Spanish Strings (1968)

Olá, amigos cultos e ocultos! Como todos aqui devem saber, o Toque Musical já há tempos tem feito, eventualmente, incursões na fonografia internacional, apresentando aqui discos de artistas estrangeiros. Isso se deve ao fato de serem discos que eu gosto e ou mais ainda quando há alguma relação com artista ou com a música brasileira. Assim sendo, mais uma vez trago aqui um internacional, Enoch Light And The Light Brigade. Sou fascinado com orquestras exóticas dos anos 50, em especial as de figuras como Martin Denny, Perez Prado, Les Baxter, Esquivel e tantas outras. Isso para não falar das trilhas de cinema e essas em especial as de compositores italianos como Ennio Morricone, Piero Umiliani. Piero Piccioni, Angelo Badalamenti e tantos outros geniais… Mas, enfim, hoje vamos com Enoch Henry Light, violinista americano, de formação clássica, ‘bandleader’, engenheiro de gravação e produtor. Atuou dos anos 20 aos 70, gravou vários discos e também produziu muita coisa. Sua ficha é extensa, nem dá para por aqui, mas é bom que se diga que Enoch Light foi quem fundou a sofisticada Command Records, responsável pelo lançamento dos luxuosos álbuns como sua série “Persuasive Percussion”. Como engenheiro de som ele era obcecado por gravações de alta qualidade e foi um dos produtores que mais investiu nos efeitos do estéreo. Da mesma forma ele deu atenção as capas de seus discos, em geral eram estampadas com arte abstrata e minimalista, trabalhos do artista Josef Albers. Por conta de tantas informações e detalhes nas capas, seus discos passaram a ter capa dupla e assim nascia o formato de embalagem ‘gatefold’ que se tonaria popular a partir dos anos 60. Aqui no Brasil quem seguia mais ou menos o mesmo conceito era o Nilo Sergio com seus selos Musidisc e principalmente o Nilser. Inclusive, os discos da Command Records foram lançados no Brasil através da Musidisc e mantendo as mesmas características conceituais dos lps importados, capas duplas, com recortes, etc… Eu tenho vários desses discos, que inclusive são até mais charmosos do que este que estou apresentando. Porém, escolhi este “Spanish Strings” pela curiosidade. Um lp focado no espírito musical latino somado as qualidades técnicas de gravação e aos arranjos competentes que fazem as músicas serem verdadeiramente exóticas. O repertório traz doze músicas famosas e populares internacionalmente, mas o que me chama mais a atenção e é o motivo de estar postando este disco é a presença de duas músicas brasileiras, “Insensatez” e “Se todos fossem iguais a você”, ambas de Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes. Embora competente interpretação, para nós brasileiros, soa quase como uma piada. O que tinha de samba ali ficou apagado. O foco de luz ficou só mesmo no dono do disco. Mesmo assim vale muito a pena ouvir e conhecer mais sobre Enoch Light. Confiram no GTM…

abril em portugal
três palavras
come on, come on, come on, don’t be timido
what a difference a day made
quiças, quiças, quiças
maria la-o
insensatez
se todos fossem iguais a você
lisboa antiga
i love, i live, i love
blue tango
la mentira

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Ponta De Rama (1980)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Vez por outra, recebo mensagens por e-mail de pessoas falando sobre o nosso Toque Musical. Recentemente alguém escreveu: “gosto do TM por conta da variedade, de coisas tão diversas, das coisas que descubro nele. Nunca pensei que a música no Brasil tivesse tantas variantes. O Toque Musical é sempre uma caixinha de surpresas.” Esse definiu bem nossa proposta. É mais ou menos por aí…
E hoje o que temos é o grupo paulista Ponta de Rama em seu primeiro e único disco, lançado de forma independente, em 1980. Descobri este grupo/disco há pouco mais de um ano. Agradei logo de cara, pela capa. Uma capa muitas vezes já define tudo e nesse caso não foi diferente. Incrível como um disco como este não ganhou repercussão, ficou esquecido, restrito ao público orbital. E curiosamente, desde então, nunca foi redescoberto por esses ‘entendidos em discos’. Por sorte, ainda hoje é possível encontrar exemplares sendo vendidos a preço de banana no Mercado Livre e Discogs. Por garantia, comprei logo uns três, pois certamente, depois dessa postagem a galera vai começar a inflacionar e o Ponta de Rama vai virar raridade. E sinceramente, acho que merece, pois é um disco único de um grupo que não existe mais, independente e um trabalho de qualidade acima da média. Por certo é também de edição limitada. Ao que parece, chegou a ser relançado em formato cd, no início dos anos 2000.
Achar informações sobre este grupo não é fácil. Aliás, sobre o grupo não há nada, além de algumas músicas postadas no Youtube de forma aleatória. O pouco que sei é que era formado por estudantes da USP (Alex Antonelli, Chico Ribas, Flávio Pacheco de Castro, Jorge Cordeiro, Klecius Albuquerque, Luiz Milan, Oscar Torales e Paulo Bafile), hoje em dia acadêmicos, profissionais liberais. Alguns até seguiram na música ou tem ela como atividade paralela, como é o caso do Klecius Albuquerque e o Luiz Milan. A música do Ponta de Rama tem as qualidades que condizem ao seu elenco, música boa sim e acima da média. Há neste trabalho pitadas de rock rural, folk, samba… mas essencialmente é um belo disco de música popular brasileira. Vale a pena conhecer.

igrejas
luiza luiza
viva a vida
indigesto
precisavas
carta pra ontem
corta essa
amigo hermano
thais
o rio é uma rua
bossa sul realista

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Waldir Calmon E Seu Conjunto – Para Ouvir Amando N.2 (1959)

E aí, meus prezados amigos cultos e ocultos, boa noite! Não sou muito favorável a colocar no Toque Musical a discografia completa de um determinado artista, mas existem alguns que acabam, por uma razão ou outra, sempre presentes em nossas postagens. Este é o caso do Waldir Calmon que aqui mesmo eu aprendi a amar. E pensar que na minha adolescência eu via esses discos e achava uma tremenda cafonice e quando não, ‘coisas de véio’. É, acho que fiquei velho e talvez por isso mesmo passei a apreciar a arte desse grande ‘band leader’. E assim, mais uma vez temos o Waldir Calmon, dessa vez em um lp de 12 polegadas, de 1959. Neste disco, “Para Ouvir Amando N. 2” vamos encontrar um repertório de bolero, fox e samba, músicas selecionadas, com destaque especial para os sambas, onde vamos encontrar o “Ho-bá-lá-lá”, de João Gilberto; “Pro Causa de Você”, de Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran; “Se Alguém Telefonar”, de Alcyr Pires Vermelho e Jair Amorim. Está aí um disco que merece atenção, inclusive pela sonoridade com solos também de guitarra em contraponto com o piano. Show! Confiram no GTM…
 
regalo de viaje – sabras que te quiero
charmaine – begin the beguine
por causa de você – se alguém telefonar
hey there – flor de lys
ho-ba-lá-lá
gauchinha benquerer – linda flor
 
 
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Marília Gabriela (1983)

Boa noite, camaradas cultos e ocultos! Aproveitando que eu estou com a mão na massa, digitalizando e editando discos para um amigo, resolvi então postar um deles, unindo assim o útil ao agradável, ou algo assim… 🙂 Temos aqui a  jornalista, apresentadora de televisão, atriz, escritora e nesta, cantora, a loiraça Maria Gabriela. Essa mulher é mesmo admirável, além de ser lindíssima e mesmo hoje, na casa dos 70, mantem um porte que é pura elegância. Como cantora ela gravou três discos e este, de 83, foi o primeiro. E começou muito bem, diga-se de passagem, acompanhada pelo não menos talentoso Cesar Camargo Mariano, responsável aqui pela produção, arranjos, além de tocar em todas as faixas. Repertório fino cheio de músicas conhecidas e que agrada na primeira audição. Confiram no GTM…

albatroz
abrir a porta pra você
chuvas de verão
drão
marinheiro bonito
trem das cores
amorosa
canção que morre no ar
mutante
velho piano
espelho

 

Nelson Coelho De Castro (1983)

Boa tarde, ilustríssimos amigos cultos e ocultos! Mais um dia, mais um disco… Hoje vamos com o gaúcho Nelson Coelho de Castro, um nome que como tantos outros do Sul quase nunca chega a ecoar além de São Paulo. Por certo não é por falta de talento e qualidade, isso eles tem de sobra. Acho que tem mesmo a ver com o tal regionalismo e o Brasil para eles não vai além das fronteiras paulistas. Bom, mais isso é outra treta que não cabe agora aqui. Certo é que temos aqui e já pela segunda vez em nosso Toque Musical esse artista gaúcho que foi um dos pioneiros nas chamadas ‘produções independentes’. Desta vez temos dele o álbum lançado em 1983, seu segundo lp no qual consta a música “Vim vadiá” que fez um relativo sucesso nas rádios do Sul e Sudeste do país. Mas o disco, num todo, é muito bom e vale conhecer 😉

ver-te/algo teu
saudade une nada
tão bonita voz
nata
magro
legislativo
vim vadiá
vô nem aí
assim não dá bicho (para quê)
todo o meu amor que ela evita
cristal
 

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Vera Figueiredo (1990)

Olá, amigos cultos e ocultos! Cá estamos em nossas postagens diárias, trazendo hoje uma das maiores bateristas brasileira, a renomada Vera Figueiredo. Além de grande instrumentista, reconhecida internacionalmente, Vera é também compositora, produtora cultural e professora. Criou em 1990 uma escola dedicada a ensinar bateria, a IBVF, que hoje também é uma produtora, responsável por diversos projetos, entre os quais o Batuka! Brasil, uma espécie de festival de música voltado para percussão e bateria. Foi neste mesmo ano de 90 que Vera gravou este que foi o seu primeiro disco solo. Uma produção fonográfica de Luiz Calanca e seu selo Baratos Afins. Um belo trabalho de estréia, disco de música instrumental de primeiríssima linha onde ela vem acompanhada pela banda Nuapaco e convidados, como Hermeto Pascoal, Arismar do Espírito Santo, Derico Sciotti e outros, como podemos ver estampados na contracapa. Não deixem de conferir…

julinho
jamaica
eco
tudo bem
marry christmas mr. lawrence
batuque na casinha do figão
araçá
rumba meu boi
paraíba
de vera

 

Beth Goulart – Passional (1982)

Bom dia, meus caríssimos amigos cultos e ocultos! Temos aqui um disco que eu acredito, deve passado batido para muita gente. E por certo, não recebeu a devida atenção  no momento de divulgação. Aqui temos um lp gravado pela atriz, dramaturga e cantora Beth Goulart, filha dos também atores Nicette Bruno e Paulo Goulart. Nos anos 80 Beth esteve muito envolvida com a música, estreando em disco em 1981, primeiro com um compacto, “O balão e a vida” e no mesmo ano o lp “Sementes no ar”. No ano seguinte estaria lançando este, o “Passional” e novamente, em 85, gravaria o lp “Mantra Brasil”. Beth Goulart foi casada com o músico Nando Carneiro e foi justamente nesse período que ela gravou o disco que hoje apresentamos. Nando Carneiro, juntamente com outro músico, o Mário Adnet, foram os produtores, responsáveis pela concepção musical e arranjos. No disco, boa parte das músicas são de autoria de Nando. Lançado em 1982, pelo selo Philips, eu diria que esse trabalho me faz lembrar muito um outro disco, da década de 70, o “Corra o risco”, da cantora Olívia e o grupo Barca do Sol. Aqui encontramos inclusive a música “Cavalo marinho”, de Nando e Cacaso, gravada também por Olívia e a Barca do Sol. Temos a música “Severina”, parceria entre os irmãos Carneiro e com participação de Geraldo Azevedo. Iremos encontrar a música de Milton Nascimento, “Canção amiga”, cuja a letra é um poema de Carlos Drummod Andrade e também “Canción por la unidad Latino Américana”, do cubano Pablo Milanês adaptado por Chico Buarque de Hollanda. Tá aí, um disco bem bacana que merece uma nova audição. Confiram no GTM…

passional
polichinelo
severina
o gosto da memória
canção de amor
paixão
canción por la unidad latino americana
ai de mim
canção amiga
cavalo marinho
passional

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Michel Daud – Joias Orientais – Música De Beduíno (1959)

Boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou trazendo um disco que é bem a cara do Toque Musical, ou por outra, é daqueles discos que só poderiam ter sido postados aqui, neste balaio sortido de curiosidades. Trago para vocês a música de Beduíno, José Assad, descendente de libaneses, compositor, cenógrafo e teatrólogo, considerado nos anos 50, o ‘rei da música oriental no Brasil’. Oriental, no caso, se refere a música de origem árabe. Beduíno, como era mais conhecido é aqui interpretado por outro artista, também de origem libanesa, Michel Daud. O disco, “Joias Orientais”, com orquestração e arranjos do maestro Edewaldo Campanella nos apresenta um curioso repertório de boleros e baiões numa roupagem que mais nos lembraria uma trilha de filme sobre Ali Baba, ou os contos da Mil e Uma Noites. Taí, uma faceta da música popular no Brasil que hoje ignoramos, a música dos imigrantes, de povos que vieram para cá trazendo também as suas tradições. Vemos isso nos imigrantes italianos, alemães e japoneses. Da mesma forma os imigrantes de origem árabe. Este disco os representa bem. Um exemplar raro que também faz parte da fonografia nacional.
Confiram, no GTM…

canção do beduíno
festim na tenda
mercador de ilusões
rainha do nilo
lago de cristal
ea-habibe
lamento árabe
ea habibe és meus olhos
noite de amor
escrava branca
caravana que partiu
rosana
 
 
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Banda De Pífanos De Caruaru (1976)

Muito bom dia, prezados amigos cultos e ocultos! Estamos trazendo, já pela segunda vez, a famosa Banda de Pífanos de Caruaru, também conhecida como Banda de Pífanos Zabumba de Caruaru. É considerado um dos mais antigos grupos musicais em atividade no país. Para se ter uma ideia, o grupo foi formado no final dos anos 30 pela família Biano. Se estabeleceram na cidade de Caruaru e daí veio o nome. Ganharam notoriedade no sertão nordestino, se apresentando em bailes e festas por diversas cidadezinhas e ao longo de décadas. Mas foi só a partir dos anos 70 que a banda ganhou projeção nacional, por conta, de certa forma, de Gilberto Gil que em 1972, em suas pesquisas musicais, chegou até o grupo. Foi Gil o responsável pela apresentação da banda ao Brasil, quando incluiu em seu disco “Expresso 2222” o tema instrumental “Pipoca moderna”, música essa que viria em 75 receber uma letra de Caetano Veloso e incluida em seu disco, o “Joia”, de 1975.
Ao que consta, Sebastião Biano, o único membro original do grupo ainda vivo, completou em 2019 cem anos e ainda com destreza na flautinha. A banda continua em atividade com novos membros, sendo hoje uma herança cultural do nordeste.
O disco que temos aqui foi lançado em 1976, pelo selo Continental. Saiu, inclusive, antes do que foi apresentado pelo selo Marcus Pereira e aqui só tem em comum a sua música mais famosa, “Pipoca moderna”. Taí, um disquinho bacana, que vale a pena conferir.

pipoca moderna
caboré
frevo danado
arrasta pé corneta
lamentação
flor do muçambê
carimbó de pífanos
o tocador rebate a marcha
levanta poeira
o chor de pífanos
cabo de vassoura

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Canto & Dança Do Povo De Uberaba (1984)

Boa noite a todos, amigos cultos e ocultos! Aqui temos para hoje um disco de caráter folclórico e dos  mais interessantes. Trata-se, como se pode ver nas ilustrações da capa, de um lp que reúne quatro diferentes manifestações populares de música e dança da região do Triangulo Mineiro, ou mais especificamente da cidade de Uberaba, Minas Gerais. Lançado em 1984 pela Fundação Cultural de Uberaba, temos aqui um disco de Catira, Congado, Moçambique N. S. do Rosário e Folia de Reis. Um registro valioso e importante da nossa cultura que vale a pena ter e conhecer. Confiram no GTM…

congado – minas brasil
folia de reis – paulo curi
folia de são sebastião – sebastião mapuaba
moçambique – nossa senhora do rosário
catira dos borges – moda e recortado
catira dos borges – recortado
 


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Juarez Moreira – Bom Dia (1989)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! E para ser mesmo um ‘bom dia’, só mesmo com este maravilhoso disco de um dos grandes mestres das cordas, o mineiro de Guanhães, Juarez Moreira. Temos aqui o primeiro disco solo deste compositor, violonista, guitarrista, produtor e arranjador, o álbum “Bom dia”, lançado de forma independente em 1989. Um disco onde ele conta com a participação de outros feras como Toninho Horta, Zeca Assumpção, Paulo Moura, Nenen e André Dequech. Por aí já dá para se ter uma ideia do nível da ‘coisa’. Depois deste lp, relançado em 97 em cd, Juarez já gravou mais uma dezena de discos e cada vez mais respeitado como um dos nossos grandes talentos nacionais. Vale a pena a conferida…

bom dia
depois do amor
samba pra toninho
pas de deux
baião barroco
chora jazz
valsa pra maria
diamantina
chaplin
 
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Britinho E Seu Conjunto – Sucessos De Dorival Caymmi (1956)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Vamos nós nesse sortido e rico balaio musical, hoje trazendo a música de Dorival Caymmi na interpretação instrumental do gaúcho João Leal Brito, o Britinho e seu Conjunto. Este lp de 10 polegadas foi lançado em 1956 pelo destacado selo Continental. Um disco de pequeno porte, mas que nos traz oito faixas e nove músicas, grandes sucessos de Caymmi até aquele momento. Vale a pena conferir 😉

nem eu 
lá vem a baiana
vatapá
peguei um ita no norte
dora
marina
rosa morena
bole bole
requebra que eu dou um doce

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José Oliveira – Violão Fonte De Poesia E Do Amor (1970)

Boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! Nosso encontro de hoje é com o violonista e concertista José de Oliveira, um músico nascido em Minas Gerais e que logo se mudou para São Paulo. Estudou violão clássico com o mestre uruguaio Isaías Sávio. Ao longo dos anos 60 se apresentou em diversos recitais pelo país e também em rádio e televisão. Segundo contam, ele trabalhou na Del Vecchio por muitos anos. Gravou além deste outros discos, mas eu mesmo não os encontrei. Por certo, como disseram, ele sempre gravou por selos pequenos, como este pela Discos Prodigio do Brasil, lançado em 1970. Ainda segundo informações, ele até 2016, morava na capital paulista, mas já não se apresentava devido a um problema de audição. O disco que aqui apresentamos segue um roteiro com diferentes compositores, tanto clássicos como populares. Um repertório bonito e também bem executado. Não deixem de conferir…

poema, de fibich
ave maria, de schubert
minueto opus 11 n.3, de sór
bourrée da 3 suite para violoncelo, de bach
ontem ao luar, de catulo da paixão cearense
greensleeves, ária inglesa do sec. XVI
maria gavota, de tárrega
as abelhas (las abejas), de barrios
choro n. 1, de villa-lobos
prelúdio em ré menor, de bach
batucada, de isaías sávio
estudo n.3, de isaías sávio

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Aline c/ Toninho Horta Beto Lopes Helvius Vilela Bernard Aygaoux – Mares De Minas (1988)

Boa tarde, companheiros e amigos cultos e ocultos! Cá estamos novamente, sempre com alguns atrasos, mas sempre procurando não pular dias.
Hoje temos um disco da cantora e compositora mineira, Aline, de Montes Claros. Há algum tempo atrás nós chegamos a postar o primeiro disco dela lançado também de forma independente em 1979. Agora trazemos um outro trabalho dela, na verdade o seu terceiro disco, lançado em 1988 de forma independente. “Mares de Minas” é um disco que reúne gravações de 1985 a 87. Como se pode ver logo pela capa, Aline vem muito bem acompanhada por Toninho Horta no violão e guitarra, Bernard Aygadoux nos teclados, Helvius Vilela no piano e Beto Lopes no violão. A produção ficou por conta de Adriano Martins. No repertório há um certo regionalismo, mas no conjunto da obra o que temos um trabalho sensível e de muita qualidade. Não deixem de conferir no GTM

mar de espanha
oi no colo dele
papel maché
dois mil e indio
primeiras bicicletas
vida consagrada
infância
noite no sertão
era só começo o nosso fim
o bardo
yo digo que las estrellas
na rama da alegria
amo-te muito



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Grupo Capote – No Forrock (1972)

Boa tarde, meus prezados amigos cultos e ocultos! Na semana passada recebi de um amigo este disco do Grupo Capote. Segundo ele, o lp é um presente pelo aniversário de 13 anos do Toque Musical. Por acaso, este disco eu já havia postado logo nos primeiros anos do blog. Mas eu não deixaria de postá-lo novamente, tanto pelo presente, quanto pela primeira postagem, que como boa parte das publicações iniciais eram mesmo vergonhosas. Então, mais um bom motivo para trazer de volta…
Temos assim o Grupo Capote, liderado pelo baiano Odair Cabeça de Poeta. Este lp, “Grupo Capote no Forrock” foi o primeiro disco, lançado em 1972 pelo selo Continental. Por certo e para mim, o melhor disco deles. Já cheguei a postar aqui outros trabalhos desse grupo, inclusive disco solo do Odair, que há tempos abandonou a vida de artista para ser dono de pousada e também provedor de internet (vejam vocês). Mas, enfim, segue aqui esse discaço que tem além de músicas próprias, “Eu disse que disse”, de Tom Zé. “Fiz uma viagem”, de Dorival Caymmi e a engraçadíssima “Tu tá comendo vrido”, de Gordurinha. Mas a música que mais se destaca é “A feira” que até hoje sempre é lembrada por conta do trocadilho ‘feira da fruta’.

xeque mate
bomlero
carolina vai carolina vem
paulada no coqueiro
a feira
forrock
fiz uma vagem
tu tá comendo vrido
eu disse que disse
minha calma espiritual imediata

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Darcy De Paulo – Na Memória (1985)

Bom dia, caríssimos amigos cultos e ocultos! Uma das coisas boas nesse nosso Toque Musical é a variedade e diversidade e porque não dizer a surpresa. Pois aqui temos um pouco de tudo e se as vezes seguimos postagens por tema, outras, somos um verdadeiro ‘samba do crioulo doido’. Nesses dias estou surtado e sortido, nunca se sabe o que vem por aí. E se ontem foi estorinhas infantis, hoje vamos de música instrumental.
Trago hoje para vocês o músico e tecladista Darcy de Paulo em seu único disco, “Na memória”, gravado em 1983 e lançado, segundo o Dicionário Cravo Albin em 1985. Este disco foi lançado pelo selo PPA e deu ao seu autor o premio de melhor disco instrumental independente pela Associação dos Produtores Independentes de Discos e Fitas. Sem dúvida, este trabalho é realmente muito bom e Darcy conta com a participação de um time bacana como o trombonista Sylvio Barbosa e o grupo vocal Arcos Íris, além de outros grande músicos, como consta na ficha da contracapa.
Darcy de Paulo, infelizmente veio a falecer em 2000 vítima de um tumor, como apenas 47 anos. Sua trajetória começa no início doa anos 70 onde participou do MAU (Movimento Artístico Universitário), no qual estiveram presentes dezenas de outros artistas da música popular. Seu momento mais ativo foi nos anos 80 onde produziu o seu disco e também compôs várias músicas e em parcerias.
Confesso que não entendi bem o ‘layout’ dessa capa. Considerando que este lp foi lançado em 85 e Darcy veio a falecer em 2000, chego a pensar que se trata de uma premonição, um presságio. A capa mais parece antigos cartões de falecimento, as cores, a margem preta e para completar o título do disco. “Na memória”. Chego quase a acreditar que se trata na verdade de um disco póstumo. Ou não?

ano novo
vai trabalhar
estudo chorado
bahia
uma balada
relembrando
chor pra elenice
na memória
olhando pra cima
afeto
um tema em cinco por quatro

Harry Crowl – Concerto Para Violino, 12 Instrumentistas E Soprano (1991)

Bom dia, meus amigos cultos e ocultos! Começando bem a semana, com pensamento positivo e mantendo o máximo de cuidado nessa pandemia. E enquanto ela não passa, vamos passar o nosso tempo fazendo coisas boas como ouvir e descobrir músicas e esse vasto campo fonomusical que um dia existiu.
Hoje vamos de música erudita. Mais um daqueles discos que vocês só irão encontrar por aqui: “Concerto para violino, 12 instrumentistas e soprano Memento Mori”, de Harry Crowl. Este é mais um lp de produção independente, lançado no início dos anos 90. Trata-se, como o texto de contracapa já define muito bem, de um concerto para violino, 12 instrumentistas e soprano, concebido como um concerto de câmara onde o solista dialoga ora com o soprano, ora com o concertino, na concepção do concerto grosso barroco, que é constituída de flauta, violão, violoncelo, cravo e piano. São seis seções tocadas sem pausa de faixa. O disco foi todo gravado ao vivo e em diferentes momentos, no Rio de Janeiro.
Achei interessante postar este disco pois ele cairia, para mim, como uma perfeita trilha sonora para um filme sobre essa quarentena infinita.
Sobre Harry Crowl, ele mineiro, de Belo Horizonte, é professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Segundo fontes, desenvolveu um estilo muito pessoal de composição com obras concebidas com  um painel musical em que a maior parte das ideias nunca é repetida. Dentre suas obras destacam-se  os Concertos para oboé e cordas e concerto para piano e orquestra. Um trabalho bem bacana que merece atenção.

concerto para violino, 12 instrumentistas e soprano
introdução com cadência
ária (in memoriam carlos drummond de andrade)
solo soprano
antífonas
tempo de minueto
cadência II
conclusão
memento mori
introdução
recitativo a 3
ária a 5
recitativo
ária a duo
recitativo
a due cori
postludium

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Liderato – O Rato Que Era Lider (197…)

Boa noite, fiéis amigos cultos e ocultos! No balaio do ‘tudo que convém’, eu hoje vou de historinha infantil. É, isso mesmo, mais uma curiosidade que vocês só vão ver (e ouvir) por aqui. Olha aí, chamem as crianças. Vamos todos ouvir a história de Lederato, o rato que era líder. Uma historinha bem atual, uma fábula política que muito cabe nos dias atuais. Esta história é de André de Carvalho e Gilberto Mansur. A música tema é uma composição de Aécio Flávio e letra de André Carvalho.
Para facilitar a vida de todos, o áudio está num arquivo apenas, integral. Confiram no GTM!

liderato o rato que era líder

Tempo Trio (1965)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Há alguns dias atrás eu postei aqui um disco do pianista mineiro, Helvius Vilela. Daí, percebi que ainda não havia postado no Toque Musical esta gema rara que é o grupo Tempo Trio. Então, antes tarde do que nunca, temos aqui o Tempo Trio, grupo instrumental formado pelos músicos mineiros: Helvius Vilela no piano, Pascoal Meireles na bateria e Paulo Horta no contrabaixo. Este grupo atuou durante a metade dos anos 60, tocando principalmente na noite belorizontina. Creio que o nome Tempo Trio vem da música “Tempo quente”, de Helvius Vilela e surgiu quando o grupo esteve no Rio de Janeiro fazendo apresentações. O ano era 1965 e eles também lançavam este disco, coisa chique demais, pelo selo London. Um autêntico álbum de jazz-bossa, coisa fina! Repertório super selecionado e onde se destaca, além de “Tempo quente”, “E a gente sonhando”, música de Milton Nascimento que até então era um ilustre desconhecido. Esta foi a primeira música gravada de autoria de Milton. Por essas e por outras este disco é hoje uma joia rara, cobiçada por muitos colecionadores. Um exemplar em boas condições chega fácil a mil pratas. Coisa de loco…

tudo de você
menino das laranjas
tema de morro
a tristeza não vem
feio não é bonito
o morro não tem vez
aleluia
terra de ninguém
carcará
tempo quente
gente
tema de maria
mania de maria
maria ninguém
maria moita
reza
curta metragem

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Joaquim Ribeiro Do Carmo – Aula De Ballet Vol. 2 (197…)

Digam lá, amigos cultos e ocultos, como estão? Seguindo em mais uma postagem e mais que nunca fazendo jus a tradição, temos para hoje um disco diferente, feito especialmente para aulas de ballet. Este lp foi produzido por Joaquim Ribeiro do Carmo, professor de uma tradicional escola de ballet de Belo Horizonte, o Studio Joaquim Ribeiro. Era uma escola de ballet clássico e ele um tradicional professor, daqueles que dava aula ao piano e tinha lá as suas próprias composições. Além de professor de ballet, Joaquim Ribeiro também compunha e escrevia. Este disco foi concebido para exercícios de barra e de centro. Toda bailarina, mesmo as que não frequentavam o seu ‘Studio’ costumavam ter este disco. Como podemos ver, este é o volume dois. Ele já havia lançado anteriormente o primeiro volume. Tempos depois ele gravou também um cd. Infelizmente não consegui precisar a data em que este disco foi produzido, mas certamente foi nos anos 70. Fica aqui essa curiosidade, coisa que só o Toque Musical pode proporcionar. Confiram no GTM…

pliés
battements tendus
battements tendus
fondus
ronds de jambers a térre
developées
battements frappé
petits battements sur le cou-de-pied
ronds jambe en l’air
grans battemets jetés
andante
largo
valsa
pizzicati
andate
valsa
andante
largo
largueto
largueto


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