Elebra 6 – Memória – Solistas Brasileiros (1989)

O TM tem a grata satisfação de oferecer hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados o sexto volume da série “Memórias”, produzida sob encomenda da extinta Elebra pelo pesquisador João Carlos Botezelli, o Pelão, que, como vocês já viram anteriormente, tem a seu credito inúmeros trabalhos importantes da discografia tupiniquim, como o primeiro LP de Cartola e os dois primeiros de Adoniran Barbosa. Este sexto LP da série, editado em 1989 para distribuição gratuita aos clientes da extinta empresa de informática, com incentivo de lei governamental, tem o nome de “Solistas brasileiros”. Como escreveu na contracapa o próprio Pelão, “é mais uma homenagem da Elebra à sensibilidade, ao talento e à competência do músico brasileiro”. Vem, também, a ser uma justíssima homenagem ao pianista e maestro Radamés Gnattali (Porto Alegre, RS, 27/1/1906-Rio de Janeiro, 13/2/1988), com faixas executadas por ele mesmo e seus discípulos. Gravado em estúdios do Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Recife e Porto Alegre, já se utilizando da tecnologia digital (o que garante a qualidade técnica), é mais um trabalho impecável de Pelão, reunindo clássicos inesquecíveis e até hoje relembrados. Abrindo o disco, o próprio Radamés sola ao piano o choro “Carinhoso”, do mestre Pixinguinha. Rafael Rabello, violonista prematuramente desaparecido, vem com o samba-canção “Molambo”, de Meira e Augusto Mesquita. Joel do Bandolim sola o antológico bolero “Dois pra lá, dois pra cá”, um dos primeiros hits da dupla João Bosco-Aldir Blanc. Chiquinho do Acordeom executa outro samba-canção célebre, “Balada triste”, de Dalton Vogeler e Esdras Silva. Em seguida uma curiosa interpretação para “Nossos momentos”, da parceria Haroldo Barbosa-Luiz Reis, a cargo do contrabaixista Toinho Alves, que também faz um interessante “vocalize”. “Pois é”, samba de Ataulfo Alves, é executado ao cavaquinho  por um verdadeiro “cobra” do instrumento, Henrique Cazes. A viola caipira de Roberto Corrêa traz a nossos ouvidos a clássica toada “Tristeza do jeca”, de Angelino de Oliveira. O pianista Laércio de Freitas nos traz “Ceú e mar”, obra-prima de Johnny Alf. Zé Gomes, craque da rabeca, executa “Maria”, samba-canção de Ary Barroso e Luiz Peixoto. Rildo Hora sola, com sua gaita, “A noite do meu bem”, de Dolores Duran. O violonista Israel sola depois “Agora é cinza”, samba da parceria Bide-Marçal. Por fim, a não menos antológica “Canção de amor”, de Chocolate e Elano de Paula, nos floreados da flauta de Plauto Cruz. Tudo isso em um trabalho primoroso, antológico, verdadeiro tributo a Radamés Gnattali  e seus discípulos. Simplesmente irresistível!

carinhoso – radamés gmattali

molambo – rafael rabelo

dois prá lá, dois prá cá – joel do bandolim

balada triste – chiquinho do acordeon

nossos momentos – antonio alves

pois é – henrique cazes

tristeza do jeca – roberto correa

céu e mar – laércio freitas

maria – zé gomes

a noite do meu bem – rildo hora

agora é cinza – bide e marçal

canção de amor – plauto cruz

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Dick Farney – Momentos (1985)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje eu trago para vocês mais um disco da série lançada pelo saudoso restaurante Inverno & Verão, que existiu em Sampa na década de 80. Já falamos dessa casa de show aqui no Toque Musical. Por ela passaram grandes nomes da música nacional e até internacional. E para mim, seu grande mérito foi o registrar e lançar em discos os muitos artistas que por lá estiveram. Com o apoio do Credicard/Visa, o I&V promoveu e lançou de forma quase independente uma dezena de títulos, em discos não comerciais. Ao que sei, esses lps eram oferecidos aos clientes e fornecedores da casa de shows. Por aqui eu já publiquei várias dessas produções e na sequencia temos outro artista, que também sempre esteve presente em nossas postagens, o grande Dick Farney. Embora gravado em estúdio, este lp registra alguns bons momentos do repertório da temporada do artista, em março de 1985. Que eu saiba, essas gravações nunca chegaram a ser lançadas comercialmente. Assim sendo, a oportunidade de conhecer e ouvir o disco é essa. Confiram já, pois o tempo do link é uma baforada 🙂

marina
copacabana
somos dois
este seu olhar
saudade mata a gente
se todos fossem iguais a você
the lady is a tramp
uma loira
ponto final
alguém como tu
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Cauby Peixoto – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 148 (2016) Parte 2

O Grand Record Brazil oferece hoje aos amigos cultos, ocultos e associados a segunda parte do retrospecto especial dedicado ao grande e notável Cauby Peixoto, que partiu para a eternidade em 15 de maio último, deixando muitas saudades em todos aqueles que apreciam o que é bom em matéria de música. Oferecemos aqui mais 14 gravações de Cauby, várias delas prensadas simultaneamente em 78 rpm e vinil. Abrindo esta segunda parte, o bolero “Meu amor por você”, de Lourival Faissal e Edson Menezes, que Cauby gravou na RCA Victor em 20 de dezembro de 1957, com lançamento em abril de 58, sob número 80-1928-B, matriz 13-H2PB-0312. E a faixa seguinte é justamente o lado A, matriz 13-H2PB-0311, e um clássico do repertório dele: o samba-canção “Nono mandamento”, de Renê Bittencourt, retumbante êxito na época, e que o nosso saudoso Cauby também interpretou no filme “De pernas pro ar”, co-produção Herbert Richers-Cinedistri. Na quarta faixa, temos o primeiro hit maiúsculo do “professor da MPB”: o fox “Blue gardenia”, dos norte-americanos Bob Russell e Lester Lee, em versão de Antônio Carlos. Foi composto para o filme de mesmo nome, exibido no Brasil como “Gardênia azul”, e nele interpretado por Nat King Cole, tornando a música bem mais lembrada do que a própria película. O registro de Cauby saiu pela Columbia em maio de 1954, sob número CB-10042-A, matriz CBO-215, e, mais tarde, “Blue gardenia” seria faixa-título e de abertura do primeiro LP do cantor, em dez polegadas. Ainda em 54, apareceu outra gravação em português deste fox, por Lúcio Alves, mas o sucesso foi mesmo de Cauby. Aqui também apresentamos o lado B desse 78, matriz CBO-214: o samba-canção “Só desejo você”, assinado pelo então empresário de Cauby, Di Veras, em parceria com Osmar Campos Filho, e, ainda em 1954, também gravado na Copacabana por Ângela Maria. A música entrou mais tarde no segundo LP de Cauby, o dez polegadas “Canção do rouxinol”.  A quinta faixa desta seleção é “Canção de sentir saudade”, samba-canção de Durval Ferreira e Orlando Henriques, que Cauby gravou na RCA Victor em 11 de outubro de 1960, com lançamento em janeiro de 61, sob número 80-2286-A, matriz L2CAB-1132. Mais tarde, seria faixa de encerramento do compacto duplo de 45 rpm número 583-5068. O lado B do 78, matriz L2CAB-1133, que também abriu o compacto em questão e um LP do cantor com o mesmo título, é a faixa seguinte: a balada “Perdão para dois”, de Palmeira e Alfredo Corleto, lançada pouco antes por Leila Silva na Chantecler. Em seguida, temos o beguine “Tentação”, de Edson Borges e Sidney Morais (que integrou o Conjunto Farroupilha e Os Três Morais, e gravou discos de música latina como Santo Morales). Foi lançado pela Columbia, na voz de Cauby, em abril de 1956, sob número CB-10250-B, matriz CBO-727. Logo depois, vem o lado B, matriz CBO-729, o fado “Lisboa antiga”, standard do cancioneiro lusitano, de autoria de Raul Portela, Amadeu do Vale e José Galhardo. Em LP, e de dez polegadas, esta faixa só apareceu na coletânea mista “Meus favoritos – vol.  5”. A faixa 9, “Bibape do Ceará”, é um baião de Catulo de Paula e Carlos Galindo, originalmente gravado pelo próprio Catulo em 1955. O registro de Cauby foi lançado em setembro de 56 pela Columbia, sob número CB-10285-B, matriz CBO-818 (o lado A é o clássico “Conceição”, já oferecido a vocês em nosso volume anterior). Na décima faixa, temos o fox “É tão sublime o amor (Love is a many splendored thing)”, dos norte-americanos Paul Francis e Sammy Fain, em versão de Alberto Almeida.  A música deu título a um filme também de sucesso, estrelado por William Holden e Jennifer Jones, e exibido no Brasil como “Suplício de uma saudade”. O registro de Cauby foi lançado pela Columbia em maio-junho de 1956, sob número CB-11002-A, matriz CO-55565, abrindo também seu terceiro LP, o dez polegadas “Você, a música e Cauby”.  Em seguida, outro clássico: o bolero “Espera-me no céu (Esperame em el cielo)”, do portorriquenho Francisco López Vidal (Paquito), em versão do pistonista Araken Peixoto, irmão de nosso Cauby, que a imortalizou na RCA Victor em 30 de janeiro de 1957, com lançamento em julho do mesmo ano, sob número 80-1812-B, matriz 13-H2PB-0044. A gravação entrou mais tarde no LP de dez polegadas “Música e romance”, já oferecido a vocês pelo Toque Musical. A faixa seguinte é o lado B do disco de estreia de Cauby, o Carnaval/Star 013, lançado bem em cima do carnaval de 1951, em fevereiro:  a marchinha “Ai, que carestia”, de Victor Simon e Liz Monteiro (nada mais atual, não é mesmo?).  A penúltima faixa é o clássico “Molambo”, samba-canção do violonista Jayme Florence, o Meira dos regionais, em parceria com Augusto Mesquita. Lançado em 1953 por Julinha Silva, tem vários outros registros, e o de Cauby foi lançado pela Columbia em maio-junho de 1956, em seu terceiro LP, o dez polegadas “Você, a música e Cauby”, chegando ao 78 rpm em agosto seguinte sob número CB-10267-A, matriz CBO-769. E, encerrando esta seleção, o fox “Tudo lembra você (These foolish things/Remind me of you)”. A música foi feita em 1936 pelos britânicos Jack Strachey e Eric Maschwitz (também conhecido por Holt Marvel), mais o norte-americano Harry Link, e tem vários registros. O de Cauby, com letra brasileira de Mário Donato, tem acompanhamento do conjunto do violonista Ângelo Apolônio, o Poly, e saiu pela Todamérica em março de 1953, com o número TA-5259-A, matriz TA-1153. Um fecho realmente de ouro para este retrospecto especial que o GRB dedica ao agora imortal Cauby Peixoto!

*Texto de Samuel Machado Filho

Isto É Musicanossa (1968) Rozenblit

Olá amiguíssimos cultos e ocultos! Atendendo aos pedidos, eu finalmente consegui o lp “Isto é Músicanossa”, versão lançada pela Rozenblit e como o lp da Odeon, também datado de 1968. Neste disco da gravadora pernambucana vamos encontrar outros artistas, mas todos do mesmo ‘naipe’ do outro. Como destaque, temos o genial Johnny Alf, o Trio 3D de Antonio Adolfo com Novelli nos vocais, Maurício Einhorn e Mário Telles. Também aparecem intérpretes pouco conhecidos como, Henrique Beni, Iracema Werneck e Neide Mariarrosa. No todo, temos um conjunto impecável de artistas que também fizeram parte do movimento Músicanossa.

samba do retorno – johnny alf
alegria de carnaval – trio 3d e novelli
rosa branca – iracema werneck
rema – henrique beni
maria da favela – mário telles
alvorada – mauríco einhorn
eu e a brisa – johnny alf
pobre morro – neide mariarrosa
tema triste – iracema werneck
sistema – mauríco einhorn
o brilho da faca – trio 3d e novelli
nós – henrique bani
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Elebra – Memória 5 (1988)

O TM hoje oferece aos seus amigos cultos e ocultos e associados o quinto volume de uma série denominada “Memórias”, destinada à preservação de nossa memória musical, oferecida como brinde aos clientes da Elebra, uma empresa de informática que não existe mais, e que foi a maior do setor na época em que havia reserva de mercado para o mesmo no Brasil.

A série foi produzida pelo incansável pesquisador João Carlos Botezelli, o popular Pelão, que tem um respeitável currículo no setor fonográfico. Basta dizer, por exemplo,  que ele produziu, em 1974, o primeiro LP do mestre Cartola.  Trabalhos de Nélson Cavaquinho , Adoniran Barbosa, Théo de Barros, Inezita Barroso e Raphael Rabello também estão entre suas mais esmeradas produções discográficas.  E tudo na base da amizade…

Este quinto LP da série “Memórias”, editado em 1988, é dedicado a conjuntos vocais e/ou instrumentais brasileiros de várias épocas e estilos. Para a seleção de repertório, mestre Pelão contou com a colaboração, entre outros, do jornalista Arley Pereira e do autor de novelas Walther Negrão. Seleção esta muito bem feita, com masters cedidos por quatro gravadoras, em que desfilam conjuntos marcantes na história de nossa música popular, interpretando clássicos inesquecíveis. A seleção inclui “Trem das onze”, do mestre Adoniran, com os sempre notáveis Demônios da Garoa, “Gauchinha bem querer”, de Tito Madi, na interpretação impecável e plena de autenticidade do Conjunto Farroupilha, “Forró de Mané Vito”, de Gonzagão e Zé Dantas, com o Quinteto Violado, um raro registro de “Nêga do cabelo duro”, de Rubens Soares e David Nasser, com o Bando da Lua, “Estrada do sol”, de Tom Jobim e Dolores Duran, com o Trio Irakitan, o saltitante “Tico-tico no fubá”, de Zequinha de Abreu, com Os Três Morais, “É com esse que eu vou”, de Pedro Caetano, com seus criadores, os Quatro Ases e um Coringa… A bossa nova vem com o Zimbo Trio, executando “Balanço Zona Sul”, de Tito Madi, o Sambalanço Trio numa releitura de “Pra machucar meu coração”, de mestre Ary Barroso, e o Jongo Trio com “Menino das laranjas”, de Théo de Barros. Os Titulares do Ritmo aqui interpretam “Ponteio”, de Edu Lobo e Capinam. E, para finalizar, “A voz do morro’, de Zé Kéti, com o conjunto de mesmo nome, organizado pelo próprio autor, e no qual despontaram nomes importantes da MPB, como Paulinho da Viola e Élton Medeiros. Repertório de qualidade, conjuntos expressivos, ótimas performances… Que mais se pode querer?

pra machucar meu coração – sambalanço trio

tico tico no fubá – os três morais

balanço zona sul – zimbo trio

o menino das laranjeiras – jongo trio

forró do mané vito – quinteto violado

estrada do sol – trio irakitan

nega do cabelo duro – bando da lua

gauchinha bem querer – conjunto farroupilha

é com esse que eu vou – quatro azes e um coringa

ponteiro – titulares do ritmo

trêm das onze – demônios da garôa

a voz do morro – conjunto a voz do morro

.* Texto de Samuel Machado Filho

Orlando Silva (1955)

O TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados uma autêntica raridade, bastante difícil de se encontrar por aí. Trata-se de um LP de dez polegadas que reúne oito gravações feitas por Orlando Silva (Rio de Janeiro, 3/10/1915-idem, 7/8/1978) na Copacabana, gravadora com a qual assinou contrato em 1951 (ano em que também foi eleito Rei do Rádio), e onde permaneceria pelos quatro anos seguintes.  À época destes preciosos registros, o “cantor das multidões” já tinha voltado aos braços emocionados do grande público brasileiro, que sempre o teve como ídolo, depois de haver superado os problemas particulares, inclusive de ordem amorosa, que foram obstaculizando sua carreira. Os anos 1950 foram, para ele, mais tranquilos, mas nem por isso menos importantes. Seu timbre de voz estava um pouco mais grave, porque esse é o curso natural da voz humana e ele havia surgido para a glória na adolescência dos 18 anos. Mas ainda era o mesmo Orlando Silva de recursos técnicos impecáveis, voz prodigiosa e interpretação comovente. É o que vocês poderão comprovar através deste preciosíssimo vinil de dez polegadas, lançado em 1955, ano em que Orlando Silva retornou à Odeon. São oito faixas originalmente lançadas em discos de 78 rpm, que evidenciam o bom gosto musical do intérprete, afinal ninguém como Orlando para escolher tão bem o repertório.  E, como se trata de uma espécie de “edição extraordinária” de nosso Grand Record Brazil, convém relacionar as bolachas de cera em que estas faixas saíram originalmente. Abrindo o disco, o fox -bolero “Aquela mascarada”, de Cyro Monteiro e Dias da Cruz, editado em agosto-setembro de 1953 sob número 5113-A, matriz M-518. O choro “Amanhecendo”, de Cícero Nunes, Arcênio de Carvalho e Rogério Lucas, foi inicialmente lançado em versão instrumental, pelo trombonista Raul de Barros. E coube a Orlando Silva registrar a versão cantada, que a Copacabana lançou em abril de 1954 sob número 5240-B, matriz M-761. A valsa “De que vale a vida sem amor” é dos mesmos J. Cascata e Leonel Azevedo que deram a Orlando, em 1937, os clássicos “Lábios que beijei” e “Juramento falso”, e aqui contam com a parceria de José de Sá Roris. O 78 original saiu por volta de maio de 1954, e levou o número 5254-A, matriz M-814. O samba “Não… e sim”, do flautista Altamiro Carrilho em parceria com Armando Nunes, é o lado B de “Amanhecendo”, matriz M-815. Da parceria Herivelto Martins-Mário Rossi é o samba “Obrigado, Maria”, editado em setembro de 1954 sob número 5302-A, matriz M-914. O ótimo samba “Exaltação à cor”, bem na tradição de seu autor, Ataulfo Alves, aqui em parceria com J. Audi, vem a ser o lado B de “Aquela mascarada”, matriz M-519. “Renúncia”, samba-canção de exclusiva autoria de Marino Pinto, teve lançamento em 78 rpm quase simultâneo a este LP, em março-abril de 1955, sob número 5382-B, matriz M-915. Para encerrar, Orlando Silva homenageia seu grande amigo Francisco Alves, que o lançou em seu programa da Rádio Cajuti, do Rio de Janeiro, em 1934, com a regravação de “Cinco letras que choram (Adeus)”, samba-canção de Silvino Neto, que o Rei da Voz lançou em 1947 e seria a música mais tocada pelas rádios quando do trágico falecimento dele em acidente rodoviário, em 1952. O registro de Orlando foi lançado logo em seguida, em outubro-novembro desse ano, sob número  5010-A, matriz M-261. Enfim, uma seleção primorosa e imperdível, que mostra um Orlando Silva com os pés no presente, com força para trilhar e projetar o momento em que vivia.  É ouvir e confirmar.

aquela máscara

amanhecendo

de que vale a vida sem amor

não é sim

obrigado maria

exaltação a cor

renúnica

adeus

* Texto de Samuel Machado Filho

Dorival Caymmi – Acalanto (1972)

Olá, amigos cultos, ocultos e associados! O TM vem oferecer a vocês hoje um dos melhores trabalhos discográficos deste grande poeta seresteiro da Bahia que foi Dorival Caymmi (Salvador, BA, 30/4/1914-Rio de Janeiro, 16/8/2008). Este foi o sexto LP-solo de Caymmi, originalmente lançado pela Odeon (depois EMI e hoje Universal Music), então com Aloysio de Oliveira, ex-Bando da Lua, em sua direção artística, em 1960, com o título de “Eu não tenho onde morar”, e voltou às lojas em 1972, como “Acalanto – Dorival interpreta Caymmi” (o curioso é que, no selo dessa reedição, o título que aparece é o original), e áudio reprocessado de mono para estéreo. O álbum teve também reedições em CD, uma delas como parte do boxe “Caymmi, amor e mar”. Detalhes à parte, o fato é que o disco apresenta o mestre Caymmi em sua melhor forma, quando já havia sido adotado pela bossa nova, então em plena efervescência, mesmo sem pertencer à sua tribo específica, influenciando autores como Sérgio Ricardo (“Barravento”) e tendo suas composições regravadas por alguns de seus principais intérpretes, inclusive por seu então colega de gravadora (e também conterrâneo), João Gilberto. Muito bem apoiado pelas orquestrações do maestro Lindolfo Gaya, e com o impecável  padrão técnico de gravação da “marca do templo”, Caymmi aqui está, de acordo com o breve texto de contracapa, “mais solto, mais livre e mais espontâneo do que nunca”. Evidentemente, todas as faixas levam a assinatura do mestre soteropolitano, e são verdadeiros clássicos, até hoje presentes na memória e no imaginário popular. A faixa-título, “Eu não tenho onde morar”, e “São Salvador”, para começar, figuraram entre os maiores hits de 1960. Ainda no programa, regravações de músicas lançadas em disco ou pelo próprio Caymmi ou por outros intérpretes, que sempre vale a pena a gente ouvir e reouvir:  “Rosa morena”, “Acontece que eu sou baiano”, “Vestido de bolero”, “O dengo que a nêga tem” (feita para Cármen Miranda apresentar em sua última temporada brasileira, em 1940, no Cassino da Urca), “Dora” (“rainha do frevo  e do maracatu”), “O que é que a baiana tem?”(primeiro hit maiúsculo do mestre baiano, lançado por ele mesmo em dueto com Cármen Miranda, em 1939), “A vizinha do lado”, “Adeus”, “Marina”… E a faixa “Acalanto”, música regravada até mesmo por Roberto Carlos, é revestida de importância por ser a estreia em disco da filha do compositor, Nana Caymmi, na plenitude de seus 19 anos, em comovente dueto com o pai. Tão comovente que, terminada a gravação, pai, filha e a mãe, dona Estela, saíram do estúdio chorando de emoção. Enfim, um trabalho imperdível, para se ouvir do começo ao fim. Confiram!

eu não tenho onde morar
rosa morena
acontece que eu sou baiano
acalanto
vestido de bolero
o dengo que a nega tem
dora
o que que a baiana tem
a vizinha do lado
adeus
são salvador
marina

* Texto de Samuel Machado Filho

Cartola – Documento Inédito (1982)

Salve, amigos cultos e ocultos! E estamos em junho, época de São João, e eu ainda não fiz uma gracinha, trazendo discos de festas juninas. Confesso que ando mesmo muito displicente. Muita coisa importante anda acontecendo e o Toque Musical tem comido mosca, deixando passar em branco. Mas, os tempos são outros e a cada dia fica mais difícil ser diário e atualizado. Além do mais, acho que já postei aqui quase tudo relacionado ao tema. Contudo, vou nos próximos dias atualizar alguns links no GTM. Fiquem ligados…
Para hoje, tenho aqui um registro histórico e póstumo, ao grande sambista e compositor Cartola. Este disco pode ser considerado como seu quinto e último lp. Lançado pelo Estúdio Eldorado em 1982, quando então o artista já havia falecido. Trata-se na verdade de um registro feito pela Rádio Eldorado, de São Paulo, em depoimento colhido pouco antes de sua morte. Neste, Cartola fala de vários momentos de sua vida e, claro, também canta algumas de suas principais composições. Sem dúvida, imperdível… 🙂
que seja bem vindos
autonomia
acontece
senões
o inverno do meu tempo
que seja bem feliz
dê-me graças, senhora
quem me vê sorrindo
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Cristina – Vejo Amanhecer (1980)

Olá, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje o TM tem a satisfação de lhes oferecer um álbum de Cristina Buarque, irmã caçula de Chico e também de Miúcha e Ana de Hollanda, todos filhos do historiador Sérgio Buarque de Hollanda e de Maria Amélia Alvim Buarque de Hollanda. Foi em São Paulo que nossa Cristina veio ao mundo, no dia 23 de dezembro de 1950. Sua casa era frequentada por intelectuais amigos de seus pais, como os poetas Mário de Andrade e Vinícius de Moraes. Em 1952, a família Buarque de Hollanda mudou-se para Roma, capital da Itália, onde o patriarca Sérgio Buarque foi lecionar, voltando depois ao Brasil. Por volta de 1965, formou um quarteto vocal com duas irmãs (Ana Maria e Maria do Carmo) e uma amiga (Helena), que se apresentava em shows em colégios de São Paulo e, esporadicamente, em programas de televisão, acompanhando ás vezes o irmão Chico. Cristina estreou em disco em 1967, no álbum misto “Onze sambas e uma capoeira”, dedicado á obra de Paulo Vanzolini, com produção do publicitário Marcus Pereira, interpretando “Chorava no meio da rua”. Um ano depois, gravou com o irmão Chico a música “Sem fantasia”, obtendo relativo êxito. No início dos anos 1970, apresentou-se no Bar Violeiro, no bairro carioca da Barra da Tijuca, ao lado de João do Valle e da irmã Miúcha. Em 1974, grava seu primeiro álbum-solo, sem título, obtendo êxito nacional com “Quantas lágrimas”, samba de Manacéa da Portela. Nessa ocasião, ela começou a resgatar a obra de antigos e grandes sambistas, destacando-se como fiel divulgadora do samba de raiz, o que transparece em praticamente toda a sua discografia. “Vejo amanhecer”, que o TM hoje nos oferece, é o quarto álbum-solo de Cristina Buarque, lançado em 1980 pela então recém-instalada Ariola, com a maior parte dos arranjos assinada por Cristóvão Bastos. A faixa-título é um samba de Noel Rosa e Francisco Alves, refletindo a proposta da intérprete em divulgar e resgatar grandes sambas do passado, o que também é comprovado pelas regravações de “Vá trabalhar” (Cyro de Souza), “Sinhá Rosinha” (Geraldo Pereira e Célio Ferreira), “Ironia” (Paulinho da Viola)  e “Duro com duro” (Ary Barroso). A faixa de abertura é do irmão Chico Buarque, “Bastidores”, música que, por sinal, foi lançada neste disco, mas, como todos sabem, obteria maior êxito como recém-falecido Cauby Peixoto. Trabalhos da dupla Novelli (produtor executivo deste disco)-Cacaso (“Triste Baía da Guanabara”, “Andorinha”, “A madrasta”), Djavan (“Sim ou não”, com arranjo dele mesmo), Godofredo Guedes (“Cantar”)  e da dupla Mílton Nascimento-Fernando Brant (a sempre lembrada “Canção da América”, que encerra o disco) completam o cardápio musical deste primoroso disco de Cristina Buarque, sem dúvida digno de figurar nos acervos de todos aqueles que prestigiam o que é bom.

bastidores

ironia

triste baia da guanabara

sim ou não

vá trabalhar

andorinha

cantar

sinhá rosinha

duro com duro

a madrastra

vejo amanhecer

canção da américa

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Zaccarias E Sua Orquestra – Frevos (1958)

Olá amigos cultos e ocultos! No Carnaval deste ano eu fiquei mais por conta de repostar links no GTM do que postar novos/velhos discos relacionados ao tema. Um dos que eu deixei passar foi este com o maestro Zaccarias e sua Orquestra. Mas, sempre é tempo de festa, sempre é tempo de carnaval. Aliás, eu diria, é sempre tempo de frevo. Este não se limita apenas ao carnaval. E aqui temos um lp de dez polegas lançado pela RCA Victor no final dos anos 50 com o Maestro Zaccarias, que um dos grande incentivadores do gênero, sendo orquestra de destaque nas festas do Recife, nos anos 50 e 60. Neste disco estão contidas algumas das marchas/frevos mais tradicionais do carnaval pernambucano.
Para esclarecer isso melhor, nada como um álbum em que sua contracapa nos traz toda a informação necessária. Isso me poupa tempo e evita possíveis erros. (…e deixa eu correr, pois o relógio de ponto me espera). Um bom dia a todos!

frevo dos vassourinhas
freio a óleo
isquenta mulhé
vassourinhas no rio
fogào
carro chefe
vale tudo
vassourinha de levino
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Evinha – Cartão Postal (1971)

Olá amiguíssimos cultos e ocultos! Para alegrar o nosso dia tenho aqui este disco da Evinha, que sempre que ouço, associo a uma bela manhã de domingo. E hoje, por aqui está sendo um domingo ensolarado. Um presente para os namorados, afinal hoje é o dia deles!
Temos aqui a cantora Evinha em seu terceiro lp. Como todos devem saber, Evinha iniciou a carreira ainda criança, cantando ao lado dos irmãos Mário e Regina, com que formava o Trio Esperança. Em 68 ela partiu para uma vitoriosa carreira solo, sempre fazendo muito sucesso. Neste lp “Cartão Postal” temos vários destaques. Músicas como “Que bandeira”, de Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle e Mariozinho Rocha; “Feira Moderna”, de Beto Guedes e Fernando Brant; “Cartão Postal”, de Renato Correia e Guarabyra e vai por aí… Um disquinho realmente bom, para se ouvir hoje ou em qualquer outro dia 😉

que bandeira
feira moderna
cartão postal
olha o futuro
de tanto amor
esperar pra ver
tema de adão
só quero
rico sem dinheiro
encontro
por mera coincidência
onze e quize
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Trio Surdina – Romance Em Surdina (1958)

Olá, amigos cultos, ocultos e associados! O TM oferece hoje mais um álbum do Trio Surdina.  A primeira formação do grupo surgiu em 1952, com Garoto ao violão, Fafá Lemos no violino e Chiquinho ao acordeom. Na ocasião, o trio lançou vários LPs de dez polegadas para a Musidisc de Nilo Sérgio, e foi no primeiro deles, inclusive, que foi lançado o samba-canção clássico “Duas contas”, de Garoto, com solo vocal de Fafá Lemos, muitíssimo regravado até hoje. Com a morte prematura de Garoto, em 1955, o Trio Surdina se desfez.  Entretanto, no ano seguinte, a Musidisc  decidiu relançar o grupo, com nova formação:  Nestor Campos ao violão, Al Quincas ao violino e El Gaúcho ao acordeom, que durou até 1958. A última formação do grupo, com Waltel Branco ao violão, Eduardo Patané ao violino e novamente Chiquinho ao acordeom, gravou apenas um álbum em 1963, “Trio Surdina em bossa nova”. Este “Romance em surdina”, oferecido hoje a vocês pelo TM, embora o texto de contracapa não faça qualquer esclarecimento a respeito, é na verdade uma coletânea das melhores gravações da segunda fase do Trio Surdina, editada pela Musidisc com o selo Audiola, em 1958. Do LP de dez polegadas “Ouvindo Trio Surdina – vol. 3”, de 1956, foram extraídas as faixas “Mattinata”, “Over the rainbow”, “Molambo”, “Aquellos ojos verdes”, “J’attendrai”, “Serenata” e “Por que brilham os teus olhos”. E do volume 2 da série, que naturalmente é anterior, e também de 56, são as cinco faixas restantes, “Moonlight serenade”, “Jalousie”, “Linda flor (Ai, Ioiô”), “Maria la ô” e “Charmaine”. Uma coletânea, sim, mas muito bem feita e que é um precioso documento do trabalho desenvolvido pelo Trio Surdina em sua segunda fase, trazendo clássicos nacionais e internacionais que sempre vale a pena ouvir e reouvir. Divirtam-se…

mattinata

over the rainbow

molambo

ojos verdes

fattendrai

moonlight serenade

serenata

porque brilham os teus olhos

jealousie

linda flor

maria lá-o

charmaine

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Músicanossa – O Som & O Tempo (1968)

Bom dia, prezados amigos cultos e ocultos! Aqui vou eu trazendo para vocês um disco muito bacana, presente do meu amigo Fáres. Aliás, intercalando com outro amigo, o Samuca, vamos dar sequencia a mais uma leva de discos enviada pelo primeiro. Tem muita coisa interessante ainda para a gente mostrar.
Hoje vamos com este lp, coisa fina, lançado pela Odeon em 1968. Trata-se do “Músicanossa – O Som & O Tempo”, um movimento musical, criado pelo jornalista Armando Henrique e pelo maestro Hugo Bellard, no qual participaram vários artistas. Era um movimento em favor da música popular brasileira, um eco da Bossa Nova que começou com apresentações no antigo Teatro Santa Rosa (RJ) de onde nasceriam (até onde eu sei), pelo menos dois discos, um lançado pelo selo Rosenblit, trazendo artistas como Johnny Alf, Maurício Einhorn e Marcos Valle e o outro é este aqui, produzido pela Odeon. Como se pode ver pela capa e contracapa, temos neste outros grandes nomes: Taiguara; Beth Carvalho, na época, fazendo sua estréia; a cantora Mariá; o instrumentista/flautista Franklin; o grupo vocal feminino O Trevo e a cantora Luiza. Enfim, nomes de peso, alguns estreantes, como a Beth Carvalho, que teve ali a sua chance, lançando no mesmo ano de 68 o seu primeiro lp, também pela Odeon. Só para resumir, porque meu tempo é curto, temos aqui um disco que podemos considerar histórico, traçando um momento efervescente da MPB, com artistas e músicas que hoje são mais que clássicos. são nosso patrimônio.

faço o amor não faço a festa – taiguara
viola enluarada – beth carvalho
meu fraco é café forte – franklin
novo amanhã – mariá
caminhada – o trevo
a volta – luiza
contraste – beth carvalho
rema – mariá
samba tempo – o trevo
derradeira gente – franklin
boa noite – luiza
canta – taiguara
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Coletânea Dayco (1985)

Olá, amigos cultos, ocultos e associados!  Hoje o TM oferece a vocês um álbum-coletânea que foi oferecido como brinde da Natal aos clientes da antiga Dayco do Brasil. A história da empresa começou em 1967, com a fundação da Fultrac, empresa da família Uliano, e, em 1971, o empresário Abraham Graicar entrou como sócio. Desde o início, a empresa importa, fabrica e distribui produtos destinados à construção civil, à comunicação visual e à arquitetura: selantes de silicone, fitas adesivas, chapas e telhas de policarbonato e alumínio composto etc. Em 1987, a antiga Dayco  mudou de nome, passando a chamar-se Day Brasil, e hoje tem fábricas em Jandira (SP) e Manaus (AM). Treze anos mais tarde, porém, instalou-se no Brasil uma outra empresa com o mesmo nome: a Dayco Power Transmission, fabricante de autopeças (em especial correias automotivas e cabos de ignição), pertencente ao grupo norte-americano Mark IV, fundado em 1905 na cidade de Dayton, estado de Ohio. A atual Dayco é fornecedora das principais montadoras de automóveis do mundo, como GM, Volks, Fiat e Ferrari.  Este álbum que o TM hoje oferece a vocês, portanto, foi produzido sob encomenda da antiga Dayco, hoje Day Brasil, pela Polygram, hoje Universal Music, e possivelmente foi distribuído aos clientes da empresa ás vésperas do Natal de 1985. São dez faixas marcantes e expressivas, colhidas nos vastos e ricos arquivos da gravadora, trazendo um pouco do melhor da música popular brasileira nessa ocasião, por alguns de seus monstros sagrados. Para começar, Mílton Nascimento, o carioca que se criou em Minas,  aqui vem com três faixas: “Coração de estudante” (parceria com Wagner Tiso), “A noite do meu bem”, de Dolores Duran (ambas do disco ao vivo que lançou em 1983), e “Nos bailes da vida” (parceria com Fernando Brant), com a participação do grupo Roupa Nova, lançada originalmente em 1981 no álbum “Caçador de mim”. Edu Lobo, outro notável expoente da MPB, veio com as faixas “Lero-lero” (parceria com Cacaso), com a participação especialíssima do MPB-4,  e “O trenzinho do caipira” (de Heitor Villa-Lobos, com letra de Ferreira Gullar), ambas extraídas do álbum “Camaleão”, de 1978. Caetano Veloso aqui nos traz a belíssima “Você é linda” (do disco “Uns”, de 1983), e mais duas faixas do álbum “Velô”, editado um ano depois: “Podres poderes”, com forte crítica social em sua letra, e “Shy moon”, composta em inglês, que conta com a participação especial de Ritchie, britânico radicado no Brasil, e então conhecido por hits como “Menina veneno” e “A vida tem dessas coisas”. Por fim, o inesquecível mestre Tom Jobim, com duas de suas obras-primas, verdadeiros clássicos de nossa música popular: “Águas de março”, na versão editada em 1973, no disco “Matitaperê”, e a sempre lembrada “Garota de Ipanema”, aqui em versão instrumental (sem a letra de Vinícius de Moraes), gravação feita para o álbum “Antônio Carlos Jobim – The composer of ‘Desafinado’ plays”, que fez nos EUA para a Verve, em 1963, e foi lançado no Brasil pela Elenco. Enfim, uma seleção primorosa e bem feita, sob medida para todos aqueles que apreciam o que é bom.

coração de estudante – milton nacimento

lero lero – edu lobo

você é linda – caetano veloso

águas de março – tom jobim

a noite do meu bem – milton nascimento

podres poderes – caetno veloso

trem caipira – edu lobo

nos bares da vida – milton nascimento

garota de ipanema – tom jobim

shy moon – caetano veloso

* Texto de Samuel Machado Filho