Muito bom dia, amigos cultos e ocultos. Aproveitando a brecha matinal, vou logo aqui postando mais um disco para já ganhar o dia. Hoje eu trago um lp o qual não tem saído do meu toca discos. Aliás, já tomou conta de todos os dispositivos de som que eu uso. Um álbum de 1977 e que curiosamente eu nunca, nem sequer, ouvi falar. Fiquei de cara ao ouvi-lo. Uma grata surpresa entre tantos discos que o amigo Fáres me enviou. E não foi atoa que ele me pediu, entre os tantos que enviou, para que esse eu o devolvesse de pois de digitalizar. Caramba, que disco bom! Sabendo que este eu teria que devolver, tratei de providenciar um para mim. Corri ao Mercado Livre e acabei comprando dois, Eu, geralmente quando gosto muito de um disco, compro logo dois, por garantia, E foi o que fiz, até porque na primeira compra, o disco veio com a capa rasgada, daí comprei outro mais novo. É realmente estranho como este álbum passou batido por mim e certamente passou batido por quase todo mundo. Nunca tinha visto, nem mencionado pela internet. Mas também, não é para menos. O disco saiu pelo selo Underground, que era uma espécie de ‘laboratório de testes’ da gravadora Copacabana para alguns de seus artistas que corriam pela marginal e tinha uma tiragem limitada, o que diminuía potencialmente a divulgação do trabalho. Para complicar ainda mais a coisa, o lp traz uma capa duvidosa. Certamente, na época de seu lançamento, quem passou os olhos neste lp em alguma loja deve ter pensado que se tratava de algum artista romântico, alguma coisa assim meio ‘mela-cueca’, ao estilo Roberto Carlos, ou mais ainda, Julio Eglesias, principalmente por esse nome pomposo, Cacho Valdez. Mas afinal, quem é Cacho Valdez? Voltando um pouco no tempo, nos anos 60, vamos descobrir que Cacho Valdez era o guitarrista do grupo Beat Boys, aquela banda meio argentina, meio brasileira, que acompanhou Caetano Veloso, em 1967, no III Festival de Música Popular Brasileira, defendendo a canção “Alegria, alegria”. Curiosamente o nome de Cacho Valdez só aparece como referência numa pesquisa rápida no Google. Mas, num mergulho mais profundo, consegui encontrar numa nota de jornal/revista sobre o lançamento deste disco. Daí a coisa ficou um pouco mais clara. Este foi o primeiro lp do artista que é argentino. O disco foi produzido e gravado em São Paulo, contando com outros músicos e técnicos brasileiros e também argentino. Entre os músicos brasileiros, destacamos o Lincoln Olivetti, Bolão e Amilson Godoy. Ao virar a capa, a contracapa começamos a entender o que temos nas mãos. Basta ler a ficha técnica e reparar na lista das músicas e agora nosso artista na foto com uma postura mais rock’n’roll. Um cara observador como eu, de imediato puxaria o disco da capa e o poria para tocar. Só assim para descobrir ou constatar que estamos diante de um ‘puta disco’. Um trabalho o qual eu nem saberia classificar, mas que o coloco como uma espécie de rock progressivo. Foge do esquema tradicional de lp com 12 faixas. Aqui não, são quatro músicas de um lado e duas do outro. Um trabalho onde o artista mistura diferentes e diversas influências da música latino americana gerando uma obra singular, que foge ao comum. Todas as músicas, orquestração, regência e arranjos são do próprio Cacho Valdez, Taí um disco que eu tenho certeza, muita gente vai gostar e logo vai estar por aí bombando como mais uma joia resgatada da fonografia brasileira. Não deixem de conferir...
Arquivo mensais:março 2016
Norte Forte (1977)
Boa noite a todos os amigos cultos e ocultos! Espero que todos tenha tido uma boa páscoa. Eu, de uns tempos para cá não tendo vontade de comemorar nada. Mas, enfim, vamos seguindo, uns dias chove, noutro dia bate sol. O que não pode faltar é a música, os discos e esse toque musical, que mesmo espaçado, continua firme em seus quase 9 anos de persistência.
Bom, mas voltando às coletâneas, aqui vai mais uma super bacana. Lp montado pela Continental, com seleção musical de Cesare Benvenuti, um lendário produtor, responsável por aquela onda de bandas e artistas que cantavam em inglês, no início dos anos 70. Aqui neste disco temos doze faixas e doze diferentes artistas, que como o próprio título sugere, são vindos no norte, mais exatamente relacionados a música nordestina. Acho que nem preciso repetir quem são os artistas dessa coletânea, está na capa, né? E o repertório também, escolhido a dedo. Confiram esta seleção, vale a pena...
Momento Universitário II (1979)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Conforme informado e prometido, segue aqui a coletânea EMI – Odeon Momento Universitário. Este segundo disco acompanha a mesma linha, inclusive com alguns mesmos artistas. O volume dois saiu em 1979 e da mesma forma deu ‘ibope’. Uma seleção também impecável e para uma coletânea, vendeu muito. Confiram mais esse toque…
Momento Universitário (1977)
Olá amigos cultos e ocultos! Em tempos de incertezas políticas é sempre bom a gente lembrar fatos que muito se assemelham aos atuais. Também, relembrando o que era um momento universitário, quanto essa turma era mais engajada. Se fossem fazer hoje um disco do momento universitário, com certeza, seria um desastre musical, cheio de funk, rap e sertanejo, claro.
Nesta coletânea que eu agora trago, temos um repertório impecável, com músicas e artistas de primeiríssima linha. Sucessos consagrados pelo público e pela crítica. Esta coletânea foi produzida pela EMI Odeon em 1977, reunindo alguns de seus mais representativos artistas. O disco fez tanto sucesso que no ano seguinte ele lançaram um segundo volume. Esse, eu trago no próximo post para não ficarmos incompletos, ok? Divirtam-se…
Classe A – RCA Victor Coletânea (1975)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Se tem uma coisa que eu sempre gostei foi de coletâneas. Eram através delas que a gente podia degustar diversos artistas de uma determinada gravadora. Uma forma de levar ao público os diferentes artistas, misturando os ‘medalhões’ com aqueles ainda pouco conhecidos. O difícil era achar uma coletânea realmente fina, com artistas e repertório de qualidade. Nesse sentido, a RCA sempre brilhou. Acho que talvez até pela qualidade de seu ‘cast’. Em 1975 a gravadora lançou esta coletânea com alguns de seus mais destacados artistas. Acho que nem preciso falar muito, só pela capa se pode ver que o grupo é seleto, só música bacana, sucessos de uma época onde ainda se fazia boa música. Este é mais dos muitos bons presentes oferecidos pelo amigo Fáres, a quem mais uma vez eu agradeço. E vamos nessa que a coisa é boa. Aguardo vocês no GTM 😉
As Cantoras – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 146 (2016)
Velha Bossa Nova (1976)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Segue aqui mais um disco da série ‘doação’ que eu acredito que todos irão gostar. Trata-se de uma coletânea. Coletâneas são sempre muito bem vidas, principalmente se for de Bossa Nova e ainda com um time e repertório que foge ao comum. Eis aqui um lançamento da RCA Victor, de 1976. São 18 faixas bem escolhidas do arquivo da gravadora durante a década de 60. Ao falar em 18 músicas e vendo pela capa e contracapa uma lista tão grande de artistas há de se pensar que este é um álbum duplo. Mas não é duplo e curiosamente também não são gravações reduzidas. Para meu espanto, conseguiram enfiar num lp de 12 polegadas 18 músicas e sem corte. Uma prova de capacidade acima do normal para um lp.
I Festival Universitário Da Música Popular Brasileira – Porto Alegre (1968)
Olá amigos cultos e ocultos! Aqui estamos nós para mais uma boa postagem. Mais um excelente disco da leva do meu amigo Fáres. Desta vez com um álbum raro, um disco de festival que não se vê por aí. Aliás, um disco que eu não conhecia e certamente muita gente por aqui também não.
Trata-se do I Festival Universitário da Música Popular Brasileira, realizado em Porto Alegre, em 1968. O disco traz 13 músicas das 17 finalistas. Foi gravado no Rio de Janeiro e contou com a interpretação de outros artistas, tais como Edu Lobo, Joyce, Márcia, Gal Costa, Sonia Lemos, Paulo Marquez e Momento Quatro, Neste festival a música vencedora foi “Jogo de Viola”, de João Alberto Soares e Paulinho Pinho, interpretado neste lp por Edu Lobo e Lucelena. Confiram no GTM 😉
Bendegó (1981)
Olá amigos cultos e ocultos! Acho que ultimamente sou eu é quem tem andado oculto, ausente ao nosso Toque Musical. Não se trata de falta de interesse e nem material para postar. Falta mesmo o de sempre, tempo… e cada vez mais… Mesmo assim, ainda que capengando, vamos mantendo a chama acesa, postando sempre que possível algum disco ou gravação interessante…
Nas próximas postagens estarei apresentando aqui alguns discos doados pelo amigo Fáres. Garanto que teremos coisas interessantíssimas. Vale a pena ficar ligado no TM. Começo com o Bendegó, grupo nascido na Bahia nos anos 70, liderado pela dupla Capenga e Gereba. Este foi o quarto disco gravado por eles, lançado em 1981 pela Continental. Gosto, em especial, da faixa “Um sinal de amor e de perigo”, de Capenga e Patinhas, música essa que foi sucesso na voz de Diana Pequeno. Confiram…
Clube Do Choro Wilson Duarte – Choros & Serestas (1994)
Hoje o TM oferece a seus amigos cultos, ocultos e associados um raro álbum dedicado ao choro e à seresta. Ele foi lançado em 1994 pelo selo Gravam – Gravadora da Amizade, vinculada ao Clube da Amizade Padre Antônio Gonçalves. Tendo por slogan “Ser amigos e fazer amigos”, o clube é uma associação civil sem fins lucrativos, de caráter educacional, assistencial, desportivo, religioso e de lazer, fundada no dia 20 de outubro de 1980. Atualmente localizado no Edifício Pio XII, na Rua Espírito Santo, centro de Belo Horizonte, o clube tem atividades das mais diversas, sobretudo para a terceira idade, administrando inclusive cursos de línguas e música. Tem ainda aulas de dança, ginástica, ioga, postura e alongamento, palestras, tardes de convivência e o tradicional “cafezinho da amizade”. Tem atualmente mais de 133.000 associados. O padre Antônio, falecido em 19 de outubro de 2014, foi um grande evangelizador da Arquidiocese belorizontina, tendo sido o primeiro diretor da Rádio América (onde apresentava diariamente o programa “Bom dia, amizade”), além de, claro, ter presidido a missa dominical da Rede Minas de Televisão. É justamente o padre Antônio Gonçalves quem assina a contracapa do álbum que o TM oferece a vocês hoje, com a mais grata satisfação. São dez faixas imperdíveis, seis delas choros (nesse ritmo, inclusive, está a “Oração de São Francisco”, que encerra o disco). Temos ainda duas valsas (“Guarapari”, “Mais uma valsa, mais uma saudade”) e dois sambas-canções, ambos originalmente sucessos de Francisco Alves, “Esses moços (Pobres moços)” e “Cinco letras que choram (Adeus)”. A interpretação ficou a cargo do regional do Clube do Choro, mais o cantor Wilson Duarte, “o seresteiro de Minas”, tornando o álbum imperdível para apreciadores de boa música brasileira. Uma pena que a gravadora do Clube da Amizade não tenha ido muito longe, por certo em virtude dos vai-e-vens do mercado fonográfico, tanto no Brasil como no mundo. De qualquer forma, é um imperdível e primoroso trabalho que merece ser conferido.
Texto de Samuel Machado Filho
Virtuose (1977)
Boas noites, meus prezados amigos cultos e ocultos! Vai a saudação no plural para valer pelos dias faltosos. Desculpem, mas o tempo, a cada dia que passa vai ficando mais escasso. Porém, sempre que possível vamos renovando as postagens.
Hoje eu estou trazendo uma curiosa coletânea. Mais um daqueles discos promocionais, feito por encomenda e certamente, com tiragem limitada. Trata-se de um box com dois lps, produzidos para a AEG-Telefunken do Brasil S.A., reunindo alguns de nossos melhores violonistas. Um encontro em disco inusitado e quase tão improvável quanto as coletâneas que fazemos por aqui. Digo isso pelo fato de que a Telefunken foi quem cuidou da pós produção de seu brinde. Criou uma coletânea com gravações de artistas do selo Continental e RCA Victor. Em outras palavras, colocaram na caixa um lp com selo RCA e outro da Continental. Temos no disco da Continental Dilermando Reis, Rago, Paulinho Nogueira e Poly. No disco da RCA temos os Índios Tabajaras, Baden Powell e Sebastião Tapajós. Ainda sobra espaço para o violonista inglês Julian Bream interpretando duas peças de Villa-Lobos. É, sem dúvida, uma coletâneas de excelentes fonogramas, gravações originais extraídas de outro discos. Traz também encartes e livreto contando a história do violão. Muito bacana. Vale uma conferida…
Luiz Gonzaga Jr – Luizinho De Gonzagão Gonzaga Gonzaguinha (1990)
Boa noite, meus prezados cultos e ocultos amigos do Toque Musical. Vamos hoje com uma postagem que ficou pelo meio. E eu nem me lembrava… Temos aqui o saudoso Gonzaguinha em um de seus últimos discos, lançado em 1990. O lp foi gravado em 1989, mas só viria a ser lançado em 90. através de seu selo Moleque, que não chegou a ediar dois álbuns. Luiz Gonzaga Jr viria a falecer em acidente de automóvel em 1991. O disco traz onze faixas autorais, sendo que pelo menos quatro delas são clássicos do pai Gonzagão, em parceria com Humberto Teixeira e Herve Cordovil. Há também uma faixa especial, “Olha pro céu”, uma espécie de pot pourri temático das festas de São João, com músicas do velho Gonzaga, interpretadas por Gonzaguinha e seus filhos, quando ainda crianças. Confiram este disco que entre tantos outros do autor anda esquecido.