Arquivo mensais:dezembro 2015
A Música De Dunga – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 143 (2015)
E aí vai mais uma edição do Grand Record Brazil, o “braço de cera” do TM, com o número 143, para seus amigos, cultos e associados. Desta vez, focalizamos a obra musical do compositor e pianista Waldemar de Abreu, o Dunga. Nosso focalizado veio ao mundo no dia 16 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro. Ganhou o apelido de Dunga aos sete anos de idade, de sua professora, que o considerava o mais querido da turma. Fez o curso primário na escola pública do subúrbio de Haddock Lobo, e o ginásio (até o quarto ano) no Instituto Matoso. Em 1928, começou a jogar futebol, em Petrópolis, região serrana fluminense. Em 1930, ingressou na Leopoldina Railways, trabalhando como conferente, e sempre jogava nos times de futebol e basquete da companhia, sendo campeão da Liga Bancária diversas vezes. Em janeiro de 1935, sai a primeira música gravada de Dunga, para o carnaval do mesmo ano: o samba “Amar pra quê?”, na voz de Sílvio Pinto. Ainda em 35, acontece o enlace matrimonial de Dunga com Zaíra Moreira, que tiveram dois filhos. Em 1940, entrou para a SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), exercendo a função de cobrador junto aos teatros, e , um ano depois, ingressou na UBC (União Brasileira de Compositores), onde permaneceria durante anos. Em 1960, assumiu a vice-presidência da ADDAF (Associação Defensora de Direitos Autorais e Fonomecânicos), sem no entanto abandonar a atividade musical. Ao longo de sua carreira, teve mais de oitenta músicas gravadas, nas vozes de grandes astros da MPB, tais como Orlando Silva, Jamelão, Dircinha Batista, Cyro Monteiro, Déo, etc. Basta lembrar, por exemplo, de “Conceição” (1956), eterno sucesso de Cauby Peixoto, cuja melodia é de Dunga, com letra de Jair Amorim. Eles também fizeram juntos “Maria dos meus pecados”, hit de Agostinho dos Santos em 1957. E Dunga continuaria compondo até sua morte, em 5 de outubro de 1991, aos 83 anos, em seu Rio de Janeiro natal.
Para esta edição do GRB, foram escolhidas músicas de exclusiva autoria de Dunga, ou seja, obras que ele compôs sem parceria. São 29 faixas, interpretadas pelos melhores cantores e instrumentistas de sua época, quase todas sambas. (Uma boa lembrança e colaboração do amigo Hélio Mário Alves, quem nos enviou boa parte desse material). Para começar, temos “Antes tarde do que nunca”, do carnaval de 1940, gravado na Victor por Odete Amaral em 23 de outubro de 39 e lançado ainda em dezembro, disco 34537-B, matriz 33187. Em seguida, um sucesso inesquecível de Orlando Silva, “Chora, cavaquinho”, outra gravação Victor, esta de 27 de agosto de 1935, lançada em dezembro do mesmo ano, disco 33998-B, matriz 80011. Edna Cardoso, cantora que só gravou dois discos com quatro músicas, pela Continental, aqui comparece com as três obras de Dunga que constam dos mesmos. Para começar, temos “Confessei meu sofrer”, lado A do disco 15428, o segundo e último de Edna, lançado em setembro de 1945, matriz 1199. Depois desta faixa, Aracy de Almeida comparece com “Dizem por aí”, gravação Victor de 20 de abril de 1938, lançada em junho seguinte sob número 34321-B, matriz 80761. Em seguida, o delicioso arrasta-pé “Espiga de milho”, executado pelo regional do violonista Canhoto (Waldiro Frederico Tramontano), em gravação RCA Victor de 21 de maio de 1954, lançada em agosto do mesmo não, disco 80-1325-B, matriz BE4VB-0462. Depois, mais três imperdíveis faixas com Orlando Silva. “Esquisita” é da safra do Cantor das Multidões na Odeon, por ele gravado em 23 de junho de 1947 e lançado em setembro do mesmo ano, disco 12797-A, matriz 8246. Voltando à Victor, temos um verdadeiro clássico da carreira de Orlando: o samba-canção “Eu sinto vontade de chorar”, que ele canta acompanhado pela Orquestra Carioca Swingtette, sob a direção de Radamés Gnattali. Gravação de 13 de junho de 1938, lançada em setembro seguinte sob número 34354-B, matriz 80826. “Foi você”, outra das melhores gravações de Orlando, foi feita em 17 de setembro de 1936 e lançada pela marca do cachorrinho Nipper em outubro seguinte com o número 34100-A, matriz 80221. O samba-canção “Justiça”, grande sucesso na voz de Dircinha Batista, foi por ela gravado na Odeon em 20 de junho de 1938, com lançamento em agosto do mesmo ano, disco 11628-B, matriz 5871. Logo depois, temos “Meu amor”, samba do carnaval de 1949, na interpretação de Jorge Goulart, lançada pela Star em fins de 48 sob número 79-A. Nuno Roland interpreta, em seguida, o samba-canção “Meu destino”, gravação Todamérica de 8 de março de 1951, lançada em abril do mesmo ano, disco TA-5053-A, matriz TA-101. Dircinha Batista volta em seguida com “Moleque de rua”, lançado pela Continental em setembro de 1946, disco 15691-A, matriz 1639. Roberto Paiva interpreta depois “Não sei se voltarei”, em gravação Victor de 13 de julho de 1944, lançada em setembro do mesmo ano, disco 80-0211-A, matriz S-078018. Déo lançou em janeiro de 1945, na Continental, para o carnaval desse ano, o samba “Nunca senti tanto amor”, matriz 912. Em junho do mesmo ano, ele lançou pela mesma marca outro samba de Dunga, “Orgulhosa”, disco 15356-A, matriz 1128. Em seguida, volta Edna Cardoso, desta vez cantando “Pandeiro triste”, lançado em agosto, também de 1945, e pela mesma Continental, abrindo seu disco de estreia, número 15408, matriz 1201. Alcides Gerardi aqui comparece com “Perdoa”, gravado por ele na Odeon em 29 de agosto de 1946, com lançamento em outubro do mesmo ano, disco 12730-A, matriz 8092. “Quando alguém me pergunta”, samba destinado ao carnaval de 1939, tornou-se um clássico na voz de Castro Barbosa, que o gravou na Columbia em 12 de janeiro desse ano, com lançamento bem em cima da folia, em fevereiro, disco 55015-B, matriz 125. Cyro Monteiro, em seguida, interpreta “Que é isso, Isabel?”, gravação Victor de 3 de junho de 1942, lançada em agosto do mesmo ano, disco 34950-B, matriz S-052544. Poderemos apreciá-lo ainda em “Quem gostar de mim”, que gravou na mesma Victor em 8 de julho de 1940, com lançamento em setembro do mesmo ano, disco 34646-B, matriz 33461. Janet de Almeida, irmão de Joel de Almeida, falecido ainda jovem, interpreta depois “Quem sabe da minha vida”, batucada do carnaval de 1946, lançada pela Continental em janeiro desse ano, disco 15582-B, matriz 1397. Em seguida, Aracy de Almeida interpreta “Remorso”, gravação Odeon de 30 de março de 1943, lançada em maio do mesmo ano, disco 12305-B, matriz 7244. Temos depois novamente Edna Cardoso, desta vez interpretando “Se ele me ouvisse”, lado B de seu segundo e último disco, o Continental 15428, lançado em setembro de 1945, matriz 1198. Orlando Silva registrou “Soluço de mulher” na Odeon em 6 de agosto de 1944, com lançamento em outubro do mesmo ano, disco 12503-B, matriz 7645. A bela valsa “Sonho” é executada pelo clarinetista Luiz Americano, acompanhado por Pereira Filho ao violão elétrico, em gravação lançada pela Continental em maio de 1945, disco 15337-B, matriz 1105. O choro “Tic tac do meu relógio” foi lançado pela Continental, na interpretação de Carmélia Alves, ao lado do Quarteto de Bronze, acompanhados por Fats Elpídio e seu Ritmo, em março-abril de 1949, sob número de disco 16048-B, matriz 2067, por sinal marcando o início definitivo da carreira fonográfica de Carmélia, seis anos após sua estreia na Victor. O samba “Trapaças de amor” foi gravado na RCA Victor por Linda Batista em 5 de maio de 1947, com lançamento em junho do mesmo ano, disco 80-0519-A, matriz S-078750. Primeiro ídolo country brasileiro, Bob Nélson aqui comparece com “Vaqueiro apaixonado”, marchinha do carnaval de 1951, devidamente acompanhado de “rancheiros” músicos que, mais competentes, não existiam nem mesmo no Texas ou na Califórnia. Gravação RCA Victor de 12 de outubro de 50, lançada ainda em dezembro, disco 80-0726-A, matriz S-092786. Para encerrar, temos “Zaíra”, valsa cuja musa inspiradora foi certamente a esposa de Dunga. É executada ao saxofone por Luiz Americano, em gravação Continental de 5 de abril de 1948, só lançada em março-abril de 49, disco 16015-A, matriz 1831. Enfim, esta é uma justa homenagem do GRB a um dos maiores compositores que o Brasil já teve: Waldemar “Dunga” de Abreu!
* Texto de Samuel Machado Filho
Coro Da Associação De Canto Coral – O Natal Você E Sua Família (1963)
Olá, meus amigos cultos e ocultos! Para que vocês possam ter tempo para baixar e ouvir, estou postando o disco natalino com antecedência. Como disse anteriormente, na postagem de ontem, para este Natal só vão rolar esses dois discos, o compacto de Boas Festas, de ontem e agora este belíssimo lp lançado pela Odeon em 1963, apresentando o côro da Associação de Canto Coral, do Rio de Janeiro. Embora tenhamos aquele sempre mesmo repertório, vale a pena conhecer as diferentes interpretações. Um disco realmente muito bonito, que caí como uma luva durante a ceia de Natal.
Desde de já eu deixo aqui as minhas saudações a todos. Que os amigos cultos e ocultos tenham nessa noite junto aos seus, um encontro de paz, fraternidade e amor.
Boas Festas – Compacto (196…)
Os Violinistas De Copacabana – Cordas Mágicas (1960)
Hoje o Toque Musical oferece a seus amigos cultos, ocultos e associados um álbum dos Violinistas de Copacabana, ao que parece o único. Foi lançado em 1960 pela Copacabana, evidentemente, com produção caprichada. O texto de contracapa foi escrito por Irany Pinto, não por acaso um dos melhores violinistas de seu tempo, com vários discos gravados. E os Violinistas de Copacabana têm o apoio de outros instrumentistas de quilate, destacando-se Abel Ferreira ao saxofone, e o pianista Chaim Lewak. O repertório é igualmente muito bem cuidado, apresentando peças clássicas em ritmo popular (como “Olhos negros”, canção popular russa, em ritmo de bolero, assim como “Barqueiros do Volga”, a “Serenata” de Toseli a “Meditation” de Massenet e a “Rêverie” de Schumann, “Melodia in F”, de Arthur Rubinstein, em ritmo de rumba, e as “Czardas” em ritmo de fox). A famosa modinha “Quem sabe?”, de Carlos Gomes (“Tão longe, de mim distante”…) também virou bolero aqui. Completando o repertório, o clássico “Copacabana”, de Braguinha e Alberto Ribeiro, e um bolero-beguine de autoria de outra notória instrumentista, Lina Pesce, “Canción de mi alma”, não por acaso lançado em 1958 pelo contracapista do álbum, Irany Pinto, claro que em solo de violino. As orquestrações ficaram por conta de Gustavo Carvalho, no lado A, e Leal Brito (creio que seja o pianista e compositor Britinho), no lado B. Mas o destaque fica por conta do regente. É nada mais, nada menos que o maestro Mário Tavares, potiguar de Natal, nascido em 18 de abril de 1928. Para ele, “música boa é música bem feita”, o que define uma carreira que nunca se prendeu a qualquer rótulo, sem barreiras entre o erudito e o popular. Desde cedo, Mário Tavares foi incentivado a ser músico, e aos 8 anos ganhou um violoncelo de sua avó, Amélia. Aos 12, já integrava a orquestra de salão da Rádio Educadora de Natal, dirigida por dois Carlos, o Lamas e o Faracchi. Em 1944, aos 16 anos, já residindo no Recife, Tavares ingressa na Orquestra Sinfônica da capital pernambucana, criada três anos antes por Vicente Fittipaldi. Ali, foi influenciado pelo frevo, tornando-se amigo de um autêntico mestre do gênero, Nélson Ferreira. Em 1947, Mário Tavares viaja para o Rio de Janeiro, a fim de concorrer a uma vaga de violoncelista na Orquestra Sinfônica Brasileira, sendo devidamente aprovado e contratado,em abril desse ano, permanecendo na OSB até 1960, quando tornou-se maestro titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio. Tavares também fez carreira internacional bem-sucedida, apresentando-se na Alemanha, EUA, Portugal, Porto Rico, Chile, Colômbia, Peru, Romênia e Bulgária. Considerado o melhor intérprete da obra orquestral de Heitor Villa-Lobos, Mário Tavares, atuaria igualmente na televisão, com produções musicais para as redes Globo e Manchete. Ocupou a cadeira número 30 da Academia Brasileira de Música, cujo patrono é o compositor Alberto Nepomuceno. Mário Tavares faleceu em 5 de fevereiro de 2003, no Rio de Janeiro, aos 74 anos, de câncer, e sua presença como regente credencia, e muito, este álbum dos Violinistas de Copacabana, elogiado inclusive pela seção “Esquina sonora”, do jornal carioca “Correio da Manhã”, quando de seu lançamento,por volta de setembro de 1960. Um discão!
copacabana
serenata
meditation
cancion de mi alma
czardas
reverie
quem sabe
olhos negros
melodia in f
os barqueiros do volga
* Texto de Samuel Machado Filho
Waltel Branco & Cia – Mancini Também É Samba (1966)
Olá. meus queridos amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou trazendo mais um daqueles discos que ficaram na fila de espera. No caso específico deste lp, me faltou a lembrança de fotografar, como de costume, também os selos do disco. Como eu já o havia vendido para um colecionador, fiquei com a cópia incompleta, esperando até que outro aparecesse em minha reta. Mas este é um álbum difícil de achar. Vendi por 200 pratas há quase dois anos. Foi na época um excelente negócio, mas confesso que hoje me arrependo… Não consegui os selos, mas o disco está aí. Estamos falando de um lp dos mais interessantes da safra nacional nos anos 60. Temos aqui a música do genial compositor americano, Henry Mancini, autor de grandes temas e trilhas do cinema, aqui interpretado em ritmo de samba por um time de músicos brasileiros de primeiríssima linha, vejam na contracapa. Sob a direção de Waltel Branco, que também é responsável pelos arranjos e regência, desfilam 12 grandes sucessos, numa releitura em ritmo de samba, bossa… que é o que acaba virando. Apenas ‘Peter Gunn’ e o ‘Tema da Pantera Cor de Rosa’ ficaram meio assim… meio jazz. Mas enfim, é um discão, merece muto ser ouvido.
Achados & Perdidos (1974)
Boa tarde, meus prezados amigos cultos e ocultos! Felizmente, neste fim de ano, consegui entrar no recesso. Só volto ao trabalho em janeiro, que maravilha! Daí, aproveito para tentar colocar um pouco mais em dia as nossas postagens. Espero que daqui até o fim do ano a sequência de publicações seja diária. Tem um montão de discos aqui na fila e também nos meus ‘arquivos de gaveta’. Vamos logo pondo isso pra fora…
Na cola do sucesso do originalíssimo Secos & Molhados nascia, também lá pelos idos de 1973, um projeto musical chamado Achados & Perdidos. Um nome bem sugestivo para um trio, idealizado por Edson Mello e encarnado por membros do grupo Os Diagonais. A ideia era criar um grupo pop vocal na linha dos S&M, com os mesmo adereços, roupas espalhafatosas, cabelos coloridos e uma música com os mesmo ingredientes da turma do Ney Matogrosso. Qualquer semelhança não é mera coincidência. Contudo, os diagonais Achados & Perdidos, conseguiram fazer um bom trabalho, lançando em 1974 pela RCA, este lp. O disco fez um relativo sucesso na época com músicas como, “Pinga colírio nessa paisagem”, “Eu e a Carolina”, “Festa dos bichos”e outras… Porém, diferente dos Secos & Molhados, ficaram apenas nesse único disco. O álbum original é hoje uma preciosidade para colecionadores e ostentadores. No Discogs este lp original está contado há quase 500 reais. No Mercado Livre tem maluco achando que é ouro e procurando um idiota que pague 1000 pratas. O disco é realmente muito bom, mas por esses preços, eu prefiro ficar no mp3. Para os que ainda não conhecem, eis aqui a oportunidade…
Grupo Mambembe – Mambembe (1981)
Olá amigos cultos e ocultos! Tenho hoje para vocês um disco muito bacana, produção independente feita aqui nas Geraes. Trata-se do primeiro e único disco do grupo Mambembe, formado em Belo Horizonte, em 1974. Durante os anos 70 o Mambembe participou dos mais importantes eventos, festivais e projetos musicais de Minas, entre eles o “Travessia – O canto dos mineiros”, que foi um trabalho coletivo reunindo vários artistas da terra em um disco e show no Palácio das Artes. Este lp, por sinal, já foi postado aqui no Toque Musical. O grupo era formado por Cadinho Faria, Murilo Albernaz, Toninho Camargos, Miguel Queiroz, Cláudia Sampaio, Rogério Leonel, Lina Amaral, Aldo Fernandes, Edson Aquino, Antônio Martins e Ana Iris Teixeira. Essa última viria mais tarde seguir em carreira solo com o nome de Titane. Em 1981 eles finalmente tiveram a chance de produzir e lançar este lp independente. Um disco muito bem elaborado, tanto na parte musical, quanto na parte gráfica. Quando gravaram este lp o grupo já estava reduzido a cinco membros. Este disco hoje se tornou objeto de desejo de muitos colecionadores, principalmente europeus e japoneses. Só neste ano eu vendi 4 dos seis que eu arrematei de um estoque de loja, ainda nos anos 90. Se soubesse quanto valeria este disco hoje, teria levado os que sobraram.
A História De 1975 – Música E Informação (1976)
Trio De Ouro – O Famoso Trio De Ouro (1958)
Olá amigos cultos e ocultos! Sei que temos em nosso grupo, o GTM, quase 3 mil associados. Com tudo, menos da metade recorre a ele com frequência. Para quem não sabe, os links das postagens feitas aqui no Toque Musical são compartilhados no GTM. Basta dar uma lida rápida nos textos laterais do blog para entender o processo de filiação. Recordando: os links tem um prazo de validade de aproximadamente 6 meses e depois não há reposição. Eventualmente eu reposto um novo link, mas não é de praxe. Para este fim de ano, considerando que em 2015 não tivemos postagens diárias ou regulares, eu estou repostando no grupo alguns novos links das antigas produções exclusivas do TM, pois essas eu mantenho os arquivos guardados. Este é o meu presente de Natal para vocês,ok?
E dando sequencia as postagens, eu trago hoje este lp do Trio de Ouro, um dos mais importantes trios vocais brasileiros, formado inicialmente por Dalva de Oliveira, Herivelto Martins e Nilo Chagas. trata-se de um lp lançado originalmente pela Odeon, no final dos anos 50. Uma coletânea que abrange um período de dez anos, entre 1937 a 47, a fase mais fértil e de sucessos desse fabuloso trio. Aqui estão algumas das mais importantes gravações feita na Odeon, Este disco viria a ser relançado no final dos anos 60 através do selo Imperial e ao que parece chegou também, mais tarde, a ser lançado em cd. Na internet, em diversos sites e blogs, assim como no You Tube este disco já foi bem divulgado, porém, sempre achei a qualidade dos arquivos meio tosca. Daí uma das muitas razões pela qual estou trazendo ele pra cá. Certamente é um disco que merece ser conhecido, ouvido e compartilhado. Se você ainda não o ouviu, corre lá no GTM e baixe logo. O tempo é limitado!
Vinícius: Poesia E Canção Vol. 2 (1966)
Olá amigos cultos e ocultos! Hoje, dia 13 de dezembro, fazem 50 anos que aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo o encontro da poesia e da canção de Vinícius de Moraes. Foi uma noite de gala onde estiveram presentes grandes nomes da música como Baden Powell, Carlos Lyra, Cyro Monteiro, Edu Lobo, Elizeth Cardoso, Francis Hime, Pixinguinha e (claro) Vinicius de Moraes. A apresentação foi feita pela filha do poeta, Suzana de Moraes e contou também com a participação do ator Paulo Autran que recitou alguns de seus poemas. Este show teve um registro a altura, gerando ao final dois lps, produzidos por Roberto Quartin e seu selo Forma. Os discos foram lançados no ano seguinte. Acredito que na época não era muito comum álbuns duplos, daí os dois discos saíram separadamente. Muito por conta disso eu começo pelo segundo volume, que é o que eu tenho. O certo seria postar primeiro o volume 1, mas esse eu vou ficar devendo. Quem sabe no ano que vem, quando então o disco completa 51 anos (uma boa ideia!). Mas antes disso, se for o caso, eu irei postar o que falta, não se preocupem…. Por enquanto, vamos só celebrar e comemorar a poesia e a canção de Vinícius de Moraes.
Hugo Fattoruso – Oriental (1991)
Cássia Eller (1990)
Olá amigos cultos e ocultos! Tenho hoje para vocês o primeiro disco da Cássia Eller, lançando em 1990, pela Polygram/Philips. disco de estréia que alcançou uma boa vendagem e despertou o público, principalmente pela música “Por enquanto”, de Renato Russo, que foi um dos seus grandes sucessos. Cássia Eller se firmou mais como intérprete do que como compositora. De sua autoria neste disco, apenas a faixa “Lullaby”, em parceria com Márcio Faraco. Aliás, em seus outros discos, mais uma ou duas músicas fazem parte da sua produção autoral. A moça era boa mesmo é na interpretação de outros autores. Este disco, em lp, se tornou uma raridade, sendo objeto de disputa entre colecionadores.
Luis Vagner – Pelo Amor do Povo Novo (1982)
Olá amiguíssimos cultos e ocultos! Seguimos aqui, na fase ‘sempre que possível’, hoje trazendo um artista que até o momento ainda não teve a sua vez no Toque Musical, o gaúcho Luis Vagner. Um artista que está na estrada não é de hoje. Fez parte dos grupos Os Brasas e Os Diagonais no final dos anos 60. Tocou com diversos artistas e participou de muitos discos até chegar nos anos 70 onde seguiu carreira solo gravando uma dezena de discos. Sua música sempre teve uma influência de ritmos como o reggae, samba, rock e soul, ou ainda, black music. Ao lado de Bebeto, Tim Maia, Cassiano, Jorge Benjor e outros, é considerado um dos expoentes do estilo ‘sambarock’.
Neste lp, de 1982, o quinto de sua carreira, ele nos traz onze, sendo dez autorais e apenas uma, “Crioulo glorificado”, de Jorge Ben(jor), música esta, por sinal que ele defendeu no Festival MPB Shell. Coisa curiosa é saber que Luiz Vagner também foi jogador de futebol profissional e internacional! Jogou, já na casa dos 40 anos, em um time da terceira divisão, na França. O cara é fera mesmo 🙂
Luely Figueiró – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 142 (2015)
Em sua edição de número 142, o Grand Record Brazil tem a satisfação de apresentar uma cantora que também mostrou seu talento no cinema, como atriz, e ainda hoje lembrada por muita gente. Estamos falando de Luely da Silva Figueiró, seu nome completo na pia batismal, Nasceu em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, no dia 26 de setembro de 1935. Cantava no rádio desde a mais tenra idade, tendo sido eleita, em 1957, Rainha do Rádio Gaúcho. Logo depois, mudou-se para São Paulo (residiu também no Rio), e gravou seu primeiro disco, em 78 rpm, pela Continental, apresentando o tango “Yasmin de Santa Mônica” e o bolero “Quero te assim”. Luely foi também estrela do cinema nacional, em filmes como “A doutora é muito viva”, “Casei-me com um xavante”, “Vou te contá” e “Marido de mulher boa”. Esteve também entre as “certinhas do Lalau”, seção que Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, mantinha em sua coluna no jornal “Última Hora”. Em 1958, foi eleita Rainha dos Músicos de São Paulo. Luely foi esposa do compositor Sérgio Ricardo, com quem apresentou o programa musical “Balada”, da TV Continental, Canal 9, do Rio de Janeiro. Atuou também na TV Tupi e na Rádio e TV Record de São Paulo, as chamadas “Emissoras Unidas”. Sua discografia abrange doze discos 78, quase todos pela Continental e o último deles pela RCA Victor, um compacto simples pela Chantecler, em 1967, e apenas dois LPs, “Gauchinha bem querer” (Continental, 1959) e “Nova era” (independente, 1981), este último já oferecido a vocês pelo TM, além de participações em álbuns coletivos. Convertendo-se ao espiritismo, Luely Figueiró deixou a carreira artística e retomou seus estudos, diplomando-se professora de ensino de segundo grau, tendo exercido a profissão por muitos anos até ser aposentada pelo Estado de São Paulo, na virada do século XXI. Dedicou-se à literatura espírita, lançou livros religiosos e se tornou também astróloga. Não cantava mais profissionalmente, mas apenas em encontros comunitários. Sua última aparição foi em agosto de 2008, em São Paulo, durante o show musical de lançamento do livro “A era do rádio”, do pesquisador Waldyr Comegno, onde apresentou-se ao lado de nomes como Denise Duran e Roberto Luna. Luely Figueiró morreu em 6 de dezembro de 2010, aos 75 anos. Nesta edição do GRB, apresentamos catorze preciosas gravações de Luely Figueiró em 78 rpm. Para começar, as músicas do disco RCA Victor 80-2281, gravado em 26 de outubro de 1960, com lançamento em janeiro de 61, por sinal o único de Luely na marca do cachorrinho Nipper. No lado A, matriz L2CAB-1116, a toada “Amor ruim”, de Sérgio Ricardo. E no verso, matriz L2CAB-1117, o samba-canção “Chuva que passa”, de Durval Ferreira , Maurício Einhorn e Bebeto. Durval e Maurício fizeram parte, respectivamente como violonista e gaitista, do grupo Os Gatos. As onze faixas seguintes são da Continental, primeira gravadora de Luely, incluídas, em sua maior parte (exceto “O relógio da saudade”, “A felicidade” e “O nosso amor”), no primeiro LP da cantora, “Gauchinha bem querer”. E a terceira faixa desta seleção é justamente a que deu título ao vinil, toada de Tito Madi que foi gravada originalmente por ele mesmo, em 1957. E Luely a registrou um ano mais tarde, a 22 de abril de 1958, com lançamento pela Continental em julho-agosto seguintes sob número 17565-A, matriz 12078. “A felicidade”, samba clássico da parceria Tom Jobim-Vinícius de Moraes, foi feito para o filme “Orfeu negro”, produção franco-italiana rodada em cores no Brasil, e originalmente exibida nos cinemas daqui como “Orfeu do carnaval”. Interpretado na trilha sonora por Agostinho dos Santos, é aqui oferecido por Luely na gravação que a Continental lançou em agosto de 1959 com o número 17713-A, matriz C-4191. Depois, temos “Eu não sei”, samba-canção de autoria do cantor Lúcio Alves, lançado em maio de 1959 sob número 17664-B, matriz 12181. “O nosso amor” é outro samba da parceria Tom Jobim-Vinícius de Moraes feito para o filme “Orfeu negro” (nos cinemas, “Orfeu do carnaval”), e foi nele interpretado por Elizeth Cardoso. Luely Figueiró o canta aqui em gravação que a Continental lançou em agosto de 1959 sob número 17713-B (o outro lado de “A felicidade”), matriz C-4190. “Quero-quero” é uma valsa campeira em estilo gauchesco, de autoria de Luiz Carlos Barbosa Lessa. É o lado B do segundo 78 de Luely, o Continental 17469, lançado em julho-agosto de 1957, matriz 11974. “Até…”, também conhecido como “Até que…”, é a versão de Oswaldo Santiago para o fox “Till”, de Carl Sigman e Charles Danvers. Foi lançado pela Continental em setembro-outubro de 1958, sob número 17589-B, matriz 12120, e na época foi também gravado por Julie Joy. “Não quero, não posso, não devo”, samba-canção de Dirce Moraes, é o lado B de “Eu não sei”, lançado em maio de 1959, matriz 12181. “Nasce uma pobre menina”, samba-canção de Alcyr Pires Vermelho e Alberto Ribeiro, abre o segundo 78 de Luely, o Continental 17469, lançado em julho-agosto de 1957, matriz 11974, e na mesma ocasião também teve registro de Léo Vaz, na Todamérica. “O relógio da saudade”, a faixa seguinte, é uma verdadeira relíquia para colecionadores, e me foi enviado a pedido pelo pesquisador Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, lá de Fortaleza (CE), a quem agradecemos a cortesia. Trata-se de um samba-canção de Sérgio Ricardo, com quem Luely foi casada, e saiu pela Continental em julho de 1959 sob número 17698-A, matriz C-4178, estranhamente com o título de “O relógio da vovó”! Por certo o título foi mudado em tiragens posteriores, e Luely também interpretou a música no filme “Marido de mulher boa”, da Herbert Richers. A valsa “Olhe-me, diga-me”, de autoria de Tito Madi, é bastante conhecida e tem vários registros, inclusive do próprio autor. Este foi feito na Continental por Luely em 22 de abril de 1958, com lançamento em julho-agosto do mesmo ano, disco 17565-B (do qual aqui também está o lado A, “Gauchinha bem querer”), matriz 12072. “O relógio da saudade” teve regravações por Rosana Toledo e pelo próprio Sérgio Ricardo. O bolero “Quero-te assim (Te quiero asi, asi)”, de Bernardo Sancristóbal (espanhol radicado no México) e Miguel Prado, em versão de Carlos Américo, é o lado B do 78 rpm de estreia de Luely Figueiró, o Continental 17438, lançado em maio-junho de 1957, matriz 11952. Encerrando esta edição do GRB, o divertido “Xote do Netinho”, de autoria do violonista Ângelo Apolônio, o Poly, em parceria com Victor Dagô, lançado pela Continental em janeiro-fevereiro de 1959 sob número 17635-AZ, matriz 12177. Esta é, portanto, a homenagem que o Grand Record Brazil presta a Luely Figueiró, também uma grande contribuição à preservação de nossa memória musical. Para ouvir e guardar com carinho!
* Texto de Samuel Machado Filho
Orquestra Romanticos De Cuba – Quiereme Mucho (1959)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Segue aqui mais um disco da fabulosa Orquestra Românticos de Cuba. E eu que pensava já ter postado aqui mais de uma dúzia de discos dessa orquestra, percebo agora que não chegaram a 4. Então, tenho aqui um bom motivo para postar este disco, “Quiereme Mucho”, terceiro disco dos Românticos de Cuba pela sofisticada Musidisc. Um álbum luxuoso que teve na época duas edições, uma mono hifi e outra em estéreo. Lançado originalmente em 1959, o disco dá sequência aos ritmos latinos, ao bolero principalmente, que está presente nos dois primeiros lps. Desta vez, porém, o repertório inclui autores nacionais como Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, Getúlio Macedo e Irani de Oliveira, Alcyr Pires Vermelho e Jair Amorim, Dalton Vogeler e Esdras Silva e Dolores Duran. Um disco, sem dúvida, perfeito para os amantes de orquestras. Repertório fino! Confiram…
Jessé – Volume 3 (1982)
O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados o terceiro álbum gravado por um cantor talentoso e de voz potente, que por certo deixou muitas saudades: Jessé Florentino Santos, na pia batismal. Ou simplesmente Jessé. Nosso focalizado nasceu na cidade de Niterói, litoral do Rio de Janeiro, em 25 de abril de 1952, criando-se na capital do país, Brasília. De lá, mudou-se para São Paulo, já adulto, atuando como crooner em boates. Depois, integrou os grupos Corrente de Força e Placa Luminosa (é dele o solo vocal em “Velho demais”, sucesso do Placa Luminosa em 1977), animando bailes por todo o Brasil. Chegou inclusive a gravar em inglês com o pseudônimo de Tony Stevens, obtendo sucesso com “If you could remember”. Mas foi em 1980 que Jessé revelou-se para o grande público, ao apresentar, no festival MPB-80, da TV Globo, a música “Porto Solidão”, de Zeca Bahia e Gincko. Este foi o primeiro e maior sucesso de sua carreira, que lhe deu o prêmio de melhor intérprete do festival e tornou-se o compacto simples mais vendido daquele ano. No festival MPB Shell, de 1981, voltou a vencer como melhor intérprete, desta vez com “Estrela reticente”, também de Zeca Bahia, em parceria com Fernando Coelho Teixeira. Em 1983, venceu outro festival, desta vez internacional, o da OTI (Organización de la Televisión Ibero-Americana),realizado em Washington, capital dos EUA, interpretando “Estrela de papel”, de sua autoria e do artista gráfico Elifas Andreato, que também abiscoitou os prêmios de melhor arranjo e melhor canção. Jessé possuía um repertório bastante diversificado, interpretando músicas próprias e de outros compositores (Chico Buarque, Guilherme Arantes, Belchior, Pablo Milanez, Mílton Nascimento, etc.). Sua discografia abrange um total de doze álbuns, entre os quais se destacam os duplos “Sobre todas as coisas” e “Um sorriso ao pé da escada”. Mesmo não obtendo o reconhecimento da crítica especializada, Jessé prosseguiu sua carreira com muita competência e sucesso, até falecer de forma trágica e prematura, aos 40 anos, no dia 29 de março de 1993, vítima de traumatismo craniano sofrido em acidente automobilístico quando se dirigia para a cidade de Terra Rica, no Paraná, a fim de realizar um show. O álbum de Jessé que o TM oferece a vocês hoje com muita satisfação é o terceiro de sua carreira, editado em 1982 pela RGE. Um trabalho primoroso em tudo, tanto no repertório quanto no aspecto técnico e na parte gráfica, que registra um senhor trabalho de Elifas Andreato. Aqui, o saudoso cantor recorda “Chão de estrelas” (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa) e o clássico bossanovista “Onde está você?” (Oscar Castro Neves e Luvercy Fiorini). Também batem ponto aqui a dupla Sá e Guarabyra (“Sina de cantador”), Guilherme Arantes (“Óleo e alegria”), Chico Buarque e Francis Hime (“Canção de Pedroca”), entre outros. Destaque também para “Solidão de amigos”, de Mário Maranhão e Eunice Barbosa, pór certo o maior sucesso do disco. Enfim, um trabalho de qualidade do inesquecível Jessé, que faz a gente sentir pena de ele ter partido tão cedo, e de forma tão trágica. Ouçam e recordem…
o ilusionista
vento forte
solidão de amigos
canção de pedroca
laço apertado
óleo e alegria
um grito pelos ares
paraíso das hienas
sina de cantador
chão de estrelas
a hora é essa
onde está você
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Quinteto Violado – Berra Boi (1973)
Olá meus amigos cultos e ocultos! Até agora há pouco eu estava ouvindo este disco aqui… Tinha certo de que já o havia postado no Toque Musical. Recorri ao index do blog para me certificar e realmente, não consta em nossa lista. E eu que pensava já ter postado vários discos do Quinteto Violado… Vamos então reparar o erro. Segue assim o “Berra Boi”, lp lançado em 1973, uma super safra! 73 foi mesmo o ano onde nasceram os melhores discos de mpb. A Música Brasileira estava mesmo inspirada naquele ano. “Berra Boi” pode ser considerado como o quarto trabalho do grupo, que surgiu em 1970. Antes deste disco o grupo lançou o “Quinteto Violado de 70” (cuja a capa trazia um desenho modificado do artista Roger Dean) e os discos da série Marcus Pereira, Música Popular do Nordeste, em 72, no qual o Quinteto Violado vem acompanhado pela cantora Zélia Barbosa. Em 73 a consagração. O grupo lança este “Berra Boi”, trabalho de excelência, que chama a atenção pela qualidade instrumental, sendo um álbum, praticamente, todo autoral, mantendo viva a essência da música nordestina. Não me recordo se este lp está entre os 300 daquele livro ingrato do Gavin, mas bem que merecia!