Olá, amigos cultos e ocultos! Aqui estamos nós de volta,.. E as nossas postagens de compactos ainda não encerrou. Vamos continuar trazendo os disquinhos de 7 polegadas, fiquem tranquilos!
Estive passeando, viajando pelo Sul e como sempre explorando pelas cidades onde passei, os sebos e lojas de discos que ainda resistem, espalhados por aí. Eu sempre tenho a esperança de encontrar alguma coisa rara e interessante. E geralmente eu encontro. Desta vez achei mais discos estrangeiros, que no caso, não serve para o nosso blog, mas ainda assim consegui alguns nacionais para compartilhar com vocês. Retomando as postagens, entre lps e compactos, vamos hoje trazendo um disco que eu fui descobri lá em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Por estranho que possa me parecer, nunca tinha visto ou ouvido este disco antes. De cara, pela capa e pelo selo já senti que tinha algo interessante aqui.Viva a Gente! O que seria isso? Pensei numa coletânea ou algo assim. Infelizmente, no momento da compra, não foi possível ouvir e nem pelo selo ou verso da capa eu consegui entender do que se tratava. Foi só agora, de volta, pude ouvir e pesquisar sobre ele. Descobri que se trata da ‘versão brasileira’ de um movimento jovem surgido nos anos 60, trazido por um grupo coral alemão chamado “Sing Out Deutschland”, que em 1966 se apresentou no Brasil. Este grupo trazia em sua música mensagens e sentimentos positivos, de motivação, buscando mobilizar a juventude da época para a construção de um mundo melhor. O lema era ‘honestidade, pureza, altruísmo e amor’. Uma ideia nova que surgia e encantava pelos seus objetivos. Era algo que, indiretamente, tinha um misto de movimento hippie (de paz e amor) com os movimentos jovens da igreja católica. O grupo Sing Out passou por diversas cidades da região sudeste e sul do país. Motivou muitos jovens a fazerem músicas com esse espírito positivista e deixou por aqui um embrião. Surgiu em Joinville, SC, um movimento/coral, o coletivo Viva a Gente, um grupo coral formado com mais de 50 integrantes. Este grupo, segundo contam, fez muito sucesso se apresentado por diversas cidades do sul, conseguindo inclusive gravar este disco, lançado em 1969 pelo selo Philips, com músicas, em sua maioria, versões do ‘Sing Out Deutschland’.
Existem na rede alguns sites e blogs que falam sobre o ‘Viva a Gente’, relatos de pessoas que participaram do movimento. Vale a pena conhecer. Quanto ao disco, com certeza, é uma peça rara, que eu só poderia ter encontrado mesmo no Sul. E olha que por lá ninguém sabia também do que se tratava! Creio que este disco nunca chegou a ser apresentado assim, para recordar e baixar… Só mesmo através de blogs como o Toque Musical, não é mesmo? 😉
Arquivo mensais:outubro 2015
Duardo Dusek – Compacto (1978)
O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados mais um compacto. Desta vez, é um single de início de carreira de um irreverente ator, cantor e compositor: Eduardo Dussek. Batizado com o nome de Eduardo Gabor Dusek, nosso focalizado nasceu no Rio de Janeiro, no comecinho do ano de 1958, ou seja, a primeiro de janeiro. Começou sua carreira artística na adolescência, aos quinze anos, como pianista de peças teatrais, ocasião em que também estudava na Escola Nacional de Música. Mais tarde, passou a compor suas próprias músicas e montou uma banda, devidamente apadrinhada por Gilberto Gil. Em geral, as composições musicais do então Eduardo Dusek aliam sátira e bom humor. Sua estreia em disco deu-se em 1975, ao interpretar “Ela não sabia nada (Piccadilly rock)”, parte da trilha sonora da novela “Bravo!”, da TV Globo, assinando-se a princípio como Duardo Dusek. Já com músicas gravadas por nomes de peso da MPB (como, por exemplo, “Seu tipo”, na voz de Ney Matogrosso, e “Folia no matagal”, por Maria Alcina, mais tarde regravada por Ney e por ele mesmo), revelou-se para o grande público em 1980, no Festival de MPB da Globo, interpretando “Nostradamus”, de sua autoria, cantando e tocando piano de fraque, asas e ceroula branca! Ainda nesse ano, gravou seu primeiro álbum-solo, “Olhar brasileiro”. Mas o estouro definitivo aconteceria em fins de 1982, quando gravou o LP “Cantando no banheiro”, no qual se destacaram os hits “Barrados no baile”, “Rock da cachorra” e a faixa-título. Entre outros sucessos, destacam-se: “Brega-chique – O vento levou black” (mais conhecida por “Doméstica”), “Cabelos negros”, “Eu velejava em você”, “Amor e bombas” (que tocava na abertura de outra novela global, “Bebê a bordo”) e “Aventura”. Em 1989, atuou no musical “Loja de horrores”, no papel de um dentista. Seus trabalhos em televisão foram muitos, particularmente no especial infantil “Plunct plact zuuuum” (Globo, 1983), no papel de um professor de Matemática, e em novelas, como “Xica da Silva” (Manchete, 1996, na qual fez o Capitão-Mor Emanuel Gonçalo). Na Globo, interpretou a si próprio nas novelas “As filhas da mãe” (2001), “Celebridade” (2004), “Tititi” (segunda versão, 2010) e no seriado humorístico “Sob nova direção”. Também fez personagens fictícios em outras produções da emissora. Quando este comentário estava sendo redigido, estava no ar em “I love Paraisópolis” (2015), interpretando o personagem Armandinho. No cinema, atou em “Federal” (2010) e “Os penetras” (2012). Sua discografia como intérprete abrange sete álbuns-solo, gravados entre 1980 e 2011, e o coletivo “Sassaricando – E o Rio inventou a marchinha” (2006), trilha sonora do musical teatral de mesmo nome.
Paraguassú – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 141 (2015) Parte 2
Estamos de volta com o Grand Record Brazil, em sua edição de número 141, apresentando a segunda parte do retrospecto que dedicamos a Paraguassu, “o cantor das noites enluaradas”. São mais dezessete gravações de inestimável valor histórico e artístico que oferecemos aos amigos cultos, ocultos e associados do TM. Abrindo esta seleção, o tango-canção “Tenho pena dos meus olhos”, de Angelino de Oliveira, gravação Columbia de 1931, lançada provavelmente no mês de maio, disco 22016-A, matriz 380982. Em seguida, a bela canção “Todo poeta nasceu para sofrer”, de Mílton Amaral, lançada pela Columbia em fevereiro de 1932, disco 22093-A, matriz 381122. “O violero do luá” (assim mesmo, em caipirês), é outra primorosa canção, do próprio Paraguassu com versos de Assumpção Fleury, e a Columbia a editou em janeiro de 1933, sob número 22183-A, matriz 381408. Ainda de 33 é “Esse boêmio sou eu”, outra canção, esta de Paraguassu sem parceiro, que abre o Columbia 22209, matriz 381409. “Portera véia” (também com título em caipirês) é mais uma canção do próprio Paraguassu sem parceiro, em gravação Columbia de 1934, disco 22255-A, matriz 3003. Em seguida temos o clássico “Luar do sertão”, com versos de Catulo da Paixão Cearense e melodia também a ele creditada, mas que teria sido feita pelo violonista João Pernambuco a partir do tema folclórico nordestino “É do Maitá”. Lançada por Mário Pinheiro em 1914, como “toada sertaneja”, a canção tem várias gravações, e Paraguassu aqui a revive em registro Columbia de 1936, disco 8196-A, matriz 3261. “Zabumbo do bombo” é uma toada de Roberto de Andrade, que ele mesmo canta junto com Paraguassu em outra gravação Columbia de 1936, disco 8208-B, matriz 3315. Em seguida, outra modinha clássica, “Talento e formosura”, com versos de Catulo da Paixão Cearense e melodia de Edmundo Otávio Ferreira, também lançada originalmente por Mário Pinheiro, em 1904. A gravação de Paraguassu abre o disco Columbia 8280, de 1937, matriz 3430. A seguir, um outro clássico: a toada “Tristeza do jeca”, obra máxima de Angelino de Oliveira, verdadeiro hino do caipira paulista. Surgiu em disco pela primeira vez em 1925, na execução da Orquestra Brasil-América, e, um ano depois, Patrício Teixeira a gravou cantada, com sucesso. Merecedora de inúmeras gravações, é interpretada aqui por Paraguassu em registro Columbia de 1937, disco 8287-A, matriz 3431. No verso, matriz 3433, uma regravação da canção “A choça do monte”, outra obra totalmente creditada a Catulo da Paixão Cearense. Foi lançada por Eduardo das Neves em 1913, e Paraguassu já havia feito gravação anterior, pela Odeon, em 1927. Apresentamos em seguida as duas músicas do disco gravado por Paraguassu em dueto com Nhá Zefa (Maria di Léo), considerada a caipira mais preferida de Cornélio Pires, embora fosse paulistana do Brás, onde também nasceu Paraguassu, e, como ele, filha de imigrantes italianos. São duas batucadas que a Columbia editou sob número 8328, por certo visando o carnaval de 1938: “Baiana dengosa”, motivo popular adaptado pelo próprio Paraguassu, matriz 3581, e “Olá, seu Barnabé”, dele mesmo sem parceria, matriz 3582. Da curta passagem de Paraguassu pela Victor é a rancheira “Natal dos caboclos”, dele próprio em parceria com o já mencionado Capitão Furtado (Ariowaldo Pires), com participação vocal do Quarteto Tupã, formado pelo compositor Georges Moran, russo radicado no Brasil, e integrado pelas então jovenzinhas Salomé Cotelli, Consuelo, Hedymar Martins (irmã de Herivelto Martins) e Lourdes, que mais tarde fariam parte de outros grupos mais famosos. Gravação de 26 de setembro de 1938, lançada pela marca do cachorrinho Nipper em dezembro do mesmo ano, disco 34397-B, matriz 80904. É nesse período que, como já informamos, as gravações de Paraguassu ficam cada vez mais espaçadas. Tanto que as duas faixas seguintes são de 1945, na Continental, ambas com acompanhamento do conjunto do violonista Antônio Rago, e gravadas em 12 de julho desse ano. “Perdão, Emília”, outra famosa modinha brasileira, tem versos de José Henriques da Silva (1855-1930), poeta e jornalista português radicado desde menino na cidade de São João da Barra (RJ). Ele os escreveu em 1874, com apenas 19 anos, com o título de “Vingança no cemitério”, sendo musicada depois pelo sanjoanense Juca Pedaço (“Perdão, Emília foi título dado por batismo popular). O registro de Paraguassu, o único feito na fase elétrica de gravação, foi lançado pela Continental em agosto de 1945, sob número 15411-A, matriz 10444. “Estela” é outra modinha clássica, com versos de Adelmar Tavares e melodia de Abdon Lyra. Feito na mesma sessão de “Perdão, Emília”, a 12 de julho de 1945, o registro de Paraguassu foi lançado pela Continental em setembro do mesmo ano sob número 15419-A, matriz 10445. A moda campeira “Gaúcho guapo”, do próprio Paraguassu, foi por ele gravada na mesma Continental em 16 de abril de 1948, matriz 10849, mas o disco só saiu em março-abril de 49, sob número 16064-A. Por fim, apresentamos “Janela fechada”, valsa-canção do próprio Paraguassu, lado B de seu derradeiro disco 78, o Chantecler 78-0303-B, lançado em agosto de 1960, matriz C8P-606. Enfim, é a homenagem do GRB ao notável e legendário Paraguassu, que através de seu canto resgatou inúmeras páginas musicais genuinamente nossas e lançou outras tantas, e deve ser sempre enaltecido pela contribuição preciosa que deixou para a MPB.
* Texto de Samuel Machado Filho
Gal Costa – Gilberto Gil – Torquato Neto- Os Últimos Dias De Pauperia (1973)
Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos. Espero que vocês não reparem, mas estarei dando uma pausa nas postagens, na próxima semana. Estarei viajando e sem condições de fazer muita coisa. Mas logo eu estarei de volta com boas e novas para vocês, ok? Para não dizerem que ficamos apenas em compactos medianos, vou deixando aqui uma raridade. Um tipo de disco que colecionadores adoram, Temos aqui um disquinho bacana, compacto que integra o livro “Os Últimos Dias De Paupéria”, de Torquato Neto, lançado em 1973. Uma produção bem limitada, difícil de achar até mesmo no Mercado Livre. No compacto temos duas músicas da parceria Torquato Neto com Carlos Pinto: “Todo dia é dia D”, com Gilberto Gil e “Três da madrugada”, com Gal Costa. Duas gravações raras, feitas especialmente para este trabalho. E também feita especialmente é essa capa/contracapa para o Toque Musical, pois o disquinho originalmente vem num simples envelope.
Compactos – Roberton Riberti (1977) – Ataulfo Junior (1973)
Olá amiguíssimos cultos e ocultos! Seguem aqui mais dois compactos, desta vez trazendo o cantor e compositor paulista Roberto Riberti neste compacto de pré lançamento de seu primeiro lp, disco este já postado aqui no Toque Musical em outros tempos. Na sequência, temos o filho do Mestre Ataulfo Alves, o Ataulfo Jr. figura de muito talento, sambista, compositor e intérprete consagrado, com muitos discos gravados, principalmente compactos, entre eles temos este aqui de 73. Confiram…
Barros De Alencar – Compacto (1975)
O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados um compacto duplo de 1975, selo RCA Victor, com quatro músicas interpretadas pelo cantor, compositor e radialista Barros de Alencar. Nosso focalizado, na pia batismal Cristóvão Barros de Alencar, veio ao mundo na cidade de Uiraúna, Paraíba, no dia 5 de agosto de 1932. Sua carreira de comunicador começou na Rádio Borborema de Campina Grande. Com o objetivo de buscar novos horizontes, viajou por inúmeras capitais brasileiras, tais como Recife, Fortaleza, Belo Horiznte e São Paulo, onde finalmente conseguiu um lugar ao sol, em meados da década de 1960, contratado pela PRG-2, Rádio Tupi, então “a mais poderosa emissora paulista”. Seu programa “Só sucessos”, em que executava os hits da ocasião, foi durante anos campeão absoluto de audiência, sobretudo entre as camadas mais populares. Barros passou também pelas rádios Record, América e Super Tupi (hoje Super Rádio). Na televisão, foi sucesso de audiência na Record, entre 1982 e 1986, com o “Programa Barros de Alencar”, onde ficou famoso com o bordão “Alô, mulheres, sentem-se nas cadeiras! Alô, marmanjos, não façam besteiras!” Gravou seu primeiro disco como intérprete em 1966, pela Chantecler, um compacto simples com duas versões: “Agora sim (Adesso si)” e “Não vá embora (Tu me plais et je t’aime)”. Inúmeros foram seus sucessos como cantor (que, evidentemente, executava em seus programas de rádio): “Olhos tristes” (coma participação de Giane), “Noites”, “Ana Cristina” (“Teus olhos são rasgadinhos, de boneca japonesa”…), “Meu amor é mais jovem do que eu”, “Namorados”, “Emanuela”, “Prometemos não chorar”, “Apenas três minutos” etc. Ao todo, gravou sete compactos e cinco LPs, além de participações em inúmeras coletâneas. Por causa de uma delicada cirurgia na garganta, Barros de Alencar teve de se afastar das atividades artísticas.
Compactos – Antonio Martins (1967) – Leonardo (1968)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Seguem aqui mais dois compactos. Dois ilustríssimos desconhecidos, pelo menos para mim e para o Google, onde também não consegui extrair grandes coisas. O que temos aqui são dois compactos dos anos 60. Dois cantores românticos, nitidamente Jovem Guarda, principalmente o Leonardo que num primeiro momento achei que fosse o Roberto Carlos em rotação acelerada. Este, certamente faz parte da turma obscura da JG> Antonio Martins é outro que trilha o caminho romântico popular. Ao que tudo indica, gravou um outro compacto pelo selo Cantagalo. O disquinho pode ser buscado no site do amigo Chico, o excelente Sanduíche Musical. E por aqui… vamos nessa casadinha, despertando a curiosidade 🙂
Varig – Conheça O Brasil – Urashima Tarô (1971)
Olá, amigos cultos e ocultos! Nos próximos dias eu quero estar postando aqui no Toque Musical alguns compactos que andei adquirindo através de compras e doações. Disquinhos interessantes que eu até o momento não tinha ouvido com atenção. Começo com dois compactos curiosíssimos, discos promocionais que ganhei do meu amigo Fáres. Lançados nos anos 60 pela saudosa Varig, quando então ela investia pesado em propaganda. Suas campanhas e jingles faziam tanto sucesso que chegaram a ser produzidos em discos. Esses eram distribuídos como cortesia e em forma de promoção pelas agencias de viagem, em aeroportos e em seus vôos. Na campanha “Conheça o Brasil”, dentro do plano de turismo nacional, quando a empresa voava para as maiores cidades brasileiras, eles criaram uma pequena coleção de compactos com temas dedicados as diferentes regiões do Brasil. Aqui temos o volume 1 que corresponde aos temas de quatro estados: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Esta campanha publicitária da Varig, se não me engano, é já do início dos anos 70. Na sequencia, temos outro sucesso, “Urashima Tarô”. Muitos devem lembrar… Este jingle foi criado em 1968 quando a Varig passou a operar com uma linha direta de vôos para o Japão. No compacto (em 78 prm!) a música aparece em duas versões, português e japonês, cantada pela apresentadora Rosa Miyake,
A Varig foi a primeira empresa comercial de aviação brasileira, criada nos anos 20, na cidade de Porto Alegre pelo alemão Otto Ernst Meyer. Esta empresa tem muita história e também tem quem já viajou por ela. Eu mesmo tenho as minhas, quando ainda criança fui para a Bahia nas asas da Varig, com direito a conhecer a cabine do piloto. Ah, nada como ser criança 🙂 Bons tempos! Foi uma das maiores companhias aéreas do mundo, atingindo o auge nos anos 60 e 70. Mas como tudo que é nacional, acabou falindo. Fechou as asas em 2006, para a tristeza de muita gente. Hoje, só nos resta recordar…
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Máximo de Sucessos (1971)
Meus prezados amigos cultos e ocultos. Segue aqui uma coletânea das mais interessantes. Uma seleção com alguns dos mais expressivos artistas que gravavam pela Philips no início dos anos 70. Disco mono, porém de capa dupla. Um luxo que as gravadoras, na época, podiam se dar, ou nos dar, melhor dizendo. Esta é sem dúvida uma coletânea rara que muito colecionador gostaria de por a mão. Foi o disco inicial, o primeiro de uma série que viria a ser lançada pela gravadora durante aquela década. Não tenho muita certeza, nem tive tempo de pesquisar, mas creio que chegaram a quase 20 volumes. Uma boa estratégia da gravadora para apresentar seus artistas e lançamentos. E começou bem 😉
Carlos Augusto – Juro (1961)
Coisas De Hoje (1972)
Boa noite a todos os amigos cultos e ocultos! Para não espaçar muito nossas postagens, eu vou trazendo aqui mais um disquinho que tem sido procurado pelos japoneses. Este é outro que está indo para o Japão. Quando dizem que os gringos conhecem mais da nossa música que nós mesmos eu as vezes não duvido. Quais seriam aqueles que hoje pagariam 150 reais num lp como este? Ou ainda, quantos já ouviram ou tem interesse em ouvir este disco? Quantos serão aqueles que irão baixar ou compartilhar este lp? Certamente, pouquíssimos. Mesmo assim, antes de partir para a ‘terra do sol nascente’, vou deixar uma cópia dele aqui para os poucos que ainda acreditam nessa coisa de música e discos.
Temos uma seleção muito boa de músicas variadas, em sua maioria brasileira. tem Caetano Veloso, Moacir Franco, Roberto e Erasmo Carlos, Ivan Lins, Candeia e outros… Um pequeno leque de sucessos daquele final de anos 60, interpretados por um conjunto vocal anônimo, coisa bem comum naqueles tempos onde as gravadoras apostavam em regravações de sucessos com outros músicos, geralmente os de seus próprios estúdio. Projeto essencialmente comercial que de uma certa forma tinha lá seus interessados. Vender sucessos, coisas do momento…
Nadinho Da Ilha – Aluou, Serenou, Violonou, O Samba Serestou (1974)
Olá, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje o TM apresenta a vocês o primeiro LP-solo de um artista completo (cantor, compositor, ator), que interpretava o samba de maneira particular e bem-humorada: Nadinho da Ilha. Com o nome de batismo de Aguinaldo Caldeira, nosso focalizado de hoje veio ao mundo no dia 11 de junho de 1934, no Rio de Janeiro. Seu apelido não era referência à Ilha do Governador, como muitos imaginam, mas à Ilha dos Velhacos, comunidade situada na Muda, subdistrito da Tijuca. Tinha 1,90m de altura, estatura pra lá de alta, e por isso mesmo foi diversas vezes comparado a Monsueto, com quem tinha impressionante semelhança física. Intérprete da linhagem dos cantores negros de voz encorpada, como Jamelão, Abílio Martins e, claro, o próprio Monsueto, ia da nota alta à mais baixa com muita facilidade. Nosso Nadinho começou na música muito cedo, sob influência familiar, uma vez que era sobrinho de nada mais nada menos que Nilo Chagas, que integrou o Trio de Ouro, liderado por Herivelto Martins, nas duas primeiras fases (com Dalva de Oliveira e, mais tarde, com Noemi Cavalcanti). Criado no Morro do Borel, lá mesmo na Tijuca, aos 12 anos foi levado pelo mítico Geraldo Pereira para tocar tamborim em seu programa de rádio. O contato com os sambas sincopados do mestre Geraldo ajudou o pequeno Nadinho a desenvolver um apurado senso rítmico. Ainda jovem , atuou como cantor no grupo de Heitor dos Prazeres, ao lado de outros nomes ilustres do samba, caso de Mestre Marçal, ingressando, logo em seguida, na ala de compositores da Escola Unidos da Tijuca. Antes de viver de música, trabalhava também como soldador elétrico e serralheiro na White Martins. Além do possante vozeirão, Nadinho da Ilha tinha outras qualidades que o tornaram um artista versatilíssimo, como eloquência, marcante presença de palco, elegância e suingue. E logo seria convidado para trabalhar como ator e humorista no teatro e na televisão. Atuou nos espetáculos teatrais “Deus lhe pague”, de Procópio Ferreira, e “´Ópera do malandro”, de Chico Buarque. Na TV , participou da “Buzina do Chacrinha”, na Globo, dos humorísticos “Balança mas não cai” (também na Globo) e “Cabaré do Barata” (Manchete), este último ao lado de Agildo Ribeiro, além do especial infantil “Tem criança no samba”, dirigido por Augusto César Vannucci para a Rede Globo. No cinema, atuou no filme ‘Loucuras cariocas”, de Carlos Imperial. Nadinho da Ilha teve sua primeira oportunidade fonográfica em 1971, quando participou do LP coletivo “Quem samba fica… Adelzon Alves mete bronca e a moçada do samba dá o recado”, interpretando as faixas “Caminhante solitário” e ‘Lapa”. Dois anos mais tarde, vem o primeiro compacto simples, com as músicas “Baianeiro” e “É o mal de muita gente”. Lançou quatro álbuns-solo (entre eles “Cabeça feita”, de 1977, considerado verdadeira obra-prima) e inúmeros compactos, além de participar de inúmeros projetos coletivos. Fez shows também ao lado de outros bambas do sambas, tais como Beth Carvalho, D. Ivone Lara, Monarco e Délcio Carvalho. Pois é justamente o primeiro álbum-solo de Nadinho da Ilha que o TM oferece com a mais grata satisfação a vocês hoje: é “O samba serestou”, lançado pela EMI-Odeon em 1975. Produzido para a Odeon pelo “cracão” Adelzon Alves, e com arranjos dos maestros Nelsinho e Luiz Roberto, este último violonista e contrabaixista, é um trabalho primoroso, com Nadinho mostrando o seu lado intérprete em todas as dez faixas, assinado por nomes respeitáveis, como Mano Décio da Viola (“Obsessão”), as duplas Délcio Carvalho-Avarese (“O maior show da terra”) e Maurício Tapajós-Mauro Duarte (“Sacrifício”) e Zinco (“Neuza”). Da discografia de Nadinho como cantor-solo ainda fazem parte os álbuns “O samba bem-humorado de Nadinho da Ilha (1995) e “Meu amigo Geraldo Pereira” (2009), uma homenagem a seu mestre e mentor, que acabaria sendo seu último trabalho em disco, pois, a 4 de agosto desse ano, ele faleceria, de complicações com diabetes e um câncer no abdômen. Enfim, apresentando este primeiro álbum-solo de Nadinho da Ilha, o TM presta uma merecida homenagem a um dos maiores sambistas que o Brasil já teve.
*Texto de Samuel Machado Filho
Vários – Juventude E Ritmo (1969)
Olá amigos cultos e ocultos! Finalmente uma brecha nesta quinta-feira. Dá tempo de vir aqui e postar alguma coisa. Na verdade, estou cheio de coisas para se ouvir com outros olhos, mas o que tem pegado é a disponibilidade do Augusto aqui…
Estou trazendo hoje um disco que agora está lá no Japão. Comprei para um colecionador com quem negociei outros discos. Sinceramente, acho que ele pagou caro por uma coletânea como esta que traz, sem dúvida, algumas peculiaridades e sucessos do final dos anos 60. Jovem Guarda em seu último suspiro. Temos, por exemplo o Luiz Ayrão que passou pela Jovem Guarda, mas acabou fazendo sucesso mesmo foi no samba. A cantora Elizabeth vem com a faixa “Tanto amor sem ter ninguém prá dar”, música que segundo o meu amigo Samuca, só saiu neste lp. Fábio, aquele do LSD, canta desesperado a sua “Stella”, música de relativo sucesso na época. Seguem também outros ultra românticos Márcio Alexandre e José Ricardo. E também na fita, quero dizer, na faixa, A Turma do Embalo, dando um tom mais descontraído e divertido ao disco. Vale uma conferida…