Carlos Lacerda – A Redenção Da Cidade (1960)

Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Para fechar nosso toque político, aqui vai o terceiro e último disco (que eu tenho) do polêmico Carlos Lacerda. Neste terceiro lp, conforme nos informa a contracapa, temos do lado A trechos de seu discurso na Convenção Carioca da UDN, quando então fora escolhido pelo partido como candidato a governador, o primeiro, do novo Estado que nascia, o da Guanabara. do lado B ele vem desfilando textos que falam do Rio de Janeiro, em leituras de poetas e escritores como Olavo Bilac, Machado de Assis, Orestes Barbosa, João do Rio e Luiz Edmundo.

abertura
convenção da udn carioca
olavo bilac
machado de assis
orestes barbosa
joão do rio
luiz edmundo
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Carlos Lacerda – Rio Cidade Indomável (1960)

Prezados amigos cultos e ocultos, conforme prometido, aqui vai mais um disco do Carlos Lacerda: “Rio – Cidade Indomável”, lp produzido pelo político, que parece ter gostado da ideia de deixar seus discursos perpetuados em disco. Como se pode ler na própria contracapa o vinil se reparte em dois momentos. No primeiro, face A, temos trechos de seu discurso na Convenção Nacional da UDN saudando Jânio Quadros, discurso na convenção do Partido Trabalhista Nacional, que o apoiou como candidato a governador do então novo Estado da Guanabara. Na face B Lacerda lê trechos de livros dos autores cariocas, Gastão Cruls e Octavio Tarquinio de Souza. Observem que aqui, já em 1960 os seus discos passam de 200 para 300 cruzeiro. A inflação tá comendo solta

abertura
cidade indomável
convenção da udn – jânio quadros
gastão cruls
octavio tarquinio de souza
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Carlos Lacerda – O Caminhão do Povo (1958)

Olá, amigos cultos e ocultos! Embora o nosso blog aqui se chame Toque Musical, eventualmente, procuro postar também outros tipos de discos como os de poesias, documentários, propaganda e também política. As vezes fico achando que o nome do blog deveria ser outro, afinal nem só de música se faz o nosso toque. Hoje, por exemplo, vamos falar de outros registros sonoros lançados em lp que não são necessariamente música. Aproveitando que ainda estamos na onda da curiosidades fonográficas e mais ainda, vivendo um momento político complicado, vou postando aqui três lp raríssimos, onde poderemos perceber o quanto as histórias na política brasileira se repetem. Qualquer semelhança não será apenas coincidência. Apenas uma comprovação de que a política e os tempos mudam, mas os políticos continuam os mesmos. Teremos para hoje e nos próximos dias os três discos gravados pelo polêmico Carlos Lacerda, um político carioca que atuou neste cenário durante as décadas de 40. 50 e 60. Sua trajetória política e recheada de histórias. Foi um combatente feroz da política populista de Getúlio Vargas, sendo ele um dos principais mentores da desestabilização deste governo. Era um político da UDN. Tinha muita força e poder porque era também um jornalista, dono do jornal Tribuna da Imprensa, seu principal palanque para os discursos e aquela dosezinha de veneno, que ajudou o Brasil a cair na fase mais negra, a ditadura militar. Carlos Lacerda era oposição, mas não era de esquerda. Aliás, ele não era nem de direita. Ao longo de sua vida política se posicionou de acordo com o que lhe era mais interessante, útil e conveniente. Era um homem inteligente, letrado… um intelectual, Mas qualidades como essas não fazem de um homem um bom político. Como exemplo, temos o contemporâneo Fernando Henrique Cardoso, que não nos deixa mentir. Se preferirem, temos algo melhor, José Sarney. Contudo, achar uma classificação para o Carlos Lacerda é coisa que eu não me atrevo sem conhecer ao certo toda a sua história. Porém, através de discos como este, dos seus discursos em áudio, somados a sua ‘multifacetagem pública’, podemos entender o quanto complexo foi esse personagem. Durante a segunda metade dos anos 50, após o suicídio de Vargas, seu alvo de ataques passou a ser Juscelino Kubischek. Ele usava os meios de comunicação (rádio, tv e jornais) para difamar o governo de JK. Em resposta, o Governo baixou uma portaria na qual proibia a transmissão de programas que ofendessem autoridades. Dessa forma, Lacerda perdeu sua maior arma, não tendo mais como escrachar com JK e seu governo. Como alternativa, passou a andar pelas ruas do Rio discursando em caminhão aberto que servia como palanque móvel, acompanhado por outros políticos da UDN. Limitado em suas ações, teve a brilhante ideia de distribuir seus discursos também em disco de vinil, os quais eram vendidos ao preço de 200 cruzeiros. Cara esperto. Imaginem ele hoje, o que não faria pelo PSDB? (hehehe…)
Mas enfim, neste primeiro lp vamos ouvir os discursos improvisados do ‘caminhão do povo’, discurso no meio da rua e trechos de seu discurso na Câmara. Um registro histórico que vale para ‘petralhas’, ‘coxinhas’ e todos os demais brasileiros. Confiram

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Mix Sortido TM (2015)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou ‘mixturando’ a fome com a vontade de comer, com direito a indigestão para quem não escuta música com outros olhos. Tenho aqui oito discos de 12 polegadas, mas que trazem apenas um ou duas músicas. São os impagáveis filhos dos compactos, que começaram a pipocar a partir do final dos anos 80, discos que passaram a ser chamados de mix, ao estilo disco de DJ’s. Eram muito comuns também em 45 rpm e faziam exatamente a função do antigo compacto que era o de apresentar a tal ‘musica de trabalho’, aquela principal de um determinado artista ou grupo. Aliás, é bom que se diga, mesmo nos dias atuais ainda há muitos artistas que investem em compactos e discos mix, como esse sortimento que agora eu trago para vocês. Como podemos perceber, temos aqui nove discos de diferentes artistas, produções que passam pelas décadas de 80, 90 e nos anos 2000. Dos anos 80 temos as bandas Ego Trip, que trazia em sua formação Arthur Maia e Pedro Gil, filho do Gilberto Gil, Aqui temos deles a música “A lei sou eu”, sucesso nas rádios em 1987. Em 88 temos outro sucesso “Cara pálida” da banda carioca Gang 90. Ainda nos anos 80 temos os ‘mixies’ do conjunto Fator RG7, produzido por Leci Estrada e Eclis, com um pop feito na medida para tocar no rádio, só que não vigou. Entrando pela década de 90, temos o Arnaldo Antunes, ex Titãs com o mix “Nome não”, lançando em 93. Carlos Conceição  e seu sucesso localizado, “A tribo” e ainda um mix funk com a desbocada Dercy Gonçalves. Para finalizar, temos um mix mais moderninho, lançado já nos anos 2000 pelo músico baiano Gil Felix, variando em três versões o seu batido em “Que alegria”.

Em resumo, temos uma amostragem, cujo o sentido é bem mais que apresentar músicas. Aqui o intuito foi também lembrar que esses discos existem e tem o seu lugar, pelo menos uma vez, num toque musical. Divirtam-se
nome não – arnaldo antunes
a tribo – carlos conceição
sol de espanha – carlos conceição
resposta das aranhas – dercy gonçalves
vê se entende – eclis
cangurú – eclis
eu sou a lei – ego trip
acaso sensual – fator gr7
vem – fator rg7
cara pálida – gang 90
que alegria – gil felix
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Second Come – You (1993)

Olá, meus prezados amigos cultos e ocultos. Em um passado aqui no Toque Musical eu andei postando uma série de discos de bandas alternativas de rock nacional dos anos 90. Porém, alguns lps eu acabei não tendo oportunidade para apresenta-los. Acabaram ficando na gaveta, esperando um determinado momento para entrarem em cena. Nesta semana de variedades fonográficas, creio eu, ele vai se encaixar perfeitamente.
Temos assim o Second Come, banda carioca de rock alternativo formada no início dos anos 90. Uma das melhores bandas do cenário ‘indie’ nacional. Teve este que foi o seu disco de estréia, sendo também o primeiro lançamento do selo Rock it!, criado pelos músicos Dado Villa Lobos, do Legião Urbana e André X, do Plebe Rude. O Second Come era um grupo com influências modernas de bandas estrangeiras emergentes como Jesus & Mary Chain, Sonic Youth, Husker Du e outras..

i feel like i don’t know what i`m doing
ten fingers
run run
hurricane age
704
perfidiousness
god and me
justify my love
sedative distortion
the shower
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Hermeto Pascoal – Zabumbé-Bum-Á (1979)

Amigos cultos e ocultos, segue aqui um Hermeto Pascoal. Disco para quem escuta música com outros olhos. Alías, a semana está mais ou menos assim, com discos para quem escuta muito mais que discos. O Hermeto entrou nesta meio que por acaso, para tampar o buraco e pela minha preguiça. Disco de gaveta, com certeza! “Zabumbé Bum A” é um álbum bem conhecido e divulgado no universo da música compartilhada. Todo blog que se preza precisa ter estampado em suas listas discos do Hermeto Pascoal. Aqui vamos apenas replicando mais um

são jorge
rede
pimenteira
suite paulistana
santo antonio
alexandre, marcelo e pablo
suite norte sul leste oeste
susto
meste mara
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O Gato De Botas / O Pequeno Polegar (1957)

Advogado, escritor e poeta, Charles Perrault (Paris, França, 12/1/1628-idem, 16/5/1703) estabeleceu bases para um novo gênero literário: o conto de fadas. Por isso, foi cognominado “o pai da literatura infantil”. Contemporâneo do fabulista Jean de La Fontaine, e membro da Academia Francesa de Letras, Perrault ouvia muitas histórias de sua mãe e nos salões parisienses, e já idoso, aos 62 anos, resolveu registrá-las para publicação em livro. Este, surgido em 1697, quando Perrault já beirava os 70 anos, recebeu o título de “Histórias ou contos do tempo passado com moralidades”, mas também era chamado de “Contos da velha” e “Contos da cegonha”,  ficando afinal conhecido como “Contos da mamãe gansa”. Êxito mundial, o livro foi praticamente o pioneiro do gênero conto de fadas, sendo Perrault o primeiro a dar acabamento literário ao mesmo.
Até hoje, muitas histórias do mestre Perrault  são editadas, traduzidas e distribuídas em meios de comunicação diversos, teatro, cinema (“live action” e animação), TV, etc.  Dois de seus mais famosos contos de fadas estão no álbum que o Toque Musical tem o prazer de oferecer hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados, lançado em 1957 pela Musidisc de Nilo Sérgio. São “O gato de botas” e “O Pequeno Polegar”. O primeiro é a história de um caçula de três irmãos que recebe de herança do pai um gato de estimação. Depois de ganhar um par de botas, o gato, bastante esperto, consegue convencer um poderosíssimo rei de que pertence a um fidalgo, o Marquês de Carabás, e assim consegue ao seu dono a mão da princesa em casamento.  Já “O Pequeno Polegar” foi possivelmente inspirado na história hebraica do pastor Davi, depois rei dos hebreus. Ele era o caçula dos sete filhos de um pobre lenhador, e era tão pequenino que o chamavam de Pequeno Polegar. Apesar do tamanho, nosso herói  era também muito esperto, como o gato de botas. Um dia, o lenhador  resolveu abandonar os filhos na floresta e estes, após longa caminhada, avistaram um castelo,  em busca de abrigo e alimento.  Só que lá residia um ogro malvado (possível  referência ao Rei Saul de Israel, para quem Davi trabalhou antes de ser monarca, aqui substituído por um gigante) , que, ao ver os pobres garotos, resolveu devorá-los. Percebendo as intenções malignas do ogro, o Pequeno Polegar, durante a noite, trocou seu chapéu e o dos irmãos pelas coroas das filhas do monstro, que as devorou pensando que fossem os rapazes. Eles tiveram de fugir do castelo, e Polegar, enquanto o ogro dormia, calçou suas botas encantadas (as famosas botas de sete léguas), ajudando os irmãos a voltarem para casa. Auxiliado pelas botas, Polegar trabalhou para um rei, conseguiu muito dinheiro  e pôde finalmente voltar para casa. Assim, ele e sua família nunca mais passaram fome.
Em linhas gerais, com uma ou outra mudança, são estas as histórias que nosso álbum de hoje conta, em primorosa adaptação de Haroldo Barbosa  (Rio de Janeiro,  21/3/1925-idem, 6/9/1979), radialista, compositor, jornalista e redator de programas de rádio e televisão. A narração ficou por conta de Luís Jatobá (Maceió, AL, 5/1/1915-Nova York, EUA, 9/12/1982), médico ortopedista, locutor e jornalista que influenciou toda uma geração de “speakers”, não apenas de rádio, mas também de cinema, televisão e vídeo, e certamente foi o mais famoso timbre vocal masculino brasileiro, sendo a voz de Íris Lettieri (responsável pela locução de horários de voos no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro) seu correspondente feminino. Jatobá  trabalhou no rádio brasileiro por 45 anos, e sua voz privilegiada foi também ouvida durante anos em nossos cinemas, na apresentação, em “off”, de trailers de filmes. Um trabalho que se iniciou em 1940, quando Jatobá foi residir nos EUA, a convite da CBS, cadeia de rádio onde se tornou o brasileiro que dava as notícias da Segunda Guerra Mundial.  Voltando ao Brasil, Jatobá foi um dos pioneiros da TV Globo, apresentando, ao lado de Hilton Gomes e Nathalia Timberg, o “Jornal da Globo” (nada a ver com o atual), e comandou, ao lado de Léo Batista, a primeira edição do “Jornal Hoje”. Perseguido politicamente pelo governo da ditadura militar, Luiz Jatobá voltou aos EUA, onde retomou a gravação de trailers de cinema, e residiu até falecer. Foi casado com a atriz e pianista Margot Bittencourt (Margarida Jatobá), ex-esposa do compositor  Humberto Teixeira.  E abrilhanta com sua narração as histórias contadas no presente álbum Musidisc, certamente uma tentativa de competir com a Continental, que iniciou a gravação de histórias infantis em disco no ano de 1945, por iniciativa de mestre João “Braguinha” de Barro, através da série Discoteca Infantil, embrião do famoso selo Disquinho, aquele dos compactos de vinil coloridos. Não há informação, infelizmente, a respeito de quem foram os intérpretes dos personagens, certamente rádio-atores. De qualquer forma, é um trabalho que, por certo, vai fazer a gente voltar no tempo, recordando aquele tempo feliz de criança que não volta mais. Deliciem-se
* Texto de Samuel Machado Filho

Vários – Moby Dick – The Alternative Compilation N. 1 (1987)

Salve, amigos cultos e ocultos! Nesta semana vamos ter por aqui alguns toques musicais diferentes e bem variados. As vezes eu fico um pouco cansado da programação convencional, daí é hora de darmos umas chacoalhadas. Mostrar outras facetas… 🙂
Abrindo, eu tenho aqui este curioso lp que saiu lá da Itália e veio parar aqui na minha mão, no prato do meu tocadiscos. Um disco importado, lançado nos anos 80. Uma coletânea, como se pode ver logo no subtítulo, ‘The alternative compilation N. 1’ reunindo seis grupos pops da cena ‘underground’ italiana da época. A curiosidade e razão desta postagem está por conta de um dos grupos da compilação, um conjunto chamado Belorizonte. Ao que tudo indica, parece ser um trio formado por músicos brasileiros, mais exatamente mineiros, talvez da capital, Beagá. Eles participam da coletânea com duas músicas, um samba e um jazz ‘funkiado’, algo bem diferente dos demais artistas que completam o seleção.

star of my life – eggstime
feeling action – eggstime
hooks of time – cacao
midnight sunsets – cacao
12 o’clock in the night – anytime
when i see you – los gemala
llego tarzan – loas gemala
nova ponte – belorizonte
black – belorizonte
love song – mon-ô
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Jane Duboc (1982)

Olá, meus prezados, amigos cultos e ocultos! Hoje vamos com este disco bacana, de uma cantora também super bacana, a paraense, Jane Duboc. Em sua discografia este álbum consta como sendo seu terceiro disco. Lp independente, lançado em 1982, traz um repertório bem feliz, com músicas de autores variados e da melhor qualidade. Tem músicas de Sérgio Sá, Caetano Veloso e Gilberto Gil, que inclusive participam no disco. Fátima Guedes, as duplas Tunai e Sérgio Natureza, Zé Renato e Ana Terra, Rita Lee e Sonia Buenier, Carlinos Menezes e Sueli Corrêa e Gandula e Casa Branca. Toda essa informação se pode confirmar na contracapa, inclusive esta traz também uma boa apresentação da cantora feita pelo jornalista Sergio Cabral. Confiram o toque

magia deste momento
cor palavra e som
eu no sol
doce mistério (tentação)
som pra mim
delírio
se eu te pego de jeito
mansidão
galo galã
água
quando tudo dá certo
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Vários – 50 Anos De Sertão (1979)

A chamada música sertaneja ou caipira surgiu pela primeira vez em disco no ano de 1929. A iniciativa partiu do jornalista, escritor, empresário e ativista cultural  Cornélio Pires (Tietê, SP, 13/7/1884-São Paulo, 17/2/1958), importante etnógrafo da cultura e do dialeto caipiras, tio de Ariowaldo Pires, famoso no rádio como o Capitão Furtado. Cornélio foi até a gravadora Columbia objetivando gravar músicas, “causos” e outras manifestações culturais caipiras, sobretudo do interior de São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Evidentemente, os executivos da empresa não acreditaram no potencial de vendas do gênero, e Cornélio Píres decidiu ele próprio bancar a produção e até mesmo a venda dos discos. Assim nasceu a Série Caipira Cornélio Pires, com numeração iniciada em 20.000 e um selo vermelho também especial. Os cinco primeiros discos da série logo se tornaram sucesso, o que motivou a Columbia (futura Continental)  a prosseguir a série, sob sua total responsabilidade.  Foi o início de uma longa e vitoriosa trajetória, na qual surgiram importantes nomes do hoje chamado “sertanejo de raiz”, tais como Tonico e Tinoco, Alvarenga e Ranchinho, Raul Torres, Serrinha, Florêncio, Palmeira, Piraci etc. Após a Segunda Guerra Mundial, a música sertaneja incorporou novos estilos e temáticas, recebendo influência sobretudo da guarânia paraguaia e da canção rancheira mexicana. Nessa época, surgem nomes como Cascatinha e Inhana, Pedro Bento e Zé da Estrada, Irmãs Galvão, Duo Irmãs Celeste, Biá, Leôncio e Leonel, além de outros que mantiveram a tradição caipira, como Inezita Barroso, Tião Carreiro e Pardinho, Zé Carreiro e Carreirinho.  Tião Carreiro inovou o gênero sertanejo, fundindo-o com samba, coco e calango. A partir da década de 1960, introduziram-se elementos da chamada “música jovem”, como a guitarra elétrica, marcando o início do que seria denominado “sertanejo moderno”. É quando surgem nomes como Léo Canhoto e Robertinho, Milionário e José Rico, Trio Parada Dura, Lourenço e Lourival, Carlos Cézar e Cristiano, Duduca e Dalvan, João Mineiro e Marciano, Matogrosso e Matias. Cantores que se consagraram na Jovem Guarda, como Sérgio Reis e Nalva Aguiar, abrigaram-se entre os sertanejos, com inúmeros êxitos. Até a década de 1980, os principais meios de divulgação da música sertaneja eram o circo, alguns rodeios, e as emissoras de rádio AM, além de um ou outro programa de televisão, geralmente apresentados nas manhãs de domingo. Depois, o gênero passou a entrar também em rádios FM, até então avessas a sertanejos, registrando influência crescente do country norte-americano, tanto na música quanto no vestuário, registrando-se interesse maior pelas chamadas “festas de peão”, sobretudo a de Barretos (SP), que ganhou prestígio internacional. É quando se consagram nomes do porte de Chitãozinho e Xororó, Chrystian e Ralf, Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano, João Paulo e Daniel, Rick e Renner. Até chegar ao chamado “sertanejo universitário”, hoje em evidência, para alegria de uns e tristeza de outros.

Quando a música sertaneja completou 50 anos de seu surgimento em disco, em 1979, as gravadoras lançaram compilações especiais para comemorar a data. Uma delas foi a Cartaz, de São Paulo, que pôs nas lojas o álbum que hoje o Toque Musical oferece a seus amigos cultos, ocultos e associados.  Foram reunidas, para tanto, quatro duplas queridas do público, sobretudo do interior :  Silveira e Barrinha, Caçula e Marinheiro, Pedro Bento e Zé da Estrada, e Zilo e Zalo, todas, curiosamente, surgidas no início da fase dita “moderna” do gênero sertanejo, e cada uma comparecendo com três faixas. Silveira e Barrinha (“a dupla dos 22 Estados”)  abrem o disco nos oferecendo os hits “Berrante de ouro” (1961), “Coração apaixonado” (1962) e “Mineiro de Uberaba” (idem), todas composições próprias, as duas primeiras só de Barrinha e a terceira de Silveira em parceria com o radialista Sebastião Victor. Em seguida, vêm Caçula e Marinheiro, oferecendo uma versão para o famoso “Tema de Lara”, do filme “Doutor Jivago” (MGM, 1965), assinada por Luiz de Castro. Ele também assina as outras duas faixas que esta dupla aqui interpreta, “Cantinho do coração” (parceria de Benedito Seviero) e uma versão pouco divulgada do clássico paraguaio “Galopeira”, de Maurício Cardoso Ocampo, diferente da que ficou conhecida, que é de Pedro Bento e teve inúmeras gravações, a mais conhecida a do então cantor-mirim Donizetti, que fez dela seu eterno carro-chefe.
 Por sua vez, Pedro Bento e Zé da Estrada (“os amantes da rancheira”) batem ponto com músicas também de composição própria e com parceiros, a saber: “Ladrão de beijos” (Pedro Bento-Nélson Gomes, originalmente de 1961), “Morrendo aos poucos” (de Zé da Estrada com o acordeonista Celinho, também sucesso em 1961) e “O dia mais lindo da vida” (de Zé da Estrada e Nélson Gomes, originalmente de 1964).  Completando o programa, os irmãos Zilo e Zalo (“as vozes encantadoras do sertão”), cujos nomes verdadeiros eram, respectivamente, Aníbio e Belizário Pereira de Souza,  nos oferecem outros três hits inesquecíveis. O cateretê “O silêncio do seresteiro”, por eles gravado originalmente em 1960, tem a co-autoria do já citado  Benedito Seviero, paulista de Trabiju (então distrito de Boa Esperança do Sul, sendo por isso aí registrado) e responsável por inúmeros outros sucessos sertanejos, sobretudo a guarânia “Boate azul”. O tango “Arrependimento”, originalmente de 1965, é de Léo Canhoto, da dupla com Robertinho. Por último, “Amarga lembrança”, um valseado tradicional de autoria da própria dupla, sucesso em 1972. Enfim, é uma interessante e curiosa compilação que reflete as inúmeras influências absorvidas pela música sertaneja, e certamente será um prato cheio para aqueles que cultuam e apreciam o gênero. Ô trem bão
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Silveira e Barrinha
berrante de ouro
coração apaixonado
mineiro de uberaba
Caçula e Marinheiro
tema de lara
cantinho do coração
galopeira
Pedro Bento e Zé da Estrada
ladrão de beijos
morrendo aos poucos
o dia mais lindo da vida
Zilo e Zalo
o silêncio do seresteiro
arrependimento
amarga lembrança
*Texto de SAMUEL MACHADO FILHO

Grupo Folclórico Banzé (1997)

Olá amigos cultos e ocultos! Em nosso programa de variedades musicais, tenho para hoje este interessante lp, lançado pelo selo Bemol, em 1997 (creio eu). Trata-se de um dos importantes grupos folclóricos de Minas Gerais, mais exatamente, da cidade de Montes Claros, o Grupo Folclórico Banzé. Este é um grupo essencialmente de danças, criado no final dos anos 60 pela pesquisadora e professora do Conservatório Estadual  de Música Lorenzo Fernandez, Zezé Colares Moreira. O nome Banzé foi uma variação natural do que era a ‘Banda da Zezé’. O grupo, ao longo de todos esses anos, participou dos mais importantes festivais folclóricos, nacionais e internacionais, tendo também em sua trajetória dezenas de premiações, sendo hoje um patrimônio cultural da cidade de Montes Claros. Este lp é um registro musical do trabalho do grupo e traz em seu repertório músicas e temas de domínio público. São canções natalinas e outros temas tradicionais extraídos em suas pesquisas pelas mais diversas cidades do norte de Minas Gerais. Um trabalho muito bonito que merece ser sempre lembrado.

músicas natalinas:
folia
são gonçalo
catopês
aboio
traíra
carneiro
bastão
sapo e gia
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Rolando Boldrin – Clássicos Do Poema Caipira (1985)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje eu acordei com um radio ligado. Algum vizinho, de longe, estava ouvido uma dessas rádios que toca logo cedo música sertaneja. Mas era sertaneja mesmo, não essa bobagem regurgitada que se ouve hoje em dia. Não identifiquei qual era a música, mas me serviu de inspiração para escolher o disco de hoje. Ou por outra, me animou a postar algo assim hoje. E enquanto tomo meu café, entre um gole e uma mordida no pão, vou trazendo para vocês este disco do cantor, compositor e ator, Rolando Boldrin, lançado em 1985 pelo selo Barclay/PolyGram. Como o próprio título já nos indica, trata-se de uma seleção de poesias clássicas do universo caipira, escolhidas pelo próprio Boldrin. Para as trilhas de fundo musical foram escolhidas diferentes temas e artistas. Músicas extraidas de discos de Heraldo do Monte, Baden Powell, Edú da Gaita e outros..

a flor do maracujá
o pedido do caipirinha
sonho de cabôco
o sem rumo
prece do gaúcho
o último presente
esmola pra são josé
a flor do maracujá
a vida do homem
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Leo Peracchi E Orquestra – Valsas Brasileiras N. 1 (1955)

Boa noite amigos cultos e ocultos! Achei uma brecha… Tenho para hoje “Valsas brasileiras”, com Leo Peracchi e orquestra, em disco de 10 polegadas. Um pequeno mostruário da música deste que foi um dos grandes compositores brasileiros, Disco gravado pelo selo Musidisc, em 1955. Maravilhosa música, maravilhosa orquestração. 😉

tarde de lindoia
só pelo amor vale a vida
rosa desfolhada
primavera de beijos
branca
longe dos olhos
último beijo
aurora
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Brazil – Song & Sound The World Around (1976)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Trago hoje para vocês uma coletânea de MPB produzida pela Philips holandesa para o mercado europeu, em 1976. Este disco, pelo que tudo indica, faz parte de uma série intitulada “Song & Sound The World Around”, um mostruário da música de vários países pelo mundo. Obviamente, material de arquivo da própria gravadora nesses diferentes países.
Para esta seleção ‘Brazil’, vamos encontrar artistas como Tom Jobim, Jorge Ben, MPB-4, Ivan Lins, Nara Leão, Gilberto Gil, Elis Regina, Jair Rodrigues, Baden Powell e Carlos Lyra em gravações extraídas de discos dos primeiros anos da década de 70. Inclui-se nessa seleção outras gravações, essas dos anos 60. Eis um disquinho interessante, recheado de sambas, que é o forte e o que realmente interessa os gringos.

o mundo encantado do monteiro lobato – jair rodrigues
part6ido alto – mpb-4
apito na batucada – escola de samba da cidade
nordeste, seu povo, seu canto e sua gente – nara leão
afrolatino – carlos lyra
nhá tereza – ivan lins
paz amor e alegria – acadêmicos do salgueiro
expresso 2222 – gilberto gil
caramba galileu da galiléia – jorge ben
bala com bala – lis regina
petit waltz – baden powell
aguas de março – tom jobim
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Elizeth Cardoso – Elizeth Interpreta Vinícius (1963)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Vamos nesta manhã de sexta feira trazendo um clássico da mpb. Temos aqui a grande Elizeth Cardoso interpretando músicas de Vinícius de Moraes e seus parceiros, em disco original lançado pela Copacabana em 1963. Embora o disco não traga nenhuma informação técnico-artística se sabe que  essas gravações contaram com a regência e arranjos do maestro Moacir Santos, com participações de Baden Powell, Vadico, Nilo Queiroz e o próprio Vinicius de Moraes.
Este lp voltaria (claro!) a ser reeditado no final dos anos 60 com uma outra capa e posteriormente em versão cd, até chegar no mp3, versão a qual os amigos já podem desfrutar não é de hoje, O Toque Musical só veio para colaborar nesse compartilhamento 😉

mulher carioca
pela luz dos olhos teus
sempre a esperar
menino traveso
consolação
triste de quem
se você disser que sim
ai quem ama
lembre-se
valsa sem nome
canção do amor ausente
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Casanova E Sua Orquestra – Amor A Primeira Vista (1957)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Segue aqui outro disco do tal Casanova que eu encontrei. Realmente, é um mistério este artista. A única coisa que sabemos, pelo texto de contracapa de um outro disco é que se trata de um maestro europeu. Possivelmente, devia ser italiano, o nome já diz tudo, não é mesmo?
Bom, neste lp, que deve ser do final dos anos 50, nosso regente continua mandando ver… Mais uma leva de clássicos da música internacional; Harold  Arlen, Cole Porter, George  Gershwin,.. e vai por ..

i can’t get started
the ma i love
night and day
stormy weather
smoke gets in your eyes
charmaine
begin the beuguine
so in love
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Tibor E Sua Orquestra (1974)

O Toque Musical já havia oferecido a seus amigos cultos, ocultos e associados um álbum com a orquestra do maestro e arranjador Tibor Reisner (1920-1996), húngaro que se radicou no Brasil, gravado possivelmente em 1966, como brinde de fim-de-ano do fabricante das pilhas Ray-O-Vac  (“as amarelinhas, tá?”).  Nessa resenha, inclusive, são apresentados dados biográficos sobre ele, que preferi não repetir aqui. Pois bem, agora o maestro Tibor e sua orquestra  estão de volta, em mais um álbum promocional gravado por sua empresa PAT (Produções Artísticas Tibor).  A cliente, desta vez, foi a tradicional empresa Capelinha Indústria e Comércio Ltda., fabricante de taxímetros para automóveis, celebrando a produção de sua unidade de número 100.000, em 1974.  É um trabalho que segue a linha dançante desse tipo de disco, afinal era uma ocasião festiva, de comemoração. Como de hábito, temas autorais do maestro se misturam a hits como “Moon over Napoli” (Bert Kaempfert), “Eu só quero um xodó” (Dominguinhos-Anastácia) e “La morena de mi copla” (Villegas-Castellano), visando agradar a todo tipo de público então existente.  Muitos devem até se lembrar desse taxímetro que aparece na capa, ainda hoje usado em alguns táxis que a gente pega por aí, mas que se tornou monstro pré-histórico diante dos que são atualmente fabricados.  A própria Capelinha, por certo, não existe mais, seriamente atingida pelos vai-e-vens da famigerada economia brasileira. De qualquer forma, o que interessa aqui é ouvirmos e dançarmos ao som da orquestra do saudoso Tibor Reisner. Que comece la fiesta!

*Texto de Samuel Machado Filho
moon over napoli
foreve and ever
balada para o meu amor
eu só quero um xodó
meu amor foi viajar
la trompeta de españa
bluhende rosen
a bier war jetzt recht
wenn engel reisen
wenn der mensch verliebt ist
markgrafen stein landler
la morena de mi copla
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Casanova E Sua Orquestra – Carinhosamente (1958)

Olá amigos cultos e ocultos! Embalado nos lps de 10 polegadas, encontrei um aqui que inicialmente me deixou um pouco na dúvida. Maestro Casanova… Seria um artista brasileiro? Embora no repertório não conste nenhuma música brasileira, tudo me levou a crer que se tratasse de um maestro famoso, escondido atrás de pseudônimo. Mas, num olhar mais atento, percebo que o selo original é o americano Vox, que nos anos 50 e 60 produziu orquestras e clássicos. Alguns discos deste selo foram lançados no Brasil pela Sinter. Inclusive, deste maestro Casanova, o qual eu pude constatar que foram uns quatro a cinco disco, entre lps de 10 e 12 polegadas. Em apenas um desses álbuns há um rápida referência sobre o tal maestro, dizendo ser ele um europeu. Talvez seja mesmo, pois com certeza não é produção nacional, apenas fizeram o embrulho de presente aqui. Apesar de não ser exatamente um disco brasileiro, ele tem lá as suas semelhanças com o que era produzido e apreciado aqui naqueles anos 50. O repertório traz uma série de ‘standards’ do melhor da música internacional, vejam só

easy to love
i believe
la cumparsita
love for sale
3 horas da manhã
estrellita
tango bolero
frou frou
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Dorival Caymmi – Eu Vou Prá Maracangalha… (1957)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Sábado bonito, ensolarado… muita coisa boa pra fazer hoje. Sendo assim, nada melhor do que começarmos o dia com uma trilha musical das mais deliciosas. Para alegrar nosso espírito e também porque é um clássico e não poderia faltar em nosso Toque Musical, eu hoje abençoo vocês com o mestre, Dorival Caymmi. Eis aí um disco que todos conhecem, que está sempre na ordem do dia, um autêntico clássico da música popular brasileira. Eu não o teria postado se não fosse o Dorival. Aliás, independente de qualquer coisa, ter os discos originais do Caymmi aqui é mais do que uma grande honra. Blog que se presta a publicar música brasileira, não pode deixar de fora este grande artista. Creio que nem precisamos entrar em detalhes quanto a este disco. Melhor, simplesmente, é ouvir 😉

eu vou pra maracangalha
samba da minha terra
saudade da bahia
acontece que eu sou baiano
fiz uma viagem
vatapá
roda pião
365 igrejas
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Horacina Corrêa – Noel Rosa (1956)

Boas noites, prezados amigos cultos e ocultos! Dando sequencia aos lps de 10 polegadas e mais uma vez trazendo uma cantora de fama internacional. Temos aqui a gaúcha Horacina Corrêa, cantora que, segundo contam, surgiu meio que inspirada em Carmem Miranda. Iniciou sua carreira na década de 30. Foi ‘crooner’na orquestra do maestro Fon fon. Participou de diversos espetáculos musicais, sendo que muitos desses na Argentina, onde era talvez mais famosa que a Carmem Miranda. Seu sucesso internacional foi também na Europa, atuando na Itália por várias vezes. Sua discografia é pequena, sendo que gravou mais em 78 rpm. Em 1956 a Musidisc lançou este lp de 10 polegadas, reunindo gravações da cantora de músicas de Noel Rosa pelo selo, desde 54. Horacina gravou sambas de Noel acompanhada pela orquestra de Léo Peracchi, responsável pelos arranjos e regência. São 10 sambas clássicos do poeta da Vila. Um disco que vale a pena ouvir 😉

até amanhã
feitiço da vila
silencio de um minuto
pra que mentir
de babado
último desejo
feitio de oração
o orvalho vem caindo
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Olga Praguer Coelho – Canta (1955)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje eu tenho para vocês um disco dos mais interessantes e a presença de uma das nossas mais importantes cantoras brasileiras, Olga Praguer Coelho. Certamente, a grande maioria do publico, mesmo hoje em dia, deve desconhecer o nome desta artista, de fama internacional. Como disse bem o nosso colaborador e companheiro, Samuel Machado Filho, Olga pertence a gloriosa dinastia das cantoras-folcloristas. Violonista, soprano e intérprete de canções folclóricas, não apenas brasileiras. Cantora de formação lírica, fez sucesso em salas e palcos pelo mundo. Mudou-se para os Estados Unidos, onde morou por muitos anos. Foi casada com o poeta Gaspar Coelho, de quem herdou o sobrenome, mas sua história de amor foi com o violonista Andrés Segovia, com quem viveu por mais de 20 anos. Ao que consta, ela gravou dezenas de discos em 78 rpm aqui no Brasil e no exterior. Acredito que apenas este lp de 33 rpm (e de 10 polegadas) tenha sido lançado por aqui, pelo selo Copacabana, provavelmente em 1955. Ao que consta, as músicas deste lp foram gravadas nos Estados Unidos e lançadas no disco “Olga Praguer Coelho Sings”, de 1954. É justamente este lp , que apresentamos aqui. Nele encontramos um repertório misto de árias, canções espanholas tradicionais e os nacionais, canções e macumbas.
Eis aí um disco que merece a nossa atenção. Confiram

la nana
la mulita
casinha pequenina
c’est mon ami
eu vou m’embora
estrela do céu
ojos morenicos
se florindo e fedele
frei anton
kyrie eleison
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Xavier Cugat And His Orchestra – Samba With Cugat (1951)

Olá amigos cultos e ocultos! Depois de ouvirmos Bienvenido Granda, na interpretação do fabuloso Waldik Soriano, me deu vontade de trazer aqui um outro cubano. Mas tinha de ser dentro das condições de postagem do Toque Musical, ou seja, música brasileira ou alguma referência a ela. Foi daí que eu encontrei este disco de 10 polegadas do ‘bandleader’ cubano, Xavier Cugat. Lançado em 1951, pela Columbia, o disquinho nos traz um repertório com três clássicos da nossa música: “Brazil” (Aquarela do Brasil), de Ary Barroso; “Copacabana”, de Braguinha e “Tico tico” (Tico-tico no fubá), de Zequinha de Abreu. Há também um samba, “Papa knows” (Papai sabe) cujo o autor, segundo o selo é D. Alfonso, um nome o qual eu não consegui localizar e nem a música. O fato é que esta é a única música totalmente cantada em português. A propósito disso, de quem canta, o selo Columbia também nos informa, se chamar Fernando Alvares, outro nome do qual não existe informações, ma certamente é um cantor brasileiro.
Um fato curioso é que alguns críticos e artistas brasileiros consideravam o músico cubano um ‘amigo da onça da música popular brasileira’. Segundo uma manchete de jornal da época (1950), Xavier Cugat não gostava da música brasileira e dos poucos artistas que gravava, procurava sempre um arranjo puxado para a rumba, boleros e outros chachachás. E isso nos fica bem evidente neste disco. Trabalho competente, mas longe do que fizeram nossos ‘Severinos Araújos’.
A propósito, Xavier Cugat não era cubano. Era espanhol (tinha de ser). Nasceu e morreu na Espanha.

brazil
copabacabana
papa knows
cuanto le gusta
tico tico
in chi-chi-castenango
mary ann
i,yi, yi, yi, yi
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Téo Azevedo – Brasil Terra Da Gente (1979)

Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! Dentro do ‘drops sortirdo’, o sabor da vez é regional. Vamos hoje com o mineiro-paulista Téo Azevedo, figura da maior importância na música brasileira, que infelizmente o grande público desconhece. Ou por outra, a mídia desconhece. Conforme consta na ficha do artista pelo site Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira, ele é um cantor, compositor, violeiro, repentista, declamador de poesia matuta, escritor, folclorista, radialista, produtor fonográfico e vaqueiro. Um artista que não espera acontecer. Está na estrada desde os anos 60. Produziu muita coisa interessante, tendo uma discografia pouco conhecida do grande público.
“Brasil Terra da Gente” foi seu segundo lp, disco produzido por ele mesmo em 1979. O repertório é todo autoral e algumas coisas em parceria, inclusive com o grande poeta Carlos Drummod de Andrade, onde Téo musicou o poema “Viola de bolso”.
Os discos de Teo Azevedo são difíceis de achar. Os vinis são ainda mais raros, mas com um pouco de sorte é possível encontrar, por exemplo, este lp por preço de banana. Eu mesmo comprei dois, um pra coleção, outro para negociar quando a fonte secar 😉

calix bento
vaquejada de lamento
velho chico
ternos pingos de saudade
vaqueiro valente
asas detidas
viola de bolso
santo violeiro
lamento de vaqueiro
coletânea de folguedos
trovas de natal
jogo de bicho
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Walter Wanderley – Brazilian Mood (1966)

Olá amigos cultos e ocultos! Saímos do fogo e caímos no gelo, ou vice-versa… Em outras palavras, saímos do legítimo brega, do Waldik e vamos para o sofisticado, do Walter Wanderley em sua fase no prestigiado selo americano, Verve. onde ‘o buraco é mais em baixo’, música de qualidade. Este lp foi produzido pelo lendário (e ainda vivo, creio eu) Creed Taylor, um cara muito ‘antenado’ com a música brasileira dos anos 60, em especial a Bossa Nova. Através de seu selo CTI passaram Antonio Carlos Jobim, Sérgio Mendes, Deodato, Astrud Gilbert e outros.. Waler Wanderley também estaria neste selo após gravar o “Brazilian Mood”, Eis aí um disco dos mais bacanas do organista brasileiro que aqui nos traz um repertório essencialmente de bossa. Um disco para se ouvir de cabo a rabo.

summer samba
it’s easy to say good bye
cried, cried
rain
the girl from ipanema
beloved melancholy
taste of sadness
beach samba
call me
cry out your sadness
the great love
song of the jet