A quem possa interessar… Aos amigos cultos e ocultos… Eu hoje estou postando este disco em forma de homenagem póstuma ao grande guitarrista, Daniel Cardone, que faleceu há alguns dias atrás. Fiquei chocado com a morte dele, pois sempre acompanhava a suas postagens no Facebook. Fiquei alguns dias sem entrar e logo ao abrir dei de cara com essa péssima notícia. Muito chato. Cardone era integrante do Módulo 1000, banda conceituadíssima no início dos anos 70.
Segue aqui este lp reunindo quatro bandas com influências do rock progressivo: Tribo, Equipe Mercado, Módulo 1000 e Som Imaginário. Este álbum foi lançado originalmente em 1971, com outra capa e sob o título de “Posições”. Algum tempo depois voltou a ser relançado com esta capa, fazendo parte da Série Vanguarda, que até onde eu sei, ficou somente no volume 1. Confiram esta coletânea, vale a pena! 😉
Arquivo mensais:abril 2015
Wanderlea – Mais Que A Paixão (1978)
A quem possa interessar… mas, em especial para o amigo Fáres, eterno fã da Jovem Guarda. Trago aqui um dos discos que eu mais gosto da Wanderléa. Por certo é também um dos seus melhores trabalhos. Disco bem produzido, repertório impecável, time de músicos de primeira e participações especiais de Egberto Gismonti, Djavan e Moraes Moreira. Confiram!
Walter Wanderley – Rain Forest (1966)
A quem possa interessar…(e sempre interessa) Vou mandando hoje um álbum muito comum e já bem rodado em várias praças, porém um disco excepcional, tanto pelo artista e repertório como também pela qualidade técnica da gravação. Um lp que vale a pena ouvir de novo. Mesmo sendo um disco importado e certamente ainda e sempre em catálogo e já bem ‘manjado’ por vocês, faço questão de tê-lo em nossa fileira. Afinal, este foi o primeiro disco americano/internacional lançando o organista brasileiro Walter Wanderley. Produção de Creed Taylor, pelo respeitadíssimo selo Verve, que sempre focou no melhor da música, o melhor jazz. Um disco para gostos refinados. Aqui temos um novo Walter Wanderley, o começo de grande sucesso internacional. Confiram…
Cinema Em 78 RPM – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 137 (2015)
Estamos de volta com o Grand Record Brazil, agora em sua edição de número 137. E a seleção musical desta quinzena foi preparada por uma pessoa muito especial: eu próprio! Tudo começou quando o Augusto me mandou diversos áudios extraídos de clipes produzidos para o YouTube, pela Rádio Educativa Mensagem de Santos, aproveitando cenas de filmes diversos, todos em preto e branco. No entanto, apenas quatro músicas, devidamente conservadas aqui , fizeram realmente parte de filmes. Então sugeri que fosse feita uma edição com músicas que foram realmente apresentadas em películas de sucesso, a maior parte nacionais. Com o devido acolhimento da ideia, e com carta branca para sua elaboração, consegui garimpar dezesseis fonogramas, alguns até raríssimos, extraídos das bolachas de cera velhas de guerra. Uma seleção que resultou inclusive de pesquisas em fontes diversas, particularmente o “Dicionário de filmes brasileiros – longa-metragem”, de Antônio Leão da Silva Neto (Editora Futuro Mundo, 2002). Isto posto,vamos às músicas.Para começar, temos o clássico “O ébrio”, canção de e com Vicente Celestino, “a voz orgulho do Brasil”, por ele gravada na Victor em 7 de agosto de 1936 e lançada em setembro do mesmo ano, disco 34091-A, matriz 80195. O filme viria dez anos depois, produzido pela Cinédia e dirigido pela esposa do cantor, Gilda de Abreu, com grande bilheteria (teria superado até mesmo “Tropa de elite2”, o recordista oficial de bilheteria do cinema brazuca). Esta gravação é uma montagem que apresenta, primeiramente, o monólogo inicial, extraído da regravação que Celestino fez da música em 1957, e, em seguida, o registro original de 1936, junção esta feita para a coletânea “Sessenta anos de canção”, lançada após a morte do cantor, em 1968. Inezita Barroso, recentemente falecida, aqui comparece com “Maria do mar”, canção do maestro Guerra Peixe em parceria com o escritor José Mauro de Vasconcelos, autor de romances de sucesso como “Vazante”, “Coração de vidro”, “Banana brava” e “O meu pé de laranja-lima”. Fez parte do filme “O canto do mar”, produção da Kino Filmes dirigida por Alberto Cavalcanti, e Inezita a gravou na RCA Victor em 4 de agosto de 1953,com lançamento em outubro do mesmo ano, disco 80-1209-B, matriz BE3VB-0222. Temos, em seguida, a única composição de origem estrangeira inclusa nesta seleção. Trata-se de “Natal branco (White Christmas)”, fox de autoria de Irving Berlin, um dos maiores compositores dos EUA, e sucesso em todo o mundo. Seu intérprete mais constante foi o ator e cantor Bing Crosby, que a lançou em um show que fez para os pracinhas norte-americanos que serviam nas Filipinas, durante a Segunda Guerra Munidal. Bing também interpretou este clássico em dois filmes: “Duas semanas de prazer (Holiday inn)”, de 1942, e “Natal branco(White Christmas)”, de 1954. Com letra brasileira de Marino Pinto, foi levado a disco na RCA Victor por Nélson Gonçalves, ao lado do Trio de Ouro, então em sua terceira fase (Lourdinha Bittencourt, então esposa deNélson, Herivelto Martins e Raul Sampaio), no dia 25 de novembro de 1955, mas estranhamente só saiu em janeiro de 56, disco 80-1551-B, matriz BE5VB-0926. Houve uma versão anterior, assinada por Haroldo Barbosa, que Francisco Alves interpretava em programas de rádio, porém não gravada comercialmente. Na quarta faixa, o maior sucesso autoral do compositor pernambucano Nélson Ferreira: o frevo-de-bloco “Evocação”, primeiro de uma série de sete com o mesmo título, homenageando grandes nomes do carnaval recifense do passado. A interpretação é do Bloco Batutas de São José,lançada pela recifense Mocambo em janeiro de 1957, no 78 rpm n.o 15142-B, matriz R-791, e no LP coletivo de 10 polegadas “Viva o frevo!”. “Evocação” foi também sucesso no eixo Rio-São Paulo, em ritmo de marchinha, entrando na trilha sonora do filme “Uma certa Lucrécia”, de Fernando de Barros, estrelado por Dercy Gonçalves. Logo depois, outra gravação da Mocambo: é a balada-rock “Sereno”, lançada em 1958 no 78 rpm n.o 15233-A, matriz R-985, e incluída mais tarde no LP “Surpresa”. A música fez parte do filme “Minha sogra é da polícia”, uma comédia dirigida pelo mesmo autor da composição, Aloízio T. de Carvalho, e por sinal bastante cultuada pelos fãs de dois futuros astros da Jovem Guarda, Roberto & Erasmo Carlos, pois marcou a primeiríssima aparição de ambos no cinema. “Sereno” também foi revivida, em 1976, na novela “Estúpido Cupido”, da TV Globo, cuja trilha sonora foi a de maior vendagem da história da gravadora Som Livre: mais de dois milhões e meio de cópias! Na sexta faixa, uma raridade absoluta: trata-se da toada “Céu sem luar”, do maestro Enrico Simonetti em parceria com o apresentador de rádio e televisão Randal Juliano. Quem a interpreta, com suporte orquestral do mestre Tom Jobim, é Dóris Monteiro, em gravação Continental de 6 de maio de 1955, lançada em outubro do mesmo ano, disco 17171-A, matriz C-3628. Dóris também a interpretou no filme “A carrocinha”, produção de Jaime Prades estrelada por Mazzaropi sob a direção de Agostinho Martins Pereira, e na qual Dóris também contracenou com outro mestre, Adoniran Barbosa (seu pai, na trama). Desse mesmo filme, agora com o próprio Mazzaropi, um dos mais queridos comediantes do cinema brazuca, até hoje lembrado com saudade, é nossa sétima faixa, o baião “Cai, sereno (Na rama da mandioquinha)”, baião de Elpídio “Conde” dos Santos (autor do clássico “Você vai gostar”).O eterno jeca registrou “Cai, sereno” na RCA Victor em 2 de agosto de 1955, e o lançamento se deu em outubro do mesmo ano, disco 80-1497-A, matriz BE5VB-0821. Temos também o lado B desse disco,matriz BE5VB-0822, também de Elpídio: a rancheira “Dona do salão”, interpretada por Mazza no filme “Fuzileiro do amor”, dirigido por Eurides Ramos, primeira das três películas que o comediante fez no Rio de Janeiro para a Cinedistri, de Oswaldo Massaini. Ângela Maria, a querida Sapoti, nos apresenta o expressivo samba-canção “Vida de bailarina”, de Américo Seixas em parceria com o humorista Chocolate (Dorival Silva). Fez parte do filme “Rua sem sol”, da Brasil Vita Filmes, dirigido por Alex Viany, e a gravação em disco saiu pela Copacabana em dezembro de 1953, sob n.o 5170-B,matriz M-642. Voltando bem mais longe no tempo, apresentamos “Estrela cadente”, valsa-canção de José Carlos Burle, que fez parte do filme “Sob a luz do meu bairro”, da Atlântida, dirigido por Moacyr Fenelon. Carlos Galhardo,seu intérprete na película, cujos negativos infelizmente se perderam em um incêndio, gravou a música na Victor em 12 de abril de 1946, com lançamento em julho do mesmo ano sob n.o 80-0421-B, matriz S-078474. O eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga, apresenta a animadíssima polca “Tô sobrando”, que fez em parceria com Hervê Cordovil, e gravou na RCA Victor em 26 de julho de 1951, com lançamento em outubro do mesmo ano, disco 80-0816-A,matriz S-092995. Gonzagão também a interpretou no filme “O comprador de fazendas”, da Cinematográfica Maristela, estúdio paulistano que ficava no bairro do Jaçanã, baseado em conto de Monteiro Lobato e dirigido por Alberto Pieralisi, tendo no elenco Procópio Ferreira, Hélio Souto e Henriette Morineau, entre outros (o próprio Pieralisi dirigiu uma refilmagem inferior, em 1974). O número musical de Luiz Gonzaga, por sinal, foi rodado após o término das filmagens, uma vez que ele sofrera grave acidente automobilístico e quebrara o braço. Outra raridade vem logo em seguida: o samba-exaltação “Parabéns, São Paulo”, de Rutinaldo Silva,em gravação lançada pela Continental em março de 1954 (ano em que a capital bandeirante comemorou seus quatrocentos anos de existência), disco 16912-B, matriz C-3287. Esse foi o número musical de encerramento do filme “O petróleo é nosso”, da Brasil Vita Filmes, dirigido por um especialista em chanchadas, Watson Macedo. O belo samba-canção “Onde estará meu amor?”, de autoria da compositora e instrumentista Lina Pesce (Magdalena Pesce Vitale), é outra absoluta raridade nesta seleção “cine-musical”. Interpretado por Agnaldo Rayol no filme “Chofer de praça”, o primeiro que Mazzaropi fez como produtor independente, sob a direção de Mílton Amaral, foi lançado em disco pela Copacabana em maio de 1958, no 78 rpm n.o 5891-A, matriz M-2181, entrando mais tarde no primeiro LP de Agnaldo, sem título (CLP-11061). Gravações posteriores de Dolores Duran e Elizeth Cardoso, também pela Copacabana, reforçariam o êxito de “Onde estará meu amor?”. Silvinha Chiozzo, irmã da acordeonista e também cantora e atriz Adelaide Chiozzo, aqui comparece com duas músicas que interpretou no filme “Rico ri à toa”, primeiro trabalho do cineasta Roberto Farias, que mais tarde fez ”Assalto ao trem pagador” e a trilogia cinematográfica estrelada por Roberto Carlos (“Em ritmo de aventura”, “O diamante cor-de-rosa” e “A trezentos quilômetros por hora”), sendo depois diretor de especiais da TV Globo. Saíram pela Copacabana em 1957, sob número 5795. Primeiro,o lado B, “Zé da Onça”, baião clássico de João do Valle, o acordeonista Abdias Filho (o famoso Abdias dos Oito Baixos) e Adrian Caldeira, matriz M-1990, que Silvinha canta em dueto com Zé Gonzaga, irmão de Luiz Gonzaga. Vem depois o lado A, matriz M-1965, “É samba”, que Silvinha canta solo, concebido por Vicente Paiva, Luiz Iglésias e Walter Pinto, os três ligados ao teatro de revista. Para terminar, um verdadeiro clássico interpretado pelo grande Cauby Peixoto: o samba-canção “Nono mandamento”, de Renê Bittencourt e Raul Sampaio, e que fez parte do filme “De pernas pro ar”, co-produção Herbert Richers-Cinedistri, dirigida por Victor Lima. Cauby imortalizou este sucesso inesquecível na RCA Victor em 20 de dezembro de 1957,com lançamento em abril de 58 no 78 rpm n.o 80-1928-A, matriz 13-H2PB-0311. Um fecho realmente de ouro para a seleção desta quinzena do GRB, que por certo irá proporcionar grandes momentos de recordação e entretenimento a vocês que tanto prestigiam o TM. Quero expressar inclusive meus mais sinceros agradecimentos aos colecionadores Gilberto Inácio Gonçalves e Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez) pela colaboração, enviando-me alguns dos preciosos fonogramas que compõem esta edição. E agora, luz, câmera, ação… e música!
*Texto e seleção musical de Samuel Machado Filho
Charlie Byrd – Latin Byrd (1973)
A quem possa interessar… (e vai interessar) Trago para hoje um álbum refinado, disco importado lançado pelo selo americando Milestone em 1973. Trata-se do grande violonista/guitarrista, também americano, Charlie Byrd, numa seleção de gravações que podemos considerar histórias, pois aqui estão as primeiras investidas do instrumentista na música brasileira, em gravações feitas no inicio dos anos 60. Byrd foi um dos primeiros músicos americanos a flertar com a Bossa Nova, contribuindo para a adoção e simpatia ianque pelo então novo gênero musical da época, Neste lp duplo iremos encontrar alguns dos maiores clássicos da BN e também temas de autoria de Byrd e de outros, inspirados no ‘brazilian style’. Uma curiosidade que me chamou a atenção é esta capa, muito bizarra, não acham? Parece que todos estão empalhados, inclusive o Charlie Byrd. Muito estranha… Outro fato curioso é o nome das músicas todas em português (com alguns errinhos), inclusive as que não são de autoria de brasileiros. Isso sim é que é querer se aproximar ao máximo da brasilidade.
Eu, geralmente evito de ficar postando discos estrangeiros, principalmente os americanos, pois sei que o que eles produzem lá nunca é de graça e este álbum, certamente, nunca ficou fora de catálogo. Mesmo assim, o negócio rola é por lá. Por aqui a gente tem que esperar, pagar mais caro e para conhecer e até comprar, precisamos desse deguste compartilhado. Corre, pois é por tempo limitado!
Leo Belico – Canta Brasil En La Voz De Leo Belico (1958)
A quem possa interessar… Aos amigos cultos e ocultos, tenho aqui um álbum dos mais interessantes. Disco importado, da Argentina, apresentando um artista brasileiro que foi sucesso por lá nos anos 50, Léo Belico, um nome que por aqui poucos se lembrarão, mas ainda hoje pela Argentina a fora é um artista cultuado. Curiosa a história e trajetória deste cantor que era mineiro, da cidade de Piedade de Ponte Nova. Veio para Belo Horizonte onde foi cantor na Rádio Guarani e também ‘crooner’ em orquestras da cidade. Num passeio a Bueno Aires no início dos anos 50, de uma semana, acabou ficando vários anos. Se transformou em um astro da música naquele país cantando exclusivamente musica brasileira. Era muito prestigiado, inclusive pela Primeira Dama Eva Peron… Mas, numa saudade repentina acabou voltando ao Brasil. Atuou em rádios ao lado de outros grandes cantores da época, Gravou algumas coisas para a Odeon, mas não chegou a lançar nada por aqui. Na Argentina foi que ele gravou vários discos, em 78, 45 e 33 rotações, bolachas essas que nunca chegaram ao Brasil. Leo Belico gravou na Argentina cantando exclusivamente em português e seu repertório foi sempre músicas de qualidade do nosso cancioneiro popular. Talvez, por isso mesmo, sendo autêntico em suas escolhas musicais, que ele conseguiu conquistar o carinho dos nossos ‘hermanos’.
Leo Belico faleceu este ano, em Belo Horizonte e como tantos outros artistas de seu tempo, morreu esquecido. Em seu velório haviam pouco mais de 20 pessoas, apenas parentes e amigos próximos. Leo Belico era tio da atriz mineira, Dayse Belico.
Desde a morte do cantor eu pensava em prestar uma homenagem, reunindo algumas poucas gravações que eu consegui. Por sorte a amiga e colecionadora argentina, Cristina Baez, tinha uma série de gravações de Leo Belico e me enviou. Eu já estava para montar a coletânea, daí apareceu este lp que achei na Feira do Vinil. Comprei no ato e agora compartilho ele aqui com vocês. álbum de 33 rpm que reúne músicas lançadas anteriormente em 78 e 45 rpm. Para quem não conhece este artista argentino de Belo Horizonte, eis aqui uma boa oportunidade. Confiram…
Ely Camargo – Gralha Azul (1965-88)
A quem possa interessar… (e com certeza vai), tenho para o dia de hoje este belíssimo trabalho, lançado originalmente em 1965 pela gravadora Chantecler. Trata-se de um raro lp com a cantora e folclorista goiana Ely Camargo e participação do grupo vocal Os Titulares do Ritmo, apresentado temas folclóricos do Estado do Paraná. A gralha azul é um pássaro, símbolo deste Estado.
Em 1988 este álbum foi reeditado através da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, recebendo um novo tratamento de áudio e desta vez apresentado em alto estilo num álbum de capa dupla e oito páginas com todas as informações sobre o trabalho. Foi produzido em edição limitada e não comercial. O lp original nunca voltou a ser relançado, infelizmente. Mas a versão digital está aqui, no Toque Musical. Confiram no GTM, ok?
Bibi Ferreira – Gota D’Água (1977)
A quem possa interessar… Tenho para hoje este disco dos mais interessante, trechos da peça “Gota D’Água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes, baseado em “Medéia”, de Oduvaldo Vianna Filho, na magistral interpretação da grande dama do teatro, Bibi Ferreira. Um trabalho dirigido por Aloysio de Oliveira, com arranjos musicais de Dori Caymmi. A peça estreou em 1975 sob os olhos da censura que só permitiu a apresentação do trabalho com alguns cortes. Mesmo assim foi um sucesso. O drama adaptado fala de questões sociais e o pano de fundo é a favela, o morro carioca.
Os Velhinhos Transviados – Tropicalíssimos (1968)
A quem possa interessar, amigos cultos e ocultos… Temos aqui um dos grandes grupos instrumentais dos anos 60, Os Velhinhos Transviados, criado no início dessa década pelo multi-instrumentista José Menezes, figura das mais importantes no cenário fono musical brasileiro. Zé Menezes, como era mais conhecido, durante os anos 60 foi maestro e arranjador da RCA Victor, o que, de uma certa forma lhe garantiu lançar diversos discos sobre o título de “Os Velhinhos Transviados”. Segundo o próprio artista, o grupo foi formado de forma despretensiosa, quase parodiando o que era lançado naquela época, nacional e internacionalmente. Passaram a gravar músicas antigas em estilo moderno e musicas modernas em estilo antigo. Uma brincadeira que deu certo, levando os Velhinhos Transviados a lançarem ao longo desse tempo mais de uma dezena de discos.
Neste álbum, de 68 o tema foi o tropicalismo. Palavra na época muito em voga por conta do movimento musical Tropicalista, que tinha em suas fileiras figuras como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rogério Duprat, Tom Zé e outros… Mas no caso dos Velhinhos, o tropicalismo vai mais além deste sentido. Embora, logo de entrada, tenhamos a música “Soy loüco por ti América”, de Gil e Capinan, as demais faixas, nacionais e internacionais, que fazem parte do disco, nada tem a ver com isso. De tropical só ficou o embalo. Mesmo assim, este é um disco que vale cada faixa, Confiram!
Odair José – Odair (1975)
A quem possa interessar… Tenho aqui um disco do ‘ultrautênticoromantico’, Odair José em disco lançado pelo selo Polydor em 1975. Se eu disser que até então eu nunca tinha ouvido este disco, muitos não irão acreditar. O certo é que já passou muitas vezes na minha mão, mas por algum motivo, nunca caiu no meu prato. Contudo, é um álbum que chama a atenção. Uma capa diferente. Diferente demais, que faz a gente pensar o que será que esse cabra andou gravando. Isso nos dias de hoje, para mim, fica ainda mais evidente e me levou agora a explorá-lo com mais atenção.Sinceramente, eu esperava algo novo, que quebrasse o pragmatismo musical do cantor. Até porque, sei que em outros discos ele tentou fazer isso. Inclusive, parece que o Odair José está com um disco novo na praça. E pelo pouco que li, o cara tá fazendo um som diferente. Preciso ouvir!
Já este disco, cujo o título é apenas “Odair” (inclusive no selo), a música que posso destacar é “Na minha opinião”, que me lembro, tocava muito nas rádios. Acho que preciso descobrir melhor o Odair José. Quem sabe a gente posta outros discos dele aqui? Eu, realmente, não tenho quase nada de sua discografia…
Albertinho Fortuna – Seleção 78 RPM do Toque Musical Vol. 136 (2015)
Fogo Cruzado & Manoel Messias – Show De Repentistas (1978)
A quem interessar… Segue, de repente, um disco de repente. Um show de repentistas com a dupla Fogo Cruzado & Manoel Messias. Na capa trocaram o Fogo Cruzado por Fogo Cerrado. Coisas que acontecem e só se percebe o erro depois de feito. Procurando rapidamente informações sobre a dupla, através do Google, não encontrei nada além de anúncios de venda do disco no Mercado Livre, por sinal, com um preço muito convidativo. Quem gosta da música nordestina, com certeza vai gostar também deste trabalho. Confiram..
Trio Bach (1965)
A quem possa interessar… (e vai interessar…)Tenho aqui uma joinha, do refinado selo Nilser. Discos que foram sinônimos de qualidade, principalmente no quesito material, enquanto álbuns. Coisas que por aqui a gente só viu em discos importados. Um álbum de capa dupla, dura e trabalhada.
Nilo Sérgio, artista e empresário, dono da Musidisc, idealizou este selo no início dos anos 60 e chegou a produzir uma dezena de álbuns com diferentes estilos, sempre prezando pela qualidade, bom gosto e ao seu estilo. Um selo especial. Nilser é a junção das três primeiras letras de seu nome.
Entre os diversos lps da Nilser, este é para mim um dos mais interessantes, tanto pelo repertório quanto pela sonoridade. Temos aqui o Trio Bach, um conjunto composto por cravo, bateria e contrabaixo. Quem são os músicos, ficha técnica e informações complementares são coisas que infelizmente ficaram de fora. Parece que nessa época esse tipo de informação era o que menos importava. Eis aí a única falha da Nilser. Mas eu entendo isso como uma forma de não levantar a lebre. Ou seja, evitar conflitos legais, visto que muitas vezes artistas e obras eram usadas sem uma permissão legal. Aqui, neste lp, por exemplo, o nome dos membros do trio são poupados, certamente, porque eram artistas de outras gravadoras ou coisa assim. Uma maneira de driblar os contratos de exclusividade. Já falaram pela rede a respeito de quem eram os músicos, eu até procurei essa informação, mas não encontrei. O fato é que o grupo se chama Trio Bach por conta de um instrumento, o cravo, um tipo de piano característico do período Barroco, ou do Barroco do compositor Johann Sebatian Bach. Nos anos 60 houve uma febre na utilização do cravo, que aparece em todo tipo de música daquela época, inclusive aqui, interpretando clássicos da Bossa Nova. Um disco imperdível, confiram!
D. Helder Câmara – O Deserto É Fértil (1977)
À quem possa interessar… Hoje, sendo um dia santo, Sexta Feira da Paixão, procurei algo condizente para postar. Me lembrei de uma boa doação feita pelo amigo Fáres, que creio, vem bem a calhar, principalmente nos dias de hoje e sempre, do nosso amado Brasil, onde as lutas sociais se tornam a cada dia mais constantes e um pouco de reflexão nessas horas fazem muito bem.
Temos aqui um disco lançado em 1977, produção independente, mas distribuído pela Warner. Trata-se do carismático bispo de Olinda, Dom Hélder Câmara em leitura de trechos escolhidos de seu livro, “O deserto é fértil”. Eu acredito que algum encarte acompanhava este álbum, pois as informações sobre o trabalho são muito escassas na contracapa. Há por exemplo a informação da participação do baterista Chico Batera fazendo percussão, mas eu não percebi em nenhum momento qualquer coisa parecida. Ao contrário, temos um fundo musical, mas com violão e também piano. Seria o Chico Batera? Penso que não… Das duas, uma: ou falta um encarte para nos explicar isso melhor, ou foi mesmo um erro da produção da capa. Mas independente disso, o que conta é o conteúdo, a mensagem na voz de Dom Hélder. Um disco muito bonito que despertou em mim o desejo de ler o livro. Espero que isso aconteça com vocês também. “Se discordas de mim, me enriqueces”
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Zizi Possi – Pra Sempre E Mais Um Pouco (1983)
A quem possa interessar… tenho para hoje este lp da cantora Zizi Possi, “Pra sempre e mais um pouco”, album lançado em 1983 pela Polygram/Philips. Um trabalho produzido pela própria cantora, o que quer dizer que ela teve total liberdade na escolha do repertório e talvez até do time de músicos que a acompanha. A música de maior destaque neste álbum é o sucesso “O amor vem pra cada um”, versão de Beto Fae para a canção de George Harrison, “Love comes to everyone”. Mas há tantas outras boas que fizeram sucesso, Zizi também gravou “Como uma onda no mar”, de Lulu Santos e Nelson Motta. Sua seleção tem músicas de excelentes autores, inclusive dela própria na faixa “Toda uma história”. Sem dúvida, um bom disco da safra anos 80. Confiram!