Arquivo mensais:setembro 2014
J G De Araújo – Amo (1964)
*Texto de SAMUEL MACHADO FILHO
Silvio Caldas – Serestas, Só Serestas (1973)
Agnaldo Rayol – A Mais Bela Voz Do Brasil (1966)
Linda Batista, Elizeth Cardoso, Onilda Figueiredo & Carmen Barbosa – Seleçào 78 RPM Do Toque Musical Vol. 118 (2014)
Aimé Doniat – Chante 1900 – Orchestre de Marcel Cariven (S/D)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Demorei, mas cheguei 😉 Cheguei trazendo a outra curiosidade, conforme eu havia anunciando. Observem que o disco de hoje não é nacional. Aliás, nada nele lembra o Brasil. Observem mais atentamente e verão que o álbum é importado,’fabriqué en France’! O que me chamou a atenção foi o selo, a marca e logomarca Musidisc. Estranho… Fui então pesquisar e não precisei ir muito longe para descobrir que a marca e logomarca Musidisc é na verdade francesa. Um selo francês criado em 1927, atuando ainda hoje, porém controlado pelo grupo Universal Music. Vejam vocês… Eu mesmo nunca havia me dado conta disso. E olha que já deve ter passado vários discos da Musidisc francesa. Estranho que ninguém nunca tenha comentado isso, pelo menos eu nunca li nada a respeito… E o Nilo Sérgio, onde entra nessa? Gostaria de saber melhor essa história. alguém aí se habilita? Bom, quanto ao conteúdo musical, o que temos aqui, segundo a própria contracapa nos informa são ‘os grande sucessos de 1900’. Confesso que não sei nada sobre a música francesa e pelo que entendi Aimé Doniat (desculpem a minha ignorância) foi um famoso cantor. Este disco foi me dado de presente por um amigo que voltou agora da França. Ainda não degustei o disco inteiramente, mas já o achei muito interessante. Fica aqui então uma postagem diferente que eu espero, gere alguma polêmica ou coisa assim…
Les Magnifiques – A Música Maravilhosa De Hollywood (1967)
Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Nos últimos dias tenho deixado vocês com as boas resenhas feitas pelo amigo Samuel Machado Filho. Já passei para ele uma dúzia de títulos, os quais ele me retornou com os textos prontinhos, basta agora publicar. Porém, como eu havia dito suas postagens irão entrando de maneira complementar e em caráter de emergência, tal qual os ‘discos de gaveta’. Agora teremos as ‘postagens de gaveta’, que além de salvar o dia, dão também ao Toque Musical mais ‘substância’ e um conteúdo mais relevante. E eu como sou o ‘dono do pedaço’, continuo também postando ao meu jeito as raridades e curiosidades fonomusicais feitas sempre para quem escuta música com outros olhos 😉
Neste fim de semana quem comanda o show sou eu. Quero apresentar aqui dois discos que são verdadeiras curiosidades. O de hoje é este aqui, “A Música Maravilhosa de Hollywood”. Um disco que teria passado meio que despercebido para mim. Me pareceu algo irrelevante, embora a capa fosse bem convidativa. Nunca cheguei a ouví-lo até então. Foi através de um amigo, apaixonado por trilhas de filmes, que num dia desses nos colocamos a escutá-lo. Caracas, que discaço! Doze temas clássicos de trilhas do cinema americano na interpretação de um obscuro conjunto chamado “Les Magnifiques”. algo bem sugestivo que até me fez lembrar “Les 4 Cadillacs” ou algo assim. Logo de cara desconfiamos que se tratava de uma produção,’made in Brazil”. Seria o Ed Lincoln e sua turma? Pode até não ser, mas de uma coisa eu nào tenho dúvida, esse jeito de tocar só mesmo no Brasil. Certamente trata-se de um conjunto brasileiro. Os arranjos também denunciam. É Brasil e realmente maravilhoso. E eu quase a ponto de me desfazer da jóia, vejam vocês! Enfim, temos aqui um lp, sem informações técnicas ou indicação sobre os músicos. Um disco que pela contracapa logo se vê ser o mesmo parte de uma coleção, que eu acredito se chamar “Discoteca Internacional de Música Popular”. Nunca tinha visto essa coleção antes e ao que informa a contracapa são doze discos! Gostaria de ouvir e conhecer os outro volumes. Deve ter sido uma caixa com esses doze discos. Coisa bem comum naqueles anos 60 e provavelmente eram produções vendidas por correspondência com entrega a domicílio. Não há data para essa produção, mas considerando todos esses dados, deve ter sido lançada por volta de 1967. Se alguém souber alguma coisa, tiver informações e inclusive os outros discos, por favor, entre em contato. Fiquei curioso…
Amanhã eu trago outra curiosidade para que possamos desvendar outro mistério, ok?
Wanderley Cardoso – Perdidamente Apaixonado (1967)
Jamelão – O Sucesso (1968)
A Música De Lupicinio Rodrigues – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol.117 (2014)
Orquestra Brasileira De Espetáculos – Boleros Em Orquestra Vol. 2 (1962)
Novos Baianos – Novos Baianos FC (1973)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Eu passei para o Samuca uma dezena de discos para que ele resenhar. Conforme eu havia dito, ele agora passou a colaborar não apenas na série Grand Record Brazil, mas também nas postagens diárias. Prontamente, ele já me retornou com todas as resenhas feitas, mas falta ainda eu publicar. Hoje, não por teimosia, mas por ser uma data especial, quem faz a postagem sou eu.. Hoje é o aniversário de um grande amigo. Uma pessoa sem a qual o Augusto aqui e seu Toque Musical nem existiria. Devo muito a ele e como forma de gratidão, hoje eu vou postar um dos seus discos prediletos, o maravilhoso “Novos Baianos FC”. Sem dúvida, uma obra prima, irmã e coletiva. Um disco hoje raro, pepita de ouro em muitas coleções. Pessoalmente, acho este o melhor disco dos Novos Baianos. Melhor até que o “Acabou Chorare”, na minha opinião, é claro! Este álbum chegou a ser relançado ainda nos anos 70 em capa simples, diferente do original que trazia uma capa dupla e com encartes. Maravilha que merece ser ouvida a qualquer dia e qualquer hora. Inclusive num dia de aniversário. Parabéns amigão. Muita força, saúde, paz, amor e dinheiro!
Nelson Gonçalves – Romântico (1963)
Miltinho – 24 Toque Musicais – É Samba! (2014)
Lupicínio Rodrigues – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 116 (2014)
Guio De Morais E Sua Orquestra – Sambas & Baiões (1956)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje achei por bem de vir eu mesmo apresentar o toque musical do dia. Nos últimos, quem brilhantemente tem feito isso é o Samuel Machado Filho, que agora passa a atuar além das resenhas do Grand Record Brazil trazendo, eventualmente, um pouco mais de contribuição, com seus textos completos e muito mais informativos. Estou a frente desta postagem como forma de assimilar e corrigir de vez na minha cabeça o nome do grande maestro Guiomarino Rubens Duarte, que eu sempre escrevo Guido, ao invés de Guio (de Morais). E essa não é a primeira vez que eu erro o seu nome. Por isso agora eu estou fazendo esta postagem, para corrigir meu erro e também aproveitar a carona (ou o gancho) da postagem anterior feita pelo Samuca.
Pois bem, temos aqui mais uma vez o maestro pernambucano Guio de Morais em um disco de 10 polegadas lançado pelo selo Todamerica, em 1956. Desta vez, o maestro nos apresenta uma seleção musical clássica do cancioneiro popular e infantil, temas regionais em ritmos de samba e baião. Um disco onde Guio de Morais não apenas rege a orquestra, mas também canta. Mesmo sendo ele um dos maiores arranjadores, no presente álbum essa tarefa ficou por conta de outros, Antônio Almeida e Felícia Godoy. Por um erro gráfico, consta na contracapa apenas sete faixas, mas há uma oitava que traz as músicas “Mulher rendeira” e “O meu boi morreu”. Confiram mais esta pérola 😉
Guio De Morais E Sua Orquestra De Cordas – Devaneio (1958)
* Texto de Samuel Machado Filho
Luiz Arruda Paes E Sua Orquestra – Brasil Dia E Noite (1957)
A Bandinha Da Saudade (1973)
Carlos Galhardo – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 115 (2014)
Chegando à sua edição de número 115, o Grand Record Brazil apresenta a terceira e última parte da retrospectiva dedicada a Carlos Galhardo (1913-1985), sem dúvida um dos mais queridos e expressivos intérpretes de nossa música popular, um cantor que, de fato, como dizia seu slogan, dispensava adjetivos. Desta feita, estamos oferecendo a nossos amigos cultos, ocultos e associados onze preciosas gravações de Galhardo, verdadeiras joias de seu repertório. Abrindo o programa, temos “Vela branca sobre o mar”, ótimo fox de José Maria de Abreu e Oswaldo Santiago, gravação Victor de 18 de junho de 1937, lançada em setembro do mesmo ano, disco 34200-A, matriz 80469. Fiel às raízes italianas da família, Galhardo depois nos oferece “Guaglione”, palavra que em italiano quer dizer “rapazola” ou “garoto”. É outro fox, este composto lá mesmo na Itália, por Nicola Salerno, o Nisa, e Giuseppe Fanciulli, com letra brazuca do radialista Júlio Nagib. Foi gravado na já então RCA Victor em 3 de dezembro de 1956, indo para as lojas em março de 57 com o n.o 80-1735-B, matriz BE6VB-1396 (curioso é que, um mês antes, a Odeon pôs nas lojas a gravação de Léo Romano, feita porém três dias depois desta de Galhardo, a 6 de dezembro de 56, sendo nosso focalizado, portanto, o primeiro a gravar a versão). Em seguida, a marchinha “Mercador”, de Wilson Batista e Ari Monteiro, do carnaval de 1953. Outra gravação RCA Victor, esta de 7 de agosto de 52, e que chegou às lojas ainda em dezembro sob n.o 80-1047-A, matriz SB-093392. Da safra de Galhardo na Odeon é “Morena faceira”, samba do mestre Ataulfo Alves, gravado em primeiro de junho de 1937 e lançado em outubro do mesmo ano, disco 11522-B, matriz 5586. “Noite sem luar”, nossa faixa seguinte, é uma das inúmeras e bem-sucedidas valsas dos autores de “Boa noite, amor” (prefixo pessoal de Francisco Alves) , José Maria de Abreu e Francisco Matoso. Abreu já era o “rei da valsa” entre os autores, e Galhardo, “rei da valsa” entre os intérpretes, imortalizando “Noite sem luar” na Victor em 18 de junho de 1937, mas com lançamento apenas em março de 38 com o n.o 34299-A,matriz 80470. “Notícia de última hora”, de Benedito Lacerda e Darcy de Oliveira, é um samba do tempo da Segunda Guerra Mundial, em que um pracinha avisa que vai lutar com os países aliados na Itália e retornar vitorioso. De fato, os aliados derrotaram as forças do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), marcando o fim do conflito, em 1945. Destinado ao carnaval de 1943, o samba foi gravado na Victor por Galhardo em 25 de setembro de 42, com lançamento ainda em dezembro, disco 80-0026-A, matriz S-052624. “O homem da valsa”, de Custódio Mesquita e David Nasser, por certo é uma referência ao próprio Galhardo, ele que a registrou na mesmíssima Victor em 11 de fevereiro de 1943, com lançamento em maio do mesmo ano sob n.o 80-0076-B, matriz S-052719. Do início da carreira do cantor é pinçado o samba que vem em seguida, “Para onde irá o Brasil?”, de autoria de Assis Valente, então também iniciante como Galhardo, que o gravou em seu segundo disco, o Victor 33627-A,em 2 de fevereiro de 1933, com lançamento em março do mesmo ano, matriz 65663. Assis havia composto o samba durante a Revolução Constitucionalista de 1932, e foi intimado a dar explicações às autoridades policiais. Seu conteúdo, porém, traz uma mensagem antibélica. O mestre Ataulfo Alves novamente aparece com outro de seus inspirados sambas, ‘Receita”, parceria com João Bastos Filho, gravação Victor de Galhardo em 20 de junho de 1938, porém só lançada em abril de 39, disco 34422-A, matriz 80832. O samba seguinte também é de Ataulfo, agora em parceria com o violonista Claudionor Cruz: o clássico “Sei que é covardia (Mas…)”. E é também gravação Victor do nosso Galhardo, datada de 5 de dezembro de 1938, com lançamento em janeiro de 39 para o carnaval, triunfalmente consagrado como um dos maiores hits dessa folia, disco 34401-A, matriz 80952. Finalizando, a belíssima valsa “Viena do meu coração”, de autoria de dois expoentes do gênero, Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago, que nosso “rei da valsa”, Carlos Galhardo, imortalizou na Odeon em 23 de março de 1937, com lançamento em julho do mesmo ano, disco 11492-A, matriz 5557. De fato, um belo fecho para o retrospecto de Carlos Galhardo feito por nosso GRB. E nossas duas próximas edições serão dedicadas ao grande compositor Lupicínio Rodrigues, cujo centenário de nascimento comemoramos neste 2014. Até lá!
* Texto de Samuel Machado Filho
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