Arquivo mensais:março 2014
Margarida Lopes De Almeida – Recital (1955)
Prezados amigos cultos e ocultos, nosso domingo vai ser mais lírico e poético. Poesia é algo que sempre cai bem por aqui e eu procuro sempre cultivar esse hábito. Hoje eu trago outro álbum produzido pelo selo Festa, do jornalista Irineu Garcia. Como já falamos aqui, o Festa Discos Ltda foi criado com a intenção de promover a poesia, sendo, creio eu, o primeiro selo brasileiro dedicado aos poetas. Eles também lançaram discos de música, álbuns verdadeiramente antológicos. Sua série de discos tem uma importância que vai além da poesia. São registros históricos das vozes, muitas vezes dos próprios poetas. Mas quem melhor, além de seus autores, que os verdadeiros profissionais da interpretação? Como foi o caso, na semana passada, de Paulo Autran. E agora, Margarida Lopes de Almeida, um consagrada artista e declamadora brasileira apresenta aqui dez poetas, dez poemas cujo os estilos vão do Parnasianismo de Olavo Bilac ao Modernismo de Carlos Drummod de Andrade.
Orlando Silva – 25 Anos Cantando Para As Multidões (1968)
Olá amigos cultos e ocultos! Atendendo a um pedido muito especial, estou postando aqui este álbum do Orlando Silva. Trata-se de uma coletânea relançada pela Odeon através de seu selo Imperial, em 1968. Originalmente este lp se chama “25 Anos Cantando Para As Multidões”. Um seleção com o melhor de Orlando Silva pela Odeon.
Como se trata de uma postagem extra, fiz meio que as pressas. Nem a capa eu recortei direito…
Antonio Adolfo & A Brazuca (1985)
Rique Pantoja – Rique Pantoja & Chet Baker (1987)
Paulo Autran – Poesia De Sempre (Antologia) (195…)
Olá amiguíssimos cultos e ocultos! Hoje o nosso toque vai ser mais poético. Sempre que posso, gosto de postar discos de poesia. Eu curto muito e sei que muitos por aqui também adoram. Para satisfazer um desejo comum, aqui vai um disco do selo Festa, especialista em publicaçoes dessa natureza naqueles tempos, final dos anos 50 e início dos 60. Aliás, este álbum eu não sou precisar a data de seu lançamento. O certo é que temos aqui uma coletânea, uma antologia da poesia brasileira daquele tempo. São dezenove poemas de diferentes autores, sempre interpretados com maestria pelo grande ator Paul Autran. Confiram…
Cantoras – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 95 (2014)
Em sua edição de número 95, o Grand Record Brazil volta a apresentar uma seleção apenas com cantoras, muitas delas de marcante presença na história de nossa música popular. Algumas das dezesseis faixas desta edição foram conseguidas por mim mesmo graças à imprescindível colaboração de colecionadores e pesquisadores como Beto de Oliveira, Gilberto Inácio Gonçalves e Marcelo Bonavides de Castro, este último do Acervo Nirez, de Fortaleza, CE, e também administrador do blog Estrelas que Nunca se Apagam. A eles (e também ao próprio Nirez) nossos mais sinceros agradecimentos. Abrindo nossa seleção desta semana, temos Dora Lopes, cantora e compositora nascida (1922) e falecida (1983) no Rio de Janeiro. Ela comparece aqui com o disco Sinter 00-00.214, lançado em abril de 1953, apresentando dois sambas-canções. Na faixa 2 está o lado A, matriz S-458, “Baralho da vida”, composto por Ulisses de Oliveira, mineiro de Juiz de Fora e personagem marcante na história dessa cidade. E na primeira faixa temos o lado B, “Você morreu pra mim”, matriz S-459. Uma faixa histórica, pois constituiu-se na primeira composição gravada de Newton Mendonça , também nascido (1927) e falecido (1960, prematuramente, aos 33 anos, de infarto fulminante) no Rio de Janeiro. Pianista, compositor, gaitista e violinista, ele seria parceiro de Tom Jobim em várias composições de sucesso, entre elas “Desafinado”, verdadeiro hino da bossa nova. Em “Você morreu pra mim”, Newton tem a parceria de Fernando Lobo, outro notável compositor da MPB (fez, entre outras,“Chuvas de verão”, “Nêga maluca”, “Chofer de praça”, “Preconceito”, etc.) e pai de outro grande cantor-compositor brasileiro, Edu Lobo. Portuguesa de Vizeu, Vera Lúcia Ermelinda Balula (1930-?) naturalizou-se brasileira e foi eleita Rainha do Rádio em 1955, derrotando Ângela Maria (vencedora desse concurso um ano antes) por decisão do apresentador Manoel Barcelos, da Rádio Nacional, como homenagem a Cármen Miranda, que também era portuguesa como ela e falecera nesse mesmo ano nos EUA. Vera Lúcia aqui comparece com a gravação original de um samba-canção clássico de Tito Madi, “Cansei de ilusões”, lançada pela Continental em agosto-setembro de 1956 sob número 17323-A, matriz C-3845. “Cansei de Ilusões” foi várias vezes regravado, inclusive pelo próprio Tito Madi, e está finalmente aqui em seu primeiro registro, com Vera Lúcia. Possivelmente o saxofone que se ouve na gravação é de Zé Bodega, então atuando na Orquestra Tabajara de Severino Araújo. Em seguida, tiramos do esquecimento a excelente cantora mineira Daisy Guastini. Ela iniciou sua carreira nos anos 1950, como locutora e atriz da Rádio Inconfidência e apresentadora da TV Itacolomi, ambas de Belo Horizonte, capital de Minas. Casou-se com o compositor e guitarrista Nazário Cordeiro, com quem teve a filha Daisy Cordeiro, também cantora, e atuou também em emissoras do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Deixou, porém, uma discografia muito aquém de seu potencial como intérprete: apenas dois compactos duplos, um pelo selo Arpège, do tecladista Waldir Calmon, dono da boate carioca de mesmo nome, em 1959, e outro pela RGE, em 1964. Do primeiro deles, o Arpège AEP-1003, é a gravação aqui escalada, e por sinal sua faixa de abertura: o famoso samba-canção “O que tinha de ser”, da profícua parceria Tom Jobim-Vinícius de Moraes, bastante conhecido e com inúmeros outros registros. A carioca Dalva de Andrade (n.1935) aqui comparece com um disco de 1959, o Polydor 305. No lado A, matriz POL-3504, gravado em 3 de março desse ano, está o samba “Brigas, nunca mais”, outro produto de sucesso da dupla Tom Jobim-Vinícius de Moraes, e com inúmeras gravações. No lado B, matriz POL-3487, gravado em fevereiro do mesmo ano (talvez no dia 20), está o samba-canção “História”, de Fernando César em parceria com o cantor Luiz Cláudio, falecido no ano passado sem qualquer divulgação por parte da mídia, tanto que fiquei sabendo de sua morte através do Toque Musical, quando foram repostados vários álbuns por ele gravados. Ambas as gravações, com acompanhamento concebido e dirigido pelo maestro Peruzzi, também figuraram no primeiro LP da cantora, “Eis Dalva de Andrade”. Dalva teve de abandonar a carreira prematuramente, em meados da década de 1960, por problemas de deficiência auditiva, lançando, depois disso, apenas dois compactos de produção independente. Gaúcha de Porto Alegre, Luely da Silva Figueiró (1936-2010) mudou-se para São Paulo em 1957, após ser eleita Rainha do Rádio gaúcho, atuando nas Emissoras Unidas (Rádio e TV Record). Foi também atriz de cinema, aparecendo em filmes como “A doutora é muito viva” (1956), “Casei-me com um xavante” (1957) e “Marido de mulher boa” (1960). Viveu alguns anos com o cantor-compositor Sérgio Ricardo (aquele do violão quebrado em festival), no Rio de Janeiro, voltando a morar em São Paulo na década de 1970 e abandonando a carreira artística. Retomando seus estudos, formou-se professora de ensino de segundo grau, exercendo a profissão durante anos até se aposentar, na virada do século XXI. De Luely Figueiró escalamos outro clássico da dupla Tom Jobim-Vinícius de Moraes: o samba “A felicidade”, do filme “Orfeu negro” (nos cinemas, “Orfeu do carnaval”), produção franco-italiana filmada no Rio de Janeiro e premiada com o Oscar de filme estrangeiro, e nele interpretado por Agostinho dos Santos. A gravação de Luely saiu pela Continental em agosto de 1959, sob número 17713-A, matriz C-4191. A carioca Iracema de Souza Ferreira, aliás, Nora Ney (1922-2003), de marcante presença em nossa música popular como intérprete essencialmente romântica, aqui comparece com dois sambas-canções de sucesso, ambos do disco Continental 16726, gravado em 23 de janeiro de 1953 e lançado em março-abril desse ano, com acompanhamento orquestral de Copinha. Abrindo-o, matriz C-3043, o inesquecível ‘De cigarro em cigarro”, de Luiz Bonfá, e no verso, matriz C-3044, “Onde anda você?”, de Antônio Maria e Reynaldo Dias Leme. Outro resgate importantíssimo é o de Laís Marival (Maria Neomézia Negreiros, 1911-?), paulista de Taquaritinga, e de curta carreira fonográfica: apenas sete discos 78 com catorze músicas, entre 1936 e 1938, todos pela Columbia, futura Continental. Do penúltimo deles, número 8296-B, matriz 3510, de 1937, é o samba aqui escalado, “Saudades do morro”, de H. Celso e A. Santos. Nos anos 1980/90, Laís ainda participava de corais em São Paulo. “Molambo”, de autoria do violonista Jayme Florence (o Meira dos regionais) em parceria com Augusto Mesquita, é um dos clássicos do samba-canção brasileiro, tendo recebido inúmeras gravações ao longo dos anos. O que quase ninguém sabe, porém, é que “Molambo” foi lançado pela cantora Julinha Silva no lado A de seu disco de estreia, o Todamérica TA-5334, gravado em 18 de junho de 1953 e editado em setembro do mesmo ano, matriz TA-487. Julinha é outra que teve curta carreira fonográfica, deixando apenas sete discos 78 com catorze músicas, entre 1953 e 1962, nos selos Todamérica, Guanabara, Mocambo e Continental. Onilda Figueiredo, pernambucana do Recife, comparece aqui com seu primeiro disco,feito justamente numa gravadora de lá, a Mocambo dos irmãos Rozenblit, por sinal a primeira instalada fora do eixo Rio-São Paulo. Lançado em junho de 1956, com Onilda ainda adolescente, o 78 abre com o tango “Nunca! Jamais! (Nunca! Jamás!)”, de Lalo Guerrero em versão de Nélson Ferreira (compositor de frevos de sucesso e então diretor artístico da Mocambo), matriz R-694, depois faixa de abertura do único LP da cantora, o dez polegadas ‘A voz de Onilda Figueiredo”. Também está aqui o lado B, matriz R-695, o bolero “Desespero”, de Ângelo Iervolino, que não entrou no LP. Apesar de seu potencial como cantora, Onilda é outra com discografia escassa. Além do LP já mencionado, só gravou quatro discos 78 com oito músicas, tudo na Mocambo. Uma das melhores cantoras brasileiras, a carioca Claudette Soares (n. 1937) iniciou-se ainda na infância, no programa “A raia miúda”, apresentado na Rádio Nacional por Renato Murce, passando mais tarde a apresentar-se no “Programa do guri”, de Silveira Lima, na Rádio Mauá. Na Rádio Tamoio, quando atuava no programa ‘Salve o baião”, conheceu Luiz Gonzaga, que a chamou de “princesinha do baião”. E foi com dois baiões que Claudette estreou em disco, através da Columbia, futura Sony Music. Editado em junho de 1954 com o número CB-10049, com Claudette na plenitude de seus 17 anos, o 78 apresenta “Você não sabe”, de Castro Perret e Jane (matriz CBO-218, faixa 15) e, no verso, matriz CBO-219 (faixa 14), “Trabalha, Mané”, de José Luiz e João Batista da Silva. Dos dois baiões, por certo “Trabalha, Mané” ficou mais conhecido, uma vez que foi regravado pelos grupos Os Cangaceiros e Os Três do Nordeste. No entanto, após fazer outros discos 78 na Columbia e na Repertório, Claudette Soares só conseguiu gravar seu primeiro LP em 1964, na Mocambo, com o nome de “Claudette é dona da bossa”, pontapé inicial para inúmeros outros trabalhos de sucesso. Para encerrar, apresentamos nada mais nada menos que Marta Rocha. Eleita Miss Brasil em 1954, a baiana causou comoção em todo o país ao perder o título de Miss Universo, no mesmo ano, para a americana Myrian Stevenson. Marta teria perdido porque teria duas polegadas a mais nos quadris. Entretanto, no livro “O império de papel – Os bastidores de O Cruzeiro”, o jornalista Accioly Neto, ex-diretor da revista, garante que as tais polegadas foram inventadas pelo fotógrafo João Martins, inconformado com o resultado, com a cumplicidade de outros jornalistas presentes ao concurso, realizado na cidade americana de Miami, na Flórida. Boato ou não, o fato é que o Brasil inteiro cantou com Marta Rocha ‘Duas polegadas”, marchinha de Pedro Caetano, Carlos Renato e Alcyr Pires Vermelho, lado B do primeiro dos dois únicos discos 78 que ela gravou pela Continental, número 17134, lançado em agosto-setembro de 1955, matriz C-3610. É com esta curiosidade que encerramos mais esta edição do GRB dedicada a vozes femininas. Até a próxima e divirtam-se!
*Texto de Samuel Machado Filho
Waltel Branco – Meu Balanço (1975)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Entre os muitos discos que recebi de doação, eis aqui um pouco do ‘filé’, que eu só estou postando para incrementar o Toque Musical, pois afinal, trata-se de um disco já bem divulgado em muitos blogs, a tal ponto que se transformou em objeto de desejo de colecionadores inclusive internacionais. “Meu Balanço”, de Waltel Branco tornou-se um disco badalado e possivelmente mais vendido em sua reedição estrangeira do que na época de seu lançamento. Tornou-se um álbum ‘cult’, apreciado por nove entre dez dj’s do momento. As novas gerações de ‘antenados’ se ligaram de imediato no balanço desse incrível músico chamado Waltel Branco. Sem dúvida, um discaço e merece estar aqui no Toque Musical, não é mesmo?
Ricardo Silveira (1987)
Francisco Alves, Silvio Caldas, Orlando Silva & Carlos Galhardo – Os Quatro Grandes (1958)
O Fabuloso Fittipaldi – Trilha Sonora Original (1973)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou trazendo aqui um dos muitos discos que recebi como doação. Aliás, que bela doação! Ao contrário do comum, adquiri uma seleção de discos raríssimos, principalmente de jazz e trilhas sonoras. Ainda estou em fase de catalogação, separando o que fica e o que vai… Naturalmente, há muita coisa aqui para ser apresentada a vocês. Basta ficarem ligados, pois o tempo para download é curto e não tem reposição.
Entre as novidades recebidas, apresento a vocês uma trilha sonora muito legal Inclusive, trata-se de um álbum raríssimo que muito colecionador gostaria de por a mão (tá na mão…). “O Fabuloso Fittipaldi” foi um filme tipo documentário feito pelo cineasta Roberto Farias sobre um dos maiores pilotos da Formula 1, o (sem dúvida) fabuloso Emerson Fittipaldi. Quando o filme foi lançado, Emerson era o grande campeão, ídolo de uma geração e orgulho dos brasileiros. Para dar o ritmo necessário ao filme Roberto Farias contou com a criatividade dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, que compuseram as músicas e tiveram no super grupo Azimuth a interpretação mais que impecável. Uma belíssima trilha, mas que merecia mais atenção enquanto música e nos cortes. A relação das faixas, por alguma razão não condiz exatamente com o que é apresentado no disco. Assim, minha edição ficou deste jeito:
Ritmos E Melodias Na Música Popular – Discoteca Dançante(1966)
Olá amigos cultos e ocultos! Cumprindo aqui o prometido, segue hoje mais um disco da caixa “Ritmos e Melodias na Música Popular. Este é o disco 4. O 3, 5 e 6 eu não irei postar porque são temas e artistas internacionais, que de uma certa forma não nos interessa, pelo menos não aqui no Toque Musical. O lp “Discoteca Dançante” é sem dúvida um dos discos mais interessantes da caixa, trazendo um repertório de sucessos internacionais variados, assim como são variados os interpretes e orquestras. Alguns inclusive inéditos em nossas listas.
A Música De Príncipe Pretinho – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 94 (2014)
Junior Mendes – Copacabana Sadia (1982)
Olá amigos cultos e ocultos! Estava eu navegando pela rede quando em um site me deparei com a capa deste disco, que por acaso eu tenho. Era na verdade uma notícia sobre este artista, o carioca Luiz Mendes Jr., ou mais conhecido como Junior Mendes. Para a minha triste surpresa, fiquei sabendo que ele faleceu no mês passado, vítima de um derrame cerebral, aos 63 anos. Junior Mendes era filho da atriz Daisy Lúcidi. Era produtor e publicitário. Como músico, tocou com vários artistas da cena black carioca, fez parte da banda do Tim Maia e teve como parceiro Hyldon e Gastão Lamounier. Gastão, inclusive é o parceiro em quase todas as músicas deste que foi o único disco gravado por Junior Mendes. Em sua homenagem, aqui vai o disco para vocês conhecerem. Os arranjos e regências são de Lincoln Olivetti. Confiram…
Orquestra de Daniele Patucchi – Brasil Meu Amor (1977)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Ao que tudo indica, com as novas mudanças e leis para a internet, logo o Toque Musical terá que se adaptar… isso se não acabarem com a nossa festa.! Para continuar em atividade, para manter mais 7 anos, eu vejo que em breve terei que fazer novos ajustes e mudanças por aqui. Por essas e por outras é bom que os amigos não percam o contato. Pelo GTM é uma garantia de conexão. Caso o mundo exploda, pelo menos pelo grupo vocês saberão onde cada destroço foi parar.
Bom, seguindo nas variações musicais e para fechar o sábado, vamos com esta curiosa produção italiana, lançda por aqui em 1977. Trata-se de Daniele Patucchi, compositor, arranjador e maestro italiano, autor de inúmeras trilhas para filmes europeus. Pessoalmente, sou um fã do seu trabalho. Gosto muito de trilhas sonoras, principalmente as italianas das décadas de 60 e 70. Eis que porém, temos entre seus discos este lp, que é mesmo uma demonstração do amor do artista pelo Brasil, ou ainda, pela música brasileira. Em “Brasil, meu amor” ele recria com seus arranjos dez composições clássicas da MPB, músicas em sua maioria da dupla Toquinho & Vinícius e duas de Jorge Ben. Para nós que somos brasileiros, talvez essas músicas nos soem com estranheza, afinal é a ‘visão’ (ou audição) de um estrangeiro. Mesmo assim, eu ainda prefiro essas versões do que as de outros como Paul Mauriat, Ray Conniff e por aí a fora…. Daniele pelo menos adotou neste trabalho os ritmistas e um côro nacional, em gravações feitas aqui mesmo no Brasil. Isso ajudou ele a não sair muito dos trilhos, mantendo assim a integridade das composições. Diquinho bem interessante, vale a pena conferir…
Conjunto Musikantiga De São Paulo – Musikantiga (1969)
Olá amigos cultos e ocultos! Para compensar a frustração de links e postagens já vencidas, o remédio é manter a programação diária sempre ativa. Infelizmente, meu tempo vem ficando cada dia mais curto. Além do mais, com censura chegando de vez à web, creio que em breve o Toque Musical vai ser obrigado a se recolher ainda mais. Como dizem, a cada hora piora…
Enquanto isso, vamos em frente. Mantendo as variações musicais, eu trago hoje para vocês um pouco de música antiga. Música da Renascença Inglesa, Franco-Flamenga, Idade Média e Renascença. Mas, afinal, o que está música tem a ver com o Brasil, ou com as postagens do Toque Musical? Ah! Tudo a ver… não apenas pelo fato de que o Toque Musical é eclético, mas também porque se trata de uma produção brasileira. Um trabalho de pesquisa do consagrado Conjunto Musikantiga de São Paulo. Este grupo foi criado em 1966 pelo músico Ricardo Kanji. O Conjunto Musikantiga gravou seu primeiro disco em 67, tendo também como membros fundadores Milton Kanji, Paulo Herculano e Dalton de Luca. Creio que o primeiro disco foi lançado por Marcus Pereira. Gravaram também outros discos pela Copacabana e este da RCA. O trabalho do conjunto foi muito bem recebido pelo público, principalmente no circuito universitário.
Massimo Ranieri – Meditazione (1976)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Empolgado com as produções internacionais, eu hoje trago para vocês um disco o qual eu até então não conhecia. Fiquei surpreso ao descobri-lo, pois se trata de um trabalho de Eumir Deodato que eu não conhecia e por certo, muitos de vocês aqui também não conhecem. Não me lembro de ter lido na biografia artística de Eumir sobre este disco, onde ele faz a direção musical, os arranjos e também toca. O álbum é uma produção italiana da década de 70, apresentando o cantor e também ator italiano, Massimo Ranieri. Sem dúvida, um disco muito interessante, onde Deodato recria obras da música clássica em arranjos tão bacanas quanto o que fez em “Also sprach Zarathustra”, de Strauss.
A Música De Príncipe Pretinho – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 93 (2014)
Carnaby Street Pop Orchestra And Choir – A Taste Of Excitement (1978)
Olá amigos cultos e ocultos! Embora eu tenha sempre uma montanha de discos e artistas a explorar nesse fantástico trabalho de arqueologia fonomusical, as vezes eu gosto de sair um pouco do tom. Ou por outra, as vezes acabo indo além, trazendo aqui coisas que aparentemente não teria nada a ver com o proposto, os discos e os artistas brasileiros. O disco de hoje é um caso extra, não é um criação de nossos artistas, mas traz diversos elementos relacionados ao contexto fonográfico nacional e suas curiosidades. Começando pela gravadora, o selo Top Tape que sempre primou pela ‘internacionalização’ da música pop no Brasil, criando e lançando seus diferentes discos/artistas com pinta de estrangeiros. Essa é uma história já bem conhecida e até comentada aqui em outras postagens. Daí, tudo que vem da Top Tape é sempre bom verificar com atenção. “A Taste Of Excitement” é um bom exemplo da maluquices aprontadas pela gravadora. Um álbum re-produzido pela gravadora, bem ao estilo de suas outras produções. Este álbum saiu em 1978, praticamente dez anos após o seu lançamento título original, com o “The London Theme” e executado pela Carnaby Street Pop Orchestra And Choir e dirigida por Keith Mansfield, músico e arranjador inglês, responsável por trabalhos com inúmeros artistas e principalmente compositor de trilhas para o cinema e televisão. O disco foi relançado com esta nova capa, sem nenhuma informação técnica ou artística e tendo as suas músicas com a ordem trocada. A faixa “A Taste of Excitement” é uma memorável trilha de novela da Rede Globo. Aliás, o disco foi praticamente todo utilizado pela emissora com fundo musical. Outra, talvez ainda mais conhecida por todos é a faixa “Dr. Jeckle and Hyde Park”, neste álbum apresentada apenas como “Hyde Park”. Esta música ficou conhecidíssima por ter se tornado o tema de abertura do programa “Esporte Espetacular”.
A Carnaby Street Pop Orchestra And Choir, ao que tudo indica, existiu apenas para dar nome a um trabalho excepcional. Este disco é sem dúvida uma pérola rara. Tanto o original quando esta versão da Top Tape, são hoje discos raros, disputados a tapa por colecionadores. Quem quiser um, me avise… tá na mão, ma sem tapa, ok? 😉
Onessimo Gomes – Serestas Do Brasil (1957)
Zaccarias E Sua Orquestra – Aguenta O Passo (1965)
Carnaval B – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 92 (2014)
O carnaval continua aqui no Grand Record Brazil. Apresentamos nesta semana mais 14 músicas destinadas à folia de Momo, gravadas na era das 78 rotações por minuto. Várias delas clássicos inesquecíveis. E começamos com o pé direito, apresentando um clássico inesquecível: “Pastorinhas”, de João “Braguinha” de Barro e Noel Rosa. Esta composição havia sido lançada originalmente para o carnaval de 1935, na voz de João Petra de Barros, com o nome de “Linda pequena”, sem no entanto repercutir. Após o falecimento prematuro de Noel, em 1937, Braguinha resolveu relançar esta bela marcha-rancho para a folia do ano seguinte, fazendo uma ou outra alteração na letra e rebatizando-a “Pastorinhas”. Sílvio Caldas a imortalizou na Odeon em 13 de dezembro de 1937, com lançamento em janeiro de 38 sob n.o 11567-A, matriz 5733. E “Pastorinhas”, além de ser um sucesso inesquecível, venceria o concurso oficial de carnaval da prefeitura do Rio de Janeiro. A vencedora na categoria marcha tinha sido “Touradas em Madri”, também de Braguinha com Alberto Ribeiro, mas acabou sendo desclassificada sob a alegação de que se tratava de um passo-doble espanhol. Evidentemente, Braguinha não ficou sem o primeiro lugar entre as marchas, pois “Pastorinhas” subiu do segundo para o primeiro lugar! A faixa seguinte é mais uma clássica marchinha, esta do carnaval de 1932: “Teu cabelo não nega”, adaptação feita por Lamartine Babo para o frevo-canção “Mulata”, dos irmãos Raul e João Valença. Castro Barbosa levou a música a disco, tornado-a um sucesso permanente da folia de Momo, e a regravaria outras vezes. A versão desta edição, também gravada na RCA Victor, é de 17 de outubro de 1952, lançada em dezembro do mesmo ano sob n.o 80-1072-A, matriz SB-093524, e mantém sua famosa introdução instrumental. E tome marchinha clássica! Agora é “Mamãe, eu quero”, de Jararaca e Vicente Paiva, do carnaval de 1937, um sucesso que é lembrado até hoje e ultrapassou as fronteiras do Brasil (tocou até em desenho animado de Tom e Jerry!). O próprio Jararaca imortalizou a marchinha na Odeon em 17 de dezembro de 1936, com lançamento um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 11449-A, matriz 5499. Destaque, na gravação, para o hilariante diálogo inicial, em que o papel da mãe é feito por Almirante. Prosseguindo nosso desfile de clássicos carnavalescos, Orlando Silva, o eterno “cantor das multidões”, nos brinda com a impecável marcha-rancho “Malmequer”, de Newton Teixeira e Cristóvão de Alencar, o “amigo velho”, hit inesquecível do carnaval de 1940. Gravação Victor de 4 de novembro de 1939, lançada um mês antes do tríduo momesco, em janeiro, sob n.o 34544-A, matriz 33248. O eterno e sempre bem-humorado Lamartine Babo volta à cena neste retrospecto carnavalesco, agora com a marchinha “Linda morena”, absoluta no carnaval de 1933, que ele próprio interpreta ao lado de Mário Reis. Gravação Victor de 26 de dezembro de 1932, lançada bem em cima da folia, em fevereiro, sob n.o 33614-A, matriz 65631. Destaca-se no coro, deste registro, uma voz feminina que parece ser a de Cármen Miranda. E falando em Cármen Miranda, ela aqui comparece com duas faixas. A primeira, da parceria Braguinha-Alberto Ribeiro, muitos conhecem na interpretação de Gal Costa: é a famosa marchinha “Balancê”, de João “Braguinha” de Barro e Alberto Ribeiro, do carnaval de 1937. Cármen a gravou na Odeon em 19 de novembro de 1936, com lançamento um mês antes do carnaval, em janeiro, sob n.o 11430-A, matriz 5457. Apesar de ter obtido alguma aceitação, “Balancê” ficou esquecida com o passar do tempo, até que Gal Costa, mais de 40 anos depois, a tirasse do esquecimento no LP “Gal tropical” e a transformasse em hit permanente de todos os carnavais a partir de 1980. A outra marchinha com Cármen Miranda nesta edição é a maliciosa “Eu dei…” (“O que foi que você deu, meu bem?”), do carnaval de 1938. Gravação Odeon de 21 de setembro de 1937, lançada ainda em dezembro com o número 11540-B, matriz 5670. No fim, descobre-se que a personagem havia dado um beijo, e quem canta os versos finais (“guarde para mim unzinho, que mais tarde pagarei com um jurinho”) é o próprio Ary Barroso! Aurora Miranda, irmã de Cármen, aqui comparece com outras duas marchinhas, ambas do carnaval de 1940, e em gravações Victor. A primeira é “Que horas são estas?”, de Antônio Almeida e Oswaldo Santiago, do carnaval de 1940. Foi gravada em 18 de outubro de 1939, e lançada ainda em dezembro sob n.o 34530-A, matriz 33191. Dias antes, a 3 de outubro de 39, Aurora já havia gravado “Não vejo jeito”, de Ismael Silva, lançada em novembro seguinte com o n.o 34519-B, matriz 33170. A carioca Dora Lopes (1922-1983), grande compositora e intérprete de sambas, comparece aqui com a divertida marchinha “Fila do gargarejo”, dela própria em parceria com José Batista e Nilo Viana. É do carnaval de 1958, lançada em fins do ano anterior pela Mocambo, gravadora do Recife que pertencia aos irmãos Rozenblit, sob n.o 15196-A, matriz R-910. As Irmãs Pagãs (Elvira e Rosina, esta falecida recentemente, anos depois de Elvira) apresentam-nos “Água mole em pedra dura”, marchinha do carnaval de 1940, de autoria de Sátiro de Melo e Manoel Moreira. Foi gravada na Columbia em 24 de outubro de 1939, e lançada ainda em dezembro com o número 55181-A, matriz 224. Dois inesquecíveis intérpretes se reúnem na faixa seguinte: Francisco Alves, o Rei da Voz, e Dalva de Oliveira, o Rouxinol do Brasil, interpretam a belíssima marcha-rancho “Andorinha”, de Herivelto Martins (então marido de Dalva) e Haroldo Barbosa, um dos sucessos do carnaval de 1946, conhecido como o “carnaval da vitória” por ter acontecido após o término da Segunda Guerra Mundial, com a vitória dos países aliados sobre os do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). A dupla a imortalizou na Odeon em 5 de dezembro de 1945, e o lançamento se deu um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 12660-A, matriz 7954. Para finalizar, trazemos a cantora Lolita França, sobre a qual pouquíssima coisa se sabe. Aqui ela revive a “marcha-canção” (como foi editada originalmente)“Taí” (cujo título original era “Pra você gostar de mim”), de Joubert de Carvalho, com a qual Cármen Miranda despontou para o estrelato em 1930. A regravação de Lolita é de 7 de julho de 1939, lançada pela Victor em setembro do mesmo ano, disco 34486-B, matriz 33116. Lolita França gravou, entre 1939 e 1942, onze discos com vinte e duas músicas, e suas gravações obtiveram algum sucesso na Argentina. Enfim, esta é a segunda e última parte do retrospecto carnavalesco do Grand Record Brazil, por certo expressiva contribuição para a preservação da memória musical do Brasil. Divirtam-se!
* Texto de Samuel Machado Filho
Carnaval De 56 (1956)
Bom dia, amigos foliões! Espero que todos estejam bem, sem ressaca e prontos para mais um dia de carnaval. Para este domingo, vamos relembrar oque rolou de sucesso no Carnaval de 1956. Temos aqui um lp de 10 polegadas lançado pela Copacabana, apresentando alguns dos seus artistas exclusivos com músicas feitas para o carnaval daquele ano. Como se pode ver pela ilustração da contracapa, temos aqui alguns dos mais expressivos artistas da época interpretando sambas e marchinhas que se tornaram clássicos. Interessante também notar que este foi o disco número 1 da Continental para o carnaval. E ao contrário dos discos nesse formato que traziam apenas oito faixas, neste vieram dez. Não sei bem ao certo, mas suponho que nesse mesmo carnaval a Copacabana tenha lançado outro disco, o número 2. (Estou com tanta preguiça que nem vou me dar ao trabalho de checar isso) Confiram daí, que eu de cá já vou pra rua. Chapolim me espera!