Getúlio O Assoviador (1978)

Olá amigos cultos e ocultos! Estou trazendo hoje um disco muito interessante, que com certeza irá agradar.
Na década de 70, quando selos e gravadoras ainda ditavam a música, surgia no Rio Grande do Sul a ISAEC Gravações e Produções e um de seus primeiros lançamentos foi o disco, também de estréia, de Getúlio Rubens dos Santos, mais conhecido como `Getúlio, o assoviador`. O cara é mesmo um fera no trinado. Assovia como poucos, mantendo uma técnica impecável no sopro. Haja fôlego também! O que faz o trabalho ser interessante é o fato de que Getúlio utiliza seu sopro de maneira acertada, como qualquer outro instrumento musical, interpretando um repertório agradável, que passa por gêneros variados, como se pode ver logo a baixo. Aliás, é bom lembrar que o nosso assoviador aqui não se apresenta sozinho e isso  é que faz o disco ser ainda mais legal. As músicas são apresentadas tendo como base e acompanhamento um excelente grupo instrumental. Pelo que vi aqui no Google, Getúlio gravou outros discos e este seu primeiro lp chegou a ser relançado em formato cd há algum tempo atrás. Ainda é possível encontrar seus discos para compra, principalmente no Mercado Livre. Tenho certeza que logo ao começar a primeira faixa vai estar todo mundo fazendo biquinho. Canta passarinho!

o barquinho
além do arco íris
sabora a mi
vê se gosta
gente humilde
nunca
samba de uma nota só
carinhoso
valsa de uma cidade
tico tico no fubá
maria helena
duas contas
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III Festival Internacional Da Canção Popular Rio (1968)

Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Vou logo fazendo esta postagem aqui, pois daqui a pouco tem Galo Doido! Vamos moer os mexicanos na arena do Horto. Caiu no Horto, tá morto! Hehehe…
Segue então para vocês mais um disco de festival. Desta vez eu trago aqui o III Festival Internacional Da Canção Popular Rio, lançado em 1968 pelo selo Codil. Observem que a capa é a mesma do festival do ano anterior, também já postado aqui. Pela capa também podemos ver todos os intérpretes, que nem sempre são os mesmos que as defenderam no Festival. Por questões contratuais, as músicas acabavam sendo regravadas, com os arranjos originais, porém na voz de um outro intérprete. Mas no caso aqui isso em  nada  faz desmerecer o disco. Vale ouvir cada uma das faixas. Muito bom 🙂

sabiá – maria josé
dança da rosa – quarteto 004 e tradicional jazz band
visão – agostinho dos santos
andança – antonio joão e maria josé
mestre sala – reginaldo bessa
rua da aurora – stellinha egg
por causa de um amor – aloisio silva
prá não dizer que não falei de flores – aloisio silva
passacalha – quarteto 004
dia de vitória – carlos felipe
o sonho – agostinho dos santos
roteiro – lapis
razão de cantar – luiz eduardo
prenilunio – agostinho dos santos
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Cyro Monteiro – 100 Anos – Coletânea Comemorativa Toque Musical (2013)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Ontem, dia 28, eu por descuido, deixei passar em branco a comemoração de centenário de Cyro Monteiro. Se estivesse vivo, estaria completando 100 anos. Como foi dito por alguns, nesta data poucos foram aqueles que lembraram do grande artista. Afinal, Cyro Monteiro não foi apenas mais um cantor de samba. Muito aliás, foi cantor e compositor. Teve uma atuação marcante na música popular brasileira, sendo responsável por inúmeros sambas de sucessos, que se tornaram clássicos.
Para celebrar este centenário, montei aqui agora, meio às pressas, essa coletânea, trazendo doze momentos ainda da fase do bolachão. Cyro Monteiro até merecia mais, uma coletânea de peso, equivalente a um álbum triplo. Mas para que tenhamos em outras oportunidades novas postagens com o artista, vou limitando a seleção, que por certo irá agradar. Vamos conferir?
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Almir Ribeiro – Uma Noite No Cave (1957)

Olá amigos cultos e ocultos! Boa noite! Por aqui, noite de chuva. Noite boa para tomar um vinho e eu já estou com a minha garrafa e taça na mão 🙂 Brindemos à noite!
Para nossa terça feira eu tenho aqui o cantor Almir Ribeiro, em disco de 10 polegadas lançado pela Copacabana no ano de 1957. Este artista teve uma carreira curta, interrompida vítima de um  afogamento numa praia de Punta Del Este, no Uruguai. Gravou apenas algumas bolachas de 78 rpm e dois lps, sendo um deles o que apresentamos aqui. “Uma noite no Cave” é um disco onde Almir Ribeiro nos apresenta algumas músicas do seu repertório na boate Cave, em São Paulo. De um lado temos quatro temas nacionais e do outro, quatro internacionais. Sob a direção de Aloysio Figueiredo, que também toca piano e acordeom no disco, Almir Ribeiro vem acompanhado por Pierre na guitarra, Zequinha na bateria e Nestor no contrabaixo.. O texto de contracapa apresentando o artista é de Vinícius de Moraes, o qual também comparece, na parceria com Tom Jobim, em “Se todos fossem iguais a você”.
Não deixem de conferir… 😉

fui eu
se todos fossem iguais a você
sempre teu
falaram de você
whithout my lover
only you
if i loved you
because
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Linda Rodrigues – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 55 (2013)

Esta semana, o Grand Record Brazil, em sua edição de número 55, apresenta a primeira parte, de uma série de três, em que iremos focalizar o trabalho de uma cantora excelente, que teve sua época, mas que infelizmente foi esquecida com o passar do tempo. Refiro-me a Linda Rodrigues.
Nossa focalizada recebeu, na pia batismal, o nome de Sophia Gervasoni, e veio ao mundo no dia 11 de agosto de 1919, provavelmente no Estado do Rio de Janeiro. Embora seu primeiro disco tenha sido lançado para o carnaval de 1945, pela Continental, Linda Rodrigues é considerada uma das intérpretes da música popular brasileira que melhor representa e celebra a chamada dor-de-cotovelo. Linda também foi compositora, e fez trabalhos para outros artistas, em parceria com nomes do quilate de J. Piedade e Aylce Chaves, entre outros. Sua discografia, além da Continental,  inclui passagens pelos selos Star, Carnaval, Sinter, Todamérica, RCA Victor e Chantecler. Nesta última, em 1961, lançou aquele que parece ter sido seu único LP, “Companheiras da noite”. Seu maior sucesso foi o samba-canção “Lama”, de Paulo Marques e Aylce Chaves (que está neste volume), e outros hits da cantora foram os sambas-canções “Vício”, dela própria com José Batista, e “Negue”, clássico de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos, que apresentaremos nos próximos volumes deste nosso retrospecto. Em 78 rpm, Linda gravou um total de 30 discos com 59 fonogramas, além do LP já mencionado, e alguns compactos de produção independente, e faleceu no Rio de Janeiro, em 16 de novembro de 1995, aos 76 anos, de infecção pulmonar e problemas cardíacos (miocardiopatia e arritmia).
Neste primeiro volume que o GRB dedica a Linda Rodrigues, apresentamos 21 preciosos fonogramas, correspondentes aos primeiros anos de sua carreira. Trabalho esse resultante do esforço do amigo e colaborador Alberto Oliveira, que reuniu as gravações de Linda em 78 rpm que iremos apresentar nestes 3 volumes. Ficaram faltando cinco delas, mas o esforço dele valeu a pena, como vocês irão constatar.
De seu 78 de estreia, o Continental 15222, lançado em janeiro de 1945 para o carnaval, está o lado B, o samba “Abaixo do nível”, de Alvaiade e Odaurico Mota, matriz 893. O disco seguinte, o Continental 15280, lançado em março de 1945, vem com as duas faixas, também sambas: “Você não sabe amar”, de João Bastos Filho e Antônio Amaral, matriz 1028, e “…E Odete não voltou”, de Paquito e José Marcílio, matriz 1027. Em setembro de 1945, saíram mais dois sambas, no disco 15423: “Arma perigosa”, de Paquito e Paulo da Portela, matriz 1136, e “Cantora de samba”, de Amado Régis, matriz 1137. Para o carnaval de 1946, Linda lança quatro músicas, todas aqui incluídas: no Continental 15554, lançado ainda em dezembro de 45, o samba “Sublime perdão”, de Amado Régis, matriz 1315, e a marchinha “Quando a gente fica velho”, matriz 1316, dela própria com Aylce Chaves e o mesmo Amado Régis que assina a música do lado ª Em janeiro de 46 sai o disco 15585, com a marchinha “Atchim!”, de J.Piedade e Príncipe Pretinho, matriz 1381, e o samba “Claudionor”, de Cândido Moura e Miguel Baúso, matriz 1382. Em março de 1946, Linda lança o samba “Não adianta chorar”, de Ari Monteiro e Felisberto Martins, no Continental 15591-A, matriz 1399 (o outro lado é com Emilinha Borba, apresentando a batucada “Ai, Luzia!”, de Guaraná e Jararaca). Em junho de 1946, no Continental 15644, saem dois sambas de Paquito (Francisco da Silva Fárrea Júnior, 1915-1975), consagrado compositor de sucessos carnavalescos: “Banco de jardim”, parceria dele com Dorival Aires e Jaime de Souza, matriz 1444, e “Banco de praça”, que ele assina junto com Carlos de Souza e João Bastos Filho, matriz 1443. A primeiro de julho de 1948, Linda grava a rumba “Jack, Jack, Jack”, de Haroldo Barbosa e Armando Castro, matriz 1900, e o samba “Mais um amor, mais uma desilusão”, de José Maria de Abreu, matriz 1901, que a Continental irá lançar para seu suplemento de julho a setembro desse ano, com o número 15926. A marchinha “Parceiro de Schubert” e o samba “A escrava Isaura” saíram pela Star, para o carnaval de 1948, disco 0009, que não consta nem mesmo na Discografia Brasileira em 78 rpm, e eu próprio não encontrei informações a respeito de quem seriam seus autores, quem souber favor informar pra gente. Para a folia de 1951, Linda grava o disco Carnaval 008, com o samba “Vou partir”, de Aylce Chaves e Paulo Gesta, e a batucada “Batuqueiro novo”, de Tancredo Silva, Rual Marques e José Alcides. Do disco Star 243, também de 1951, vem o lado B, o samba africano “Raça negra”, também de Aylce Chaves e Paulo Gesta. Por essa mesma gravadora, futura Copacabana, Linda lança, para o carnaval de 1952, e ainda em dezembro de 51, o disco 308, do qual apresentamos o lado A, a marchinha “Recruta 23” (referência a programa humorístico da Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro, então grande rival da poderosa Nacional, e de grande audiência na época), de autoria do radialista, compositor e pianista  Aloysio Silva Araújo e do comediante Zé Trindade (aquele do bordão “Mulheres, cheguei!”). Por fim, encerrando esta primeira parte, apresentamos aquele que foi o maior sucesso da carreira de Linda Rodrigues: o samba-canção “Lama”, de Paulo Marques e Aylce Chaves, regravado mais tarde por Ângela Maria e Maria Bethânia, entre outros intérpretes, e até hoje um clássico. Linda o imortalizou na Continental em 10 de abril de 1952, com lançamento em maio-junho do mesmo ano sob número 16559-A, matriz C-2839. Um fecho realmente de ouro para a primeira parte desta nossa retrospectiva a respeito de Linda Rodrigues. Até a próxima!
*TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO

Fafá Lemos – Para Ouvir Dançando (1957)

Olá amigos cultos e ocultos! Fechando o nosso domingão, aqui vai o post do dia, ou melhor dizendo, do fim do dia 🙂 Ultimamente a coisa está assim… Acho que não é só falta de tempo, é desânimo também. Espero que seja só uma fase. Mesmo assim, vamos tentando manter a casa em pé, né?
Hoje eu trago para vocês o violinista Fafá Lemos, um insturmentista que dedicou seu violino a serviço da música popular. Ao lado de Garoto e Chiquinho do Acordeon, formou o Trio Surdina. Fez parte do conjunto que acompanhava Carmem Miranda nos Estados Unidos. Embora fosse um músico de formação erudita, focou seu trabalho na música popular. Fafá gravou diversos discos ao longo de sua carreira. Entre esses temos “Para ouvir dançando”, lp de dez polegadas, lançado pela RCA Victor em 1957. Aqui iremos encontrar oito fonogramas gravados originalmente e lançados em 78 rpm. Alías, isso era uma das coisas mais comuns naquela época. Eram os fonogramas sendo transferidos para um novo suporte, então o lp de dez polegadas, com até oito faixas! Temos então…

meu guarda chuva
granfino
meu panamá
rosita
canarinho feliz
joãozinho boa pinta
cigano no baião
se alguém disser
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Alaide Costa – Jóia Moderna (1961)

Boa noite a todos! Ontem, sexta feira, eu acabei não fazendo nenhuma postagem. Em outros tempos isso jamais aconteceria, com chuva ou com sol, eu sempre estava lá presente. Mas de uns tempos pra cá vejo que essa preocupação era só minha. Relaxei e faço agora tudo dentro do possível. Isso vale inclusive para as reposições. Antes eu ficava preocupado em atender, agora continuo atendendo, mas sem pressão. Assim, o que viria na sexta, está chegando agora. E claro, como sempre, coisa boa. Olha aí, mais uma vez marcando presença, a grande Alaíde Costa!
Temos aqui “Alaíde, Jóia Moderna”, outro álbum maravilhoso da cantora e também compositora. Neste lp ela marca presença com “Canção do amor sem fim”, música em parceria com Geraldo Vandré. No repertório temos também outras tantas jóias, uma seleção musical feita pela própria cantora. Aliás, no texto da contracapa Alaíde nos conta todos os passos da produção deste trabalho. Detalhes importantes e interssantes, coisa que todos os discos deveriam trazer. Sabemos aqui que os arranjos de todas as músicas são de Baden Powell, que também toca no disco. Acompanham também a artista os irmãos Castro Neves, Paulo Tito, Copinha e o trombonista Macaxeira. Outro detalhe curioso é a capa que traz na foto um colar, um jóia criada pelo artista, mais conhecido como paisagista, Burle Marx. Legal, né? 🙂

encontro com a saudade
samba de nós dois
se foi passado
gostar de ninguém
só de mentirinha
ponto final
canção de amor sem fim
no mundo da lua
gosto do seu olhar
sem você
segue a vida em paz
lágrima
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Eleonora Diva – Eu Sou Assim (1961)

Boa noite meus prezados amigos cultos e ocultos! Parece que minhas últimas postagens andaram incomodando alguns ‘setores’ a ponto de seus respectivos links serem misteriosamente apagados. Mas tudo bem, a gente continua tocando a bola.
Aproveitando sempre a brecha, vamos agora com um disco muito bom, apresentando a obscura cantora, Elenora Diva. Digo ‘obscura’ pelo fato de ser um total mistério. Não consegui encontrar nada a seu respeito na rede. E como dizem, se não está no Google, nao está com nada. Mas calma, não é bem assim… Essa, ao contrário, está com tudo. Uma ótima cantora, num repertório impecável. Temos aqui um conjunto de sambas, entre os quais destaco o primeiro, que dá nome ao disco, “Eu sou assim”, de Fernando César e Jorge Lara, uma autêntica bossa nova. Mas cabe ainda outras faixas, inclusive com valsas e boleros, bem ao gosto do momento. Os arranjos e orquestração são do maestro Monteiro de Souza. No texto de apresentação na contracapa, feito por Fernando Lobo, pouco se pode saber sobre Eleonora Diva que neste lp faz a sua estréia. Ao que nos conta, a cantora era até então uma ilustre desconhecida, sem sucesso no rádio ou na televisão. Pelo que pude constatar, Eleonora chegou a gravar outros dois ou três discos (compactos), contudo, ela parece ter desistido da carreira artística. Não há nada sobre ela na rede. Alguém aí tem informações? Fala Samuca!

eu sou assim
dona do destino
quem foi
meu mundo é você
um novo céu
quem mandou
você voltou
teu nome
obrigando senhor
uma vez mais
meu defeito
não voltarás… nem voltarei…
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Altamiro Carrilho – Choros Imortais (1965)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Na pausa para um lanche, vou logo deixando aqui o disco do dia. Ontem eu cheguei tão cansando que nem me lembrei de publicar o texto da postagem. E só agora estou enviando  o ‘toque’ para o GTM.
Vamos nessa terça feira brava de chorinho, na interpretação magistral do mestre Altamiro Carrilho. Minha ideia era a de postar os “Choros Imortais – N. 1”, seguindo naturalmente a ordem, porém eu não encontrei a tempo o danado do disco. Prometo que numa próxima ocasião postarei o número 1. Sinceramente, não sei qual dos dois é o melhor. Neste segundo disco de choros temos doze pérolas, realmente imortais, brilhantemente executadas por Altamiro, acompanhado pelo Regional de Canhoto e também a Orquestra da gravadora Copacabana.

urubu malandro
sonoroso
aperitivo
o que tu és (três estrelinhas)
flamengo
só para moer
arranca
entre amigos
modulado
espinha de bacalhau
o saci na flauta
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Antologia Da Sátira Brasileira (1985)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós fechando a segunda feira com uma postagem de última hora. Para variar um pouco, escolhi meio que na correria, este trabalho realizado pela Basf em 1985, apresentando uma seleção inédita e histórica do que houve de mais expressivo na sátira brasileira. Trata-se de um documentário com o melhor da sátira e humor nacional, desde o início do século vinte, indo até os anos oitenta, quando então este trabalho foi lançado. Acompanha também a fitinha um livreto complementando a apresentação. Aliás, o apresentador aqui é o Chico Anísio. Vale a pena conferir este projeto, que nós transplantamos da saudosa fitinha para o ‘etérico digital’. Muito bacana 😉

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Gilda Lopes – A Fabulosa (1963)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Por certo estavam todos esperando por mais um número do Grand Record Brazil, trazendo alguma gravação do tempo do 78 rpm e apresentado pelo nosso amigo Samuel Machado Filho. Pois é, infelizmente e por mais uma vez eu terei que adiar o ‘lançamento’ do volume 55. Ainda não consegui instalar o Corel e o Photoshop na minha nova máquina, daí não posso confeccionar as capinhas e nem ao menos dar um trato nas capas das postagens diárias. Bem se vê pelos últimos discos publicados, sempre tem algum defeito que não deu para corrigir. Olha só esse disco da Gilda Lopes.
Vou deixar esse espaço aqui reservado para o nosso amigo e melhor resenhista, Samuel Machado Filho. Creio que na falta do GRB, a Gilda Lopes vem bem a calhar. Fala aí, Samuca!

Esta semana, o Toque Musical apresenta, com muita satisfação, um álbum único. Aliás, o único gravado por uma cantora de curta mas expressiva carreira: Gilda Lopes.
O título pode parecer exagerado, “A fabulosa”. Mas uma simples audição bastará para os ouvintes constatarem que não foi exagero da gravadora Odeon batizar o álbum com esse nome. Porque Gilda Lopes foi mesmo fabulosa. Seu nome na pia batismal era Guiomar Lopes, e ela veio ao mundo na capital gaúcha, Porto Alegre, no dia 17 de junho de 1937. Também demonstrou talento como compositora, aliás, desde menina adorava música, e estudou piano e balé dos cinco aos catorze anos, tendo também aprendido a sapatear e a tocar castanholas. Em 1950, foi eleita Rainha dos Estudantes Gaúchos, e, dois anos mais tarde, obteve um honroso segundo lugar no concurso de Miss Porto Alegre, pois então tinha 15 anos, e menores de idade, pelo regulamento, menores de 18 anos não poderiam vencer o certame. Alguns anos depois, Gilda foi morar na Itália, fazendo uma média de três serenatas por dia nas cidades daquele país. Certo dia, participou de um programa da Rádio Roma em homenagem ao Brasil, interpretando uma composição de sua autoria, “Lamento de escravo”. Fez outros programas radiofônicos (“Vigesima-quarta hora”, “Musicale”) e também bateu ponto na televisão (programas “Musichieri” e “Noi loro”) e nas boates Open Gate e Kit Kat. Igualmente apareceria no cinema, atuando numa co-produção Itália-EUA ao lado da atriz americana Mamie Van Doren. Foi também funcionária da Embaixada do Brasil em Roma. Embora fosse muito querida pelos italianos, tendo sido notícia em jornais e revistas (“Il Tempo”, “Settimana”, etc.), Gilda Lopes voltaria ao Brasil no final dos anos 1950. É quando lança pela Continental, em novembro de 1959, seu primeiro 78 rpm, com os boleros “Lola” (versão de João Roberto Kelly) e “Delírio” (parceria do próprio João com a cantora), com boa aceitação. Mas só obteria nova chance no disco em 1962, na Odeon. Seu primeiro 78 na “marca do templo”, gravado em 2 de maio de 1962 e lançado a toque de caixa com o número 14802, traz duas versões de Romeu Nunes, também produtor de discos da empresa: “Tango italiano”(Malgoni, Paresi e Beretta, matriz 15162) e, no verso, de Hubert Giraud e Jean Drejac, matriz 15163, uma valsa-fantasia que se constituiu em seu maior sucesso; “O trovador de Toledo (L’Arlequin de Tolede)”, uma verdadeira apoteose. E, evidentemente, não poderia deixar de ser incluída neste álbum que o TM oferece esta semana a vocês. Estão também aqui as músicas de seu segundo 78 na Odeon, número 14843, igualmente versões: “Padre Dom José’” (Jacques de la Rue e Alain Romans, vertida por uma certa Aline e gravada a 5 de novembro de 1962, matriz 15511) e “A hora do amor (Les fills de Cadix)”, de Loe Delibes com letra brazuca de Fernando César, registrada oito dias mais tarde, matriz 15527, tendo o 78 saído em abril de 63. Neste LP, há uma composição de José Messias (sim, ele mesmo, o severo jurado do Raul Gil!), “Babalaô”, e outras versões assinadas por Romeu Nunes (“Tormento de amor/Todo el español”, “Não, eu não vou ter saudade/Non, je ne regrette rien”, “Balada do adeus/Ballata della trompa’) e Aline (“Nasci para ti/Nata per me”, “Apaixonada/Sciummo”). Completam este trabalho três músicas de autores nacionais: “De degrau em degrau” (Nóbrega e Souza e Jerônimo Bragança), “Agonia” (Paulo Aguiar e Carlos Belisário) e “Quero paz” (Ricardo Galeno e Cirene Mendonça). Gilda Lopes demonstrou soltura tanto na ópera quanto na música popular. Ainda assim, sua discografia foi escassa (quatro discos 78 rpm com 8 músicas e um compacto simples, além deste álbum), uma vez que ela viu-se obrigada a interromper sua gloriosa carreira artística em virtude de problemas de ordem familiar e pessoal, em 1964. Casada com Eliezer Schneider, foi residir nos Estados Unidos, e, segundo informações prestadas por seu único filho, Jean Bayard Elam Schneider, faleceu em julho de 2009, fato esse que grande parte da mídia omitiu e que só pude trazer a vocês graças ao YouTube, do qual Jean é meu colega e usuário. Mas restou sua voz, que o TM oferece a vocês nesta semana. Com vocês, a fabulosa (e eterna) Gilda Lopes!
a hora do amor
padre don josé
tormento de amor
ba ba la ô
não, eu não vou ter saudade
de degrau em degrau
o trovador de toledo
nasci para ti
balada do adeus
apaixonada
agonia
quero paz
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Documentário Sonoro Do Folclore Brasileiro – N. 25, 28 e 35 (1978/81)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Com o corpo e a alma lavada (afinal o Galo é se consagra Bicampeão Mineiro), aqui estou eu pronto para a nossa postagem de domingo.
Como estivemos nos últimos dias focados na música regional sulista, achei por bem postar hoje aqui e de uma só vez, três compactos da série “Documentário Sonoro do Folclore Brasileiro”. Este coleção, toda em formato 7 polegadas, foi lançada durante os anos 70 e 80. Um trabalho idealizado pelo professor, antropólogo e escritor Vicente Salles, junto à Funarte. Ao que consta, nesse meio tempo, a Campanha de Defesa do Foclore Brasileiro lançou muitos disquinhos, apresentando um registro fiel das mais diversas manifestações folcoloricas musicais no Brasil. Tenho aqui apenas estes três volumes e vou dizer, conheço poucos dando sopa por aí. Eu gostaria de ter essa coleção 🙂 Seguem então os “Congos de Saiote”, que vem lá do Rio Grande do Norte; “Dança do Lelê, do Maranão e por fim, o Fandango, dos paulistas.
Bom, não vou ficar aqui chovendo no molhado. Depois de um banho quente o que estava me faltando era uma cama. Vou nessa… e amanhã tem mais 😉

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O Serranos – Estampa (1991)

Barbaridade! Que baita sábado este! Só agora estou tendo tempo para fazer nossa postagem. Coincidencia ou não, o disco puxado aleatóriamente acabou sendo outro gaúcho. E gaúcho tradicional, como manda o figurino! Vamos assim fechar nosso dia com o grupo “Os Serranos”. Formado na cidade de Bom Jesus, na serra gaúcha, em 1968, era incialmente uma dupla, Edson Becker e Frutoso Luis. Foram ‘apadrinhados’ por Honeyde Bertussi, quem os ajudou, facilitando a gravação do primeiro disco, um compacto lançado em 1969. De lá prá cá Os Serranos cresceram em todos os sentidos, deixaram de ser uma dupla para se tornar um conjunto dos mais importantes, reconhecido internacionalmente. Gravaram muitos discos em lp e continuam super na ativa fazendo shows e bailes por muitos lugares, não apenas no sul do Brasil. Em 2009 foram indicados ao Grammy, na categoria de melhor álbum de folk latino!
“Estampa” é um álbum do início da década de 90, praticamente todo com músicas próprias e sempre pautadas nas raízes e tradições gaúchas. Para aqueles que não os conhecem, eis aqui uma boa oportunidade. Vão daí, porque daqui o meu domingo já está começando. Até amanhã!

bailanta da fronteira
tem dó
serra fita, serra vida
a vida de taura
estampa
cambichos
namoro de sítio
vaneirào lascado
amizade de gaiteiro
bugio do rio grande
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Irmãos Bertussi ( 1973)

Olá amigos cultos e ocultos! Diante a minha sempre falta de tempo, tenho feito algumas postagens com a ajuda, sempre bem vinda, do meu amigo Samuca, o Samuel Machado Filho. Ele, sem dúvida, enriquesse o nosso blog com suas resenhas, não é mesmo?
Aproveitando o gancho do Sul, depois de sermos apresentados ao Conjunto Farroupulha, vou tranzendo para vocês outro tradicionalíssimo grupo musical gaúcho, os Irmãos Bertussi. Formado nos anos 40, os Bertussi era um grupo musical constituido pelos irmãos Honeyde e Adelar Bertussi. Segundo as fontes, foi a primeira dupla de gaiteiros a animar os tradicionais bailes do Sul. Tiveram uma atuação profissional destacada durante toda a década 50, sendo um dos principais responsáveis pela difusão da música regional gaúcha. Gravaram mais de 40 discos, sempre com muito sucesso. O conjnto “Irmãos Bertussi” durou ate 1964, quando então se desfez. Mais voltariam a se encontrar alguns anos depois, desta vez com o nome de “Os Bertussi”, incluindo outros membros da família Bertussi.
A tradição dos Bertussi é mantida até hoje através do conjunto que continua sempre atuante apresentando um repertório rico de rancherias, valsas, toadas gaúchas, vanerões, xotes e até tangos.
Neste lp, lançado pela RCA Victor em 1963, vamos encontrar uma seleção musical muito boa, ao que me parece, trata-se de uma coletânea. Estão aqui reunidas algumas de suas melhores pérolas. Músicas que ultrapassaram os Pampas, sendo conhecidas em todo o Brasil. Vamos conferir?

la negrita candombé
corridinho 1951
na sombra do destino
quejasa de bandoneon
passeando na neve
refasi
amor del alma
suave ilusão
poema de natal
cabana do paraná
brincar de viver
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Conjunto Farroupilha – Temas Gaúchos (1973)

O Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados, uma preciosa parcela do rico acervo da canção regional gaúcha. E na interpretação de um quinteto que tem em seu currículo uma vastíssima bagagem musical. Estamos falando do Conjunto Farroupilha.
O grupo era formado por quatro gaúchos, sendo dois deles de Porto Alegre (Danilo Vidal de Castro e Iná Bangel), um de Taquara (Tasso José Bangel, irmão de Iná) e outra de Santana do Livramento (Estrela Dalva Lopes de Castro). Completando o quinteto, o paulistano Sidney do Espírito Santo de Morais, que mais tarde ingressaria nos Três Morais e posteriormente gravaria uma série de álbuns de canções latinas, predominantemente boleros, com o pseudônimo de Santo Morales.
Inicialmente denominado Conjunto Vocal Farroupilha, o grupo formou-se em 1948 em uma emissora de rádio da capital gaúcha, Porto Alegre, também chamado Farroupilha. Inicialmente dedicaram-se exclusivamente às canções típicas do Rio Grande. Em 1953, estrearam em disco no selo Rádio, com o LP de 10 polegadas “Gaúcho”. Três anos mais tarde, os Farroupilhas transferiram-se para São Paulo, e logo em seguida iniciaram uma série de excursões pelo Brasil e pelo exterior. Por vários anos mantiveram contrato com a Varig (Viação Aérea Rio Grandense) e com o Ministério das Relações Exteriores, sendo o primeiro grupo vocal a projetar a música gaúcha tanto no Brasil como no exterior. Entre os inúmeros países visitados pelo conjunto estão a China, a Alemanha, a Venezuela e a antiga União Soviética. Em cada país visitado, eles integravam uma canção típica para homenagear as plateias locais, e assim foi crescendo seu repertório internacional, com músicas que depois eram lançadas em seus discos brasileiros, tais como “Noites de Moscou” e Liechtenstein polka” (no exterior, os Farroupilhas gravaram álbuns que nem foram lançados entre nós). Entre os nomes da música gaúcha lançados pelo conjunto estão os de Luiz Carlos Barbosa Lessa e Paixão Cortes. Enveredaram também pela bossa nova e, nos anos 1960, criaram, em sociedade com a Editora Fermata, a gravadora Farroupilha, passando então a dedicarem-se à mesma. Por essa época também foram contratados da antiga TV Record de São Paulo, onde tiveram programa exclusivo. Entre os maiores sucessos do Conjunto Farroupilha destacam-se “Gauchinha bem-querer”, “A chimarrita”, “A mesma rosa amarela”, “Chimarrita balão”, “Negrinho do Pastoreio”, “Piazito carreteiro”, “Prenda minha”, “Rancheira da carreirinha” e o clássico infantil “Papai Walt Disney”, este ainda hoje na memória de muita gente que foi criança nesse tempo, inclusive eu próprio.
O Conjunto Farroupilha desfez-se em 1971, em virtude dos compromissos pessoais de seus componentes. Mas, em 1983, o grupo voltaria à ativa, apresentando-se no programa “Som Brasil”, da TV Globo, com três integrantes originais – Tasso, Danilo e Estrela Dalva – e acrescentando Norma Nagib e Sabiá, retorno esse acontecido após oito meses de preparação e ensaios, a fim de que a qualidade do trabalho do grupo fosse mantida. No mesmo ano, gravaram um LP pela RGE.
A discografia dos Farroupilhas inclui 16 discos de 78 rpm com 31 músicas, onze LPS e três compactos, nos selos Rádio, Odeon, Columbia, Farroupilha, Continental e RGE. Também lançaram pela Rádio um LP que dividiram com o Trio Nagô, “Canções populares do Norte e do Sul”, e tiveram uma coletânea de seus hits lançada em 1979 pela CBS, selo Uirapuru.
Agora, o TM oferece a vocês o único álbum gravado pelo Conjunto Farroupilha na Continental. Trata-se de ‘Temas gaúchos”, editado originalmente em 1968 (SLP-10018) e depois relançado em 1973 com o selo Musicolor (números LPK-20301 e 1-04-405-066). Com excelentes orquestrações do maestro Cyro Pereira e arranjos para conjunto do próprio Tasso Bangel, o grupo apresenta um repertório primoroso, absolutamente fiel às tradições do Rio Grande, no qual desfilam autênticas joias do cancioneiro gaúcho. “Gauchinha bem querer” foi lançada pelo próprio autor, o paulista (de Pirajuí) Tito Madi, em 1957, e foi composta quando ele participou de festejos promovidos em Porto Alegre pela Rádio Farroupilha, sendo incluída no repertório do grupo logo em seguida e ganhando uma coloração mais autêntica. “Piazito carreteiro”(Luiz Menezes), “A chimarrita” (Dilú Mello), “Os homens de preto” (Paulo Ruschell) e o tema folclórico ‘Meu boi barroso”, entre outras, abrilhantam este trabalho do Conjunto Farroupilha, digno de ser ouvido e guardado por todos aqueles que, sejam ou não do Sul, apreciam a música regional no que ela tem de mais puro, belo e expressivo. Bom divertimento!
*TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO
meu boi barroso
seu calça larga
os homens de preto
cana verde – a chula
é sul, é sul, é sul
milonga do bem querer
gauchinha bem querer
aroeira
a chimarrita
chotes carreirinho – chotes laranjeira
paizito carreteiro
jacaré
 .

Ovelha Negra – Trilha Original Da Novela (1975)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui estamos, sempre atrasados, mas nunca a ponto de perder o trem. Mineiro é assim, perde a hora, mas não perde o trem. Ô trem bão!
Escolhido no escuro, eis aqui o disco do dia (ou da noite, se preferirem). Um álbum que eu mesmo pouco sei, além das informações nele contidas. Trata-se, obviamente, de um trilha sonora de novela, a qual eu nem sabia da existência. Novela de Walter Negrão e Chico de Assis,  realizada pela extinta TV Tupi em 1975. Na contracapa podemos ver um grandioso elenco, com muitos artistas famosos. Mas confesso, não me lembro dessa novela. E olha que nessa época, lá em casa não se perdia uma novela. O certo é que além de um grande elenco, temos também uma boa e variada trilha, com músicas, algumas, até bem conhecidas. Dois bons instrumentais, “Trenzinho do caipira”, de Villa Lobos, com a Orquestra de Renato de Oliveira e “Abismo de rosas”, de Americo Jacomino, na brilhante interpretação de Radamés Gnattali já valem o disco. Mas temos outros bons destaques como Paulinho Nogueira, Fagner e Rolando Boldrin. Trilhazinha maneira, vale a pena ouvir esse toque 🙂
trenzinho do caipira – orquestra renato de oliveira
palavrão – rolando boldrin
amo-te muito – daisy de souza
casinha – silvio brito
beco dos baleiros (papéis de chocolate) – fagner
mourão da porteira – angelo antonio
dez bilhões de neuronios – paulinho nogueira
abismo de rosas – radamés gnattali
atitude – rolando boldrin
menestrel – angelo antonio
vida mansa – marcelo costa
 .

Luiz Gonzaga Jr. (1973)

Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Eu ainda continuo no atraso com vocês. Infelizmente, sozinho e dentro das minhas limitações, não tenho como repor de imediato, no GTM, todos discos solicitados. Portanto, tenham paciência e divirtam-se com as posatgens do dia.
Hoje, por exemplo. eu seperarei aqui um Gonzaguinha. Aliás, o primeiro lp de Luiz Gonzaga Junior, lançado  no final de 1972. Um belíssimo álbum de estréia, totalmente autoral.

sempre em seu coração
minha amada doidivana
página
romantico do caribe
sim quero ver
a felicidade bate a sua porta
palavras
moleque
comportamento geral
insonia

Onéssimo Gomes – Serestas Vol. 1 (1973)

Olá, amigos cultos e ocultos! Mais uma vez terei que atrasar a postagem do volume 57 do nosso ‘webselo’ Grand Record Brazil. Hoje o dia foi corrido e nem ao resenhista oficial, nosso amigo Samuca, eu tive tempo de informar. O problema está nos meus programas de tratamento de imagem, os quais ainda não chegaram. As vezes, comprar pela internet é mais demorado do que se imagina. Nesse meio tempo, vamos ‘tocando’ os providenciais ‘discos de gaveta’.
Começamos a semana com uma seleção de serestas, interpretada pelo cantor Onéssimo Gomes, um dos grandes nomes do gênero. Gravou diversos discos  de serestas ao longo de sua carreira. Neste trabalho, produzido pela Hara Internacional para a RCA, iremos encontrar um repertório de primeiríssima, super selecionado, trazendo músicas de Silvio Caldas e Orestes Barbosa; Benedito Lacerda; Leonel Azevedo; Vinícius de Moraes; Pixinguinha e outros mais. Escolhi este disco muito movido pela presença de uma das mais belas músicas de Vinícius de Moraes, a emocionante “Serenata do adeus”. Adoro essa música 🙂

chão de estrelas
número um
mágoas de cabloco
rosa
suburbana
canção do amor que lhe dou
meu erro
cigana
serenata do adeus
sinhá maria
 .

Cast Continental – O Amor Mais Puro (1963)

Olá amigos cultos e ocultos! Acabo de voltar da Feira de Vinil, onde (pra não variar), comprei mais discos do que vendi. Estou empenhado em refazer minha discoteca básica de rock”n’roll, preferencialmente só com discos importados e originais. Hoje, numa baita sorte comprei quatro pérolas da minha adolescência: Nektar, Can, Hard Stuff e Atomic Rooster, tudo importado e praticamente novos. Que beleza! É disco que eu gosto!
E amanhã é o Dias das Mães, não é mesmo? Pensando nisso eu resolvi me antecipar, trazendo um dia antes um disco de celebração, aquele que vai ser a minha homenagem a todos os `filhos da mãe` e a ela própria, sempre viva em nossos corações. Feliz seja esse dia para todos, com ou sem a presença Dela. Deixo aqui para vocês essa coletânea especial, lançada em 1963 pela Continental, com o propósito de homenagear a mamãe. Um disco muito interessante e original, reunindo vários artistas da gravadora e músicas que com certeza marcaram momentos como esse. Salve a mãe! O amor mais puro!

o amor mais puro – francisco petronio
minha mãe é mais bonita – angela maria
ser mãe – josé leão
madre – albertinho fortuna
doce maezinha – nora ney
amor de mãe – jamelão
flor mamãe – josé leão
dorme mamãe – carlos josé
cantiga para ninar mamãe – zezé gonzaga
retrato de amor – orlando correa
a você mamaezinha – francisco petronio
coração de mãe – jorge goulart
.

Zé Maria, Seu Orgão E Seu Conjunto – Tudo Azul (1963)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Finalmente chegamos a mais uma sexta feira. Não tivesse eu compromisso amanhã logo cedo, estaria agora tomando uma boa cerveja. Amanhã tem Feira do Vinil, lá na Savassi (Rua Pernambuco com Inconfidentes) e eu vou prá lá fazer uns negocinhos 😉 Hoje eu estou postando um disco que certamente vocês poderão encontrar lá na Feira. Eis aqui um disco histórico, de altíssima qualidade e evidentemente raro. Temos aqui o pianista e tecladista Zé Maria e seu conjunto num repertório de primeira, cheio de bossa e muito balanço. Mas o grande destaque aqui é a presença do grande  Jorge Ben (ou Benjor se preferirem). Foi neste disco que o ‘Babulina’ fez a sua estréia, como cantor no conjunto do Zé Maria e emplacando aqui duas de suas mais famosas composições, “Por causa de você menina” e “Mais que nada”. Daí nascia um artista muito original. Mas o disco tem mais… tem Orlann Divo, Tom & Vinícius, Carlos Lyra e outros mais… Um ótimo disco para fechar a sexta feira. Manda vê…

tudo azul
por causa de você menina
samba do avião
japoninho
só danço samba
joão sem vintém
mas que nada
influencia do jazz
a vida do negro
garota de ipanema
deixa eu ficar
gostoso é sambar

Marília Pera E Grande Otelo – A Noiva Do Condutor – Opereta Inédita De Noel Rosa (1985)

A Eldorado, gravadora pertencente ao jornal “O Estado de S. Paulo”, deixou um acervo importantíssimo para quem estuda, pesquisa e aprecia a música popular brasileira. Foi fundada em janeiro de 1972, sendo a pioneira na utilização de equipamentos de gravação em 16 canais (até então apenas dois estúdios no Brasil tinham equipamentos para 8 canais), causando uma autêntica revolução em nosso mercado fonográfico. De início, era apenas estúdio de gravação, alugado por gravadoras para produção de discos de artistas do porte de Roberto Carlos, Rita Lee, Tim Maia e Hermeto Paschoal, só para citar alguns.
Em 1977, a Eldorado passa a lançar seus próprios trabalhos em disco, sendo o primeiro deles o álbum “Revendo com a flauta os bons tempos do chorinho”, do flautista Carlos Poyares. A partir daí, muitos artistas, das mais variadas tendências musicais, passariam pela gravadora, entre eles Daniela Mercury (que lançou seu primeiro álbum por esse selo), Nélson Sargento, Mônica Salmaso, Banda Mantiqueira, Raul Seixas, Zimbo Trio, o violonista Yamandú Costa, e até bandas de rock pesado, como Angra e Viper. Duramente atingida pela crise no mercado fonográfico, tanto no Brasil como no mundo, a Eldorado deixou de operar em fevereiro de 2004, voltando a funcionar em agosto do ano seguinte e encerrando definitivamente suas atividades em 2008.
Agora, o Toque Musical oferece a seus amigos, cultos e associados, um dos mais expressivos trabalhos da Eldorado: a gravação, na íntegra, de uma opereta inédita de Noel Rosa (1910-1937), “A noiva do condutor”. Foi composta em 1935, época em que a Rádio Clube do Brasil, onde Noel trabalhava, apresentava o programa “Como se as óperas célebres do mundo houvessem nascido aqui no Rio”. Noel fez três: “O barbeiro de Niterói” (paródia ao “Barbeiro de Sevilha”, de Rossini), “Ladrão de galinha”, apresentando paródias de músicas de sucesso na época, e finalmente esta “Noiva do condutor”, em parceria com o maestro Arnold Gluckmann, alemão radicado no Brasil.
 Este trabalho, gravado em novembro de 1985 e lançado em abril de 86, é fruto de um esforço arqueológico dos pesquisadores João Máximo e Carlos Didier, iniciado em 1983 com outro álbum da mesma Eldorado, “Noel Rosa inédito e desconhecido”, com o Conjunto Coisas Nossas. Foram escalados para a gravação desta opereta inédita do Poeta da Vila dois artistas versáteis: Marília Pêra, carioca da gema (n.1943), ainda hoje em franca atividade, e Grande Otelo (Sebastião Bernardes de Souza Prata, Uberlândia, MG, 1915-Paris, França, 1993). O bonde é a peça-chave do enredo, que começa no bairro carioca de Cascadura. Helena (Marília Pêra) ama Joaquim (interpretado por Carlos Didier), que se declara reservista, vacinado e advogado. Como de praxe nos anos 1930, o dr. Henrique (Grande Otelo), a princípio estrila, mas depois consente no namoro, assim encerrando o primeiro ato. Mas, no segundo ato, Helena descobre, horrorizada, que Joaquim é condutor de bonde, e rompe com o cara, não quer saber mais dele, que implora pelo reatamento, mas o dr. Henrique também se desentende com ele. Quem irá salvar o romance é o pai de Joaquim, um rico banqueiro chamado Jota Barbosa, aqui interpretado por Oscar Bolão, que também atua como baterista e pandeirista neste disco (como vocês veem, nessa época já havia conflito de gerações, e Joaquim tinha virado condutor de bonde para contrariá-lo).
É toda essa história que se desenrola neste trabalho, de inegável valor histórico, com arranjos a cargo do cavaquinista Henrique Cazes e do tecladista Aloísio Didier, que, claro, também participam como músicos. “Cansei de implorar” é uma paródia de ‘Cansei de pedir”, samba do próprio Noel lançado por Aracy de Almeida em 1935.  “Tipo zero”, samba de 1934, foi gravado vinte anos depois por Marília Batista e, para esta opereta, Noel retocou a segunda parte e lhe acrescentou uma nova estrofe. E tudo, claro, acaba num “Finaleto” em que os quatro personagens cantam: “Viva Deus e chova arroz!”, alusão ao costume de se jogar arroz nos noivos recém-casados à saída da igreja, após a cerimônia matrimonial, tradição esta originária da China, há mais de dois mil anos (o arroz é simbolo de fartura).
Choque de gerações, oposição rico-pobre, preconceito contra uma profissão sem status social, hipocrisia em suas manifestações menos dignas (note-se o rebuscamento poético da primeira faixa, “Tudo pelo teu amor”), tudo isso, enfim, está representado neste histórico trabalho que o Toque Musical tem a honra e o prazer de oferecer a vocês, com a chancela do inegável talento deste eterno mestre chamado Noel de Medeiros Rosa!
*Texto de Samuel Machado Filho
prelúdio
tudo pelo teu amor
cansei de implorar
boas tensães
para o bem de todos nós
joaquim condutor
perdoa esse pecador
tipo zero
tudo nos une
finaleto
.

Chuy Reys And The Brazilians – Samba (1950)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Enquanto estamos no intervalo do jogo (Galo Doido X São Paulo) vou logo fazendo a postagem de hoje. Estou trazendo  para vocês um artista internacional, aliás, um disco internacional, lançado pela Capitol Records em 1950. Um álbum de 10 polegadas importado. Trata-se do `bandleader` americano, provavelmente de decendência mexicana, Chuy Reys. Era um pianista que tocava principalmente em Hollywood e Los Angeles, no lendário Club Mocambo. Neste álbum chamado “Samba”, vamos encontrar uma seleção curiosa, pautada no ritmo brasileiro, sendo algumas dessas não exatamente sambas, mas sim choros, como é o caso de “Apanhei-te cavaquinho”, de Ernesto Nazareth, que aqui aparece apenas como “Cavaquinho” e “Bem-te-vi atrevido”, de Lina Pesce. De samba mesmo só tem a famosa “Bambu bambu”, de Almirante e Valdo de Abreu. Outras faixas são composições estrangeiras, `samba de gringo`. Músicas composta por Chuy Reys e outros autores estrangeiros. Há também músicas do violonista Laurindo de Almeida, “O macaco sonhador” e “Maracatu”. Infelizmente não tive tempo para pesquisar e descobrir quem eram “The Brazilians”, mas pelo menos um é certo, o cantor, compositor e ator Nilton Paz, responsável pelos vocais. Embora sem ter certeza, suponho que Laurindo de Almeida também esteja envolvido diretamente nessas gravações.
Este disco (o arquivo digital) me foi enviado, entre muitos outros, como uma colaboração, pelo amigo culto Mauro. Valeu demais! Aqui, com certeza, nosso público vai gostar!

o macaco sonhador
samba sonata
mara-catu
cavaquinho
reco-reco
maria from bahia
bem te vi atrevido
bambo du bambu

Ivon Curi – O Talento (1973)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Enquanto não chega os meus Photoshop e Corel originais, vou sendo obrigado a postar os arquivos prontos (discos de gaveta), ou ainda aqueles cujas capas não necessitam de reparos. Entre tantos, eu hoje escolhi este disco do Ivon Curi. Penso que os discos gravados por ele nos anos 70 e 80 são ainda mais raros que os anteriores. É mais fácil achar discos das décadas de 60, 50 e até 40. Um bom exemplo é este álbum dele, lançado pela Odeon em 1973. Taí um disco que certamente nunca teve seu relançamento ou versão em cd. E bem que merecia, afinal é um trabalho da melhor qualidade. Temos aqui um repertório variado e bem temperado, com uma boa dose de humor. Músicas de autores diversos, entre esses Monsueto, Lúcio Alves… Versões de sucesso e composições próprias. A produção é de Milton Miranda e direção musical, orquestração e regência do maestro Gaya.
.
dia da caça
tudo (é a vida)
busca
tudo que é bom engorda
a procurada
desquite (with pen in hand)
baile da coceira
os bombons
midubin
o avião
retrato de maria

Carlos Augusto – Falando Ao Coração (1959)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Acredito que hoje todos estavam esperando por mais uma volume do nosso selo virtual Grand Record Brazil, mais uma postagem com texto do nosso pesquisador Samuel Machado Filho. Infelizmente o GRB ficará para a próxima semana, devido a problemas técnicos. Eu ainda não acabei de instalar todos os programas no meu novo computador. Não tive como produzir a capinha. Mesmo assim, já vou adiantando o que vem por aí. teremos três volumes dedicados à cantora Linda Rodrigues. Querem saber mais? Aguardem! Na próxima segunda, eu prometo 😉
Para compensar a falta, aqui vai um disco para dar ‘ìbope’. Pescado na sorte, temos hoje e mais uma vez o cantor Carlos Augusto, um nome já bem divulgado no Toque Musical. Desta vez, apresento um de seus melhores momentos, “Falando ao coração”, um lp lançado pela Polydor em 1959, com um repertório dos mais interessantes. Os destaques são, sem dúvida, três canções da dupla Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim. Carlos Augusto interpreta neste disco “Canção da eterna despedida”, música também gravada por Orlando Silva; “Sem você”, outra belíssima canção gravada também por Chico Buarque e o clássico samba “A felicidade”, música essa gravada por milhares… Vamos conferir?

súplica
vagabundo
tantas vezes
deus me perdoe
canção da eterna despedida
espelho
icaraí
a noite e a prece
ciúmes
sem você
a felicidade
pecado ambulante

Paurillo Barroso – Acalantos E Canções (1966)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Finalmente chegou o meu computador. E para a minha felicidade acabei adquirindo um Dell ‘made in USA’, coisa fina! Agora estou na fase de instalar os antigos programas, que numa nova máquina pede novos programas. Ainda me faltam alguns, inclusive um editor de imagens, um Photoshop e coisas assim… Vou instalando sem pressa, mas para não deixar os amigos na mão, irei postando aquilo que já tenho pronto, inclusive os ‘discos de gaveta’.
Aproveitando também que já estamos no fim do dia, próximos da hora de dormir, vou deixando aqui para vocês alguns acalantos. Vamos hoje trazendo o compositor Francisco Paurillo Barroso, um dos mais importantes compositores, porém mais conhecido entre os ‘entendidos’, músicos e pesquisadores. Paurillo Barroso foi autor de músicas famosas como “Flor de lïz”, Flor do desejo”. “Dorme filhinho”, “Mãe preta”, “Para ninar” e muitas outras. Além de compositor foi também diretor da Sociedade de Cultura Artísitca, , diretor do Teatro José de Alencar e também do cassino Atlântico. Neste lp, lançado em 1966 de maneira independente, sob coordenação do próprio compositor, iremos encontrar doze canções e acalantos na interpretação de duas outra grandes artistas, a soprano Rita Paixão, acompanhada da pianista Irany Leme. Um belíssimo e emocionante conjunto musical, muito apropriado para um fim de noite como este. Corre para o GTM, o disco já está lá 😉
para ninar
dorme filhinho
mãe preta
ninando
chanson four ton someil
tu
historeta
três hai kais
meprise
lembras- te
sonho atrevido

Silvio Caldas – O Seresteiro (1969)

Olá, amigos cultos e ocultos! Definitivamente, meu super computador acaba de falecer. Desta vez não há quem possa ressucitá-lo. E quer saber,  já foi tarde! Eu já estava mesmo de saco cheio de ficar só no remendo. Agora é hora de renovar. Vou ver se compro um novo no mais tardar até o fim da próxima semana. Nesse meio tempo vou postando o que tenho na gaveta, o que ficou esperando uma melhor hora. A hora é agora e vamos a eles…
Segue aqui um Silvio Caldas de 1969, relançando novamente em 1977. Creio eu que originalmente este lp é ainda mais antigo, talvez do início dos anos 60. Como não tenho tempo para ficar pequisando, fica assim mesmo. O importante é que se trata de um excelente momento do cantor, trazendo um repertório que, ao contrário do que sugere o título, não é exatamente um disco de serestas. Aqui iremos encontrar uma seleção variada e bem incomum frente a outros discos do artista. Ouviremos aqui Custódio Mesquita, Braguinha, Orestes Barbosa, Pixinguinha, Francisco Alves, Luiz Bonfá e outros. Silvio vem acompanhado pela orquestra regida pelo maestro Renato de Oliveira, que também assina uma da faixas e fez os arranjos. Um álbum , sem dúvida, de primeira que vale uma conferida.

rosa de maio
carinhoso
seresta nº 5
manhã de carnaval
canção do eterno adeus
azulão
eterna canção
um cantinho e você
o amor é assim
na casa branca da serra
coração
o balão do amor

Rosaly – Cláudia Savaget E Grande Otelo – Projeto Vitrine (1978)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aproveitando a brecha, já que ainda fico na labuta até as 23, vou logo fazendo a postagem de hoje trazendo para vocês dois compactos de uma série lançada pela Funarte em 1978. Trata-se do Projeto Vitrine, que reuniu alguns dos então “novos talentos da mpb”, sendo apresentados em disco no formato 7 polegadas, os charmosos compactos. Artistas como Oswaldo Montenegro, Mongol, conjunto Cantares, entre outros… tiveram suas oportunidades nesses que são hoje objetos raros e caros, os compactos do Projeto Vitrine. Como só tenho esses dois compactos, achei melhor postá-los juntos para não sugerir que haveria uma continuação. Se acaso alguém tiver outros compactos da série, manda pra cá, postarei com prazer 🙂 Seguem aqui a cantora Rosaly, que embora tenha uma ótima voz, parece não ter vingado. Não sei e nem achei nada sobre ela. Mas no que diz respeito ao disquinho, este é da melhor qualidade. Não bastasse a bela voz, ainda vem acompanhada por músicos de primeira e um repertório na mesma altura. Rosaly canta músicas de Ivan Lins e Victor Martins, Tom e Vinícius, Milton Nascimento e Fernando Brant e também da “O canto da ema”, de João do Vale, Alventino Cavalcante e Ayres Vianna. Da mesma forma vale a apresentação para o outro disco, Claudia Savaget e Grande Otelo, simplismente ótimo! Um raro momento do pequeno grande artista, Grande Otelo e também de uma das melhores cantoras brasileiras, Claudia Savaget. Neste compacto temos de um lado a cantora interpretando “Peito vazio”, de Cartola e Elton Medeiros e “Lamentação”, de Mauro Duarte. Do outro lado Grande Otelo nos mostra também seu lado cantor e compositor, com “Por mim,Rosa”, parceria com Herivelto Martins e “Chora trombone”, parceria com Ary Cordovil. Excelentes disquinhos, não deixem de conferir.

por mim, rosa – grande otelo
chora trombone – grande otelo
peito vazio – claudia savaget
lamentação – claudia savaget
dona palmeira – rosaly
chega de saudade – rosaly
o canto da ema – rosaly
outubro – rosaly

Martinha (1968)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Meu computador ainda se encontra no ‘CTI’, respira com dificuldade, mas permanesse vivo, pelo menos enquanto estiver ligado ou não surgir aquela temida tela azul novamente. Enquanto estiver assim, vamos levando… Mas já percebi que o áudio foi afetado. Ao digitalizar qualquer disco, percebe-se logo que a transposição de dados do arquivo vem com picos e falhas, fazendo parecer que o som está com mal contato, ou algo assim… Em resumo, o jeito é apelar para os ‘discos de gaveta’. Ainda bem que tenho em estoque material para algumas semanas, dessa forma, se tudo correr dentro da normalidade, não teremos pausa nas postagens diárias. Sejamos positivos! 🙂
Tenho hoje para vocês mais um pedaço do “queijinho de Minas”, a cantora e compositora Martinha, figura que há muito não vejo na mídia musical. Há tempos atrás eu postei aqui um outro disco dela. Estou, inclusive, aproveitando o ensejo para renovar o seu link que pode ser encontrado ainda hoje no GTM.
No presente álbum, lançado pela fábrica Rozenblit em 1968, iremos encontrar seu maior sucesso, “Eu daria minha vida”, música essa gravada por Roberto Carlos. Das doze faixas do lp, praticamente quase todas são de sua autoria. Pessoalmente, nunca vi muita graça na Martinha. Acho a sua música um tanto melosa e triste, mas contudo não posso negar sua originalidade e também sua popularidade. Sua música tem aquele ‘quê’ de ingenuidade, mas penso que isso também tem a ver com a própria época e o contexto onde ela estava inserida. Não acompanhei sua trajetória artística, mas sei que depois da Jovem Guarda, ela, como a maioria desses artistas, se enveredou para o romântico popular, compondo e gravando.vários outros discos. Este foi o seu segundo lp.

por quem estou apaixonada
se você não explicar
choro só por chorar
eu daria minha vida
eu queria
pior pra você, bem pior pra mim
você não voltou
a minha melhor amiga
a tão sonhada paz
não sei se você sabe
eu só queira namorar você
nem mesmo em sonho

No Mundo Do Samba Vol. 2 (1956)

Olá amigos cultos e ocultos! Este ano está realmente complicado para mim. Além do tempo sempre curto, me surgem também outros problemas como o meu computador central, que de uns tempos para cá resolveu apresentar defeitos. Depois de uma semana, consegui fazê-lo funcionar, mas a ‘inhaca’ continua. Se eu o desligar, dificilmente voltará a ativa. Assim, vou mantendo o bicho ligado até onde for possível ou enquanto não providencio outro computador. O chato disso tudo é ter que reinstalar os meus programas, alguns inclusive, nem rodarão numa versão mais nova do Windows. É quase como começar tudo de novo, saco…
Mas enquanto temos fôlego, vamos ao mergulho musical, de volta ao passado. Trago nesse início de madrugada mais um dos muitos lps de 10 polegadas lançado pela Musidisc, de Nilo Sérgio, Temos aqui o volume 2 da coletânea “No mundo do samba”, lançado em 1956. Entre os anos de 55 e 56 a gravadora publicou diversos títulos, inclusive a série “No mundo…” apresentando não apenas o samba, mas também o baião, o tango, a valsa e o bolero, como podemos ver na contracapa deste lp. Estão reunidos alguns artistas como o Leal Brito, Renata Fronzi, Trio Surdina e também Djalma Ferreira que aqui comparece em três faixas. Há também uma faixa com a gaúcha Horacina Corrêa, cantora que ficou famosa seguindo a linha e estilo de Carmem Miranda. Segundo informações, ela fazia na Argentina o mesmo sucesso que fez a Carmem nos ‘States’.
samba no perroquet – djalma ferreira
cabelos brancos / tu / feitiço da vila – leal brito
na madrugada – trio surdina
prometi – renata fronzi
corcovado – leal brito
quero ver você chorar – horacina correa
samba para americano – djalma correa
eu já não sei – djalma ferreira