Bezerra Da Silva e Os Partideiros Nota 10 – O Melhor Do Partido Alto Vol. 2 (1983)

Bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Ainda continuo devendo a reposição de alguns links solicitados. Peço a todos que tenha paciência e aguardem. Aos poucos eu vou atendendo os pedidos, ok? Enquanto isso, vão curtindo o meu pagode 🙂 Hoje, sexta feira, na malandragem, tô passando o rôdo nos independentes. Como não tive tempo de procurar e nenhum novo artista veio trazer seu disco para a nossa divulgação, vamos com meus velhos álbuns de gaveta.

Tenho aqui um disquinho de samba bem apropriado para uma sexta feira. Embora já bem divulgado na rede, percebi que no momento, em outros blogs que eu conheço, ele não está assim tão acessível. Temos aqui o sambista Bezerra da Silva e o conjunto Os Partideiros Nota 10 em um álbum lançado pelo selo CID. Este lp, segundo consta, foi lançado originalmente em 1979. Nos anos 80, com a popularidade das músicas do Bezerra, os discos da trilogia ‘Partido Alto’, voltaram à tona. É bom lembrar que esses discos são na verdade uma espécie de ‘meio a meio’, ou seja, cada qual em seu quadrado, ou melhor, em sua faixa. Quem vê pelo título há de pensar que o Bezerra da Silva e Os Partideiros Nota 10 estão tocando juntos, mas não é nada disso. O que há neles em comum é o fato de cantarem samba de Partido Alto e também a boa dose de malandragem. A temática é quase a mesma, a vida na favela, os problemas sociais, malandragem e um pouco de fumaça, que ninguém é de ferro. Taí, um disquinho bacana para fazer a cabeça hoje. Vão daí, que eu de cá, vou apertar… mas não vou acender agora 😉

malandro demais vira bicho – bezerra da silva

samba do trabalhador – darcy da mangueira

malandro não vacila – bezerra da silva

ladrão que entra na casa de pobre só leva susto – zé ventura

o bom sofredor – bezerra da silva

lei da madeira – rey Jordão

acordo de malandro – bezerra da silva

retrato do morro – zé ventura

dedo duro – bezerra da silva

já falei com você – bezerra da silva

são quatro coisas da vida – zé ventura

lugar macabro – bezerra da silva

Vamos Dançar? – Vol. 1 (1957)

Olá a todos! Hoje eu estou trazendo um disco bem interessante, um lp dos mais raros entre os raros postados aqui. Trata-se de uma coletânea da Sinter reunindo oito de seus artistas em gravações originalmente lançadas em 78 rpm. O lp do qual eu extraí as gemas, infelizmente não estava lá grandes coisas, precisei de paciência para limpa-lo, ‘na unha’. Acho que agora está um pouco mais aceitável. Por outra, a qualidade desse microssulco é também questionável. Este é um raro exemplo entre os primeiros lp de 12 polegadas onde podemos encontrar mais do que 12 faixas. Eles aqui aproveitaram ao máximo o espaço do vinil para colocarem 16 músicas, ou seja, 8 bolachas num só lp. Ficou tão apertadinho que mal se percebe a pausa entre uma faixa e outra.. Suponho que entre os sulcos também, o que, no meu entendimento, prejudicou uma melhor captação do som pela agulha. Mesmo apesar disso, achei de posta-lo para que os amigos possam conhecer, ou reconhecer. Há aqui alguns fonogramas raros, como é o caso do primeiro disco gravado por Johnny Alf, trazendo as duas faixas: “De cigarro em cigarro”, de Luiz Bonfá e “Falseta”, de sua própria autoria. No álbum não há muitas informações, inclusive a data de lançamento, que eu acredito que seja de 1957 ou 58. Apenas no selo, de forma confusa, é que podemos identificar música e artista. Entre essas há uma que não consta o intérprete, o choro “Atraente”, de Chiquinha Gonzaga (faixa 7). Suponho que seja a música do outro lado do 78 onde tem a faixa “Zulu”, com Irany Pinto. Nesta, só quem pode nos ajudar é o nosso pesquisador Samuel Machado Filho. Aliás, dar um geral em todas, hehehe… Fala aí Samuca!

fuchico – os copacabana

tenderly – donato e seu conjunto

eu vou partir – jamelão

teus olhos entendem os meus – steve bernard

maria candela – carioca e sua orquestra

de cigarro em cigarro – johnny alf

atraente – os copacabana

eu quero um samba – os namorados

mambo do turfe – carioca e sua orquestra

falseta – johnny alf

zulú – irany pinto

mora no assunto – Jamelão

invitation – donato e seu conjunto

três ave maria – namorados

blue canary – steve bernardes

perereca – os copacabana

PS.: Através de nosso amigo Salvador identificamos o intérprete da 7ª faixa, “Atraente”. Trata-se do conjunto Os Copacabana. Esta gravação foi relançada no disco “Quincas E Os Copacabana”, em 1958, pelo selo Odeon (e pode ser encontrado no Vinyl Maniac).

Paulo Diniz – Estradas (1976)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Depois de mais um decepcionante empate do Galo, fiquei meio sem tesão para finalizar o dia. E ainda me faltava a postagem que eu descuidado deixei de fazer. Tem dias que eu realmente esqueço…

Felizmente, me lembrei que tinha uma boa carta na manga, um disco do Paulo Diniz. Taí um artista que merece ser lembrado, mais uma vez, aqui no Toque Musical. Temos então este álbum, lançado em 1976 pela EMI. Uma produção caprichada como convém aos discos da gravadora, porém com uma ficha técnica limitada e curiosa. Me chamou a atenção o fato de constar com responsável pela orquestração e regência o Maestro João Donato. Fiquei na dúvida, seria o João Donato? Uai… Procurei alguma informação na rede, mas até onde eu fui, não encontrei nada. Mas deve ser ele mesmo.

Quanto à “Estradas” este é mais um dos excelentes trabalhos de Paulo Diniz. Neste álbum ele nos traz um repertório de parcerias, principalmente com Juhareiz Correya, músicas de Waldir Neves, Paraibinha e Carlos Fernando. Destaque também para o poema de Manuel Bandeira, “Vou me embora pra Pasárgada”, musicado por Paulo. Ele, inclusive, recorreu com freqüência à essa prática de musicar poemas, fazendo outras coisas bem bacana como “E agora José”, de Drummod.

 

vou me embora pra pasárgada

capim da lagoa

a seca de 1932

desejo mudo

junco do serindó

poema pra lea

baião da alagoas

ciranda do mar

peixe vivo

cravo vermelho

ôco do mundo

guarânia morena

Grandes Instrumentistas Brasileiros (1978)

Boa noite amigos cultos, ocultos e associados! Enquanto eu espero o transito melhorar, vou de uma vez já mandando bronca na postagem do dia. Vou inclusive voltar para casa ouvindo (na boa) este discão, hehehe…

Discão mesmo. Este é um daqueles álbuns que merece a nossa atenção. Trata-se, sem dúvida, de uma coletânea, mas como poucas, muito bem produzida. Um trabalho do pesquisador J. L. Ferrete que juntamente com a Gravadora Continental nos proporciona uma deliciosa mostra de interpretação de alguns dos maiores músicos instrumentistas brasileiros. Nomes bastante conhecidos do público e também outros que merecem ser lembrados. Pena este disco ser apenas um álbum simples. Merecia um duplo, ou triplo, quem sabe. Artista para isso é o que não falta. Mas nessas treze faixas podemos bem saciar (ou despertar) a nossa sede musical. Muitas das faixas, inclusive, já foram apresentadas aqui, em outros discos. Por serem tão geniais, vale a pena ouvir de novo. Pouparei vocês de maiores apresentações, essas cabem melhor ao produtor, J. L. Ferrete em seu texto na contracapa. Gostaria apenas de chamar a atenção para dois artistas, Garoto na guitarra havaiana interpretando o chorinho “Dolente” e Pereira Filho e seu violão elétrico guitarrando e arrasando em outro chorinho, “Edinho no choro”. Quem se liga em guitarra e guitarristas não pode deixar de ouvir isso…

doutor sabe tudo – dilermando reis

capricho nortista – edu da gaita e orquestra de alexandre gnattali

gorgulho – benedito lacerda

camundongo – waldir azevedo

imperial – abel ferreira e seu conjunto

edinho no choro – pereira filho e conjunto

maluquinho – andré penazzi

salões imperiais – jacob do bandolim

sincopado – sivuca

dolente – garoto

sonho – luiz americano e pereira filho

bicharada – djalma ferreira

pé de moleque – radamés gnattali

Cristina Maristany – Aracy Côrtes – Olga Praguer Coelho – Laura Suarez – Elisinha Coelho – Elsie Houston – Neide Martins – Helena Pinto De Carvalho – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 32 (2012)

 

Estamos de volta com o meu, o seu, o nosso Grand Record Brazil, em sua edição de número 32, apresentando mais uma seleção interpretada exclusivamente por cantoras. Nunca esquecendo de mencionar as pessoas da radialista Biancamaria Binazzi e do jornalista Ronaldo Evangelista, idealizadores do blog Goma Laca (www.goma-laca.com), de onde foi extraída a seleção musical completa de nossa edição número 29, e a quem eu e o Augusto agradecemos o toque e a lembrança, inclusive aproveitando fonogramas raros desse mesmo blog sempre que possível, unidos que estamos por um só ideal, que é a preservação de nossa memória musical.

Esta semana, começamos nossa seleção musical com a soprano Cristina Maristany (Porto, Portugal, 1906-Rio Claro, SP, 1966), na pia batismal Cristina Navarro de Andrade Costa, que veio parta o Brasil com poucos meses de idade. Ela gravou seus primeiros discos com o nome de Cristina Costa, e mudou o sobrenome artístico quando casou-se com o jornalista Breno Maristany. Não tiveram filhos, e mesmo depois de se desquitar, Cristina conservou o sobrenome Maristany na vida artística. Cristina aqui comparece com o disco Odeon X-3273, da série azul internacional da “marca do templo”, gravado em outubro de 1941. No lado A, matriz 6824, a clássica modinha “Quem sabe?” (“Tão longe, de mim, distante”…), de autoria do paulista (de Campinas)Antônio Carlos Gomes (1836-1896), aquele mesmo do “Guarani”, com versos do sergipano Bittencourt Sampaio (1834-1895), poeta e futuro governador do Espírito Santo. Foi inspirada em Ambrosina, o primeiro amor de Carlos Gomes, que morava na sua Campinas natal, e composta em 1859, mesmo ano em que o parceiro Bittencourt Sampaio se formou em Direito. Muito gravada, até mesmo por Agnaldo Timóteo. No verso, matriz 6825, a toada “Quando uma flor desabrocha”, de autoria de Francisco Mignone, que por sinal acompanha Cristina com seu quarteto de cordas nesse disco, música também muito conhecida.

Em seguida, tiramos do esquecimento Olga Praguer Coelho (Manaus, AM, 1909-Rio de Janeiro, 2008), cantora e pesquisadora de música folclórica aplaudida no Brasil e no mundo, inclusive nos Estados Unidos, onde residiu por vários anos, e lá moram dois filhos seus atualmente. Olga comparece inicialmente com uma gravação feita em Nova York nos anos 1940: a canção “Azulão”, de Jayme Ovalle e Manuel Bandeira, cuja primeira gravação entre nós é de 1944, na voz de Alice Ribeiro. Depois, tem o ponto de macumba “Estrela do céu”, motivo popular por ela adaptado, em gravação Victor de 30 de julho de 1936, porém só lançada em junho de 1938, disco 34325-B, matriz 80182. No lado A desse disco, matriz 80137, gravação de 22 de abril de 1936, a conhecida modinha “Mulata”, também chamada de “Mucama” ou “Mestiça”, com versos de Gonçalves Crespo e melodia de autor até hoje ignorado, peça também merecedora de inúmeras gravações desde 1902. Olga encerra sua participação neste volume com “Róseas flores”, outro motivo popular por ela adaptado, em gravação Victor de 29 de novembro de 1935, só lançada em abril de 36, disco 34042-A, matriz 80024.

Gaúcha de Uruguaiana, Elisa de Carvalho Coelho(1909-2001)criou-se porém na capital catarinense, Florianópolis. Foi casada com o deputado Lopo Coelho e mãe do jornalista e apresentador de TV Goulart de Andrade, o do bordão “Vem comigo”. Sua discografia, nos selos Victor, Odeon e Parlophon, abrange 15 discos 78 com 30 músicas, entre 1930 e 1932, incluindo hits como “No rancho fundo” e “Caco velho”, ambas de Ary Barroso e a primeira com letra de Lamartine Babo. Dessa discografia, o GRB apresenta a toada “Ciúme de caboca” (assim mesmo, em caipirês), de Josué de Barros, descobridor de Cármen Miranda, e Domingos Magarinos, em registro Victor de 11 de junho de 1930, só lançado, porém mais de um ano depois, em agosto de 1931, com o número 33444-B, matriz 50308 (o lado A é “No rancho fundo”, que fica pra uma próxima).

A paulistana Helena Pinto de Carvalho (1909-1937) foi funcionária pública, trabalhando na Secretaria das Municipalidades de São Paulo. Iniciou sua carreira artística no rádio, em 1929, e dois anos mais tarde participou do primeiro filme sonoro produzido no Brasil, “Coisas nossas”. Helena faleceu prematuramente, com apenas 28 anos, de ataque cardíaco, em sua casa, deixando seis 78 com doze músicas. Ei-la aqui no Columbia 22021, de 1931, interpretando de um lado, matriz 380984, o samba “Já cansei de chorar por você”, e , de outro, matriz 380991, uma deliciosa marchinha de Jayme Redondo, “Chi! Iaiá tá brava”.

De longa carreira no teatro de revista, a carioca Aracy Cortes (Zilda de Carvalho Espíndola, 1904-1985) não gravou tanto quanto poderia, talvez porque a maior parte de seus rendimentos viesse mesmo dos palcos. Já veterana, em 1965, participou do show “Rosa de ouro”, ao lado de Clementina de Jesus, Paulinho da Viola e Elton Medeiros, entre outros. Aracy está presente nesta edição com dois sucessos inesquecíveis lançados em selo Parlophon: o primeiro, lançado em novembro de 1928 em disco 12868, é o samba “Jura”, de Sinhô, lançado por ela na revista musicada “Microlândia”. Ironicamente, porém, ela a foi a segunda a gravá-lo, pois “Jura” teve dois registros na mesma sessão, fato inusitado: o primeiro por Mário Reis (matriz 2070, lançado com o selo Odeon, da qual a Parlophon era subsidiária), e em seguida o de Aracy (matriz 2071), ambos de sucesso e com acompanhamento da Orquestra Pan American de Simon Bountman, aqui como Simão Nacional Orquestra. Em seguida outro clássico, extraído do disco 12926-A, matriz 2366, lançado em março de 1929: “Iaiá”, ou “Meiga flor”, de Henrique Vogeler, Luiz Peixoto e Marques Porto, que ficou mais conhecido como “Ai, Ioiô”, considerado o primeiro samba-canção brasileiro, também cantado por Aracy na revista “Miss Brasil”. Tinha recebido duas letras anteriormente: a primeira por Freire Júnior (“Meiga Flor”), gravada por Francisco Alves, e a segunda por Cândido Costa (“Linda flor”), na voz de Vicente Celestino, mas a que pegou foi mesmo este “Ai, Ioiô”, com Aracy Cortes.

Logo depois, trazemos de volta a cantora-folclorista Elsie Houston (Rio de Janeiro, 1902-Nova York, EUA, 1943), agora interpretando um  motivo popular adaptado por Ary Kerner (também autor de “Na Serra da Mantiqueira” e “Trepa no coqueiro”, entre outras), o samba “Morena cor de canela”, extraído do disco Columbia 5217-A, lançado em junho de 1930, matriz 380649.

Na faixa seguinte, temos a carioca Laura Suárez (1909-c.1990), a primeira “garota de Ipanema” de que se tem notícia, afinal foi Miss Ipanema em 1929. Atuou também em teatro (ao qual dedicou mais de 50 anos de carreira) e cinema, tendo participado de filmes como ‘Tudo azul” e ‘Mulheres cheguei”. Só gravou na Brunswick, marca americana de curta duração entre nós, em 1930/31: 13 discos com 26 músicas, e aqui se apresenta com um samba de sua autoria, “Você… você”, lançado em setembro de 1930 pela Brunswick com o número 10092-B, matriz 422.

Encerrando, trazemos Neide Martins, cantora cuja biografia é uma incógnita. Ela deixou uma discografia escassa, e dela aqui está sua gravação de estreia, o frevo-canção “Que fim você levou?”, de Nélson Ferreira, para o carnaval pernambucano de 1937,  lançado em janeiro daquele ano pela Victor e gravado ainda em 10 de dezembro de 36, disco 34142-A, matriz 80293. Enfim, mais uma edição do GRB com cantoras que deixaram sua marca na história da MPB, e que não podem nem devem ser esquecidas.

TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO

Armando’s Trio – Som De Boate Vol 1 (1969)

Boa noite a todos! Hoje eu vou postar aqui um disco prometido há tempos. Só não foi postado até então porque quem o solicitou, acabou não tocando mais no assunto e eu como sempre ando cheio de encomendas, acabei esquecendo. Segue então desta vez o que foi o primeiro volume de “Som de boite”, ou som de boate, com dizem alguns… Este álbum, se não estou enganado, foi uma reedição da Odeon. Primeiro, ele foi lançado através de seu selo Imperial (tanto o volume 1 como o 2). Depois saiu por outro selo da gravadora, o Fenix, na década de 70. Eu digitalizei os dois volumes, cujas capas são bem diferentes.

Temos então o trio do Armando de Souza Lima, mais conhecido como o ‘Armando do Solovox’. No Toque Musical podemos encontrar outros discos deste ‘bamba’ dos teclados.

Em “Som de Boite 1”, como podemos ver, há um repertório variado, entre temas de sucessos nacionais e internacionais. Música de fundo, música ambiente, música de boate dos anos 60. Instrumental legal 😉

sá marina

meia volta (ana cristina)

my way of life

the world we knew (over and over)

seul sur son etoile (it must be him)

the good the bad and the ugly

le bruit des vagues

the last waltz

samba da benção

zazueira

this guys in love with you

those were the days

moritat (mack the knife)

a quiet tear (lágrima quieta)

the shadow of your smile

zingara

 

 

Lafayette – Apresenta Os Sucessos Vol. 18 (1974)

Boa tarde amigos cultos, ocultos e associados! Tradicionalmente hoje seria um dia para coletâneas, assim como a sexta para independentes e segunda para GRB. Mas, por enquanto vou fugir à regra e postar o que melhor me parecer.

Hoje o nosso encontro é como o organista Lafayette, figura que foi muito atuante nos anos 60 e 70. Primeiro ao lado da Jovem Guarda, onde tocou e gravou em discos de Erasmo e Roberto Carlos. Depois, nos anos 70, seguiu em carreira solo, gravando na CBS a série “Lafayettte apresenta os sucessos”, uma coleção que rendeu ao longo do tempo mais de 30 volumes. Passou um bom tempo sem gravar, mas continuou com seu conjunto se apresentando em bares, restaurantes e bailes. Em 2004 se envolveu num inusitado projeto ao lado de Gabriel Thomaz, líder da banda Autoramas. Juntos eles formaram o conjunto “Os Tremendões”, um grupo que tocava clássicos da Jovem Guarda com uma roupagem atual. Chegaram a lançar um cd com essas músicas. A última notícia que tive do Lafayette é que ele estava agora em outra, formou uma espécie de ‘big band’ para tocar música latina pop (ups!).

O disco que eu tenho aqui para vocês é o volume 18, lançado em 1974. Nele temos reunido temas realmente de sucesso, nacionais e internacionais. Com maestria, Lafayette dá um show com seu órgão e uma banda ‘cover’ que me lembrou bem Os Carbonos. Taí um disquinho muito bom para um sábado. Se quiserem ouvir, ainda há tempo de pedir. O sábado vai até a meia noite 😉

harlem’s theme

mongonucleosis

quero ver você de perto

the fireman’s rock

despedida

feelings

let’s put it all toghether

happy man

tears

tema para um samba

eu quero apenas

banana d’agua

Osny Silva – Valsas Brasileiras (1969)

Boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Há uns dias atrás me deram a incumbência de digitalizar alguns discos do cantor Osny Silva. Devo confessar a vocês que nunca dei muita bola para este artista. O pouco que eu já havia escutado me pareceu suficiente para coloca-lo meio que de lado. Eu, inclusive, já até postei um outro disco dele aqui no Toque Musical. Mas realmente, não me interessei. Injustamente, percebo agora. Entre os álbuns que digitalizei, este de valsas brasileiras foi o que mais me chamou a atenção. Foi ouvindo com calma, com outros olhos e ouvidos, que pude reparar na beleza que é este trabalho. Não posso negar que foi a flauta quem verdadeiramente me fisgou. Adoro o som de flautas. Música que tem flauta então, me ganha na hora. E aqui neste lp, muito bem dosado em todos os sentidos, temos uma seleta das mais famosas valsas populares brasileiras, com a presença marcante deste instrumento. O Osny Silva também me surpreendeu com sua voz de urso oscilante (só ouvindo para entender – nada pejorativo, por favor!). Um tenor ‘sanfônico’ que neste lp arrasa. Talvez graças aos arranjos para um conjunto simples de flauta, bandolim e violão. Queria eu saber quem é este conjunto que acompanha o cantor. Quem são os músicos? Esse flautista… Seria o Copinha, Dante Santoro…alguém aí sabe? Infelizmente, os discos do selo Imperial não trazem ficha técnica. De qualquer forma, o que nos vale é a música. O disco é lindo. Alguém aqui  quer ouvir? Dá um toque, a gente se encontra no GTM. 😉

 

noite cheia de estrelas

dirce

folhas ao vento

pálida morena

mimi

deusa da minha rua

pisando corações

há um segredo em teus cabelos

nancy

amando sobre o mar

aurora

tardes de lindóia

Johnny Alf & Zezé Motta – Projeto Pixinguinha 1978 (2012)

Boa noite amigos cultos, ocultos e associados! Ainda no último minuto consegui marcar o ponto, ou melhor dizendo, a postagem da quinta feira. Como cheguei tarde e já sem muita paciência para ficar em frente ao computador, vou lançar mão de mais um artifício para momentos como este. Ao invés de um ‘disco de gaveta’, vamos a um ‘arquivo de gaveta’. Mais exatamente, outro volume “Projeto Pixinguinha”, extraído do excelente site da Funarte, “Brasil Memória das Artes”. Desta vez temos o memorável show de Zezé Mota e Johnny Alf. Como convém, deixo os detalhes para serem lidos no próprio site. Como sempre, um show excelente, que vale a pena ser ouvido com carinho.

oxum

ilusão atoa – trocando em miúdos – rapaz de bem

anunciação

sai da frente – eu e a brisa

dores de amores

magrelinha

rita baiana

dengue – oxum

Dilermando Reis – Dilermando Toca Pixinguinha (1988)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! A lista de solicitações de novos links vem crescendo a cada dia. Por mais que eu venha postado uns três por dia, ainda assim a lista só vem crescendo. O jeito é mesmo esperar até que eu chegue naquele que você solicitou. Enquanto isso, melhor mesmo é ir curtindo a postagem diária. Sempre uma velha boa nova.

Hoje teremos um disco exemplar, para valer a semana (se é que ainda não valeu). Que tal ouvirmos a música de Pixinguinha na interpretação impecável de Dilermando Reis? Não preciso nem dizer mais nada, não é mesmo? Estas gravações são da década de 60 e foram relançadas em vinil em 1988 pelo selo Phonodisc. Vou ficar aqui esperando para ver quem vai pedir primeiro.

carinhoso

lamentos

cheguei

ingênuo

cinco companheiros

vou vivendo

naquele tempo

chorei

cochichando

segura ele

urubatan

proezas do solon

Aurora Miranda – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 31 (2012)

Prosseguindo em sua brilhante trajetória, o Grand Record Brazil chega a seu trigésimo-primeiro volume, apresentando alguns dos melhores momentos da cantora Aurora Miranda, irmã mais nova de Cármen.

Ao contrário da irmã famosa, que era portuguesa de nascimento, Aurora Miranda da Cunha nasceu no Rio de Janeiro, em 20 de abril de 1915. Assim como suas irmãs (havia também Cecília, que não seguiu carreira de cantora), nossa Aurora gostava de cantar desde a mais tenra idade, alegrando os frequentadores da pensão dirigida pela mamãe, a dona Emília (esta, portuguesa, com certeza). Embora, na opinião de muitos, ela tenha sido a melhor voz entre as Mirandas, o destino fez Aurora começar no rádio à sombra do êxito retumbante da mana Cármen. Ainda aos 18 anos, foi convidada por Josué de Barros, o mesmo descobridor de Cármen, para cantar um número na Rádio Mayrink Veiga e, com o sucesso, passou a se apresentar no programa de Ademar Casé (avô da atriz e comediante Regina Casé), na PRAX, Rádio Philips. Em 1933, levada pelo próprio Josué de Barros, gravou seu primeiro disco, na Odeon, com duas faixas em dueto com Francisco Alves: a marchinha junina “Cai, cai, balão”, de Assis Valente (considerada pioneira desse gênero entre nós), e o samba “Toque de amor”, de Floriano Ribeiro de Pinho. Um mês depois, novo dueto com Chico Alves no fox “Você só… mente”, dos irmãos Hélio e Noel Rosa, que Aurora interpretaria, em 1989, no filme “Dias melhores virão”, de Cacá Diegues. Aos 25 anos, casou-se com o comerciante Gabriel Richaid, e ambos depois decidiram residir nos Estados Unidos junto com Cármen Miranda. É Aurora, inclusive, quem canta “Os quindins de Iaiá”, de Ary Barroso, no filme “Você já foi á Bahia? (The three caballeros)”, de Walt Disney (1944), misturando “live action” com animação. Nessa época, também participou de programas radiofônicos ao lado de Orson Welles e Rudy Vallee, e fez apresentações no Teatro Roxy e na Boate Copacabana, em Nova York. Voltou ao Brasil em 1952, e após a morte da irmã Cármen, em 1955, contribuiu em muito para perpetuar a memória da “pequena notável”, tendo participado, em 1995, de uma homenagem a Cármen no Lincoln Center de Nova York, além de dar entrevistas quando dos 90 anos de seu nascimento, em 1999, ocasião em que inaugurou inúmeras mostras alusivas ao evento.

Aurora Miranda faleceu de forma discreta, em sua casa no Rio de Janeiro, a 22 de dezembro de 2005, de ataque cardíaco, deixando uma discografia de 81 discos de 78 rpm com 161 músicas, além de um LP na Sinter. Desse legado, o GRB foi buscar onze fonogramas bastante representativos. Para começar, temos a marchinha “Ano novo”, de Custódio Mesquita e Zeca Ivo, gravação Odeon de 23 de outubro de 1935, lançada em dezembro seguinte, disco 11292-A, matriz 5174. Em seguida, o samba-canção “Nêgo… neguinho”, de Custódio Mesquita e Luiz Peixoto, gravado em 27 de abril de 35, com lançamento em junho (11227-B, matriz 5023). A terceira faixa é o samba ‘Câmbio de amor”, também de Custódio Mesquita em parceria com Paulo Orlando, destinado ao carnaval de 1935 (gravação de 7 de agosto de 34, lançada ainda em novembro, disco 11165-B, matriz 4888). Para o Natal de 1935, Aurora gravou a marchinha “Natal divino”, de Mílton Amaral, em  4 de dezembro desse ano, com lançamento a toque de caixa pela Odeon, disco 11288-A, matriz 5173. A faixa 5 é o samba-canção clássico de Ary Barroso, “Risque”, lançado por Aurora na Continental após sua volta ao Brasil, depois de 15 anos de permanência nos Estados Unidos, em março-abril de 1952, disco 16540-B, matriz C-2818 (na faixa 11 vem o lado A, matriz C-2817, uma regravação do samba “Faixa de cetim”, também de Ary, originalmente lançado em 1942 por Orlando Silva). O disco tem orquestração e regência do maestro Radamés Gnattali, com o pseudônimo de Vero, mas “Risque” não fez sucesso na voz de Aurora, segundo ela mesma por  falta de empenho da Continental na divulgação do disco, e só no início de 1953 é que a música fez sucesso, com Linda Batista. A faixa 6 apresenta, do quinto disco de Aurora, e pela Odeon (11074-B, matriz 4733), um grande sucesso do carnaval de 1934, “Se a lua contasse”, de Custódio Mesquita (e, segundo alguns estudiosos, em parceria com o médico e radialista Paulo Roberto, não creditado na edição e no disco), gravação de 21 de outubro de 1933 lançada ainda em novembro desse ano. Há uma participação vocal de João Petra de Barros (“a voz de 18 quilates”), também não creditada no selo original. Em seguida seis gravações feitas nos EUA pela Decca, com acompanhamento do Bando da Lua: a da marchinha “Seu condutor”, de Herivelto Martins, Alvarenga e Ranchinho (sucesso destes dois últimos no carnaval de 1938), que Aurora realizou em 14 de agosto de 1941,  alguns dias antes, 17 de julho, ela fez a de “Meu limão, meu limoeiro”, tema folclórico adaptado por José Carlos Burle que voltaria a fazer sucesso no final dos anos 1960 com Wilson Simonal. Ambas as gravações não foram lançadas na época nem mesmo nos Estados Unidos, e só chegariam ao Brasil em LP de 1975. Dessa fase também é o registro de Aurora para a clássica marchinha carnavalesca que leva seu nome, de Roberto Martins e Mário Lago, originalmente sucesso de Joel e Gaúcho em 1940 e regravado por Aurora em 20 de agosto de 1941, registro esse lançado no Brasil pela Odeon com o número 18186-A, matriz DLA-2666. A seguir, outro clássico,“Cidade maravilhosa”, marchinha de André Filho que reproduzimos aqui em seu registro original (faixa 14), feito na Odeon em dueto com o próprio autor em 4 de setembro de 1934, com lançamento em outubro seguinte (11154-A, matriz 4901). Hit no carnaval de 1935, foi oficializada como hino da cidade do Rio de Janeiro em 1960, e vale como lembrança de uma cidade que perdeu todo o glamour do passado (mas quem sabe um dia volta?). A faixa 13 é outro registro da Decca americana com Aurora e o Bando da Lua, e outro clássico carnavalesco: “Pastorinhas”, de João “Braguinha” de Barro e Noel Rosa, hit na folia de 1938 com Sílvio Caldas e regravado pela cantora em 20 de agosto de 1941, no Brasil o lado B de “Aurora”, matriz DLA-2666. Na faixa 12, mais um flagrante de Aurora Miranda na Decca: “A jardineira”, marchinha de Benedito Lacerda e Humberto Porto que tomou os salões em 1939 na voz de Orlando Silva e regravada por Aurora nos EUA em 20 de agosto de 1941, tendo o disco saído no Brasil pela Odeon com o número 50029-A, matriz DLA-2642. Para encerrar, uma faixa do primeiro disco de Aurora Miranda, em dueto com Francisco Alves: o já citado samba “Toque de amor”, de Floriano Ribeiro de Pinho, gravação Odeon de 22 de maio de 1933, lançada em junho seguinte sob número 11018-B, matriz 4675. Enfim, uma pequena retrospectiva do trabalho de Aurora Miranda, que, ao contrário da irmã Cármen, nunca mereceu uma ou mais coletâneas individuais de suas gravações, nem em LP nem em CD. Esperamos que, com esta edição do GRB, essa injustiça comece desde já a ser reparada!

TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO.

Orquestra Som Bateau – Top Hits Nº 4 (1968)

Boa noite a todos! Hoje, excepcionalmente, não teremos o Samuel Machado apresentando outro volume do Grand Record Brazil. Por falha minha, não houve tempo hábil para preparar uma boa coletânea de 78 rpm. O GRB Vol. 31 vem amanhã, assim espero…

Para o momento então, trago um ‘disco de gaveta’, assim como fiz ontem. Vamos dessa vez com a Orquestra Som Bateau, ainda na primeira fase, mas já com seu “Top Hits Nº 4”, lançado em 1968. Uma seleção instrumental de músicas nacionais e internacionais que fizeram sucesso naquela década de 60. Quem quiser ouvir, já sabe… dá um toque. Tá na mão, tá no GTM.

quando

hello, goodbye

parole

o solitário

bonnie and clyde

malayisha

l’amour est bleu

anjo azul

musita – there is a mountain

chain of fools

canzone per te

soy loco por ti america

Ivon Curi, Nelson Gonçalves, Carlos Galhardo E Francisco Carlos – Eles Cantam Assim (1957)

Boa tarde, meus prezados! Apesar da ressaca que ainda não me abandonou, vou logo trazendo a postagem do dia. Vai que depois eu fique ainda mais desanimado.

Segue aqui um dez polegadas da RCA Victor, lançado em 1957. Como podemos ver, trata-se de uma coletânea reunindo quatro dos principais cantores da gravadora. Cada um canta duas músicas. A RCA sempre soube vender o seu peixe e aqui é um bom exemplo, um disquinho para adoçar a boca. Nesta onda de reunir e mostrar seus cantores, a gravadora também lançou o “Elas cantam assim” e “Eles tocam assim”. Vou até procurar para ver se consigo esses outros dois discos para postar no nosso Toque Musical. Por hoje é só. Vou curar a minha ressaca assistindo a vitória do Galo, hehehe…

nasci para o samba – nelson gonçalves

romances de caymmi – ivon curi

cherie – carlos galhardo

hino ao samba – francisco carlos

domani – carlos galhardo

dolores sierra – nelson gonçalves

montanha russa – ivon curi

amor brasileiro em punta del leste – francisco carlos

Rildo Hora Interpreta Luiz Gonzaga (1988)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje não estou tendo tempo para nada. Assim, por hora, vamos de Rildo, Rildo Hora, hehehe… Está aqui um disco bacana que vale ser conferido, tanto pelo talento do gaiteiro quanto pela escolha do tema, Luiz Gonzaga.

Um instrumental da melhor qualidade. Não fosse uma festa que tenho de ir, ficaria aqui ouvido este belo trabalho.

asa branca – assum preto

fuga da africa

xote das meninas – cintura fina~

qui nem jiló – xanduzinha

a vida do viajante – a volta da asa branca

baião – a dança da moda

xaxado – baião da garoa

respeita januário – no meu pé de serra

forr´no escuro – vem morena

lorota  boa – impertinente

José Emmanuel – Astor Apresenta José Emmanuel (1964)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Apenas avisando, as solicitações vão sendo atendidas dentro do meu possível e por ordem de chegada. Assim, como são muitas, o jeito é aguardar, ok?

Hoje eu trago para vocês um compacto que acabou virando álbum. Meio que por acaso, achei de postar este compacto de um artista baiano chamado José Emmanuel. Como hoje é (ou seria) dia de artista/disco independente, resolvi atacar com este obscuro compacto. Eis que para a minha surpresa, ao procurar possíveis informações sobre o artista, fui cair no ‘túnel do tempo’, ou melhor dizendo, encontrei um prato cheio de informações sobre José Emmanuel no excelente site ‘Linha do Tempo da Invenção Musical”. Lá, o pesquisador Roberto Luis, nos apresenta toda a trajetória do artista baiano. Inclusive falando deste compacto e outros trabalho de sua carreira. Como haviam outras músicas, além das que eu tinha no disquinho, resolvi incluir no pacote tudo o que ali estava disponível, afinal já que estamos falando do artista e temos tanta informação, nada como mostrar outras músicas. O que realmente me chamou a atenção neste artista foi a sua transformação. Ao entrar em seu ‘Myspace’, o que eu ouvi não parecia nem de longe com o que eu já conhecia. É certo que estamos falando de um espaço no tempo de uns 40 anos ou mais. Porém, sua transformação foi de água para o vinho, ou vice versa. O cara saí da música popular e romântica para um trabalho experimental ‘eletroworldagemusic’ (deu para entender?). Vamos encontrar na seleção, que acabou virando álbum, nove música, sendo as quatro últimas da fase ‘myspace’. Eis aí uma postagem com a cara do Toque Musical. Mas para conhecer melhor José Emmanuel e seu trabalho, vou deixar aqui apenas a dica, um convite para os amigos visitarem a Linha do Tempo da Invenção Musical. Ta tudo lá…

prelúdio do amor perdido

meu bem

estrela azul

maria

cadeira na avenida

alguma coisa

yara

emmanuel na parede

faixa branca

Elcio Alvarez, Sua Orquestra E Côro – Marcha Rancho Em 4 Pistas (1967)

Boa noite a todos! Seguimos na quinta feira com outro disco bem interessante, a começar pela capa. (Quem lê assim há de pensar que não temos discos interessantes todos os dias. Acontece que cada um tem a sua peculiaridade, história ou momento) Temos aqui o maestro Elcio Alvarez e sua orquestra num álbum gravado em quatro pista, ou quatro canais. As vantagens desse sistema pode ser conferido no texto da contracapa, que procura abordar todas as qualidades da gravação, explicadas pelo engenheiro de som Carlos Moura. Bem ao lado vem outro texto onde nos é apresentado, Rogério Gauss, um técnico de gravação da Continental, responsável, obviamente pelo registro deste disco. É ele também o rapaz da capa, que aparece aqui envolvido nos trabalhos na mesa. Bom, mas aí a gente pergunta: cadê o Elcio Alvarez e sua orquestra? A resposta é uma só, eles estão apenas na gravação. Embora seja um belíssimo trabalho musical, com um repertório fino de marchas rancho, o que está sendo valorizado aqui é o trabalho do técnico. Uma homenagem da Continental a aqueles como Rogério Gauss, técnicos de gravação, que ajudaram a criar os milhares de fonogramas de álbuns clássicos da nossa música popular.

cantiga antiga

belinha

o vagalume

ciúme

se você voltar

drama de pierrot

minha gente

dadá maria

… e fim

balada do vietnan

recado

palhaço

 

Altamiro Carrilho E Sua Bandinha – Vai De Valsa (1970)

Boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Vejam vocês, neste mês de agosto ‘o ceifador’ tem mesmo se mostrado implacável com nossos músicos artistas. Todo dia morre um, êta mêsinho agourento, putz! Desta vez, lá se foi o Altamiro Carrilho, grande flautista da música brasileira. Estamos vivendo um momento, uma época, onde inevitavelmente, as gerações de ouro da música brasileira estão se findando. Vamos aos poucos perdendo nossos verdadeiros artistas, gente que se tornou grande pelo trabalho, talento e competência. Nomes que foram se formando num processo de amadurecimento gradual, sem ajuda de My Space, Facebook e outras ferramentas de sucesso instantâneo, hoje tão comuns. Mesmo o medíocre dessas gerações ainda dá de dez em seu similar atual o que, aliás, no meu entendimento nem se compara, está até a baixo da média. O que estamos vendo agora é o final da festa. Nossos ilustres convidados já estão partindo.

Em homenagem ao Altamiro, deixo aqui este seu disco de valsas, lançado em 1970. Me parece, salvo o engano, que a seleção reúne gravações de 78 rpm, da década de 50. Sem dúvida, um músico como o velho Altamiro Carrilho vai fazer falta. Mas ficará para sempre em nossa memória musical.

Obrigado, senhor flautista! Você brilhou aqui, agora vai brilhar no céu.

saudade de ouro preto

tarde de Lindóia

terna saudade (por um beijo)

suely

teus ciúmes

ledinha

no tempo do onça

vieni sul mar

morrer… sem ter amado

raio de sol

só pelo amor vale a vida

valsa da meia noite

 

 

Araken Peixoto – Ontem E Hoje (1962)

Hoje eu serei brevíssimo, estou indo a uma festa e não sei que horas volto. Em compensação, vou deixar vocês muito bem acompanhados com o Araken Peixoto, num disco produzido Djalma Ferreira e seu selo Drink. Lançado em 1962, o álbum nos traz doze faixas saborosas (como diz um amigo meu).  Tenho certeza que vocês vão pedir, assim, já deixo avisado: amanhã, ta lá 😉

zé da calça curta

sukiyaky

around the world

doce amargura

pra seu governo

devaneio

é de briga

smile

ternura antiga

la puerta

ruby

teia da renda negra

Vários – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 30 (2012)

E chegamos à trigésima edição do meu, do seu, do nosso Grand Record Brazil! Esta semana, estamos apresentando alguns registros significativos da primeira fase do rock and roll em nosso país (chamada por especialistas de pré-Jovem Guarda), e algumas músicas em homenagem ao Dia dos Pais, já transcorrido este ano, mas que deve ser todos os dias.
Iniciamos esta seleção com um desses roqueiros pioneiros: Carlos Gonzaga. Interpretando basicamente versões de hits internacionais, o cantor deixou sua marca na história de nosso incipiente rock and roll. Eis aqui duas destas versões, gravadas na RCA Victor em 9 de outubro de 1959 e lançadas em janeiro de 60 no disco 80-2155: “Oh! Carol”, de Neil Sedaka e Howard Greenfield, vertida para o português por Fred Jorge, é o lado A, e o verso, matriz 13-K2PB-0801, nos traz uma composição de Paul Anka, vertida por Odair Marzano, “Rapaz solitário” (no original, “Lonely boy”). Ambas as gravações também sairiam no LP “The best seller”.
 O disco seguinte, o Odeon 14328, lançado em junho de 1958, é um testemunho de início de carreira de outros dois grande s nomes roqueiros da época: os irmãos Tony e Celly Campello. No dia 11 de abril daquele ano, eles inciaram sua trajetória em disco gravando uma faixa cada um no mesmo 78! E com duas musicas de autoria do acordeonista Mário Gennari Filho em parceria com Celeste Novaes, ambas em inglês.e especialmente compostas.  De um lado, Celly canta “Handsome boy” (Belo rapaz), matriz 12468, e do outro Tony ataca de “Forgive me” (Perdoa-me), matriz 12467. Interessante é que o disco saiu também em compacto simples de 45 rpm, o primeiro editado pela Odeon no Brasil! E ambas as músicas iriam também sair, em 1959, nos primeiros álbuns em vinil dos irmãos, “Forgive me” no de Tony Campello, sem título, e “Handsome boy” no de Celly (“Estúpido Cupido”, que trouxe no selo o título “Come rock with me”!). O acompanhamento é do conjunto do próprio Mário Gennari Filho, com coro formado pelos Titulares do Ritmo. Será impossível não se divertir…
Em seguida voltaremos bem mais no tempo, mais exatamente a 1954. É exatamente desse ano o disco Copacabana 5286, com Betinho e seu Conjunto. Betinho, aliás, Alberto Borges de Barros, era filho de Josué de Barros, descobridor de Cármen Miranda, e, ainda adolescente, acompanhou a cantora ao violão muitas vezes. Já nos anos 1950, formou um conjunto que logo se tornou o mais solicitado para animar os bailes então “modernos”. No lado A, matriz M-866, o conhecidíssimo fox “Neurastênico”, parceria dele com Nazareno de Brito, sucesso inesquecível que seria revivido, em 1976, na novela “Estúpido Cupido”, escrita por Mário Prata para a TV Globo, como tema do velho Guimarães, personagem interpretado pelo ator Oswaldo Louzada, que gravava as vozes dos mortos… No lado B, matriz M-867, o mambo “Burrinho leiteiro”, só do Betinho. Ambas as músicas, claro, chegariam ao LP, naquele tempo de dez polegadas, um ano depois. Betinho chegou a ser considerado “o rei da noite”, mas abandonou tudo para cumprir missão evangelizadora.
O “Clube do Guri” foi um programa radiofônico que marcou época nos anos 1950, apresentado nas manhãs de domingo pelas emissoras do grupo Diários Associados, então o maior conglomerado de mídia do país (a edição portoalegrense do programa, na Rádio Farroupilha, revelou nada mais nada menos que Elis Regina). No Rio de Janeiro, era apresentado pela Rádio Tamoio, outra emissora Associada. Pois o  coral infantil do programa aqui está com o disco Odeon 14485, gravado em 17 de junho de 1959 e lançado em julho seguinte, com duas músicas de Silvino Neto, compositor e humorista, homenageando o Dia dos Pais: o samba “Papai é o maior”, matriz 13590, e a canção “Parabéns pro papai”, matriz 13591.
O carioca Pelópidas Brandão Guimarães Gracindo ganhou a imortalidade com o pseudônimo de Paulo Gracindo (1911-1995). Foi apresentador e ator de rádio e televisão dos mais conceituados, e, nas novelas da TV Globo, interpretou personagens inesquecíveis, como o Tucão de “Bandeira 2”, o Odorico Paraguaçu de “O bem-amado” (depois seriado), o João Maciel de “O casarão” e o coronel Ramiro Bastos na primeira versão de “Gabriela”. Marcou época igualmente como o Primo Rico do humorístico “Balança, mas não cai”, na lendária Rádio Nacional (mais tarde também apresentado na TV pela Globo), contracenando com o Primo Pobre, Brandão Filho. Gracindo aqui comparece em outra homenagem ao Dia dos Pais, declamando um poema de mesmo nome, assinado por seu colega na Nacional, Giuseppe Ghiaroni, lançado pela Sinter em abril de 1956 com o número 464-B, matriz S-1035.
Angela Maria e João Dias, que já haviam feito sucesso estrondoso gravando em dueto a valsa “Mamãe”, de Herivelto Martins e David Nasser, em 1956, registrariam em 57 outra valsa dos mesmos autores, agora homenageando os pais, nada mais justo. Trata-se de “Deus te abençoe, papai”, matriz M-1986, lançada no disco 20038-A, dentro de uma série considerada “internacional”, ou seja, de exportação.
Por fim, apresentamos uma das “cantorinhas” reveladas na edição carioca do “Clube do Guri”, da Rádio Tamoio. Trata-se de Zaíra Cruz, que homenageia, curiosamente, os avós, nesta valsa de Arcênio de Carvalho e Lourival Faissal, intitulada justamente “Dia dos nossos avós”, gravação RCA Victor de 15 de março de 1956, lançada em maio seguinte, disco 80-1600-A, matriz BE6VB-1021 (lembrando que o Dia dos Avós é festejado a 26 de julho, dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria Santíssima e, por tabela, avós de Jesus). É esta faixa que encerra o nosso trigésimo GRB, que certamente proporcionará momentos proveitosos de entretenimento. Quem lembra, vai adorar recordar, e quem nunca ouviu poderá conhecer. Bom divertimento!
TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO

Carlos Piper – O Som Espetacular Da Orquestra De Carlos Piper (1965)

Bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Manhã fria de domingo. Estou quase voltando para a cama. Aliás, nem sei porque eu fui levantar tão cedo. Deve ser força do hábito. Xiii… lembrei, hoje é Dia dos Pais! Que cabeça a minha! Depois que mudei de posição, deixei de ser filho para ser pai, acho que parei de me preocupar com essa data. Podia até ter postado aqui algum disco ‘do papai’, mas creio que todos que eu geralmente posto são da época do papai 🙂

Hoje eu trago para vocês um disco muito legal. Taí uma orquestra do jeito que eu gosto, bem ‘swingada’ e com um repertório impecável. Temos aqui o maestro argentino Carlos Piper e sua orquestra dando um baile de qualidade. São doze temas mistos, entre clássicos nacionais e internacionais. O que vale aqui é mesmo a atuação da orquestra, nota 10! No texto de contracapa eles já antecipavam, seria o melhor lp instrumental lançado naquele ano de 1965. Também não é para menos, a orquestra contava com grandes instrumentistas, um time como os melhores músicos daquele tempo. Vejam na contracapa 😉

nanã

balanço zona sul

bye bye love

a hard days night

hava nagila

55 days at pekin

the pink panther theme

from russia with love

consolação

aurora

perdido

like someone in love

Os Uirapurus (1968)

Olá amigos cultos, ocultos e associados! Minha agenda para o sábado está lotada, nem lembrei da postagem do dia. Já estou de saída para um social noturno, mas antes, aqui vai uma meio que ‘de gaveta’ para ninguém sair perdendo.

Trago para vocês os Uirapurus, um grupo vocal criado no final dos anos 60 pelo maestro Edmundo Peruzzi. Este conjunto era formado pelos componentes dos Três Tons mais um grupo de cinco cantores. O presente lp foi gravado em 1968. Produzido por Peruzzi e Milton Miranda, com direção musical de Lyrio Panicali. Os Uirapurus nos traz um repertório da melhor qualidade, com músicas, muitas delas, hoje autênticos clássicos da MPB. Vão querer conferir? Dá um toque… amanhã tá na mão 😉

maria rita

viola enluarada

capoeira

e por isso estou aqui

menino de braçanã

a saudade de você

sabiá lá na gaiola

chô chô tristeza

eu vou mandar buscar o meu amor

como é grande o meu amor por você

nuvem branquinha

travessia

Orquestra Tabajara De Severino Araújo – Anos Dourados Vol. 3 (1992)

Boa noite! Entre os artistas falecidos recentemente, outro que não posso deixar de prestar uma homenagem é o mestre Severino Araújo, que comandou por mais de 70 anos a Orquestra Tabajara. Um feito extraordinário. É talvez uma das mais antigas orquestras do mundo. E Severino esteve à frente desta orquestra até poucos anos atrás.

Para homenageá-lo, eu estou trazendo aqui um álbum lançado em 1992 pela CID, o “Anos Dourados”, volume 3. Ficarei devendo os volumes anteriores. Este tem um caráter mais simbólico, meus sentimentos ao grande artista!

Amanhã é dia de feira de vinil, lá na Savassi (Pernambuco com Inconfidentes). Vou dormir porque preciso acordar cedo. Apareçam…

 

beguin the beguine

três lágrimas

eu e a brisa

manhatan

unchained melody

a lenda do beijo

café da manhã

dora

el macinero

la negra consentida

Celso Blues Boy – Nuvens Negras Choram (1998)

Boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Neste último fim de semana eu estive totalmente por fora dos acontecimentos pelo mundo. Não liguei tv, rádio ou internet. Jornais também, nem li. Quando viajo a trabalho por certas cidades do interior, mal tenho tempo para relaxar. E em se tratando de comunicação, sinal de celular e internet, às vezes, nesses lugares é a coisa mais difícil do mundo.

Pois é, estou eu aqui mais uma vez pasmo e pesaroso com a morte de mais um artista que eu gostava muito, o Celso Blues Boy. Já haviam me contado que ele estava doente. Porra, que merda de doença maldita, silenciosa e traiçoeira! Muito embora, no caso aqui do nosso artista, foi mesmo abuso. O cara era mesmo um autêntico ‘bluesman’ e encarnou com vontade o ‘estilo’. Dizem que o Celso fumava mais de cinco maços de cigarros por dia! Isso para não falar nos ‘birinaites’, que ele também era chegado num bom copo. Infelizmente, tudo tem seu preço e vida de artista não é mole não, se paga caro! Por outro lado, como já disse um amigo meu, médico, todo mundo, um dia, vai ter câncer. Quem não teve foi porque morreu antes. É triste, mas faz parte… Lamentável seria se não houvesse desses o que lembrar. Celso foi um dos maiores guitarristas brasileiros, sempre fiel ao blues e com o detalhe de sempre cantar em português. Pessoalmente, sempre achei suas letras muito aquém do seu talento como guitarrista. Mas, exatamente pelo seu poder no instrumento, seus solos e seu jeito de tocar, sua música ganhava corpo.

Estou trazendo aqui este disco, “Nuvens negras choram”, um cd lançado em 1998. Escolhi este por acha-lo um trabalho mais maduro e traz, entre outras, “Brilho na noite”, “Fumando na escuridão” e o clássico samba de Cartola, “As rosas não falam”, que aqui se transforma num blues carregado. Um belo disco. Desculpem, mas o momento não está para aumentar o rock’n’roll.

nuvens negras choram

se você pudesse me ver

bring it on home to me

sucata (hás de ouvir)

lívia blues

que pecado eu fiz

antes de você

zanardi’s blues

brilho da noite

os anjos

as rosas não falam

fumando na escuridão

raios

MPB-4 – Lembranças Do Magro (2012)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje, infelizmente, perdemos mais um grande artista da nossa Música Popular Brasileira, José Waghabi Filho, o Magro do MPB-4. Ele faleceu vítima de um câncer de próstata, o qual já carregada há alguns anos.

É estranho como a gente nunca se acostuma com a morte. Fiquei chocado quando soube que o Magro morreu. Tive a honra de conhecê-lo através do blog. Ele era um grande incentivador do Toque Musical. Enviei várias vezes para o Magro discos que ele procurava para tocar em seu programa de rádio “Vozes Brasileiras”. Hoje posso dizer, foi ele quem me enviou o primeiro disco do MPB-4, um compacto raríssimo, lançado em 1964.

Em homenagem ao maestro, arranjador e multinstrumentisa Magro Waghabi, reuni aqui vinte e uma músicas de fases distintas de seu quarteto. Não sei bem ao certo quais e quantas dessas músicas tiveram os seus arranjos. O importante é que em todos esses momentos ele esteve presente. Fica aqui a nossa saudação.

mudei de ideia

sentinela

amigo é pra essas coisas

menina da ladeira

viva zapátria

benvinda

tereza triste

o cafona

andaluzia

fica

ana luiza (com quarteto em cy)

galope

vera cruz

faz tempo

aparecida

a lua

se meu jardim der flor (com boca livre)

mascarada

samba da minha terra

pout pourri noel rosa

roda viva (com chico buarque)

Carlos De Alencar – Jóias Da Canção Brasileira (1964)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Estou no atraso com vocês. Voltei da minha licença médica cheio de pendências e outras providências. Muito trabalho para compensar o tempo parado. A cobrança é geral, mas eu agora estou aprendendo a relaxar. Vou na medida do possível. Espero que vocês tenham paciência, ok?

Hoje é aniversário do Caetano Veloso. O baiano completou 70 anos e nem parece, não é mesmo? O cara está envelhecendo bem. É isso aí, salve Caetano! Parabéns, que ele merece. Merecia talvez uma homenagem, aqui do Toque Musical, mas infelizmente não houve tempo. Mas fica valendo aqui o nosso abraço ao grande artista.

A postagem de hoje, pra compensar, é uma preciosidade. Um disco raro que só se vê mesmo num blog como o TM. Tenho para vocês algumas das mais belas “Jóias da Canção Brasileira”, interpretadas pelo tenor Carlos de Alencar. Pernambucano de Olinda, mudou-se para o Rio de Janeiro e depois Belo Horizonte, onde fixou residência, tornando-se na capital mineira um dos seus mais destacados cantores eruditos. Integrou o Madrigal Renascentista e o Orfeão Mineiro. Este lp foi lançado de maneira independente pelo selo da “Edições e Produções Galáxia. Ao que tudo indica no texto da contracapa, Galáxia também era o nome do grupo, do conjunto que acompanha aqui o cantor. O álbum é, sem dúvida, muito bonito e vale conhecer. Uma seleção de canções clássicas do folclore brasileiro. Raridade total!

foi o boto, sinhá

casinha pequenina

uiarapuru

maringá

manhã nungara

guacira

canção da felicidade

noite cheia de estrelas

tamba tajá

chuá chuá

sabiá

quizera

cobra grande

dei ao mar pra guardar

Vários – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 29 (2012)

Após uma semana de ausência, motivada pelo aniversário do nosso Toque Musical, estamos de volta com o Grand Record Brazil, em sua edição de número 29. O coquetel da semana tem quinze fonogramas com os mais variados intérpretes, para enriquecer os acervos de muitos colecionadores.

Para começar, apresentamos uma cantora incluída entre as pioneiras na interpretação e gravação de temas folclóricos: Elsie Houston (Rio de Janeiro, 1902-Nova York, EUA, 1943), soprano que era filha de um dentista americano do Tennessee, no Rio desde 1892, e de uma carioca descendente de portugueses da Ilha da Madeira. Estudou canto lírico na Alemanha em 1922 e tomou o gosto por nosso folclore ao conhecer o maestro e compositor Luciano Gallet. Casou-se, em 1927, com o poeta e militante trotskista Benjamin Peret, durante temporada em Paris, e tiveram um filho em 1931. No mesmo ano, hostilizado pelo governo getulista, o casal mudou-se para a França. Em 1936, Peret foi lutar na Guerra Civil Espanhola e se envolveu com uma pintora hispano-americana, motivo que faria Elsie, um ano mais tarde, mudar-se para Nova York. Em 1939-40 apresentou na rede de rádio NBC o programa “Fiesta pan-americana”, onde divulgava nossa música. No dia 20 de fevereiro de 1943, Elsie Houston foi encontrada morta em seu apartamento na Park Avenue, não se sabe até hoje se por assassinato ou suicídio! Aqui, poderemos ouvi-la numa gravação de 26 de setembro de 1933, feita na Gramophone Company de Paris,  na qual interpreta dois temas harmonizados por ela mesma: “Berceuse africano-brasilienne” e Óia o sapo”, disco original K-7055-B, matriz OPG 1017-1. Em seguida, Gastão Formenti (Guaratinguetá, SP, 1894-Rio de Janeiro, 1974) apresenta um de seus mais queridos e conhecidos sucessos: o cateretê (que mais parece rumba) “De papo pro á”, da parceria Joubert de Carvalho-Olegário Mariano, em gravação Victor de 28 de agosto de 1931, lançada em outubro do mesmo ano, disco 33469-A, matriz 65226. Convém lembrar aliás que jereré, citada na letra, não é uma cidade mas sim um tipo de rede de pesca. Pescar de jereré equivale a pescar de anzol. Editado como “canção regional”, “De papo pro á” tem vários registros e é até hoje muito conhecida e lembrada. O contracanto é feito por Castro Barbosa, sem crédito no selo e o acompanhamento por “orquestra típica”. Dilú Mello (Maria de Lourdes Argollo Oliver, Viana, MA, 1913-Rio de Janeiro, 2000) também foi séria pesquisadora de nosso folclore, e deixou mais de cem composições. Aqui, um de seus hits, bastante conhecido: a toada “Fiz a cama na varanda”, dela em parceria com Ovídio Chaves, lançada pela Continental em abril de 1944, disco 15126-A, matriz 724, com acompanhamento do Conjunto Tocantins, que também faz coro. Outra peça que tem inúmeros registros, entre eles os de Stelinha Egg, Inezita Barroso e Nara Leão. De ascendência alemã, o carioca Breno Ferreira Hehl (1907-1966) foi cantor enquanto estudava direito, e abandonou a advocacia depois de se formar. Também foi pioneiro do cooperativismo no Brasil, tendo publicado vários livros técnicos, e foi o descobridor de Dolores Duran. Eis Breno Ferreira em sua obra mais conhecida, por certo: a embolada “Andorinha preta”, por ele composta em 1925, e que gravaria sete anos depois, na Columbia, neste registro lançado em maio de 1932, disco 22136-B, matriz 381255. Foi regravada mais tarde, entre outros, por Nat King Cole, Trio Irakitan e (vejam vocês!) Hebe Camargo. Os Trigêmeos Vocalistas aqui comparecem com um corimá (gênero afro-brasileiro) de João da Baiana, “Ogum Nilê”, por eles gravado na Odeon em 31 de maio de 1950, com lançamento em agosto seguinte com o n.o 13033-A, matriz 8633. No selo original, é dado como co-autor Raul Carrazatto, um dos Trigêmeos, mas em 1957, quando o próprio João da Baiana regravou a música, Raul sumiu da parceria, nem sequer sendo creditado! Por que será? Vamos agora comentar sobre três gravações do GRB desta semana, feitas em 7-8 de agosto de 1940, a bordo do navio “S.S.Uruguai”, então atracado no porto carioca, sob a supervisão do maestro britânico Leopold Stokowski (Londres, 1882-Hampshire, 1977), que então excursionava com sua All American Youth Orchestra. A nata da MPB naqueles tempos foi escalada para fazer uma série de 40 gravações, com plateia formada pelos músicos da orquestra de Stokowski. Destas, dezessete saíram em disco nos EUA pela Columbia, no início de 1942, em dois álbuns de 78 rpm com quatro cada um, intitulados “Native brazilian music”. O GRB apresenta, desta série que só saiu no Brasil em 1987, em LP da Funarte, três registros preciosíssimos: o ponto de macumba “Caboclo do mato”, de Getúlio “Amor” Marinho e João da Baiana, interpretado por ele mesmo em dupla com Janir Martins, sendo a flauta do mestre Pixinguinha (disco 36504-B, matriz CO-30151),  a embolada “Bambo do bambu”, de Donga e Patrício Teixeira, interpretada por Jararaca e Ratinho (disco 36505-B, matriz CO-30156), e o samba, também de Donga, “Passarinho bateu asas” (disco 36508-B, matriz CO-30149), na voz de Zé da Zilda. Histórico! Isaura Garcia, a “personalíssima”, cantora de longa carreira e inúmeros sucessos, vem aqui com um deles, em dueto com o mineiro (de Viçosa) Hervê Cordovil: o baião “Pé de manacá”, de Hervê com Mariza Pinto Coelho, em gravação RCA Victor de 22 de junho de 1950, lançada em setembro do mesmo ano, disco 80-0686-A, matriz S-092695. Eles já cantavam a música em dueto na Rádio Record de São Paulo, e o sucesso se repetiu em disco. Conhecidos como “os reis do riso”, Alvarenga e Ranchinho aqui estão em uma das páginas mais conhecidas e apreciadas de seu repertório: a “valsa fúnebre” “Romance de uma caveira”, deles próprios mais Chiquinho Sales, em gravação Odeon de 2 de fevereiro de 1940, lançada em março seguinte, disco 11831-A, matriz 6301. No acompanhamento, o conjunto do violonista Rogério Guimarães. Quem nunca ouviu que atire a primeira pedra! A seguir, duas gravações lançadas somente em LP: a primeira é a conhecida toada “Chuá, chuá”, de Pedro de Sá Pereira, Ary Pavão e Marques Porto, os três por coincidência gaúchos. Foi lançada na revista teatral “Comidas, meu santo!”, em 1925,  por Roberto Vilmar, sendo depois levada a disco pelo cantor Fernando. Aqui, quem a interpreta, acompanhada pela orquestra de Rafael Puglielli, é a dupla Cascatinha e Inhana, em registro lançado pela Todamérica em 1958 no álbum “Os sabiás do sertão” (LPP-TA-316). A outra é a canção “Azulão”, de Hekel Tavares e Luiz Peixoto, cuja primeira gravação, na voz de Paraguassu (1930), apresentamos na edição anterior do GRB. Aqui, a regravação de Patrício Teixeira, feita em 1956 para o LP de dez polegadas da Sinter “Festival da velha guarda” (SLP-1074), o único registro por ele feito após seu último 78 rpm, que saiu em 1944. Stefana de Macedo (Recife, PE, 1903-Rio de Janeiro, 1975) também foi séria pesquisadora do folclore brasileiro. Ela aqui comparece com o coco “Ronca o bisouro na fulô”, recolhido por ela mesma, em gravação lançada pela Columbia em fevereiro de 1930, disco 5147-A, matriz 380432. Pra finalizar esta nossa edição do GRB, duas composições do mestre baiano Dorival Caymmi. A primeira, interpretada por ele mesmo, é a clássica canção praieira “O mar”, em registro Columbia de 7 de novembro de 1940, lançado em dezembro seguinte, disco 55247, matrizes 328-329, ocupando os dois lados do disco. O acompanhamento orquestral foi concebido por Guerra Peixe, conduzido com maestria por Lírio Panicalli. A segunda é uma canção de ninar interpretada pelo Trio de Ouro em sua primeira fase (Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas): “História pra sinhozinho”, gravação Odeon de 15 de março de 1945, lançada em maio seguinte com o n.o 12573-B, matriz 7779, e acompanhamento de conjunto de estúdio da “marca do templo”, faixa esta que encerra com chave de ouro o nosso GRB da semana. Para apreciar e sobretudo guardar!

*TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO

**ESTA SELEÇÃO MUSICAL FOI EXTRAÍDA DO SITE GOMA-LACA, RESPONSÁVEL PELA DIGITALIZAÇÃO DOS FONOGRAMAS.

Pixinguinha – Vida E Obra (1978)

Olá amigos cultos, ocultos e associados! Como primeira postagem dentro dos 5 aninhos do blog, fiz questão de escolher um artista que representasse a grandiosidade (hum…) do momento. Entre os melhores e que mais gosto está o Mestre Pixinguinha. Afoito, ao escolher o disco, eu não percebi que o mesmo era um álbum duplo e estava incompleto, faltando o disco 2. Xiii… essa foi mal. Foi mal porque terei que procurar novamente este álbum e infelizmente não vai ser possível faze-lo de imediato. Inclusive, nos próximos dias, não poderei fazer novas postagens. Acabou as férias, a licença médica e tem um montão de serviço me esperando neste resto de semana. Estou viajando a trabalho e só volto na segunda feira seguinte. Até lá, deixo vocês apreciando o Pixinguinha incompleto, mas prometo que assim que voltar, dou um jeito.

Este álbum é bem bacana, reunindo vários momentos da música do Mestre. Foi lançado pelo selo Som Livre em tiragem limitada, como brinde exclusivo de fim de ano da Rede Globo. O álbum além de ser duplo, traz encadernados 58 páginas com textos e fotos históricas, a discografia completa e seus intérpretes. Realmente um álbum que vale não só pelo conteúdo musical. O texto e seleção musical foram do jornalista Sérgio Cabral. Uma belíssima coletânea que vale a pena conhecer. Fico devendo o outro disco, aguarde…

carinhoso – pixinguinha

urubú – os oito batutas

os cinco companheiros – paulinho da viola

rosa – orlando silva

patrão prenda seu gado – almirante

1 x 0 – pixinguinha e benedito lacerda

vou vivendo – dilermando reis

os oito batutas – conjuto época de ouro

benguelê – conjunto rosa de ouro

ingênuo – jacob dobandolim