Arquivo mensais:maio 2012
Conjunto Nosso Samba – De Onde Vem O Samba (1969)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados de plantão! Hoje o dia vai ser de samba. Estou trazendo para vocês, pela segunda vez, o Conjunto Nosso Samba. Nesta oportunidade teremos a chance de conhecer o primeiro disco gravado pelo grupo, em 1969. Este álbum foi relançado, assim como outros, pelo selo Beverly, nos anos 80. Aqui encontramos a turma formada pelos sambistas compositores Renato Ennes, Genaro, Carlinhos Cavaco, Stenio Barbosa, Gordinho e Nô.
“De onde vem o samba” foi o disco de estréia desse conjunto que fez muito sucesso nos anos 70 acompanhando grandes nomes da MPB. Embora todos os integrantes fossem compositores, a produção optou por fazer um disco mesclado com sambas consagrados e de outros autores, montados estrategicamente em ‘pout pourri’, isso talvez, visando uma apresentação mais confortável frente ao público.
Estou observando aqui que algumas músicas são as mesmas do disco de 1972, apresentado aqui anteriormente. Vou até conferir para ver se são as mesmas gravações. Parece que sim. Mesmo assim, vale dar uma conferida, pois o disco ainda traz a presença do trombone de Raul de Barros, o que valoriza e muito toda essa produção. Peça esse toque 😉
Vocalistas Tropicais Vol. 1 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical (2012)
Em sua vigésima-terceira edição, o Grand Record Brazil apresenta a primeira parte de uma retrospectiva das mais expressivas gravações dos Vocalistas Tropicais. Grupo vocal e instrumental, formou-se em 1941 na capital do Ceará, Fortaleza, e teve inúmeras formações até se definir com os seguintes componentes: Nilo Xavier da Mota (líder, violonista e arranjador), Raimundo Evandro Jataí de Souza (vocal, viola americana e arranjos), Artur Oliveira (percussionista e vocalista), Danúbio Barbosa Lima (percussionista), todos de Fortaleza, mais o recifense Arlindo Borges (vocalista e solista de violão).
Eles se apresentaram, até 1944, na Ceará Rádio Clube, depois foram para São Luís do Maranhão, cantando na Rádio Timbira e no Hotel Cassino Central, e depois para Manaus, capital do Amazonas, onde se apresentaram na Rádio Baré.
Em 1945, acontece a inevitável mudança do grupo para a então Capital da República, o Rio de Janeiro, em busca de melhores oportunidades de trabalho. Ali chegando, foram contratados pela Rádio Mundial e pela gravadora Odeon. Exatamente em 6 de fevereiro de 1946, o quinteto comparece aos estúdios da “marca do templo” para gravar seu primeiro disco, lançado em março seguinte com o número 12681. No lado A, a matriz 8004 apresentava o fox “Papai, mamãe, você e eu”, de Paulo Sucupira (que também integrou o conjunto nessa ocasião e gravou com eles seus primeiros discos), e no verso, a matriz 8005 trouxe o balanceio “Tão fácil, tão bom”, do também cearense Lauro Maia. Foi aquele sucesso!
Terminado o contrato com a Mundial, os Vocalistas Tropicais passam-se para a PRG-3, Rádio Tupi (“o cacique do ar”), e também atuaram em diversos cassinos cariocas, antes do governo Dutra proibir o jogo, além de participar de cinco filmes brasileiros. Em 1949/50, atuaram em duas revistas com Dercy Gonçalves, encenadas no Teatro Glória: “Quem está de ronda é São Borja” e “Confete na boca”. Ainda em 49, emplacam seu primeiro hit no carnaval, a marchinha “Jacarepaguá”, de Marino Pinto, Paquito e Romeu Gentil, vencedora do concurso oficial da prefeitura carioca, realizado no Teatro João Caetano. Sua discografia inclui 49 discos em 78 rpm, gravados nos selos Odeon, Continental, Copacabana e Indisco, além de um compacto simples pela RGE, em 1966, com as músicas “Hello, Dolly” e “Tô nesse bolo”. Esse foi o último disco deles, pois o grupo se desfez logo em seguida por falta de espaço na mídia, a exemplo de outros artistas contemporâneos deles. Neste primeiro volume, começamos a desfrutar um pouco da arte dos Vocalistas Tropicais, em registros de sua primeira fase, na Odeon. De início, as músicas do primeiro disco, já mencionadas aqui, “Papai, mamãe, você e eu” e “Tão fácil, tão bom”. Do segundo, de número 12691, gravado em 21 de março de 1946 e lançado em maio seguinte, o lado B, matriz 8011, outra composição de Lauro Maia, o “miudinho” “Tabuleiro d’areia”. Do terceiro disco, de número 12725, gravado em 6 de junho de 1946 e lançado em outubro seguinte, vem o lado B, matriz 8058, com o samba “Motivos musicais”, de Assis Valente e Alfredo de Proença. Do quarto disco, número 12740, gravado em 24 de setembro de 1946 e lançado em novembro seguinte, vem o lado A, matriz 8104, com a marchinha “Isto é que é amor”, de Matos Neto e Valter Silva. Evidentemente, a música visava o carnaval de 1947, assim como a faixa seguinte, o samba “Helena arrependida”, de Aristides Silva e J. Dutra, gravação de 19 de setembro de 1946 lançada um mês antes da folia, janeiro, com o número 12749-A, matriz 8096. Temos em seguida uma faixa histórica: ‘Tio Sam no samba”, que foi a primeira composição gravada de Zé Kéti (José Flores de Jesus, 1921-1999), um dos futuros monstros sagrados da MPB com hits do porte de “A voz do morro”, “Diz que fui por aí” e “Máscara negra”. Neste seu “debut” como autor, ele tyeve a parceria de Felisberto Martins, que então era também diretor artístico da Odeon. Os Vocalistas o gravaram em 16 de julho de 1946, mas a “marca do templo” só lançou a música em março de 47, com o número 12769-B, matriz 8074. Logo depois, as músicas do oitavo disco do grupo, número 12808, gravado em 2 de abril de 1947 e lançado em setembro seguinte, com dois sambas. Abrindo-o, matriz 8202, “Não manche o meu Panamá” (alusão a um tipo de chapéu em moda na época), de Alcebíades Nogueira, e, no verso, matriz 8203, “Exaltação a Noel”, de Waldemar Ressurreição, como indica o título, uma homenagem ao eterno Noel Rosa, morto prematuramente (26 anos) de tuberculose dez anos antes. Do nono disco dos Vocalistas, número 12818, gravado em 25 de agosto de 1947 e lançado em novembro seguinte, vem o lado B, matriz 8257, apresentando o samba “Perdoar nunca mais”, de Wilson Goulart, Álvaro Xavier e Romeu Gentil, visando ao carnaval de 1948, assim como a faixa seguinte, a marchinha “Pachá”, de Arnô Canegal e J. Piedade, gravação de 8 de outubro de 1947 lançada um mês antes dos festejos momescos, janeiro, com o número 12827-A, matriz 8278. Finalizando esta primeira parte, temos o samba “Apanhei do boogie woogie” (referência a um ritmo musical americano em voga na época), de Luiz Guilherme e Walter Teixeira, gravação de 31 de março de 1948 lançada em maio seguinte sob número 12856-A, matriz 8345. Enfim, é tudo que estamos apresentando para nossos amigos cultos e ocultos nesta primeira parte que o GRB dedica aos Vocalistas Tropicais. Aguardem que vem mais por aí!
Elza Soares E Batatinha – Projeto Pixinguinha 1983 (2012)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Esses registros de shows do Projeto Pixinguinha tem se tornado uma mão na roda, principalmente quando eu me encontro assim, quase sem tempo para preparar novas postagens. Estão se tornando novos ‘arquivos de gaveta’, aqueles que eu utilizo nas emergências.
Para hoje eu escolhi, entre tantos registros extraídos do site da Funarte, “Brasil – Memória das Artes“, já devidamente ‘digitalizados’, um show dos mais deliciosos, o encontro de Elza Soares e o baiano Batatinha. Querem saber mais detalhes desse encontro? Então, vão lá nas páginas do “Projeto Pixinguinha“. O som, se alguém quiser ouvir, além de ser no site, basta pedir que o TM envia para o GTM 😉
José Festa E Chorões Da Paulicéia (1976)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Meu sábado também está sendo corrido, daí, só agora achei um momento para nossa postagem. Eu havia trocado a sexta pelo sábado e vice versa. Hoje então teremos um independente. Vamos com o trombonista José Festa e Os Chorões da Paulicéia, no disco “Festival de Trombone”, lançado em 1976 por um selo independente e distribuído pela gravadora e editora Crazy, de São Paulo. José Festa e os Chorões da Paulicéia nos trazem um álbum da melhor qualidade. São dez choros, quase todos de autoria de José Festa, onde o trombone, um instrumento singular no choro, principalmente como solista, dá ao gênero um sabor diferente e muito agradável. José Festa é um nome conhecido, mas entre os entendidos de chorinho. Infelizmente, pela rede, não achei muita coisa a seu respeito. Como sempre tenho feito, deixo aqui aberto o comentário para quem quiser e puder nos dar mais informações sobre o artista. Uma coisa eu garanto, um disco de choro da melhor qualidade! Confiram…
As Novelas De 70 – Temas Instrumentais (2011)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Cheguei em casa, hoje mais cedo, pensando o que eu iria apresentar aqui no Toque Musical. Ao ligar o computador, fui dar uma espiada no show do Sepultura, lá no Rock In Rio Lisboa. Acabei assistindo toda a apresentação e de bandeja ainda vi boa parte do Metallica. Só parei por que lembrei de fazer a postagem. Na ‘voação’, acabei também por confundir os dias. Não sei porque, mas achei que hoje era dia de coletâneas. Esqueci que estamos na sexta, dia de artista/disco independente. Como já montei todo o esquema e espírito para uma coletânea, vamos a ela! Estou invertendo as bolas, amanhã vamos de independente, ok?
Como disse, eu estava pensando que fosse hoje um dia de coletânea e daí, muito por sorte encontrei, bem escondidinha essa coletânea que eu já tinha, por mim, com já postada. Mas verifiquei que não. O pior foi que eu me esqueci quem me enviou. Sei que foi algum amigo, na época em que eu andei convidando outros blogueiros para participarem das postagens. Porém, agora deu um branco. Me desculpe, meu prezado, pela demora e esquecimento. Independente de qualquer coisa, fica aqui o meu agradecimento. Sua seleção de temas instrumentais de novelas dos anos 70 foi (agora, mais que nunca) providencial. Salvou o dia e com certeza vai salvar o bom gosto de muita gente por aqui. Vamos conferir, né não?
Marcos Valle – Estrelar (1983)
Bom dia, meus prezados amigos cultos, ocultos e associados! Hoje, felizmente, eu consegui uma meia horinha matinal para registrar aqui o ‘toque do dia’. A verdade é que, querendo ou não, eu terei que lançar esta postagem se não quiser perder o ponto. A quinta feira promete! Meu tempo já está todo tomado.
Vamos assim com o Marcos Valle, um dos artista mais tocados por aqui. Boa parte de sua discografia a gente já postou aqui. Agora vamos com “Estrelar”, álbum lançado em 1983, pela Som Livre. Taí um disco que é a cara dos anos 80, colorido, reciclado e variado. Me lembro que a primeira vez que eu ouvi este disco, torci um pouco o nariz. Me causou um certo estranhamento, talvez comparando com outros discos do artista. Mas depois de algumas audições a sua música desce ‘na boa’, tal qual os diversos sabores de sucos que ele nos oferece. Particularmente, gosto do carro chefe, “Estrelar”, um balanço que agitou alguns verões nas rádios e a medida em que nos afastamos no tempo, acho que ela fica ainda mais legal. Outra boa também é “Fogo do sol”. Aliás, essas duas músicas foram as que saíram na versão compacto. Há também duas regravações para “Samba de verão”, numa bossa quebrada e “Viola enluarada”, uma versão instrumental. O disco no todo é só verão. Uma boa pedida para esquentar um dia frio de um inverno que se anuncia. Confiram…
Francisco Moraes E Sua Orquestra – Sucessos De Adelino Moreira (1961)
Ufa! Custei, mas cheguei… e nem vou me prolongar, ainda preciso de um banho e logo uma cama. Estou ‘pregado’! O disco de hoje não é exatamente de gaveta não, mas está fazendo este papel. Foi o único pronto para o ‘abate’.
Temos aqui a música do compositor Adelino Moreira, seus maiores sucessos, na interpretação do então jovem maestro, Francisco Moraes e sua orquestra. Taí um álbum bem bacana, onde vale a pena ouvir uma versão instrumental de sucessos de Adelino, sempre eternizados na voz de Nelson Gonçalves. Interessante…
Lindomar Castilho – Canções Que Não Se Esquecem (1964)
Olás! Estou precisando voltar às postagens matinais, pois essa história de deixar para mais tarde acaba me tirando o apetite. Além do mais, pela manhã a gente sempre está com a cabeça mais leve. Mas enquanto não dá, vamos que vamos…
Trago hoje para vocês um dos primeiros discos do emblemático cantor Lindomar Castilho. Talvez, se não me engano, este foi o primeiro e possivelmente o único onde o cantor ainda não fazia o estilo ‘popularesco’, mais adiante conhecido como brega. Em “Canções que não se esquecem” ele interpreta músicas, aquelas famosas e em sua maioria, de Vicente Celestino e de Cândido das Neves, o Índio. É, sem dúvida, um disco interessante e raro, que merece ser ouvido. Notem que neste lp há uma faixa, “Matei”, do dramático Celestino, que é o que podemos chamar de uma infeliz premonição. Eis aí uma postagem que carece de comentários, seja pelo disco e seu repertório ou pelo artista e seu drama pessoal. Fiquem a vontade…
Antenógenes Silva, Edú Da Gaita, José Menezes, Waldir Azevedo E Dilermando Reis – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 22 (2012)
*TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO
The Jet Rockers – Rock Espetacular! (196…)
Opa! Finalmente estamos na área! E sem muitas delongas, vamos ao que interessa. Hoje vamos de rock, ou do que seria um dos primeiros discos do gênero lançados no Brasil. The Jet Rockers é o nome do conjunto que interpreta aqui, com muita competência por sinal, os grandes sucessos do ‘rock’n’roll’ e outras baladas. O grupo é mencionado como sendo da Jovem Guarda, mas quem foram seus integrantes é coisa que eu não consegui descobrir em 15 minutos. O mais importante é que um disco ótimo de se ouvir e, porque não, de dançar. Vale uma conferida e um comentário aqui ajudando a esclarecer quem foram ‘Os Jets Rockers”. Alguém se habilita? 🙂 Espetacular!
Radio Active – Cash Box (1972)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Eu já ia me esquecendo da postagem do dia. Hoje ainda tenho compromissos sociais. Então, quanto não dá a hora da partida, vamos à postagem do dia.
Trago para o sábado de coletâneas um seleção interessante, lançada no início dos anos 70. Olhando assim pela capa, pelos nomes das músicas e seus respectivos intérpretes, diríamos se tratar de uma coletânea internacional. Ouvindo então as músicas, teríamos então a certeza de que se trata de um disco de estrangeiros. E o que estaria fazendo este disco aqui no Toque Musical? A verdade é que de internacional só mesmo o espírito da coisa, ou seja, a turma toda aqui é brazuca. Acho que já comentei sobre isso em outra postagem. O selo Cash Box foi criado pela gravadora Copacabana para as produções de Cesare Benvenutti, um italiano que soube, aqui no Brasil, explorar como poucos o mercado fonográfico pop de maneira inteligente. Ele produziu vários grupos e artista, dando a eles nomes estrangeiros e obviamente cantando em inglês. Dessa empreitada saíram músicas que fizeram um relativo sucesso na época. Ainda hoje, muita gente acha Lee Jackson, Light Reflections, Tobruk e muitos outros são estrangeiros, mas não, tudo nasceu em Sampa, no início dos anos 70.
Nesta coletânea vamos encontrar os principais artistas do selo Cash Box. Este álbum é um apanhado de alguns lançamentos do selo para seus compactos. Muitos desses artistas e suas músicas ficaram apenas no compacto. Um momento curioso da música pop no Brasil e pouco divulgado.
Rossine Ferreira – Choros Romanticos (1985)
Jorge Goulart – Sambas Fantásticos (1962)
Boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Vou aproveitando aqui esses 15 minutos de folga para trazer logo a postagem do dia. Meu tempo está curtíssimo, cheio de tarefas. Mal vai dando para a publicação da postagem de hoje. Mas vamos lá…
Hoje temos o cantor Jorge Goulart em um disco lançado pelo selo Musicolor em 1962. O álbum estava um caco, com sua capa mofada e suja, porém o disco ainda aguentava mais algumas rodadas e antes que ele se perdesse de vez, aproveitei para digitalizá-lo. Recuperei o máximo que pude, preservando deste apenas a frente da capa. Se houvesse mais tempo podeira ter feito melhor, mas prefiro focar os meus cuidados ao conteúdo, que é ótimo! Temos aqui um repertório de sambas ufanistas, músicas que falam da grandeza do Brasil e seu ritmo maior, o samba. Por aqui desfilam temas de diferentes compositores, músicas que marcaram para sempre o cancioneiro popular. Um belíssimo disco que agora eu convido vocês para ouvirem 🙂
Orlando Silva – Serenata (1957)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Aqui estamos já numa quarta feira. Como a semana passou de pressa! Acho que tenho andado no automático, só pode… Eu havia preparado uma outra postagem para o dia de hoje, mas acabei esquecendo o ‘pendrive’ espetado no outro computador. Daí fui obrigado a puxar um outro dos meus sempre prontos, ‘discos de gaveta’. No final estou achando que a emenda ficou melhor que o soneto. Ouvindo aqui agora o Orlando Silva, acho que esta foi mesmo a melhor pedida.
Temos aqui ‘o cantor das multidões’ neste belo álbum lançado pela Odeon em 1957. Trata-se de um disco onde a gravadora e o cantor procuram prestar uma homenagem ao compositor carioca Freire Junior, um ano após a sua morte. Freire Junior é o autor de músicas como “Malandrinha”, “Luar de Paquetá” e “Olhos Japoneses”. Francisco José Freire Junior era também um pianista, sendo considerado um dos mais importantes autores do teatro de revistas.
“Serenata” é verdadeiramente um álbum muito bonito. Não bastasse um grande cantor, o que me chama também muita atenção são os arranjos… uma maravilha. Gostaria de saber de quem são… Confiram comigo…
Tim Maia – Racional Vol. 1 (1975)
Olá amigos cultos, ocultos e associados! Hoje eu acordei meio que com vontade de ouvir o ‘swing’ do Tim Maia, mais especificamente a música “Rational Culture”. Independente de qualquer que seja a mensagem, o instrumental deste disco é ótimo. Ninguém melhor que o Tim Maia para assimilar a ‘black music’ americana e neste lp ele está impecável, tanto na na criação musical quanto na interpretação. Nesta fase de sua vida artística, enveredou-se para o lado da doutrina filosófica-religiosa, Cultura Racional. Lançou de maneira independente dois discos cuja a temática era toda voltada para as questões ligadas a doutrina do ‘homem do outro mundo’, Manuel Jacinto Coelho, fundador da Cultura Racional. Esta foi uma fase de auto recuperação do Tim. O cara se encantou com a filosofia Racional, deixando de lado aquela vida mundana de artista perdido na noite. Largou a bebida e outras drogas. De branco agora, só as suas vestimentas que passou a usar, em nome da ‘nova ordem’. Muitos de seus fãs passaram a vê-lo com descrédito e até mesmo os meios de comunicação, como rádio e tv. Se por um lado o Tim Maia estava parecendo um fanático religioso, com suas músicas voltadas inteiramente para o doutrinamento, por outra, foi a fase onde ele conseguiu fazer sua melhor ‘black music’. Longe das drogas, com a cabeça mais leve e mais sereno, ele estava cantando muito melhor. Pessoalmente, vejo, nesse sentido, um retorno aos bons tempos, uma pegada funk que nenhum outro artista nacional, metido a besta, conseguiu. Este volume 1 eu gosto mais do que o 2 (e o três). Aliás, “Rational Culture” já vale o disco. Grande Tim Maia! Figuraça!
Vários – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 21 (2012)
Samuel Machado Filho
Jorge Goulart – Rodolfo Mayer – Mãe (196…)
Bom dia, amigos cultos, ocultos e associados de plantão! Hoje é o Dia das Mães e eu quero aqui prestar a minha homenagem a esta figura fundamental em nossa vida. Quero antes de tudo, me abrir um pouco mais, deixando de lado o personagem Augusto TM e mostrando a vocês um pouco do outro cara aqui, isso obviamente, relacionado às minhas mães. Eu posso me considerar nesse ponto uma pessoa de muita sorte, pois tive nessa vida duas ‘mãezonas’. Poderia até dizer que tive mais, pois sempre fui muito bem acolhido e amado por diversas mulheres. Me refiro, claro, ao amor maternal e espiritual.
Quando iniciei este blog, o Toque Musical, estava vivendo um momento muito difícil em minha vida. Minha mãe natural havia acabado de falecer, vítima de um câncer silencioso e agressivo que nos pegou a todos de surpresa. Ela, coitada, nunca soube que mal era aquele que a levou a morte. Abandonei minha mulher e filho e fui viver os últimos três meses cuidando da minha mãe, sozinho! Dois anos antes, havia também perdido a minha irmã, que não chegou a completar 33 anos. Isso, por certo abalou muito a minha mãe e esse câncer deve ter se originado aí, em sua imensa tristeza. Foram três meses de barra pesadíssima, eu sozinho, sem ter muito com quem contar. Fui filho, médico, enfermeiro, conselheiro e tudo que pedia aquele momento. Sofri demais carregando a minha velha para hospitais, desesperado e contando realmente só com a ajuda de Deus. Estava para abandonar também o meu emprego, não fosse a solidariedade e pena dos colegas e chefe, que souberam nessa hora compreender a minha situação. Rezei a Deus para que não me desamparasse e não deixasse a minha mãe morrer comigo sozinho naquela casa. Eu estava meio que perdido, enfraquecido e como disse, sozinho principalmente nas noites, onde eu mal dormia. Eu não saberia o que fazer se ela morresse em casa. Mas já nos seus últimos dias a situação se agravou e eu fui obrigado a levá-la para o hospital. Lá, eu também encarei as noites dormindo na cadeira do seu quarto, mas pelo menos tinha a assistência das enfermeiras e médicos. Em sua última noite eu já não suportava mais de cansaço e numa cama ao lado, que estava vazia, dormi um sono que nunca dormi antes, sem sobressaltos, tranquilo. Acordei as 5:30 e fui logo pegando em sua mão. Ela me olhou já meio distante e em seguida faleceu. Parecia até que ela estava só esperando eu acordar para em seguida morrer. Foi muito triste, foi barra… (desculpem, mas agora eu estou chorando)
Mas essa história de mãe não termina aqui. Meu sofrimento seria ainda muito maior algum tempo depois. Como disse, tive duas mães. A outra foi a minha tia, irmã de meu pai. Essa, coitada, só não me ajudou com a minha mãe porque também estava numa cama já há dois anos, vítima de um AVC que a deixou paralisada nas pernas, o braço direito e na fala. Era uma mulher dinâmica, super ativa, dona de sua vida e da dos outros que ela sempre cuidou. Tinha sua casa, seu carro, sua independência… De repente, num péssimo dia, ela sofreu um derrame e daí, nunca mais se recuperou. Perdeu tudo, agora entravada numa cama. Ela tinha apenas um filho, que eu o considerava como meu irmão mais velho. Por cinco anos ela ficou em sua casa, sendo assistida por uma pessoa contratada por meu primo. Este, um professor doutor universitário, envolvido em seus projetos e uma família, não tinha lá muito tempo para a mãe. Abasteceu com os cuidados que achava necessários, mas o que ela mais queria ele nunca deu, atenção, afeto e carinho. O cara era naturalmente seco e suas emoções eram outras, que nem vale a pena aqui eu comentar. Entregou os cuidados da mãe à uma pessoa descontrola, um mulher com distúrbios bipolares, que mais prejudicou a minha tia do que a ajudou. Implicava com as pessoas que iam visitar a minha tia, inclusive eu, que independente disso, forçava para vê-la todos os dias. Meu primo só aparecia por lá nos finais de semana, fica na casa por pouco tempo e logo ia embora. Só ia mesmo para levar remédios, fraudas e o dinheiro da maluca. Meu envolvimento com a minha tia aumentou, principalmente depois da morte da minha mãe, quando então eu tinha mais tempo para acompanhá-la. Minha tia, embora não pudesse se locomover e se comunicar pela fala era uma pessoa lúcida e mesmo com todos os seus males ainda esboçava uma alegria esperança na vida. Mas essa mulher, a acompanhante, que passou a viver com ela transformou sua vida num inferno. Afastou da casa todos os amigos e implicou até com a fisioterapeuta. Meu primo, afastado do que realmente acontecia por lá, estendeu a tortura até chegar a um ponto em que a acompanhante resolveu abandonar a casa. A mulher era totalmente louca, mas o comodismo desse primo o impedia de procurar outra pessoa para cuidar de sua mãe. Ele bem que podia ter a levado para ficar em sua casa, que por sinal é enorme, com vários cômodos, uma grande e bela casa, onde vivia só ele, a esposa e um cachorrão fedorento. Os dois filhos já eram independentes e moravam em suas próprias casas. Em suma, ele tinha todas as condições para cuidar e estar mais próximo da mãe. Mas ele não queria isso. Quando então, a acompanhante deu no pé, ele imediatamente levou minha tia para um asilo. Asilo de rico chama-se ‘clínica da vovó’, mas no fundo não tem muita diferença. Meus amigos, vocês não fazem ideia do que é sofrimento. Do sofrimento que esse primo impôs à minha tinha e também a mim, que nessa altura já estava muito envolvido com a situação. Pedi a ele, insistentemente, que não a deixasse naquele lugar, era o inferno em dose dupla. Cheguei a propor que voltasse com ela para a sua casa e que eu mesmo cuidaria dela. Mas aquele imbecil sem coração, não quis me dar ouvidos. Vou dizer para vocês, acho que sofri mais do que com a minha mãe. Isso por que a minha tia era uma santa e merecia ter sido tratada de outra forma. Eu a considero como minha segunda mãe porque foi ela quem me criou dos 11 aos 30 anos, período em que fui morar na casa dela. Minha mãe nessa época havia casado com um outro homem e eu acabei sendo criado pela minha tia. Daí uma das muitas razões pelas quais eu tinha um laço muito forte com essa mulher. Meu Deus, como foi difícil acompanhar todo aquele sofrimento desnecessário pelo qual a minha tia-mãe passou.
Eu ia todos os dias visitá-la no asilo e sempre prometendo a ela que faria de tudo para tirá-la de lá. Insisti, insisti e insisti… mas nada! Aquele coração de ferro era inabalável. Em um ano e meio que a minha tia ficou por lá ela foi aos poucos se definhado e pelos maus tratos acabou tendo uma infecção na perna e já nos seus últimos momentos, teve que amputá-la. Que coisa horrível! Como foi triste. Vejam vocês, depois de amputada, já num hospital, sofrendo horrores, o médico lhe deu alta, ou melhor dizendo, mandou que ela voltasse para casa (para desocupar a vaga no quarto). Meu primo então me avisa que iria levá-la de volta ao asilo.Eu chorei por dentro e implorei dizendo, “não leva pra lá não, leva para a sua casa, deixa ela morrer lá…” O cara levantou-se da cadeira onde estava e me mandou calar a boca. Disse que estava cheio de ouvir as minhas reclamações, que a mãe era dele e que faria da forma que achasse melhor. Aquilo me deu tanto ódio que se não fosse pelo fato de estarmos no quarto do hospital com aquele resto de vida, eu teria partido para cima dele. Meu desejo naquele momento foi quebrar a cara daquele safado. Não fosse pela presença (?) da minha tia ali eu iria bater muito naquele cara. Mas, eu me controlei. Com lágirmas nos olhos, fui até a cama, despedi da minha tia e disse a ela: “Meu bem, vai agora. Aqui não há mais nada para você. Vá em paz, eu me despeço aqui. Que Deus lhe acolha como você merece.” Saí de lá com o coração ainda mais partido. Minha tia morreu um dia depois. Nunca mais olhei na cara daquele sujeito e espero nunca mais vê-lo. Tomei um verdadeiro ódio. Hoje, agora nesse dia, não tive como não lembrar de tudo. Não vou nunca perdoá-lo, mas confesso, tenho pena dele.
Desculpem por esse desabafo… eu não esperava chegar a tanto…
Fiquem hoje apenas com esse compacto, lançado pelo selo Mocambo. Onde temos de um lado o cantor Jorge Goulart interpretando a música “Ser mãe”, dos irmãos Coelho e Silvino Netto e do outro o poema/canção “Carta a mãe distante”, também de Silvino Netto. Pode parecer meio piegas esse disquinho para os dias de hoje. Mas quem tem uma mãe no coração, não acha não!
Céu – Extras E Com… (2012)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados de plantão. Hoje o sábado foi pesado, com tantas caixas de elepês que eu carreguei para a Feira do Vinil, que tem acontecido sempre no segundo sábado de cada mês, numa galeria que fique ali na Savassi, rua Pernambuco com Inconfidentes. Quem é de Belô, certamente deve conhecer. O dia foi pesado sim, mas só pelas pilhas de discos, de resto foi ótimo ficar ali o dia inteiro ouvido músicas variadas, folheado os álbuns e falando sobre a Música e seus artistas. Bom demais essa convivência. Para melhorar, ainda me encontrei com pessoas super simpáticas, entre essas, uma de nossas amigas cultas, Madame Mignez, que generosamente me presenteou com um disco de Dilermando Reis (muito obrigado, mais uma vez). Em resumo, a feira foi ótima! Tudo azul!
Este azul então me remeteu ao azul do céu e o céu à Céu, entendeu? Não? Eu explico… Estou falado dessa lindeza que é a cantora Céu. Acredito que todos devam conhecer, quem não conhece, faça-me o favor! Temos aqui uma seleção enviada pelo amigo André Stangl, reunido 22 músicas, que essa jovem cantora nos apresenta ao lado de outros artistas e bandas da nova geração da música ‘pop’ brasileira.
Eu estava quase disposto a escrever mais sobre essa coletânea bem variada, mas percebo que já vamos entrar no domigo e antes que o sábado acabe de vez, vamos dar a ele a sua postagem. Segue aqui mais uma produção exclusiva do Toque Musical. Amanhã tem mais 🙂
Itamar Assumpção E As Orquideas Do Brasil – Bicho De Sete Cabeças (1993)
Bom dia, amigos cultos, ocultos e associados de plantão! Independente de ser sexta feira, hoje por aqui eu vou de Itamar Assumpção. Taí um artista, que vez por outra eu gosto de escutar e que para mim, já estava postado aqui no Toque Musical. Mas, são tantas as emoções que eu nem mais sabia se já o havia postado ou não. Pessoalmente, “Beleléu e a Banda Isca de Polícia” é insuperável e por acaso eu já postei. Assim, vamos com este outro álbum, de 1993, lançado pelo selo independente Baratos Afins. Aqui encontramos Itamar acompanhado do grupo feminino “As Orquídeas do Brasil”. “Bicho de sete cabeças” foi um álbum onde Itamar contou apenas com mulheres. Além das Orquídeas, participam também outras artistas de destaque como, Rita Lee e as irmãs Alzira e Tetê Espíndola. Segundo o texto do encarte, o ‘aviso aos navegantes’, este disco é a primeira parte da trilogia “Bicho de Sete Cabeças”, todos gravados em 1993. Neste primeiro, Itamar se encontra muito a vontade, desfilando suas composições e parcerias. Apenas a faixa “Balaio” não é de sua autoria. Me parece que este disco chegou a ser relançado com outra capa ou algo assim. Foi lançado também em cd, mas duvido que ainda se encontre para venda, a não ser por sorte em algum sebo por aí… Não deixe de conferir… mas antes, tem que pedir, ok? 😉
Benedito Costa – Homenageia O Imortal Ataulfo Alves (197..)
Boa noite a todos! Eu como sempre chego na última hora, mas como bom mineiro, não sou de perder o trem. E o trem hoje é bão, vocês vão ver (e ouvir, claro). Estou exausto, trabalhei que nem gente grande, mas vamos lá…
Meio que por acaso, escolhi este álbum do cavaquinista Benedito Costa. Aqui ele homenageia um dos maiores compositores brasileiros, o imortal Ataulfo Alves. São doze músicas escolhidas a dedo por Benedito e excepcionalmente para um selo que só gravava música sertaneja, o Califórnia. Eu não consegui localizar a data de lançamento do álbum, mas acredito que tenha feito sua estréia no início do anos 70. Benedito Costa, um mestre no cavaquinho nos apresenta, de maneira totalmente instrumental, uma seleção de clássicos de Ataulfo. Benedito, que vem acompanhado por um regional bem bacana e dá à gravação um sabor mais próximo do gosto do Mestre.
Putz! O sono chegou pra valer! Mas será o Benedito? Ainda tenho que tomar um banho antes de cair na cama. Vou ficando por aqui. Já sabem, quem quiser, basta avisar. Tô cheio de solicitações para atender, mas essas ficarão para o fim de semana. Tenha paciência, ok?
VI Festival Internacional Da Canção Popular – Parte Nacional – As Favoritas (1971)
Os Terríveis – Barra Limpa (1967)
Olá amigos cultos, ocultos e associados de plantão! Segue aqui a postagem de hoje. Tô numa correria brava, mesmo assim, não vou querer deixar o Toque Musical sem seu registro diário. Puxei do gavetão, e por acaso, este álbum dos áureos tempos da Jovem Guarda. Aqui vai mais um daqueles conjuntos instrumentais que habitavam o universo musical pop dos anos 60 no Brasil. Temos desta vez Os Terríveis, que em outros discos da época poderiam ter sido, Os Brasas, Os Gatões, Os Cabeludos ou coisa assim. Sinceramente, não tenho nenhuma informação sobre eles e o nosso discos aqui é prova disso. Um álbum sem compromisso, feito com o intuito puramente comercial, aproveitando a onda, mora? Em seu repertório desfilam músicas que eram o sucesso da época, temas nacionais e internacionais. De Roberto Carlos, Martinha e Carlos Imperial à Herman’s Hermits, The Monkees, Luigi Tenco e outros. Pessoalmente, acho tudo jóia, barra limpa. A cara dos discos da Paladium 🙂
PS.: Logo após postar este álbum, um de nossos amigos nos enviou um esclarecimento sobre quem eram Os Terríveis. A fonte foi o blog “La Playa Music – Oldies” cujo texto eu replico aqui:
Os Terríveis foi um grupo formado em Recife, Pernambuco, que foi para o Rio de Janeiro em 1965 buscar um maior espaço no cenário musical. Inicialmente tinham a denominação de “Os Lords”, mas como já existia uma banda com o mesmo nome e mais famosa foram obrigados a mudá-lo para “Os Terríveis”. O empresário do grupo era chamado Galindo. Ao chegar ao Rio de Janeiro, o grupo se apresentou nos programas de Rádio de José Messias e Célia Mara na Rádio Mauá e nos Programas de TV (Rio Hit Parade) no canal 13, chegando a acompanhar Roberto Carlos na música “É papo firme”. Também tocaram no Programa de Jair de Taumaturgo.
Os integrantes da Banda por ocasião da gravação do primeiro disco “Long Play”, chamado de “Hit Parade” selo SBA, eram: Heronildes Alves Ferreira, apelidado de “Nido Mau” (guitarra solo), Beto (baixo), Geo (sax), Nado (guitarra base) e Nando (bateria). Por ocasião da gravação do segundo disco, “Onda Jovem”, selo SBA, saiu o guitarrista Nado e entrou o Milton, apelidado de “Zé Colmeia”, na guitarra base.
Já por ocasião da gravação do terceiro disco “Barra Limpa”, Selo Parlophone, pela gravadora Odeon, incluído nesta postagem, saiu o saxofonista Geo, não tendo substituo. Marcos Fontenely, o “Nely”, foi o guitarra base neste disco, substituindo o guitarrista Nilton.
O conjunto se dissolveu em 1968. O grupo gravou também um compacto duplo com músicas de natal, hoje raríssimo. (Fonte: livro “O Rock and Roll – origem, mitos e o rock instrumental no Brasil e em outros países”, de Laércio Pacheco Martins, editora própria.)
A Era Getúlio Vargas Vol. 2 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 20 (2012)
Em 5 de agosto de 1954, ocorre um atentado em frente ao prédio em que residia o jornalista e político Carlos Lacerda, ferrenho opositor de Getúlio Vargas, em frente ao edifício em que residia, na Rua Tonelero, no bairro carioca de Copacabana. Lacerda é ferido no pé e o major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz, que o acompanhava, acabou morto. O atentado foi atribuído a membros da guarda pessoal de Getúlio, sendo seu líder, Gregório Fortunato, acusado de ser o mandante do crime, e além disso a FAB, à qual pertencia o major Vaz, tinha como grande herói o brigadeiro Eduardo Gomes, derrotado por Getúlio nas eleições de 1950. Isso desencadeia grave crise política, na qual o povo e os militares pedem a renúncia de Getúlio. Não tendo outra alternativa, e após aquela que seria sua última reunião ministerial como presidente da República, Getúlio se suicida com um tiro no coração, na fatídica madrugada de 24 de agosto de 1954, deixando uma famosa carta-testamento e causando forte comoção em todo o pais. Por isso mesmo, encerramos esta retrospectiva musical da era Vargas com duas homenagens póstumas. A primeira é o rojão (espécie de baião mais acelerado) “Ele disse”, lançado na Copacabana por Jackson do Pandeiro dois anos após a morte de Getúlio, em 1956, com o número 5579-A, matriz M-1503, citando inclusive uma frase dessa carta: “O povo de quem fui escravo jamais será escravo de ninguém”. E a segunda, composta por João “Braguinha” de Barro, é o “Hino a Getúlio Vargas”, lançado por Gilberto Milfont na Continental em setembro-outubro de 1958 com o número 17579-A, matriz C-3478. Curiosamente, no verso do disco, a música aparece em versão apenas instrumental, com a Orquestra Continental. Enfim, esta é a segunda e última parte de uma retrospectiva que apresentou interessantes crônicas musicais da era getulista, inclusive mostrando a comoção que seu trágico suicídio desencadeou. Mas, como diz o hino de Braguinha, Getúlio ficará para sempre no coração do Brasil!
*TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO
Orquestra Brasília Pixinguinha (1988)
Olás! Já que falamos em Projeto Pixinguinha e até ouvimos algumas coisas do Mestre, com Abel Ferreira e Ademilde Fonseca, que tal ouvirmos um pouco mais? Me lembrei deste disco, lançado pelo extinto selo Kuarup em 1988. Este disco é muito interessante porque traz uma coleção inédita de arranjos feitos por Pixinguinha, em 1948. Um trabalho concebido para um orquestra de salão, chamada por ele de “Orquestra Brasília”. Esta coleção, segundo nos conta o texto de contracapa do presente lp, foi encontrada por acaso pelo músico e pesquisador Henrique Cazes na Biblioteca Nacional. Uma coleção de 26 arranjos escritos que nunca foram gravados. Para o álbum foram escolhidos apenas 12 músicas, sendo que entre essas, uma inédita, o choro “Sedutor”. O álbum foi produzido e interpretado pelo próprio Henrique Cazes e uma dezena de excelentes músicos.
Acho que esqueci de gravar a última faixa do lado B, “Um a zero”. Aguardem, logo que eu puder vou pegar o disco emprestado novamente.
Abel Ferreira E Ademilde Fonseca – Projeto Pixinguinha Vol. 2 (2012)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Enquanto as prováveis novas mudanças no Blogger não acontecem, eu continuo seguindo no mesmo ritmo. Vamos mantendo as postagens diárias e se possível, sempre com coisas e músicas para se ouvir com outros olhos. Afinal, capengando ou não, aqui ainda é o Toque Musical. Aliás, é bom dizer, a cada novo golpe eu fico mais criativo 🙂 De burro eu só tenho mesmo a teimosia.
Hoje, embora seja um dia onde me dedico às coletâneas, por falta de tempo e de lembrança, acabei optando por mais um número do Projeto Pixinguinha. Vamos para o volume 2, com Ademilde Fonseca e Abel Ferreira, em show realizado em 1977, na primeira edição do evento. Como já havia informado, não entrarei no mérito da questão. Estas postagens servirão sempre como um chamarisco, uma porta a mais de entrada para o site Brasil Memória das Artes. Tenho certeza que todos que entrarem aqui, irão de imediato buscar no site da Funarte as informações. Essa é a minha contrapartida, dar mais visibilidade à esse site maravilhoso. Não deixem de visitar!
Nelson Piló – Seu Violão E Sua Arte (1970)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Tenho, infelizmente, uma triste notícia para todos. Vou noticiá-la primeiramente por aqui para ver até onde o escriba Augusto tem chegado, ou seja, quantos realmente estão lendo o que eu escrevo. A notícia não é boa, mas dependendo da repercussão, posso até achar que não foi tão mal assim. O negócio é o seguinte… ao chegar no fim deste mesmo de maio, o blog Toque Musical vai mesmo pendurar a chuteira. Isso porque, segundo a equipe do Blogger, a partir de junho todos os autores do blog, deverão assumir uma identidade verdadeira, Quer dizer, se eu quiser manter o TM, terei que obrigatoriamente revelar a minha verdadeira pessoa. Pelo menos para eles eu terei que deixar de ser o ‘misterioso baixinho black power’ e mostrar de vez a minha cara. Bom, eu sou feio, mas não sou bobo. Não vou entrar nessa e me expor de bandeja assim. Prefiro então que eles encerrem o blog. Preferia mesmo que fosse no final de junho, assim o Toque Musical estaria encerrando com chave de ouro, completando os seus 5 aninhos de existência e resistência. Talvez, dependendo do meu estado de espírito, eu continue levando o blog em frente, na versão desatualizada do concorrente, WordPress. Talvez até eu crie uma nova versão por lá, o que me dará menos trabalho do que ficar incluindo as postagens que faltam. É provável também que o WordPress acabe seguindo o mesmo caminho do Blogger e isso é que me desestimula. Sinceramente, se for rolar, fica aqui já o convite para o velório do Augusto TM. Assim sendo, aproveitem bem os últimos dias de Pompéia e rezem para que haja vida após a morte!
Mas enquanto isso, vamos dando os toques, até que a morte nos separe 🙁 Hoje é dia de artista/disco independente, porém o presente álbum não é exatamente um disco independente, foi apenas lançado por uma pequena editora, em 1965 e mais tarde, relançado pelo obscuro selo Hot, supostamente em 1970, que é a versão que eu apresento a vocês. Temos assim, Nelson Emmanuel Piló, um grande compositor e violonista, mineiro de ‘Belzonte’, que num passado agora distante era muito tocado nas rádios da capital mineira. Nos anos 50 ele se tranferiu para o Rio de Janeiro, indo trabalhar como arranjador na Rádio Nacional. Foi amigo de Dilermando Reis e segundo nos conta Fábio Zanon em seu programa pela Rádio Cultura FM, era Piló quem transcrevia para o papel as músicas do outro mestre. Dilermando, por sua vez chegou a gravar músicas de Piló. Nosso compositor e instrumentista mineiro também foi responsável pela transcrição e arranjos de obras de Ernesto Nazareth e Catulo da Paixão Cearense. Gravou também outros discos, álbuns hoje muito raros, conhecidos apenas por quem é do pinho. Voltou a Belo Horizonte onde foi professor de muita gente. Neste álbum, praticamente quase todo autoral, vamos encontrar uma pequena amostra das qualidades e da ténica desse grande artista. Pessoalmente, gosto muito da faixa 2, “Suspiro da negra”, música esta também gravada por Dilermando. Vamos conferir…
Hermeto Pascoal – Hermeto (1978)
Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje o meu dia foi osso, não tive tempo nem de piscar. Acabo de chegar e antes que o dia acabe, vou logo batendo o ponto. E a coisa aqui vai ser mesmo rapidinha, pois estou realmente cansado e preciso acordar e sair logo cedo.
Tenho aqui para vocês o primeiro disco do Hermeto Pascoal gravado nos ‘States’. Uma produção do casal Airto Moreira e Flora Purin. O disco foi gravado em 1972 e contou com orquestra e um time de músicos americanos do jazz de primeiríssima linha, entre esses, alguns mais conhecidos do público brasileiro, como Joe Farrell, Ron Carter e Hubert Laws. Airto e Flora também estão presentes em todas as faixas. Aqui no Brasil, o disco foi lançado pelo selo Imagem, seis anos depois e traz na contracapa um texto de apresentação de José Domingos Raffaelli, um grande especialista em Jazz. Deixarei por conta dele as informações complementares, porque o cansaço e o sono me pegaram de vez. Vão conferindo aí, amamhã a gente continua… no Comentários 😉
Carlos Magno – O Bom É O Juca (1974)
Muito boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Há tempos eu estou para postar aqui no Toque Musical este disco. Só não o fiz antes porque achava tê-lo perdido, ou vendido, sei lá… O certo é que neste final de semana, para a minha felicidade, acabei achando o disco em meio a outros tantos que nem me lembrava. Assim sendo, vamos a ele… Acredito que este álbum ainda não foi apresentado em ‘outras praças’. Trata-se de um dos discos mais difíceis de se achar, do selo Marcus Pereira e é, para mim, um dos mais bonitos.
“O bom é o Juca”, creio eu, foi o único lp gravado por esse grande artista. Digo grande artista, não é atoa ou simplesmente pelo excepcional trabalho fonográfico, lançado no início dos anos 70. Carlos Magno, embora só tenha gravado um compacto nos anos 60 pela Philips e este lp pelo Marcus Pereira, tem em seu currículo como compositor dezenas de outras belas canções. Suas músicas já foram gravadas por artistas como Benito Di Paula, Originais do Samba, Elza Soares, Jair Rodrigues e Noite Ilustrada. Este último, inclusive, foi quem lhe abriu as portas na noite paulista. Carlos Magno, por muito tempo, se apresentou em casas noturnas de Sampa, sendo um músico até bem conhecido. Não foi por acaso que Marcus Pereira o convidou para gravar em seu Jogral.
Carlos Magno de Almeida é mesmo um artista de muitas facetas. Além de compositor e intérprete é também poeta e um premiado artista plástico (pintor e escultor), com várias exposições individuais e coletivas.
Em “O bom é o Juca”, temos músicas, que para um ouvido atento, percebe-se de imediato a sensibilidade criativa do artista. Composições com letras simples e direta, mas que ganham ainda mais força em comunhão como as belas melodias. Sempre que escuto o Carlos Magno me faz lembrar o Jards Macalé e vice versa. Para mim, os dois tem algo em comum, acho que talvez no timbre da voz, sei lá… O Macala bem que podia gravar alguma coisa do Carlos Magno, cairia como uma luva, justinho 🙂 Inclui nesta postagem a música “Senhora de Nazaré”, extraída do seu compacto pela Philips.
Vamos lá, moçada, confiram este toque e me digam lá se eu não tenho razão 🙂