Boa noite, amigos cultos e ocultos! Meio que em cima da hora, surgiu aí uma semana de folga. Imperdível e inadiável. Estou viajando amanhã para o Rio de Janeiro e mesmo com todas as facilidades para os 15 minutos dedicados às postagens diárias, não pretendo fazê-las pela semana. Vamos dar uma pausa, afinal eu também mereço, vocês não acham?
Arquivo mensais:janeiro 2012
Brazilian Beat – Uma Seleção Do Toque Musical (2012)
Olá amigos, boa noite! Sem muito tempo para me dedicar um pouco mais ao blog, continuo devendo aos solicitantes cultos e ocultos alguns ‘toques renovados’. Segura aí que logo vem… 🙂
Cora Coralina (1989)
Boa noite, amigos cultos e ocultos. Depois da SOPA e outras ‘canjas frias’, muita gente por aqui parece que ficou ainda mais oculta. Seria bom se ficassem também cultas, hehehe… brincadeirinha. Até o momento a liberdade está prevalecendo 😉
Expósito E Sua Orquestra – Bossa Wih A Beat (1963)
Como disse, na sequencia vai mais um. E este aqui, entre os demais, é de arrepiar. Um delícia para quem gosta de jazz e de bossa. Um álbum todo dedicado à Bossa Nova, que em 1963 era o ‘ó do borogodó’. No texto da contracapa, embora vocês não consigam por aqui ler direito, fala dessa nova música, de como ela surgiu e como se tornou um sucesso. Este álbum procura explorar a bossa, dando a ela o ‘beat’ de uma grande orquestra de jazz. Um trabalho direcionado ao gosto um público internacional. Taí, mais um imperdível!
Expósito E Sua Orquestra – Novo Encontro Com Expósito E Sua Orquestra (1965)
Olá amigos, boa noite! Fiquei as duas últimas horas vendo e revendo clips do Jimi Hendrix no Youtube. Poxa, como eu gosto disso… de Hendrix, claro, e de todo aquele clima de anos 60… putz, era bom demais!
Milton Nascimento, Herbie Hancock, Wayne Shorter, Stanley Clarke & Robertinho Silva – Select Live Special Session (2012)
Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Olha aí que belo toque musical eu tenho hoje para vocês. Por esta ninguém esperava (e nem eu!). Mais um presentinho do nosso amigo Chris Rousseau, o qual ele foi buscar na mesma ‘fonte sueca’ de onde veio o polêmico “João Gilberto na casa de Chico Pereira”. Chegou ainda nesta semana e eu, logo de cara, fui ouvir. Que maravilha, nem sabia dessas travessuras do Bituca. Acredito que para a maioria também deve ser novidade essa gravação, que traz o encontro de Milton Nascimento com três feras do jazz americano, os conceituadíssimos Herbie Hancock, Stanley Clarke e Wayne Shorter. Esse momento glorioso aconteceu há mais de 20 anos atrás em um megashow em Tokyo, Japão. Pelo pouco de informações que eu encontrei na rede, trata-se de um festival, o “Live Under The Sky Festival”, onde se apresentaram, além dos já citados, outros grandes, como Marcus Miller, Omar Hakim, Joe Sample, Everette Harp & La La Hathaway e Orchestre Nacional de Jazz.
Armando’s Trio – Som De Boate Vol. 2 (1970)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Metendo a mão no gavetão virtual, tirei por sorteio o disco de hoje. Temos aqui mais um disco do Armando de Souza Lima, mais conhecido como ‘Armando do Solovox’. Este é mais um de seus discos prometidos, que eu vivo ensaiando em postá-lo, mas nunca o fiz. “Som de Boate” saiu pela Odeon, através de seu selo Imperial. Aliás, este foi o segundo volume, mas com eu já comecei na desordem, o primeiro fica para uma próxima oportunidade. Eu já falei aqui sobre o Armando do Solovox, por sinal, a única informação relevante sobre esse compositor e instrumentista está nas páginas do Toque Musical. Ele veio do Amazonas, se firmou como músico no Rio de Janeiro, na década de 50. Gravou vários discos, inclusive de 78 rpm. Como eu já disse, o seu grande diferencial era o Solovox, um pequeno teclado, inventado nos anos 40 por um engenheiro da Hammond, que era acoplado ao piano ou orgão. Armando era conhecido como o “Rei do Solovox”. Nos anos 60 ele tocava muito em casas noturnas, boates e restaurantes, e seu som era ideal para esses lugares. O piano e o solovox juntos tocavam ao fundo, suavemente, transformando o falatório e o barulhinho de louças e talheres numa espécie de ‘sinfonia ambiente’. Acho que é daí que vem aquela de “música ambiente”. Sem dúvida, sua música era também ótima para se ouvir no elevador ou em grandes magazines, coisa que hoje em dia não se ouve mais.
Trigêmeos Vocalistas, Vocalistas Modernos, Zé Fidelis, Zé Gonzaga, Jorge Loredo – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 08 (2012)
Rir é o melhor remédio. E é o bom humor que marca a seleção desta oitava edição do Grand Record Brazil, apresentando dez fonogramas raros e, claro, bem alto astral.
Renato E Seus Blue Caps (1963)
Boa noite a todos! Estive ouvido hoje alguns discos da Jovem Guarda e entre eles este álbum do Renato e Seus Bule Caps. Taí um disco que eu nunca cheguei a ouvir todo, hoje foi a primeira vez. Me chamou a atenção porque nele aparece o Erasmo Carlos, tinha que ouvir.
Top 19 Da Música Mineira Em 2011 (2012)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Chegamos ao nosso sábado de coletâneas. Hoje temos uma seleção de um convidado, o promotor cultural Edu Pampani, da Discoteca Pública. Edu é um dos mais importantes colecionadores de vinil do Brasil e também um incansável divulgador de cds e artistas independentes. Ele criou uma seleção com 19 músicas (não me pergunte o porquê), extraídas de diversos cds lançados no ano passado, os quais ele divulga e ajuda a vender. Segundo ele, a coletânea contempla os artistas ‘mais chegados’, amigos com quem ele sempre troca figurinhas e aquilo que ele considera ter sido o mais expressivo da cena ‘pop-uai’ (o pop-uai é por minha conta). Em seu site, a Loja da Música Que Vem De Minas, vocês poderão encontrar os cds desses artistas e outros mais, para a venda, claro! Mas vale a pena. Tem muita coisa boa e interessante que a gente não vê por aí.
Carlos Lucena – Raízes Do Franco (1982)
Boa noite amigos cultos e ocultos! Mais uma vez, eu cheguei já no final da festa. Mesmo assim ainda há tempo de deixar aqui o meu toque musical do dia. E quem vai nos salvar é o músico mineiro, Carlos Lucena. Eu já havia postado dele um outro disco, na verdade seu segundo álbum, também independente. Agora eu volto com ele em seu primeiro disco, gravado em 1982, em São Paulo. Nesta época, Cacá morava em Sampa, tocando na noite. Um artista então com seus 18 anos, tentando mostrar o seu trabalho. Gravou este álbum, sendo todas as músicas autorais. Seu canto e a sua música trazem muito as características da música mineira. Logo nos primeiros acordes a gente sente isso.
Trio Irakitan – Três Vozes Que Encantam (1955)
Boa tarde, quase noite, meus caros amigos cultos e ocultos! Eu havia planejado para hoje um disquinho bacana, “Gadê E Walfrido Silva – Gafieira – 1956”, para a nossa postagem de hoje, mas percebi logo a tempo que era um álbum da Musidisc. Embora seja um dos primeiros lançamentos do selo do Nilo Sérgio e que certamente nunca mais será relançado, achei melhor não publicá-lo no Toque Musical. Não sei se vocês já perceberam, mas eu não posto mais discos desse selo. Os que estão no blog ficaram apenas para compor a sequência e com os REPOSTs, também não trazem links para download. São limitados ao nosso GTM (Grupo de discussão do Toque Musical), apenas para quem faz parte desse seleto grupo.
Raul De Barros – Ginga De Gafieira (1958)
Olá, amigos cultos e ocultos! Tem dias em que a gente fica num desânimo que não dá nem vontade de levantar da cama. Essa etapa eu até consegui vencer, mas sinceramente, estou me arrastando para fazer qualquer outra coisa, inclusive a postagem de hoje. Mesmo assim, vamos a ela, um ‘disco de gaveta’ para não dar muito trabalho.
Astor Silva E Oswaldo Borba – Metais Em Brasa No Samba (1962)
Olá amigos cultos e ocultos! Demorei, mas cheguei… Cheguei mas já estou saindo. Vim apenas bater o ponto e correr para um outro. Estou trazendo para a nossa postagem um disco bem bacana, que agrada logo de primeira. “Metais em Brasa no Samba” foi uma produção da Companhia Brasileira de Discos, através de seu recém inaugurado selo Philips. A gravadora lançou este disco se aproveitando do ‘gancho’ de sucesso de uma série internacional, lançada originalmente pela orquestra do americano Henry Jerome. Segundo informações que colhi em uma comunidade no Orkut, Henry Jerome realmente existiu. (E eu que pensava que fosse esse mais uma criação da indústria fonográfica ou um pseudônimo para álbuns de orquestras que tocavam temas populares de sucesso). Henry Jerome, com sua orquestra de metais fez história, pelo menos em discos. Lançou diversos álbuns mundo a fora, intitulados “Metais em Brasa”. O sucesso da fórmula foi tamanho que chegou a ser copiado, utilizando inclusive no termo.
Carmélia Alves, Marlene, Violeta Cavalcante, Zezé Gonzaga E Zilah Fonseca – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 07 (2012)
Amigos cultos e ocultos, já chegamos à sétima edição do Grand Record Brasil. Sete, dizem, é conta de mentiroso, mas a diversão que você vai ter aqui é cem por cento verdadeira! Aqui focalizamos cinco das mais importantes cantoras brasileiras, em fonogramas raros e autênticos itens de colecionador.
Dilermando Reis (1969)
Olá, amigos cultos e ocultos! A partir deste ano começarei a incluir na postagem, além da ilustração da capa, a contracapa também. Acredito que assim, a postagem ficará mais completa, muitas vezes complementando as informações de apresentação do disco. Eu já devia ter tomado essa decisão logo que iniciei o blog. Mas, como toda a ‘construção’, é ao longo do tempo que os detalhes vão se definindo. Na medida do possível, também irei renovando as antigas postagens, incluindo assim as suas contracapas.
Banana Jazz – Brazilian Music – Seleção Exclusiva Do Toque Musical (2012)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Enquanto a chuva despenca lá fora, eu aqui dentro quero mais é ficar no chocolate, ‘pianinho’ dentro de casa, ouvindo uma boa música. Só não vou tomar um vinho porque estou no remédio, tentando curar a minha costocondrite, também conhecida como reumatismo e ainda, doença de véio, hehehe… Só rindo para não chorar, o bicho está mesmo me pegando. Diante ao quadro, quase clínico, só me restou pegar de leve, não fazer esforço e relaxar. Tô seguindo as recomendações médicas. Música boa é um santo remédio. E foi isso que eu fiz.
Low-Fi – Ready for Rock (2011)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Chegamos à primeira sexta feira de 2012, mantendo a programação de postagem para os artistas e discos independentes. Como a cada dia, mais artistas e discos buscam o caminho alternativo e independente para lançarem seus trabalhos, convém mantermos aqui um dia exclusivo para isso.
Cesar Mariano & Cia. – São Paulo Brasil (1977)
Boa tarde, meus prezados amigos cultos e ocultos! Hoje, logo cedo, escutei uma música vinda de um dos apartamentos do prédio onde moro. Estava alto o som e eu só não fui lá reclamar porque a música era boa, um instrumental que eu logo identifiquei. Era o Cesar Camargo Mariano. Peraí, pensei comigo, eu tenho esse disco! Achei até que já o tivesse postado no blog, mas verifiquei que não. Taí uma boa hora para fazê-lo. É um dos discos de música instrumental que eu mais gosto. É ousado, competente e de altíssima qualidade. Para mim, se iguala ou supera aos melhores do ‘fusion’ internacional. Quer dizer, ‘fusion’ no sentido mais amplo do termo. Foi o segundo disco solo de Cesar Mariano, ou Cesar Camargo Mariano. Um trabalho inspiradíssimo que projeta em nossas mentes as diversas facetas de Sampa. Uma homenagem e tanto! Mas este disco não seria o que é se não tivesse o Cesar Camargo acompanhado pelas feras, Crispim Del Cistia, Natan Marques, Wilson Gomes e Eduardo Portes. Os caras juntos formam uma química muito boa.
The Jungle Cats (1967)
Olhaí, na sequência, resolvi postar este compacto, que é outra raridade e muito bem cotado no Mercado Livre, acho até que vou vender o meu. DESAPEGA!!!
Capitão Aza E Martinha – Compacto (1970)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Tem épocas em que eu esqueço a máxima deste blog, que é ‘ouvir com outros olhos’. Criei o Toque Musical no intuito não só de mostrar raridades da música brasileria, como também tudo aquilo relacionado à áudiotapes, fonogramas e curiosidades desse nosso universo sonoro. É certo que eu tenho muito mais discos de música do que propriamente essas tais curiosidades, mas é sempre bom lembrar, até porque eu quero mais é que apareçam essas gravações por aqui. Adoro receber aquelas ‘sobras de estúdio’, de gravações caseiras, ‘bootlegs’, fitas K-7, demos e etc… Quem tiver aí algo que considere relevante, não se acanhe, envie aqui para o nosso TM, ok?
Luiz Loy Quinteto – Interpreta Chico Buarque De Hollanda (1967)
Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Ontem a noite eu estive ouvindo algumas coisas do Luiz Loy e confesso, com uma atenção que me fez perceber o quanto eu desconhecia o talento deste artista. Acho que, na verdade, eu nunca havia parado para escutar dele um disco inteiro. Ontem ouvi dois, o álbum de 1966 e este, que apresento aqui, de 1967. Muito legal, gostei demais… A escolha pelo do Chico Buarque foi apenas porque o mesmo já não está mais acessível em outros blogs.
Raul De Barros, Ruy Rey, Risadinha E Roberto Ferri – Seleção 78 RPM Do Toque Musical (2012)
Amigos cultos e ocultos do Toque Musical, espero que vocês tenham tido uma excelente passagem de ano. E é com muita alegria que lhes apresentamos a sexta edição do Grand Record Brasil, a primeira deste novo ano de 2012. Para começar, aqui está um músico que foi também chefe de orquestra: Roberto Ferri. Junto com o pai, Orlando Ferri, ele animava bailes por todo o Estado de São Paulo, apoiado por músicos bastante qualificados e experientes. O disco desse notável músico escolhido para esta seleção foi o Odeon 13327, gravado no dia 29 de maio de 1952 e chegado às lojas em setembro seguinte. Ferri, atuando ao solovox (instrumento considerado o primeiro sintetizador monofônico da história da música) e apoiado por regional, executa no lado A, matriz 9325, dois clássicos do inesquecível poeta do mar da Bahia, Dorival Caymmi: ”A jangada voltou só” e “É doce morrer no mar” (esta última é uma parceria com o escritor, também baiano, Jorge Amado, que às vezes, como aqui, era omitido nos selos dos discos). No lado B, matriz 9324, por conseguinte gravada antes, Ferri executa o choro “Levanta poeira”, do mestre de Santa Rita do Passa Quatro, Zequinha de Abreu (1880-1935), editado como “chorinho sapeca”, e cuja primeira gravação só se deu em 1942, na Victor, pela Orquestra do maestro Passos. Em seguida, iremos relembrar Domingos Zeminian, que ganhou a imortalidade com o pseudônimo de Ruy Rey (São Paulo, 1915-Rio de Janeiro, 1995). Ator, cantor, compositor e “band-leader”, especializou-se na interpretação de ritmos hispânico-americanos (bolero, rumba, mambo, guaracha, chá-chá-chá, etc.). E também era de carnaval (quem não se lembra, por exemplo, da marchinha “A mulata é a tal”?). Tanto que o disco apresentado aqui é o Continental 15974, gravado em outubro de 1948 e lançado em janeiro de 49, claro, um mês antes da folia, com duas marchinhas. Com acompanhamento da Orquestra Tabajara de Severino Araújo, ele interpreta no lado A, matriz 1978, gravado no dia 8, “Espanhola diferente”, composta por Nássara, autor de inúmeros êxitos carnavalescos, e pelo alagoano Peterpan, que no gênero também nos deu hits como “Apanhador de papel” e “Marcha do caracol”. No lado B, gravado no dia 6, portanto dois dias antes, matriz 1974, temos “Legionário”, de João “Braguinha” de Barro, outro nome que muito contribuiu para engrandecer nosso repertório carnavalesco, em parceria com José Maria de Abreu, paulista de Jacareí, que concebeu vários hits clássicos de nosso cancioneiro, bastando lembrar “Alguém como tu”, “E tome polca”, “Se amar é bom” e “Boa noite, amor”, o prefixo pessoal de Francisco Alves. Aliás o carnaval de 1949 foi um dos mais ricos em termos musicais, bastando lembrar, por exemplo, “Chiquita bacana”, “Pedreiro Valdemar”, “Jacarepaguá”, “A Lapa”, “Nêga maluca”, “A coroa do rei”, “Balzaqueana”… A seguir, um mestre do trombone: Raul de Machado de Barros (Rio de Janeiro, 1915-Itaboraí, RJ, 2009). Músico e maestro dos mais notáveis, ele aqui executa dois choros à frente de seu regional, gravados na Odeon em 15 de junho de 1949 e lançados em setembro seguinte no disco 12948. No lado A, matriz 8521, temos “Eu, hein!”, de autoria de Felisberto Martins, à época também diretor artístico da Odeon. E o lado B, matriz 8520, é simplesmente um dos clássicos do chamado “repertório de gafieira”: “Na Glória”, composto pelo próprio Raul em parceria com Ary dos Santos. Um sucesso inesquecível, por ele regravado em outras oportunidades com a mesma competência. Até eu estava esperando para ter este registro original em minha coleção, tenho que confessar! Encerrando, temos Francisco Ferraz Neto, aliás, Risadinha (São Paulo, 1921-Rio de Janeiro, 1976), que evidentemente ganhou esse apelido por seu temperamento alegre. Ele marcou presença sobretudo no carnaval, com hits do porte de “O doutor não gosta” e “Se eu errei”. Risadinha aqui comparece com o disco Odeon 13599, gravado logo no comecinho de 1954 (4 de janeiro) e ido para as lojas em março seguinte. Acompanhado de regional, ele regravou dois sucessos: no lado A, matriz 10017, o rojão (espécie de baião mais acelerado) “Forró em Limoeiro”, de Edgar Ferreira, lançado no final do ano anterior por Jackson do Pandeiro em seu primeiro disco. No lado B, matriz 10018, um clássico do samba: “Se acaso você chegasse”, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, primeiro sucesso nacional de Lupi, originalmente lançado em 1938 pelo também estreante Ciro Monteiro. Samba esse que receberia inúmeros outros registros de sucesso, e que projetaria, em 1959, Elza Soares. Enfim, o GRB começa o ano novo com o pé direito, e faço votos que todos tenham um ótimo 2012, repleto de alegrias, realizações e conquistas!
*SAMUEL MACHADO FILHO
Agostinho Dos Santos E Yansã Quarteto (1967)
Muito bom dia e ano a todos os amigos cultos e ocultos! Começamos aqui o ano de 2012 com a esperança de continuar levando um pouco mais dessa luz, que é a música popular brasileira, que FOI a produção fonográfica brasileira e que é a parte mais rica da nossa história musical. Começo batendo na mesma tecla, lembrando o quanto o desinteresse de muitos e o oportunismo de poucos levaram a produção fonográfica brasileira ao sucateamento, ao desmantelamento e consequentemente ao esquecimento. Volto a afirmar o quanto anarquismo ‘cibernético’, ‘digital’ ou qualquer outro nome que vocês queiram dar, favoreceu à retomada e resgate do que foi levado embora ou se perdeu na música popular do Brasil ao longo das três últimas décadas. O surgimento de blogs como o Toque Musical, principalmente no Brasil, foi de suma importância, mesmo sendo visto com um grito marginal ou criminoso. Digo isso porque o Brasil foi um dos maiores produtores de discos no mundo! A melhor música popular do mundo está aqui! Aliás, como dizia o Aloysio de Oliveira, está aqui, em Cuba e nos Estados Unidos. A brasileira, para mim, é a melhor porque traz em si elementos genuínos e também os da música cubana e americana. Não é por acaso que todos querem e amam esse produto nacional. Observem que tudo que de bom neste nosso país acaba sendo adquirido e usufruído pelos de fora. Vejam o nosso café, o nosso ouro, a nossa mata… é tudo deles! Daí fica a pergunta, quem vendeu o Brasil? Resumidamente eu diria que foram os burros, os ingênuos encantados com espelhinhos brilhantes trazidos de fora, gente sem visão, sem coração, mas com muita fome de grana! Continuo mantendo a teoria da conspiração fonográfica, ‘trama do esfacelamento da produção fonográfica nacional’, do seu verdadeiro roubo, que tanto prejudicou grande parte dos artistas brasileiros e principalmente o acesso do nosso povo. A MPB deveria ser considerada um patrimônio cultural imaterial brasileiro, se é que isso é possível. É claro que sabemos o quanto é difícil, num país como no nosso, tentar gerenciar toda essa produção, que começa desde de quando o primeiro disco foi gravado por aqui. Não temos o mesmo poder dos americanos, europeus e japoneses, que sempre souberam valorizar seus produtos (e os nossos, claro!). Faltou-nos educação e investimento na cultura em geral. Faltou empenho por parte daqueles que estiveram sempre no poder. Agora, quando temos a oportunidade de rever isso, de mudar um pouco esse quadro, enfrentamos barreiras, que em outras palavras é o mesmo que dizer, estamos comprando de volta e pagando caro por aquilo que vendemos a preço de banana. Um disco, por exemplo, como muitos postados aqui, vocês só tiveram a oportunidade de conhecê-lo porque alguém, como eu, se deu ao trabalho de trazer de volta, de compartilhar e fazê-lo ser ouvido novamente. Podemos observar também que a maior quantidade de blogs que compartilham músicas, se concentram no Brasil e isso, eu creio que não é apenas porque não existe aqui de fato uma lei reguladora, com punições severas. A verdade é que ainda vale a pena manter o ‘anarquismo’ em prol do sucateamento, do resto do tesouro perdido pelas gravadoras, mas guardado com carinho nos lares brasileiros. À medida em que vamos soltando nossos discos, esses vão sendo novamente incorporados à lista de direitos autorais exclusivos. Como um termômetro, se alcança um bom nível de interesse e procura, logo nos será censurado e talvez relançado a preço de dólar. Diante à cruz ou à caldeirinha, melhor é continuarmos pondo nossos discos para rodar. A gente vai pagar mais caro por um cd ou uma faixa no iTunes, mas pelo menos vamos ter certeza de que a nossa música foi preservada, mesmo não tendo mais direito algum sobre ela.