Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Hoje, dia 30 de junho estamos completando 4 anos de atividades. Como disse, não esperava chegar até aqui. Mas quando se conquista milhões de amigos, sejam eles cultos ou ocultos, não há como voltar atrás. Nos tornamos cativos, não só da ‘cachaça’, mas principalmente das pessoas a quem conquistamos. Como diz o Roberto Carlos, “são tantas as emoções”, hehehe… Felizmente estamos aqui e se o Toque Musical ainda existe é graças ao público que tem. Agradeço imensamente a todos e em especial àqueles que muito colaboraram para manter nosso estoque musical sempre em dia. Muito obrigado pela paciência, pela força e também os comentários. Esses, nunca devem faltar, pois é a melhor maneira de eu saber se não estou ou não no caminho certo.
De ontem para hoje eu acabei fazendo uma grande confusão com as postagens, daí, o dia de ontem ficou como se não tivesse tido postagem. Foi mais um vacilão meu. Cheguei tarde e cansado. Mas vamos colocando a casa em ordem. Os visitantes, convidados ou não, são sempre bem vindos. Vamos juntos soprar as quatro velinhas 😉
Para comemorar eu estou trazendo este disco, lançado pela Philips em 1961 (por coincidência, o ano em que eu nasci). Este álbum, por sinal, muito interessante, é um daqueles discos que antigamente se fazia específicamente para ser um presente de aniversário. Uma boa coletânea, com músicas temáticas, feito mesmo para marcar um momento. Temos nesta seleção musical apresentada por Aloysio de Oliveira, artistas (obviamente) do ‘cast’ da gravadora, figuras ilustres que todos nós, pelo menos por aqui, já conhecemos. A direção musical é do maestro Monteiro de Souza.
Se não me falha a memória, este álbum já foi usado também pelo Loronix em um de seus aniversários. Como a vela é de boa procedência, merece novamente ser acesa e soprada por todos nós. Vamos conferir?
Arquivo mensais:junho 2011
Orquestra TV Sound – Temas De Novelas (1964)
Na sequência, aqui vai um compacto raro, que traz a trilha de abertura de uma antiga novela da TV Record, a trama “Renúncia”, de Roberto Freire, que na época fez muito sucesso. Contava com a estréia do galã, Francisco Cuoco, contracenando com a atriz Irina Greco (nunca mais ouvi falar dessa atriz).
A música tema era na verdade uma composição de Elmer Bernstein, chamada “Progress”, executada pela Orquestra TV Sound, da TV Record, tendo como arranjador e regente o maestro Ciro Pereira. Do outro lado do compacto, que é simples, temos outro tema, “Inspetor Burke” (Burke’s law), de Herschel Gilbert. Este aí fazia parte de algum seriado, suponho… não me lembro… não tenho nem cabeça para sair procurando informação. Desculpem, esgotei… Boa noite! Zzzz….
Carlos Poyares – O Som Maravilhos da Flauta de Carlos Poyares (1973)
Toque Musical – 4 anos!
Impacto – Compacto (1978)
Taí o compacto da noite, seguindo bem na linha do grupo Santa Cruz, que foi postado ainda a pouco. O Impacto, se não estou enganado, também fazia o circúito de bailes. Lançaram este compacto pelo selo internacional Atco Records, com produção do violonista e compositor pernambucano Marcus Vinicius, aquele que trabalhou com o Marcus Pereira e em seu selo gravou dois discos, “Trem dos condenados” e “Dédalus”. Obviamente, vocês verão, o grupo Impacto não tem nada a ver com a musicalidade do seu produtor. Trata-se apenas de um trabalho comercial, onde por acaso ele atuou. O nome ‘Impacto’ também nos remete ao grupo potiguar Impacto 5, que também atuou na cena pop dos anos 70. Eu não sei não, mas suspeito que talvez algum dos integrandes do Impacto 5 esteja por trás deste grupo.
No disquinho encontramos uma versão para “Dreamin'”, sucesso internacional nas rádios no começo dos anos 70, aqui chamado de “Sonho” e do outro lado, “Conselho de amigo”, hit a la jingles, que também tocou bastante nas rádios. Eu lembro e vocês? 🙂
Santa Cruz – Sonhos (1981)
Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos. Queria fazer desta semana algo especial, mas devo confessar que meu tempo é aquela coisa que vocês todos já sabem curto e corrido. É nas brechas e pausas que o toque diário vai saindo. Queria ter feito uma programação mais interessante, apontando para alguns álbuns especiais que eu até já havia planejado, mas ainda não tive como dar aquele trato neles. Sendo assim, sem querer desfazer da qualidade dos que os substituem, estou trazendo outras curiosidades.
Hoje vamos como o grupo Santa Cruz, que eu só conhecia de nome e do ‘ouvi falar’, lá pelos anos 80. Me lembro de ter ouvido no rádio, em Sampa, na casa de um amigo, a música “A dança não pode parar”, do Renato Teixeira. Fiquei curioso com a interpretação, mas fiquei sem saber de quem se tratava. Passados mais de vinte e tantos anos vim a encontrar a música novamente. Aliás, não faz muito tempo que o disco caiu na minha mão.
O grupo se chama Santa Cruz. Para quem é de São Paulo, talvez o nome seja mais familiar, pois ao que parece, eles se formaram por lá. Ao que tudo indica também, trata-se de um conjunto de baile. Possivelmente já deve ter animado muito baile pelo interior paulista.
O disco “Sonhos” foi lançado pelo selo RCA, em 1980. Foi produzido pelo Osmar Zan, que além de um músico muito atuante no passado, foi também um pescador de talentos. Lançou muita gente por ai.
O Santa Cruz era formado por quatro rapazes, os quais constam com seus nomes na contracapa de maneira não muito convencional, ou despretenciosa. Todos na intimidade do primeiro nome e no diminutivo: Edinho, Tacilinho, Julinho e Chiquinho. Parece até nome de sobrinhos. Vai ver, o Mario Zan era o tio (hehehe…)
Mas independente desse detalhe, os caras mandavam bem. Fazem aqui um trabalho profissional, mesmo que aparentemente sem grandes novidades ou expressão. Vale uma conferida, uma lembrança, quem sabe… 🙂
Elcio Alvarez E Sua Orquestra – Compacto Twist (196?)
Conforme o combinado, aqui vai agora o compacto. Temos aqui e mais uma vez no Toque Musical, o maestro, compositor, arranjador e produtor Elcio Alvarez, num compacto que eu acredito, seja de 1962. Não tive tempo de procurar a informação correta. Esqueci, inclusive, de incluir o selo da gravadora Cantagalo, por onde este compacto foi lançado. Mas não se preocupem, assim que eu tiver uma folga, coloco as coisas no lugar. Já estou aqui babando de sono, porém, vamos lá…
Repetindo o que já foi dito por mim anteriormente, Elcio esteve a frente (e por trás também) de muitos trabalhos e artistas durante os anos 50, 60 e 70. Era um dos mais requisitados arranjadores, um músico, pricipalmente de estúdio. Por ele passaram artistas dos mais variados estilos e talentos. Foi um importante maestro naquelas décadas.
Neste compacto duplo, ele nos apresenta quatro twists, o primo do rock, que naquela época era o furor da juventude. Um tipo de música que fez muito sucessso por aqui. Tivemos inclusive grande grupos como The Bells, The Jet Blacks, The Clevers e outros que não me lembro agora. No compacto temos um twist mais, digamos, ‘caretinnha’, dentro do agrado não apenas dos filhos, mas também com a aprovação dos pais. São quatro temas, naturalmente internacionais e bem conhecidos por quem viveu aquele tempo da Labretta sem saia e sonhava em ser um James Dean. Confiram aí, porque o sono bateu com força. Zzzz…
Waldir Calmon E Sua Orquestra – Ritmos Do Caribe (1958)
Semana De Aniversário – 4 Anos De Toque Musical!
Jongo Trio – Compacto (1965)
Pois é, meus prezados amigos cultos e ocultos, segue agora o compacto de bônus ou, o toque extra para começarmos uma outra comemoração. Vejam vocês como uma coisa leva a outra. Falamos de Dick Farney Trio e vamos na sequência novamente com Toninho e Sabá, ao lado do pianista Cido Bianchi. Juntos eles formavam o Jogo Trio. O grupo foi formado em São Paulo, em 1965. Fizeram diversos shows, tocando no Teatro Arena, Paramount, na boate Cave e na TV com ‘Hélice’ Regina e Jair Rodrigues, no histórico programa “O Fino da Bossa”. Foi nele que surgiu a oportunidade do trio gravar um disco pelo selo gaúcho Farroupilha. Veio primeiro o compacto duplo, para anunciar a chegada do lp, que foi lançado naquele mesmo ano de 65.
Como eu dizia, uma coisa leva a outra e mais outra… Nesta semana o Toque Musical está também comemorando os seus 4 anos de vida. Sinceramente, eu não esperava chegar até aqui. Não que me falte munição. A verdade é que muita coisa aconteceu ao longo desse tempo, alegrias e também frustrações, ânimos e desânimos. Muita pressão, pouco tempo, mas acima de tudo um desejo incontrolável de tratar de um assunto que é uma das minhas paixões: a música, seus artistas e seus discos. Vejo que todo esse tempo não foi em vão, por isso mesmo ainda e cada vez mais rico fica este nosso Toque Musical. O administrador aqui, também ficou rico, mas não foi pedindo doações e nem alugando espaços para propaganda (na cara e ocultas). Eu me enriqueci foi conhecendo mais sobre a música brasileira. Foi tendo a honra de conhecer e ser reconhecido por esses artistas maravilhosos que em sua maioria sempre aprovaram a minha conduta. Foi levando alegria àqueles que por conta do progre$$o da indústria fonográfica se viram iludidos pelo brilho falso de uma coisa chama ‘compact disc’, que deixou para trás (ou passou para os de fora) o momento mais importante da nossa música popular brasileira. Sucateados fomos todos nós, que a custa do anarquismo e de uma suposta ilegalidade, tivemos que recorrer ao uso da mesma tecnologia para recuperar um pouco a nossa dignidade musical. Vocês já pararam para pensar onde estaríamos se essa revolução do compartilhamento não tivesse existido? O que estariam produzindo os nossos novos artistas, sem referências ou influências históricas? Talvez estaríamos agora totalmente dominados por macaquices, tolices e outros lixos que ‘eles’ tentam nos vender como a nova música brasileira de qualidade (no máximo curiosidade!). O popular não precisa necessariamente ser pobre, copiado, obtuso e obsceno. É preciso que haja luz para iluminar o caminho dos que chegam e uma cultura musical descente, própria do nosso povo! Viva o Brasil, meu irmão!
Para finalizar a minha prosopopeia, irei nesta semana de aniversário fazer postagens como a de hoje, ou seja, um lp e em seguida um compacto. É o meu presente de aniversário 😉
Dick Farney Trio – 5 Anos De Jazz (1977)
Olá amigos cultos e ocultos! Passei, hoje, a manhã toda navegando na rede e por mais estranho que pareça, acabei me esquecendo da postagem. Só agora estou dando conta de que ainda não mandei o toque do dia, não bati o ponto. 🙂 Neste domingo, estou em sintonia como o jazz. Minha tarde foi regada à McCoy Tyner, Gil Evans e Dave Brubeck. Delícia total! Eis que agora, ao escolher o que iria postar, me lembrei do Dick Farney e seus memoráveis shows intimistas ao lado de Sabá e Toninho. Shows esses , diga-se de passagem, que eu nunca assisti, mas se tornaram memoráveis por conta do talento do trio e também porque foram gravados e ficaram registrados em discos, como este que estou trazendo aqui.
“5 Anos de Jazz” comemora o encontro desses três músicos que em 1972 se juntaram para fazerem o que mais gostavam, tocar jazz. Foram na época contratados pelo empresário da noite, Ricardo Amaral e passaram desde então a se apresentarem nesses shows para uma platéia seleta. Dessas apresentações, que eram sempre gravadas vieram, os discos. Lançaram um primeiro em 73 e em 77 veio este que comemora os cinco anos tocando juntos. Um disco que contempla justamente algumas das músicas que eu ouvia hoje à tarde. Brubeck na cabeça! Além de outros, também clássicos, mas poucos. O disco traz apenas seis faixas. Dá vontade de ouvir mais… 🙂 Confiram aí, pois eu no embalo, acho que vou mandar mais um. Um compacto para fecharmos bem a noite. Que tal? 😉
Garota de Ipanema – 123 Toques Musicais (2011)
Boa noite amigos cultos e ocultos! Como ainda estou em recuperação, entupido de antibiótico, fiquei proibido de fazer algumas das coisas que mais gosto num fim de semana prolongado como esse. Não posso beber e nem queimar meu chocolate. Daí, não vejo muita razão para sair, encontrar os outros amigos cultos e também os ‘revelados’. Vou seguindo bem maneirinho, fazendo extravagâncias em outros sentidos, como vocês verão (e ouvirão) daqui. Hoje eu passei o dia em overdose, mas não foi de remédio não. A turma aqui em casa é que o diga, tiveram que suportar quase oito horas ouvindo uma mesma música, “Garota de Ipanema”. Depois de hoje, fiquei proibido de tocá-la, pelo menos, até o fim do ano, que vem. Chapei todos por aqui, inclusive os vizinhos, mas esses não reclamaram (e nem podem, eu sou o síndico, hehehe…)
Pois é, resolvi fazer uma seleção de 123 versões de “Garota de Ipanema”. Sei que extrapolei, passei da dose e fui além. Recolhi as mais diferentes interpretações desta canção de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. São gravações antigas e novas, realizadas aqui e também lá fora em diferentes cantos do mundo, como os mais diversos artistas e músicos. Alguns de vocês talvez venham a me perguntar a razão de um número tão inexato: 123. A explicação é simples, “Garota de Ipanema” deve ter mais de 500 versões gravadas pelo mundo, eu devo ter umas 250 (ou quase). Como não tive tempo para preparar cada uma delas, decidi parar em 123, que simboliza uma continuidade, uma sequência, a qual, por certo, eu não pretendo levar em frente (ufa!). Fiz isso apenas para mostrar a vocês como algumas músicas se tornam apaixonantes, vibrantes e prá lá de clássicas. Gosto disso, de colecioná-las. Aliás, são três as músicas pelas quais eu venho reunindo versões: “Garota de Ipanema”, “Caravan” e “Nature Boy” (adoro essas músicas).
Como ando com ‘doses’ na cabeça, vai aqui esta postagem em dose quíntupla! Para vocês passarem 123 dias ouvindo uma a uma por dia (se aguentarem, é claro!). Taí, a coletânea da semana. Olha que coisa mais linda…
A propósito, com 123 nomes diferentes, sinceramente, pelo menos por agora, não irei listá-las para vocês, mas podem ter certeza que aquela versão em particular que procuram está aqui.
A capinha , desta vez, não ficou muito no meu agrado, mas na contracapa há toda a relação dos intérpretes, ok? 😉
Zéluiz – Sinais (1980)
Taí, como eu havia dito, teremos uma sexta independente em dose dupla. Com essa tomação de remédios, fiquei com essa coisa de ‘doses’ na cabeça. Melhor seria se fosse umas doses de uma cachacinha de Salinas ou um Jim Beam, que ainda tenho estocado. 😉 Mas hoje, nem pensar…
Para a nossa segunda dose eu estou trazendo o cantor e compositor Zéluiz (Zé Luiz Mazziotti), que há pouco mais de um mês deu (e continua dando) um bom ‘ibope’. Como todos gostaram, achei por bem mandar mais um. 😉
“Sinais” é um álbum independente, lançado por Zéluiz em 1980. Neste trabalho ele interpreta além de suas canções, em parceria com Mily, Sérgio Natureza e Ana Terra, outras também de alto nível de compositores como Baden e Paulo Cesar Pinheiro, João Bosco e Aldir Blanc, Ivan Lins, Fátima Guedes, Joyce, Lourenço Baêta e Elodi. O álbum foi produzido pelo próprio Zéluiz. Os arranjos e regências ficam por conta de Gilson Peranzzetta e Antonio Adolfo. Participam também um time de grandes instrumentistas, os quais vocês poderão ouvir e verificar no encarte anexo do nosso ‘toque musical’. Vamos conferir?
(tem discos que quando eu posto, sei até quais serão os amigos cultos e ocultos irão se manifestar, interessante…)
Quatro Na Roda – EP (2011)
Francisco Carlos – Interpreta Noel Rosa, Ary Barroso, Lamartine Babo E Custódio Mesquita (1956)
Olá amigos, cultos e ocultos! Nada como uma boa noite de sono para que a gente acorde animado. Eu naturalmente sou animado, mas quando tenho que enfrentar as dores, troco sem querer a animação pela irritação. Daí eu ponho um disco para tocar e a música vai aos poucos me acalmando. As dores ainda permanecem, mas eu vou me cuidando. Hoje até já consegui ripar mais uma bolacha e vou mandando ela aqui para vocês.
Temos assim, o cantor Francisco Carlos, um nome hoje esquecido, inclusive pelos seus contemporâneos. Nunca vi por aqui alguns dos senhores mencionar ou soliciar alguma música deste artista. Acho curioso, porque embora Francisco Carlos tenha abandonado a carreira em favor de outra arte, a pintura, nos anos 60, nas duas décadas anteriores ele era um grande astro, tanto como cantor como também como galã de filmes da Atlântida. Era conhecido como “El Broto”, por conta de seu grande sucesso, “Alô brotinho”. Também recebeu o título de “cantor namorado do Brasil”. Tinha mesmo uma pinta de galã. Nos anos 80 ele voltou ao mundo da música, mas os tempos eram outros, não conseguiu retomar a carreira.
Neste álbum, de 56, gravado pela RCA Victor (que eu considero como seu melhor disco), temos um desfile de oito sambas clássicos. Francisco Carlos interpreta músicas de Noel, Ary Barroso, Lamartine e Custódio Mesquita. Olha só…
Waldir Calmon – Música De Herivelto Martins (1955)
Boa noite para vocês, amigos cultos e ocultos! Devido a uma insistente e dolorosa sinusite estou hoje bem confuso, sem paciência e precisando de uma cama. Só mesmo por honra da firma é que estou aqui. Comecei uma postagem hoje, logo cedo, mas nesse mal estado acabei por não terminar. Fiz uma bagunça com os arquivos que aí eu preferi mudar o disco do dia. Troquei o Briamonte, num disco de samba, por este álbum do Waldir Calmon interpretando a música de Herivelto. Era o que eu já tinha pronto, além dos meus outros ‘discos de gaveta’ que só entram quando eu estou no aperto.
Vamos assim com o Waldir Calmon, que já é figurinha carimbada por aqui, mas que traz (e vale a pena conferir) a música de um dos nossos maiores compositores, Herivelto Martins.
Gente, vai conferindo aí, porque as minhas dores voltaram. Vou tomar uma Coristina e cair na cama. Até amanhã… 🙁
Jorge Goulart – Eu Sou O Samba (1960)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Na brecha do meu tumultuado dia, aproveito para fazer logo a postagem, antes que fique ainda mais tarde e eu sem disposição, acabe por não fazê-la. Estou numa sinusite brava, parece até aquelas ressacas de vinho Sulino. Não vejo a hora de chegar em casa, tomar um banho e cair na cama. Mas antes, vamos ao ‘post’ de hoje…
Olha só que beleza, um raro álbum do cantor Jorge Goulart. Talvez um de seus melhores discos, lançado pela RCA Victor em 1960. Um disco, obviamente, de samba e samba de primeira. Aqui encontramos Jorge Goulart interpretando um repertório com direito a três músicas de Zé Keti, entre elas o clássico “A voz do morro”, música que abre o disco e serviu de inspiração para o título do álbum. Mestres da composição como Ary Barroso, Mário Lago e Hervê Cordovil, também comparecem no disco. Chamo atenção para as faixas, “Meu samba”, de Lúcio Alves e Armando Louzada e “Brasília, capital da esperança”, de Cid Magalhães e Ivo Santos, música esta, feita em homeagem à então nova capital do Brasil.
Confiram aqui, em primeira mão, este álbum nota 10 😉
Gilson de Souza – Poeta De Rua (1979)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Neste mês o Toque Musical estará completando 4 anos de vida. Como já estamos na segunda quinzena é bom eu ir ajeitando a casa, anunciando a data e preparando para a festa. Afinal, o que falta agora é só convidar a todos. Vocês trazem os ‘comes e bebes’ que o presente quem dá sou eu, ao longo dos dias do próximo ano. Estamos conversado? 😉
Para começar a semana, vamos de samba. Vamos com o Gilson de Souza, lembram dele? Não? Poxa…que isso! Foi justamente com uma música, um samba chamado “Poxa” que Gilson decolou para o sucesso. Lançado em 1975, este samba valeu ao artista o troféu Impresa como revelação do ano e melhor música. A música se tornou bem popular, chegando a alcançar umas dezenas de interpretações e regravações. Dizem que até o Elton John já cantou essa música em um de seus shows (eu queria ver). Mas o sambista compositor não ficou só num sucesso, tem também aquela, “Orgulho de um sambista”, que foi cantada por Jair Rodrigues e outros artistas, que também gravaram a música. Pelo que eu li, Gilson continua na ativa, compondo, gravando e fazendo shows esporádicos. Trabalha como Conselheiro Fiscal da Sicam (Sociedade Independente de Compositores e Autores Musicais)
No álbum “Poeta de rua “, seu segundo disco lançado pelo selo Arlequim, em 1979, temos doze sambas, todos de sua autoria ou parceria. Um disco interessante, como músicas de um forte apelo popular. Embora eu não as conheça, imagino que algumas tenham tocado em rádios, principalmente paulistas, onde o artista é mais conhecido. Confiram o toque…
Caetano Veloso – Ao Vivo Em Santo Amaro 1987 (2011) REPOST
Bom dia a todos! Acabei de acordar e nem café eu ainda tomei. Vim direto para o computador preparar logo a minha postagem diária, antes que eu acabe caindo na enrolação, deixando tudo para o fim de noite. Não gosto não. Fico esgotado e acabo comprometendo o ritmo e a qualidade das postagens.
Hoje eu tenho para vocês um ‘bootleg’ interessante, Caetano Veloso ao violão, cantando em praça pública em sua cidade natal, Santo Amaro da Purificação, Bahia. A gravação, possivelmente extraída da mesa de som, foi feita em 1987. Não sei de detalhes sobre ela, mas pela que podemos ouvir, encontramos um Caetano muito a vontade, só ele e o violão, despreocupado até com a interpretação. Afinal ele não imaginaria que um dia esse registro ecoasse além das fronteiras do seu quintal. Não se trata de algo especial ou excepcional, mas é acima de tudo, Caetano Veloso. E eu gosto muito desse cara, podem crer!
Esta gravação me foi enviada pelo amigo Sergio Delfino há algumas semanas atrás. Estou postando agora, depois de ter dado um ‘trato’ no som e composto a tradicional capinha. Embora não seja um disco, como todos sabem, aqui no Toque Musical, coisas como essa, acabam virando edições exclusivas. Muitos já consideram o TM como uma editora de ‘bootlegs’. Mas é bom lembrar que aqui a coisa é feita com o sentido único de ser cultural. Por amor. Minhas ‘produções’ não são para vendas ou comércio de qualquer espécie. Minha intenção é compartilhar cultura, discussões musicais e preservação da produção fonográfica brasileira (principalmente aquela que vem se perdendo com o tempo e pela falta de interesse das gravadoras). Gosto também dessas gravações ao vivo. É quando a gente tem o artista ‘in natura’. Gosto disso…
Eu Ovo Uma Coletânea (2011)
Eugenio, Osias E Danilo – Arraial Na Voz De Titane (1984)
Bom dia, amigos cultos e ocultos. Para o nosso encontro nesta sexta independente, eu trouxe um disco muito bacana, que só mesmo quem é aqui das montanhas das Geraes o conhece bem. Trata-se de “Arraial”, um projeto musical onde participaram mais de 50 músicos mineiros, entre instrumentistas, compositores e arranjadores. Figuras de destaque na música mineira como Marco Antonio Guimarães e seu Uakti, Gilvan de Oliveira, Ladston do Nascimento, Sérgio Moreira e até o argentino Rujo Herrera, entre outros…
Osias Ribeiro, Danilo Santos e Eugênio Gomez são compositores mineiros que aqui tem as suas músicas interpretadas por Titane, uma das maiores cantoras de Minas Gerais. Se não me engano, este foi o primeiro disco da Titane, ou melhor dizendo, um disco onde ela é a cantora.
Num projeto onde tanta gente boa se envolveu, o resultado não poderia ser outro senão um disco de qualidades. Infelizmente, por questões técnicas e também de orçamento algumas músicas foram cortadas. Se o disco tivesse sido lançado, na época, em formato cd, talvez isso não acontecesse. Mesmo assim eu prefiro lamentar ele não ter sido lançado como um álbum duplo. Ao ouvirem, vocês logo me darão razão. Fica no final aquele gostinho de ‘quero mais’ 😉
Roberto Paiva E Francisco Egydio – Polêmica (1956)
Boa noite amigos cultos e ocultos! Finalmente me encontro numa pausa e aproveito o momento para mandar aqui o meu recado, o toque do dia. Como estou em trânsito, hoje vou recorrer aos meus ‘discos de gaveta’. Não tive tempo para preparar coisa melhor, daí vamos com o excelente “Polêmica” – Noel Rosa X Wilson Batista, nas vozes de Francisco Egydio e Roberto Paiva.
Embora seja um disco já bem divulgado em diversos blogs musicais, eu penso que ele ainda irá surpreender muita gente que passa por aqui. Trata-se, sem dúvida, de um disco com músicas de dois grandes compositores, Noel Rosa e o sambista Wilson Batista. Acredito que todos saibam da história da rixa entre os dois compositores. Contam que por causa de uma morena tudo começou. Noel estava ressentido com o malandro Wilson que havia lhe ‘roubado’ uma pequena. Quando Wilson Batista compôs “Lenço no pescoço”, uma apologia à malandragem, Noel viu ali a chance de lhe revidar e escreveu o samba “Rapaz folgado”, onde numa indireta bem direta ele puxa o rodo no Wilson. Daí começa a curiosa batalha musical, com Noel e Wilson trocando insultos em versos (insultos mais por conta de Wilson Batista, é bom dizer). Esse fato durou pouco mais de uns dois anos, mas se prolongou na história porque dele nasceram músicas que hoje são clássicos do nosso cancioneiro popular. Com a mesma morena por quem a disputa começou, foi também o motivo como tudo terminou (bem). Wilson havia escrito o samba “Terra de cego”, onde dava mais uma alfinetada em Noel. Mostrou e cantou para ele a música em um bar e ali mesmo. Segundo contam, Noel gostou do samba, mas pediu para trocar a letra, ou melhor, criou uma nova letra para a música que passou a se chamar “Deixa de ser convencida”. A letra que antes dizia a Noel para perder a mania de bamba, agora falava à morena Ceci para deixar de ser convencida.
Em 1956 a Odeon decide então lançar o álbum “Polêmica”, onde reúne os sambas que os dois fizeram durante esse período. Francisco Egydio foi o responsável pelas interpretações dos sambas de Noel e Roberto Paiva os de Wilson Batista. A gravação deste álbum foi importante porque trouxe a tona um assunto que não era do conhecimento do grande público. Fez também trazer de volta essas primeiras composições de Wilson Batista.
Na contracapa do lp de 10 polegadas, temos um texto explicando melhor essa polêmica, escrito por Nassara, que também assina a bela e divertida capa.
Lauro Paiva E Seu Conjunto – O Ritmo É… (1963)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Até o momento ninguém se manifestou com relação à postagem de ontem. Ainda continua valendo um doce para aquele que souber informações sobre o Del Norman.
Para hoje eu tenho mais um disco raro, um típico exemplar que vocês só encontram aqui no Toque Musical. Finalmente chegou em minhas mãos o último dos quatro discos lançados pelo selo mineiro MGL. Quem acompanha o Toque Musical já deve saber um pouco da saga e os discos criados por essa gravadora, pioneira no Estado de Minas Gerais. A MGL (Minas Gravações Limitada) nasceu nos primeiros anos da década de 60. Foi criada por Dirceu Cheib, incentivado pelo Maestro Edmundo Peruzzi, o qual estreou o selo com o álbum “O samba visita o clássico“. Naqueles anos de 62 e 63, quando a MGL iniciou os seus trabalhos, segundo Dirceu Cheib, a ideia era a de fazerem apenas um disco. Naquele momento a empresa era apenas um espécie de editora. Ainda não haviam investido em maquinários para um estúdio de gravações. Os quatro discos lançados foram totalmente feitos em São Paulo e com artista desse Estado. Os álbuns lançados foram: “Peruzzi – O samba visita o clássico“; “Xixa e seu conjunto – Hoje é dia de festa“; “Antoninho Pellicciari e seu conjunto – Apresenta sucessos do momento” e este que estou postando agora, “Lauro Paiva – O ritmo é…”. Não sei precisar a ordem de lançamento desses discos que vieram após o do Maestro Peruzzi, mas todos foram lançados em 1963. Provavelmente, o do Lauro Paiva foi o último e talvez seja até de 1964, ano em que a MGL inicia com seu selo Paladium. Este lp demonstra bem isso, a transição, pela capa temos a MGL e o selo já era Paladium. Dos quatro lançamentos este foi o único com gravação estéreo. A partir daí, os discos da Minas Gravações passaram a ser Paladium. A Paladium, como já disse, foi um selo criado para coleções com vendas a domicílio. A razão pela qual seus discos, quando os encontramos por aí, não apresentarem uma ficha técnica, se deve ao fato de que os mesmos faziam parte de caixas como seis lps, que eram vendidas à domicílio por todo o Brasil.
A história da Paldium e por consequência da MGL e Bemol eu ainda penso em contar em um outro blog que criei, mas até hoje não achei um tempo para lhe dar vazão. Só para não perder a ideia de vista, cheguei até a fazer umas duas postagens, mas apenas para lhe dar um corpo. Possívelmente, se tudo der certo, quero transformar essa história num projeto, com apoio institucional ou de leis de incentivo. Já tenho muito material de pesquisa coletado e todo o esquema montado para isso. Só me falta tempo e talvez uma pessoa também interessada no assunto e que queira comigo pegar essa empreitada. Alguém se habilita?
Bom, vamos ao disco… Lauro Paiva, embora hoje em dia seja quase um desconhecido, foi nos anos 50 e 60 um músico e compositor bem conhecido, principalmente em São Paulo, onde ele fez seu nome. Nascido na Bahia, trabalhou no início dos anos 50 na Radio Excelsior baiana. Mudou-se para o Rio de Janeiro logo em seguida e a partir de então vieram as gravações. Pelo que eu pesquisei ele gravou por volta de uns nove ou dez discos ao longo de sua carreira. Estabeleceu-se em São Paulo onde também tocava na noite. Em 1963 ele foi convidado pelo Maestro Peruzzi a gravar este álbum para a então novíssima MGL. Um trabalho muito interessante e super gostoso de ouvir. Do lado A temos uma seleção de sambas, muito bem arranjados, valorizando bem o ritmo, como anunciando no título do lp. São músicas, algumas, bem conhecidas, como “Influência do jazz”, de Carlos Lyra; “Eu sei que vou te amar”, de Tom e Vinicius e “Na cadência do samba”, de Ataulfo Alves. No lado B temos também muito ritmo, contemplando um repertório internacional com outros estilos musicais muito em voga na época, o ‘twist’ e o chá chá chá.
Muito legal o disco, vale a pena dar uma conferida.
Del Norman – Mais Uma Vez Adeus (1962)
Zé Trindade – Quadrilha Na Roça (1958)
Amigos cultos e ocultos, cheguei!
Como a semana foi meio confusa para mim, além do aniversário do João Gilberto, o Dia dos Namorados… quase me esqueci de postar aqui mais um disco de festa junina. Aliás um ótimo disco para se colocar em festas, as poucas tradicionais que ainda existem pelo Brasil.
Ano passado eu cheguei a ir numa grande festa junina, mas estava tão descaracterizada que de junina só tinha mesmo o mês. Bandeirolas e balões de plástico industrializados, garotos vestidos de ‘cowboy’, barraquinhas vendendo pizza e bolinho de feijão, tudo isso eu aceitei. Mas foi o fim da picada quando percebi que a música tocada, por dois marmotas, era aquela sertanejo brega. Meu Deus! Nos intervalos, pelas caixas de som só saiu (desculpem a expressão) merda, ou coisas sem a menor sintonia com o clima. Tinha de Restart à Ivete Sangalo (oí gente!), uma verdadeira caricatura da caricatura de uma festa de São João. E não tinha fogueira… Seria tão bom se os organizadores dessas festas fossem um pouco mais tradicionais, afinal a ideia da festa é essa mesma, manter as tradições, ou pelo menos relembrá-las. No que depender de boa música, bons momentos para uma festa, aqui no Toque Musical tem para dar e compartilhar 😉
Um bom disco e que eu recomendo para a ocasião é este aqui do Zé Trindade. Lançado pela Columbia em 1958, o lp reúne faixas gravadas pelo humorista em discos de 78 rpm, durante os anos de 56 e 57, acrescentando também novas gravações que completam o álbum de 10 polegadas.
Talvez, muita gente hoje em dia não se lembre ou não sabe quem foi o Zé Trindade. Ator, humorista, poeta… um tipo realmente muito divertido. Me lembro de tê-lo visto pela última vez no cinema fazendo uma ponta no filme “Um trem para as estrelas”, de Cacá Diegues. Na contracapa há um texto de apresentação do artista feito pelo Chico Anísio. Confiram aqui, completo e na melhor qualidade 😉
Moacyr Silva – Interpreta Cole Porter (1962)
Boa tarde, amigos cultos e ocultos. Hoje o domingo é especial, dia de amar, Dia dos Namorados. Quem tem o seu, nessa altura, deve estar agarradinho, passeando na praça de mãos dadas ou mais ainda, tentando achar uma vaga num motel (se já não estiverem por lá). Claro que amor não é só sexo e necessariamente não precisamos do motel e nem do ato em si para comemorar a data. Mas essas são situações comuns nesse dia. Em todo o canto que se olhe há sempre um casal celebrando o seu amor. Bacana, que viva o amor!
Foi pensando no Dia dos Namorados que eu reservei este álbum maravilhoso, caído em minhas mão por acaso. Na verdade ele é uma encomenda para o blog “A Música Que Vem De Minas“, que generosamente me permitiu postá-lo em primeira mão aqui para vocês. Obviamente, vocês o verão por lá também e com certeza em muitos outros blogs musicais. Afinal é um disco que merece ser bem compartilhado.
Temos então o grande sax tenor Moacyr Silva interpretando um dos maiores compositores americanos, outro grande, Cole Porter. A primeira vez que ouvi este disco, não pensei que fosse um álbum nacional. Estava certo de que aquele sax era do Ben Webster, outro grande saxofonista (americano). Foi preciso ouvir direito e mais e mesmo assim só me dei conta de quem era depois de ver a capa do disco. Claro, era o nosso Moacyr Silva e cá pra nós, sem querer comparar e já comparando, bem melhor que o americano, pelo menos para mim. Digo isso, mas não quero entrar no mérito da questão e nem criar polêmica. Na verdade são músicos bem diferentes. Ou por outra, o Moacyr está mais perto de ser o Ben do que este ser o Moacy, dá pra entender? Quanto ao disco, é só elogio. Foi lançado em 1962, pela Copacabana, tendo como motivo a celebração dos 60 anos do compositor. Estão reunidas aqui algumas de suas mais famosas composições, músicas que marcaram uma época e se tornaram clássicos da música popular internacional.
Realmente um belo disco para se ouvir, principalmente amando… 😉
João Gilberto – Mais Vivo – Coletânea Comemorativa 80 Anos (2011)
Olá, moçada culta e oculta. Há pouco mais de meia hora, ontem, foi aniversário do grande Jão, que um dia foi Joãozinho de Juazeiro e dos amigos próximos como Tom e Vinícius. Joãozinho que virou João Gilberto, a lenda viva. Se vocês pensaram que eu me esqueci desta data, não se enganaram, esqueci mesmo. Porém, esta postagem no início da madrugada está sendo estratégica e providencial. Ainda nos próximos dias irão repercutir notícias sobre os 80 anos de João Gilberto. Daí, estamos na ordem do dia 🙂
Como o nosso sábado tem sido dedicado às coletâneas, esta veio bem a calhar. Selecionei 14 momentos de apresentações ao vivo que João fez no Brasil e exterior. Não há nada de muito raro ou extraordinário nessas gravações além do que são, registros extraídos de shows, alguns, inclusive, até podem ser visto no Youtube. Mesmo assim, uma seleção caprichada como esta, não se encontra fácil por aí. Além dos belos momentos musicais, tem também a produção visual de capa, feita, modéstia a parte, pelo ‘papai’ aqui – que procura assim agregar os valores e, espero, despertar o interesse de vocês 😉
Ao João Gilberto, minhas saudações! Desejo a ele muita paz, saúde e serenidade. Obrigado por estar vivo!
Zezé Freitas – Interpreta Zica Bergami (1998)
Olás! Eu às vezes fico meio perdido aqui com tantas coisas que me enviam. São discos, livro, gravações, fotos, cds… Tento manter uma organização, até mesmo porque de tanto material que chega, muitos serão aproveitados em outros momentos e a gente precisa ter as referências dos colaboradores e fornecedores, desses meus amigos cultos e ocultos. Acontece que às vezes alguns se perdem nas pilhas, estantes, gavetas e e-mails e eu fico mesmo sem saber qual foi a origem. É o caso deste disco da cantora Zezé Freitas, sinceramente não sei mais que me enviou (provavelmente o Chris Rousseau ou mesmo alguém ligado a produção deste cd independente). O fato é que hoje é dia de disco/artista independente e entre tantos outros títulos disponíveis achei de postar justamente este trabalho maravilhoso que na última semana eu tenho escutado.
Fazendo uma rápida apresentação, Zezé Freitas é uma cantora que iniciou sua carreira no Coral da USP. Gravou seu primeiro disco/cd, “Momentos”, em 1995, com direção musical de Filó Machado, que também acompanhou a cantora nos diversos shows que fez apresentado as canções deste disco. Em 1998 ela grava este que foi o seu segundo trabalho solo, tendo novamente o Filó na direção musical. No ‘album’, Zezé interpreta canções da compositora, escritora e artista plástica paulista, Zica Bergami, autora de “Lampião de gás”, música lançada na voz de Inezita Barroso em 1958, se tornado um clássico do cancioneiro paulista. Talvez pelo fato de ter dividido a sua vida artística entre a pintura, literatura e música e mais ainda, por ter se destacado na escrita e no pincel, a música (que carece de uma dedicação exclusiva) ficou um pouco ofuscada. Posso estar sendo injusto no meu comentário, mas eu mesmo só me lembrava de Zica Bergami como artista plástica (pintora). Certo é que este disco veio me mostrar que Zica era realmente uma excelente compositora. Sua música reflete o seu tempo, tem humor e simpatia. Na interpretação de Zezé Freitas ganha um novo fôlego, se atualiza e agrada no ato. Também não é para menos… Zezé é uma ótima cantora, que interpreta com muita desenvoltura essas canções. No disco ela veio muito bem acompanhada por gente com o Filó, Adauto Santos, Sabá, Arismar do Espirito Santo, Clayber de Souza, Oswaldinho do Acordeon e outros… Um belo disco para um dia, que por aqui, está parecendo de paulista, frio e com o céu nublado. Por falar nisso, deixa eu correr, meu tempo é curto 🙂 Confiram aí esta pérola 😉
Noite Ilustrada – Cara De Boboca (1960)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou trazendo para vocês o “Cara de boboca”, disco gravado pelo Noite Ilustrada em 1960. Este álbum, eu há muito tempo queria tê-lo postado, só não o fiz antes porque o álbum que eu tinha, embora ‘zero bala’ (novinho), apresentava um defeito de prensagem no lado B. Consegui, dias atrás, um outro exemplar, também muito conservado. Mas foi só eu colocar o disco no prato e tocar para perceber que o tal erro de prensagem também aparecia. Procurei na rede pelo álbum e baixei, por sinal é ainda o mesmo arquivo do Zeca Loronix se replicando por aí. Mais uma vez constatei que o erro era geral. Através de um amigo que conheceu o Noite Ilustrada, fiquei sabendo que este disco, na primeira prensagem, tinha mesmo um defeito nos sulcos. Quando eles deram conta disso, muitos já haviam sido vendidos. Diante ao inevitável e considerando que eu já estava no embalo de postá-lo, o jeito foi recorrer ao Sound Forge para tentar dar uma reduzida no problema. Não ficou 10, mas deu para passar na média.
Entre tantos discos lançados pelo Ilustrada, este é talvez o que eu mais gosto. Um disco cheio de sambas sincopados que mesmo o mais insensível é capaz de bater o pezinho. As letras também são ótimas, histórias de malandros, sambistas, gente do morro… a realidade daqueles tempos caricaturada no samba.
Outro fato interessante neste exemplar é uma dedicatória com autógrafo feito a caneta no verso da capa pelo Ilustrada ao seu amigo, o Sr Nicolino Del Bosco. A minha curiosidade me fez então procurar na rede sobre o tal Nicolino. Descobri que ele foi um colecionador de artistas. Um santista apaixonado pelo cinema e a música, que começou ainda na juventude se corresponder com seus artistas prediletos. Ele se correspondia com os grandes artistas de Hollywood e foi cicerone de muitos que passaram por Santos, vindos de navio conhecer o país. Segundo contam, ele tinha um acervo enorme de fotos, cartas, discos… Era amigo de Carmen Miranda e de praticamente todos os grandes artistas brasileiros, das décadas de 30 aos anos 60. Li num site que esse senhor, ainda vivo, pretendia passar o seu acervo para alguma entidade cultural da cidade de Santos. Não sei se isso foi feito, se existe na cidade algum museu ou coisa parecida preservando seu rico material. Provavelmente não, a tomar por este disco do Noite Ilustrada, que certamente fazia parte do acervo. No Mercado Livre também eu encontrei uma série de itens (fotos e discos) que um dia foi do ‘amigo dos artistas’. Quer comprar? Vai lá… Nessa hora é que eu penso: aquilo que para alguns é paixão, para outros é fazer dinheiro.
I Festival Da Música Popular Brasileira No Maranhão (1972)
Bom dia! A gripe parece que me pegou mesmo. Por essa razão eu hoje vou ficar de molho, quietinho em casa e só no mingau e na sopa. Tô numa moleza, num desânimo… precisando voltar para a cama. Mas antes, vamos liberar logo a postagem do dia, que por sinal é uma bela raridade e aqui, sempre completa 😉
Tenho para hoje esse raro lp de festival, o I Festival de Música Popular Brasileiro no Maranhão, realizado em 1971. Ainda nesta época os festivais de música popular eram uma febre, faziam grande sucesso e se espalhavam pelo país. Em diversos Estados e cidades brasileiras aconteciam eventos desse tipo, festivais regionalizados, permitindo que os artistas, que por alguma razão não chegavam aos grandes centros, tivessem assim a sua oportunidade. Os festivais regionais foram muito importantes pois, também neles, surgiram grandes nomes da nossa música popular.
O I Festival de Música Popular Brasileira no Maranhão foi realizado em setembro de 71 por iniciativa da Coordenadoria de Turismo e Cultura Popular de São Luís. Foram 130 o número de inscritos, mas na peneirada selecionaram apenas 15 músicas para a apresentação pública, que aconteceram no Ginásio Costa Rodrigues. Sob os auspícios da Prefeitura de São Luis e da Fundação do Bem Estar Social, as músicas selecionadas (ficaram só doze) tiveram a chance de serem lançadas em disco no ano seguinte. O álbum foi gravado no Rio de Janeiro, tendo como diretor musical e arranjador o saudoso Paulo Moura.
As músicas selecionadas são mesmo muito boas e a altura de qualquer festival nacional. Teve entre seus participantes artistas de projeção como os grupos Os Atuais, Coral de Joab e elementos do Grupo Musa.
Taí, mais um disco de festival que só mesmo em blogs musicais vocês terão a oportunidade de conhecer ou ouvir novamente. O toque está dado, agora é só conferir 😉